No âmbito do contrato de leitura, de que já vos falei, sugeri também aos meus alunos que lessem
Nosso Musseque. Não lhes disse, mas achei que não o iam escolher. Pu-lo na lista pelos motivos mais evidentes: mais um exemplo da nossa literatura de expressão portuguesa, mas achei que Jorge Amado, com a sua fama; Pepetela, com os seus temas; Erico Veríssimo, com a intensidade psicológica iam conquistar os alunos. E conquistaram, é verdade, mas passado o período de reflexão e “prospecção” que lhes procuro proporcionar antes da escolha do livro, alguns lá disseram, embora ainda sem grande confiança, que iam ler este.
Depois, pareceu-me que gostaram mesmo. Este pequeno romance, escrito na prisão (outra prisão para além daquela de que Luandino nos fala nesta
entrevista ao Público), faz um retrato dos musseques, bairros de Luanda, com personagens, adultos e crianças, que conquistaram a simpatia dos jovens leitores.
Esta foto de um musseque não é minha. Pode ser vista neste
blogue sobre Luanda. Vale a pena espreitar para conhecer Luanda.
Moral da história: os miúdos gostam de conhecer outros universos. Educar é também isto. Levá-los a viajar por mundos reais e ficcionais que eles não conhecem.
Ana Soares
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