quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ME e sindicatos terminam o ano sem acordo

Ano civil acaba sem acordo entre ME e sindicatos. Na próxima semana o ME vai apresentar uma nova proposta para a revisão da carreira. Ainda que sem grandes novidades, vale a pena passar por aqui.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jogos para aprender a ler II


Igualmente interessante no que diz respeito à aprendizagem da língua materna é este jogo: A Lição do Sabichão - Loto da Leitura da Majora. Com seis cartões, cada um com quatro palavras de duas sílabas, pode ser jogado por crianças que estão a aprender a ler. Tentando preencher um cartão para fazer linha e loto ou tirando as letras do saco para os restantes jogadores (tarefa mais fácil), esta é mais uma forma de, a brincar, se estimular o gosto pela língua e se consolidarem aprendizagens escolares.
Ana Soares

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Negociações em tempo de Natal

Na próxima quarta-feira haverá mais uma fase de negociações no que diz respeito ao estatuto da carreira docente. Esta foi a proposta enviada pelo ME aos sindicatos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Jogos para aprender a ler

Se, por um lado, acho que as crianças têm de perceber que nem tudo na escola tem de ser ultra entusiasmante e que estudar dá mesmo trabalho e implica esforço, por outro, acho que se pode aprender muito a brincar.
Por isso, para os mais pequenos, que dão os primeiros passos na leitura e na escrita, sugiro hoje um jogo, o Scrabble. Não, não estou a delirar. Falo da versão "Junior" . Esta apresenta dois níveis de dificuldade. O primeiro pode ser jogado a partir do momento em que a criança reconhece as letras e o adulto pode ajudar a ler. O segundo implica que reconheça as letras, mas que já as saiba também "utilizar". O tabuleiro, nesta versão, tem dois lados, é mais colorido do que a versão original e apresenta ainda umas "fichas" com pontos. Os miúdos gostam de ver as suas respostas certas convertidas em pontos.
Um jogo para a família, ideal para os dias frios desta quadra natalícia.
Ana Soares

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Então é Natal

O mundo precisa de Natal.

Que o espírito do Natal renasça nas nossas famílias e em cada um de nós.

Desejamos, a todos, um Bom Natal, com paz, amor e alegria.

Quando um homem quiser - Ary dos Santos

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Ary dos Santos

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Os Operários do Natal

"Tu nasceste foi Natal, no teu berço pequenino. É Natal em todo o mundo, sempre que nasce um menino. (...) Hoje é Natal e amanhã vai ser Natal outra vez. Porque afinal, quando é Natal, a gente nasce outra vez".
A letra desta e de outras canções da colectânea Os Operários do Natal é de Ary dos Santos e Joaquim Pessoa, a música de Carlos Mendes, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho e aprendi-a tinha seis ou sete anos. Fazia parte da peça de Natal do colégio, mas estava proibida de a cantar em casa.
Volta e meia, lembrava-me e cantava nas viagens de carro. Pelo canto do olho via a minha mãe franzir o sobrolho, respirar fundo e explicar-me que aquela letra pretendia dessacralizar o Natal e a figura do Menino Jesus, que é Deus. Nem era bem por estas palavras, mas era esta a mensagem!
Obediente, parava e cantava outra: "Quem faz o Natal para todos nós? São os amigos! Quem nos dá prazer e dá calor? São os amigos! A quem é que damos a ternura? É aos amigos! A quem é que damos o melhor? É aos amigos!(...)" E, no banco da frente, a minha mãe voltava a suspirar, contrariada, mas contra aquela não havia argumento válido, senão o de não gostar de comunistas!
Daqui a uma hora, as crianças estarão a cantar estas mesmas músicas, inseridas na peça que escrevemos em conjunto, que lembra o presépio e o nascimento do Menino Jesus.
Feliz Natal!
BW

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Música no Coração

É intemporal e lembra-me sempre o Natal! (rima e é verdade!).
A camara sobrevoa os Alpes e a música também, até que aparece Maria (Julie Andrews), de braços abertos: "The hills are alive with the sound of music. With songs they have sung for a thousand years..." E eu canto com(o) ela!
Desde pequena que os musicais me fazem sonhar. Eu queria ser todas aquelas personagens.
A noviça Maria que vai trabalhar para a família Von Trapp; a hispânica Maria (Natalie Wood) de West Side Story, que se apaixona pelo tipo errado: "I feel pretty, Oh, so pretty, I feel pretty and witty and bright!". Ou a orfã de cabelos ruivos Annie, de sorriso aberto, a cantar "Tomorrow! Tomorrow! I love ya tomorrow!".
Mas também sonhava nadar como Esther Williams ou dançar como Ginger Rogers. Hoje já não se vêem esses filmes aos domingos à tarde e é uma pena.
Em casa obrigava os meus irmãos a fazer coreografias. "I'm singin'in the rain", com chapéus de chuva e tudo! E a cantar para a família, na noite de Natal.
Amanhã, estarei ocupada com o programa do serão, a ensaiar com filhos e sobrinhos. Nos próximos anos, quem sabe, faremos verdadeiros musicais!
Festas felizes!
BW

Menos disciplinas para alunos do Básico

Boas notícias, creio eu, para alunos, professores e pais: os alunos do básico vão ter menos disciplinas (apesar do número de horas se manter), anuncia o PÚBLICO.
Maior concentração e possibilidade de aprofundamento de competências será, certamente, o resultado desejado. Não sabemos ainda como serão estas horas distribuídas. Acredito que a Língua Portuguesa possa beneficiar desta alteração de currículo. Mas acredito acima de tudo que muitos dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem concordam com o facto de haver muita dispersão. A mesma tem várias consequências do ponto de vista dos docentes. Nas reuniões de conselho de turma, que estão a acontecer por estes dias, por exemplo, são muitos os professores, podendo desta forma estar-se a dificultar uma análise muito aprofundada e cuidada da situação de cada aluno. Por outro lado, alguns docentes só têm um tempo semanal com os alunos e nem sempre conseguem desenvolver o seu trabalho com a qualidade desejada pelo simples facto de só os verem uma vez por semana (e se têm o "azar" de apanhar um feriado podem estar quinze dias sem ver as turmas).
Quanto aos alunos, esta será, certamente, mais uma oportunidade para que se possam concentrar nos domínios essenciais desta fase da sua formação.
Para os pais, desejo que esta diminuição seja facilitadora do acompanhamento dos seus educandos.
Ana Soares

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Aprender a programar com o Scratch

A semana passada descobri o trabalho que a professora de Matemática Teresa Marques, da EB 2,3 de Azeitão e formadora na Escola Superior de Educação de Setúbal. faz com os seus alunos de 5.º ano. Fiquei deslumbrada: eles têm dez anos e sabem programar! Coisas pequeninas mas significativas porque é muito mais do que saber jogar bem no computador, é aprender a pensar de uma maneira lógica. É aprender Matemática, Ciências, Língua Portuguesa, etc, etc...
O Scratch pode ser descarregado aqui e só para ter uma ideia mais concreta pode ver este video !
BW

Avaliação dos professores: a caminho de um acordo??

Se por um lado o Ministério da Educação assumiu perante a Fenprof que todos os professores avaliados com "bom" terão acesso ao topo da carreira, outras questões impedem ainda um acordo. Ontem, na comissão de educação, a nova Ministra defendeu a existência de quotas, afirmando que as mesmas permitem fazer uma diferenciação e estimular os profissionais a progredir.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Eles é que mandam?

Parece que sim, que as crianças até aos sete anos é que decidem 70 por cento daquilo que se compra. Que medo! É que é dessas coisas que não passam com a idade, pelo contrário, agudiza-se!
Como nunca fomos de levar as crianças ao hipermercado, ao centro comercial, nem a fazer listas de Natal, preocupam-me mais os resultados de avaliação do 1.º período que já sabemos ou que vamos confirmar nos próximos dias. Provavelmente vai ser preciso sentarmo-nos com eles a "esmiuçar" o que se passou e a traçar estratégias para que no próximo período corra tudo melhor!
BW

Deus e o Homem

“Deus é o silêncio do universo,
e o homem o grito que dá sentido a esse silêncio”.


José Saramago

PS - Para entender o contexto destas palavras na voz de Saramago, clique aqui.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Viagem ao Mundo dos Sonhos e Copenhaga

Não, o título do post não é um engano. O Mundo dos Sonhos, espectáculo infantil no Tivoli, e Copenhaga, local onde decorre uma cimeira que se deseja marcante no que diz respeito a decisões, têm algo em comum: o sentido de responsabilização. No caso do espectáculo, procura-se através da linguagem das crianças e das fadas (que nesta produção de chamam Dó, Ré, Mi, Fá e Sol) responsabilizar os mais pequenos. No caso da Cimeira, responsabilizar as nações e governantes. Parece que todos estamos a despertar para o nosso dever e poder. Para a certeza de que pequenos gestos podem mudar o rumo da história. Aceitemos o convite e façamos de uma agradável tarde passada em família, com uma ida ao teatro, uma forma simples de falarmos aos nossos filhos do nosso papel no mundo. É que na peça, no mundo dos sonhos, a fada azul e os rios começam a ficar cinzentos... e no final da peça o problema continua por resolver. A solução está, pois, nas nossas mãos!
A produção deste espectáculo é da Plano 6. Descobrimos os seus espectáculos em 2006 com uma produção fantástica: SOS Oceanos. Dos actores, à música, adereços e cenários tudo parecia perfeito. Aliás, acho que não voltámos a ver espectáculo assim. Este agora, com música e direcção musical de André Sardet (lembre-se que a música "Adivinha o quanto eu gosto de ti" faz parte do espectáculo), continua a ser uma produção de muita qualidade. Destaco as divertidas viagens que as personagens fazem ao mundo da escrita e da matemática que, do ponto de vista didáctico, estão muito bem conseguidas.
Um espectáculo a não perder na companhia dos mais pequenos (dos 4 aos 7/8, sugiro eu).
Até 31 de Janeiro no Tivoli em Lisboa, a partir de 8 de Fevereiro no Auditório da Exponor no Porto.
Ana Soares

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os 30 anos de livros de Alice Vieira

"Há 30 anos que escreve livros. Mas foi há mais tempo que Alice Vieira enviou o primeiro texto para um jornal. Não o publicaram. Tinha 14 anos e recebeu uma carta do Diário de Lisboa a pedir que não desistisse. Assinatura: Mário Castrim. Tentou uma e outra vez e viu muitos textos serem impressos. Casou com ele, o remetente.
Uma paixão de 40 anos. "Mas paixão mesmo", diz Alice quando fala do jornalista e escritor. Tinham 23 anos de diferença de idades e só se conheceram "ao vivo" depois de muitos telefonemas e cartas, quando a escritora foi trabalhar, como jornalista, para o Diário de Lisboa. Pouco depois, iria para o Diário Popular. "As pessoas, quando têm um relacionamento, não devem trabalhar no mesmo sítio. Seja marido e mulher, pai e filho. Por isso, atravessei a rua e fui para o Diário Popular." "
De certeza que vai querer ler mais aqui .

Vivam as escolas conversadoras! (I)

Depois da lei da rolha imposta pela ministra da Educação Manuela Ferreira Leite, no período de Marçal Grilo, as escolas e os professores disponibilizavam-se para falar com os jornalistas quando antes não o faziam, ou faziam em "off" ou como "fontes anónimas".
Este clima de abertura durou até à chegada de David Justino (PSD) ao ministério e as escolas passaram a falar só depois de pedirem autorização à assessora do ministro. Com Maria de Lurdes Rodrigues as coisas não mudaram e as escolas escudavam-se atrás de um despacho que nunca vi, apesar de o ter pedido ao ministério e às escolas que o citavam.
Quando na segunda-feira me sentei junto ao telefone para começar uma ronda pelas escolas por causa do Magalhães, suspirei com a árdua tarefa que tinha pela frente, mentalizada para ouvir dizer que a direcção não podia falar, estava em reunião ou não podia falar por causa do despacho... Eis senão quando, escola a escola, fui ouvindo directores, sub-directores, adjuntos de directores. Uma alegria! Para mim e para eles!
Os professores gostam de falar, gostam de contar o que fazem, orgulham-se das suas escolas, partilham as suas dificuldades e têm opiniões formadas sobre o sistema educativo e tudo isso é bom que se saiba!
BW

Notícias sobre o Acordo Ortográfico

Não é ainda no próximo ano que o Acordo Ortográfico entra em vigor nas escolas, segundo notícia do Público. Portugal tem até 2014 para terminar a aplicação do acordo.
Pode ler o texto do Acordo aqui.

Mecanismo Matemático

"Mecanismo Matemático": foi assim que a Edicare denominou este simples livro/jogo de cálculo. Existe para as várias operações matemáticas e pode ser uma interessante forma de ajudar os miúdos a treinar o raciocínio. Para cada número existe uma página com uma roda. Uma simples patilha tapa o resultado e pode facilmente ser aberta para a criança confirmar o seu raciocínio. Ainda só usámos o livro da adição, mas os outros já cá estão à espera da sua oportunidade para entrarem em jogo.

Disponível na fnac e outras lojas especializadas em jogos infantis. Também está disponível no mundo virtual (visite esta loja aqui).

Ana Soares

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O dia da saia

"A aula de francês começa com muito atraso, bastante confusão, alguns empurrões e um evidente clima de tensão. A mochila de um dos rufias da turma cai no chão e escorrega uma arma. A professora Sonia Bergerac (Isabelle Adjani) tenta apanhar a pistola e na confusão dispara um tiro. Os alunos, feitos reféns pela professora, vão passar um dia diferente enquanto no exterior se juntam polícias, jornalistas e pais."
Não vi, esteve nos cinemas em Outubro, infelizmente são muitos os filmes que ficam por ver... Mas quero ver!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mensagem de F. Pessoa: fac-símile

"Há (...) 75 anos, no dia 1 de Dezembro de 1934, a editora Parceria António Maria Pereira, de Lisboa, publicava o volume de poemas Mensagem. O autor, Fernando Pessoa, tinha então 46 anos - morreria quase exactamente um ano depois, a 30 de Novembro de 1935 - e, em formato de livro (...) editara apenas alguns opúsculos de poesia inglesa.
Para comemorar o 75º aniversário da Mensagem, a Guimarães lançou um fac-símile do dactiloscrito que Pessoa entregou nas oficinas tipográficas da Editorial Império, onde o livro foi impresso. Luís Vilaça, da Guimarães, chama-lhe "edição clonada" para acentuar que o objectivo da editora foi criar um objecto virtualmente indistinguível do original hoje conservado na Biblioteca Nacional. Desde a encadernação em tecido que Pessoa mandou fazer do dactiloscrito até à qualidade do papel, tudo foi minuciosamente reproduzido. Tal como no original, a palavra Mensagem aparece redigida a lápis, na folha de rosto, sob o título Portugal (que Pessoa só abandonou no último momento), escrito à máquina e riscado por cima. " Pedro Cunha


Leia mais no Ípsilon.

domingo, 13 de dezembro de 2009

O que será o futuro?

Para atingir os 50 milhões de utilizadores,

a rádio precisou de 38 anos,
a tv levou 13 anos,
a internet gastou 4 anos,
o i-pod demorou 3 anos.

Em menos de 9 meses o facebook atingiu os 100 milhões de utilizadores.

O que será que vem a seguir?

Mais números e dados no vídeo. Espreitem e deixem-se surpreender.

Ana Soares

sábado, 12 de dezembro de 2009

Há uma miúda de caracóis que no Natal vai receber...

A Onda não tem uma única palavra escrita.
É um livro lindissimo, as imagens lêem-se como um poema e trazem-nos saudades dos dias quentes, à beira-mar, das conversas, dos amigos, do não fazer nada, de jogar às cartas, de entreter os mais pequenos com brincadeiras na areia.
A ilustradora é a coreana Suzy Lee (descobri-o porque o site é em coreano e não me peçam para explicar como sei identificar caracteres chineses, japoneses e coreanos, mas sei! Só tenho pena de não saber ler nem uma só palavra...) e a editora é a Gatafunho. Descobri-o na Pó dos Livros, em Lisboa. Voltei a vê-lo, escondidinho, noutras livrarias que preferem destacar o Noddy e a Hannah Montana!
BW

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Alice Vieira comemora 30 anos de carreira

ALICE VIEIRA COMEMORA 30 ANOS DE CARREIRA
TEATRO SÃO LUIZ
16 DEZ 2009, 17h

O Jardim de Inverno do Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa, será o palco da comemoração dos 30 anos de carreira da escritora Alice Vieira. A festa, que terá apresentação de Manuel Luís Goucha, está marcada para o próximo dia 16 de Dezembro, às 17h, e é uma iniciativa do grupo Leya, no qual se integram as quatro editoras com as quais a Alice Vieira edita os seus livros – a Caminho, a Oficina do Livro, a Texto e a Dom Quixote.
Em preparação para o evento está um conjunto de intervenções de dezenas de amigos, colegas, escritores e editores de Alice Vieira, muitos dos quais subirão ao palco para momentos de poesia, leitura ou apenas de partilha de alguns episódios vividos com a escritora.
Ana Margarida Ramos e José Tolentino Mendonça abordarão a obra da autora, enquanto o actor João d'Ávila lerá alguns textos.
Intervirão também diversas personalidades do universo literário e editorial como José Jorge Letria, José Oliveira, Leonor Riscado, Leonor Xavier, Luísa Beltrão ou Mário Zambujal, entre muitos outros. Não faltarão, ainda, as crianças e algumas surpresas para a autora.
A entrada é livre.

Meninos ponham os olhos na Finlândia!

"Pedro Pereira acertou em cheio nas estatísticas e tem grandes planos para 2010. Tem 28 anos e faz 29 em Janeiro. Se tudo correr bem, em Fevereiro pensa sair de vez de casa dos pais. No máximo até ao Verão quer o seu espaço. O seu limite são os 29 anos e meio, exactamente a média de idades com que os rapazes portugueses saem de casa dos pais e um dos valores mais elevados da União Europeia (UE), de acordo com um estudo divulgado ontem pelo Eurostat. Comprar ou alugar casa, limpar, cozinhar, ir às compras e pagar as contas são alguns dos verbos que vai juntar à sua rotina. Quer abraçar o desafio da independência. (...)
A liderar a tabela daqueles que se tornam adultos ainda a viver no "ninho" está a Bulgária, Eslovénia e Eslováquia, onde a média para os rapazes é de 31,5 anos. As raparigas eslovacas são as que se tornam independentes mais tarde, aos 29,8. No sentido contrário vai a Finlândia, onde os rapazes saem aos 23,1 e as raparigas aos 22.
Portugal é também dos países onde a camada jovem da população tem um vínculo mais precário no trabalho. Entre os 15 e os 24 anos, mais de 54 por cento dos jovens estão com um contrato de trabalho temporário e entre os 25 e os 29 este número ainda se situa nos 38,3 por cento, o segundo mais elevado na UE. Dados que são agravados pelo número de desempregados entre os 25 e os 34 anos: Portugal tem 7,7 por cento dos jovens com qualificações elevadas sem emprego, quando na UE a média é de 5,9." Continue a ler aqui .
Digo-lhes, meio a sério, meio a brincar, que estou desejosa que saiam de casa! Digo-lhes desde que são pequenos, de maneira a que vão interiorizando e percebendo que têm de ganhar a sua própria autonomia.
Sim, eu sei que não é fácil sair da casa dos pais, não foi fácil para nós e se o fizemos foi com a sua ajuda. Mas porque é que as novas gerações não se juntam com uns amigos e partilham a renda? Porque é muito mais fácil ficar em casa dos pais, com a roupa passada e lavada, com a comida na mesa à hora certa, sem preocupações de maior, como se ainda tivessemos dez anos!
É mais fácil porque queremos ter tudo antes de abandonarmos o ninho: a grande casa, o carro de luxo, os electrodomésticos, as grandes viagens feitas, e assim vamos adiando as responsabilidades e começamos a ter filhos aos 35 e somos velhos quando eles tiverem dez, 20, 30 anos... E vamos deixando-os ficar por casa, sem grandes responsabilidades porque são os nossos bebés e porque foi assim que aconteceu connosco.
Socorro!
Meninos ponham os olhos nos nórdicos e aventurem-se!
Pais tenham a coragem de os empurrar para fora do ninho, com maiores ou menores dificuldades eles hão-de saber voar!
BW

Museu da Língua Portuguesa

O Museu da Língua Portuguesa de Lisboa é uma certeza, anunciou a Ministra da Cultura. E não será no Pavilhão de Portugal, como se suspeitava. Afirmou ao PÚBLICO julgar "ser oportuno juntar a Língua com a viagem, onde se incluem os fluxos migratórios dos séculos XVIII, XIX e XX”, no entanto, não avançou ainda com dados sobre o local escolhid0.

Para conhecer o Museu da Língua Portuguesa inaugurado em 2006 em São Paulo, clique aqui. Conheça as exposições, o espaço e objectivos do mesmo navegando por aqui.

Ana Soares

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Por cá, a moda já começou nos privados...

"O Governo irlandês adoptou medidas drásticas para controlar a despesa pública no orçamento para 2010 e decidiu reduzir salários a professores, enfermeiros e polícias. Está também prevista a redução de prestações da segurança social a desempregados e a famílias com filhos.". Mais aqui .
Têm sido muitas as vozes que se ouvem a defender cortes nos salários e por cá já se começou a sentir, não na função pública, mas nas empresas privadas e os trabalhadores preferem isso a ficar sem trabalho. E lá vão fazendo o sacrifício, sabendo que os seus chefes saem com grossas indemnizações ou que ganham chorudos prémios no final do ano.
Em contraparida, esta parece ser uma boa notícia: "A França vai seguir o exemplo do Reino Unido e taxar em 50 por cento os bónus dos quadros superiores da banca acima dos 27 mil euros, segundo o jornal Les Echos, uma informação hoje parcialmente confirmada pela presidência francesa que sublinha que "a forma ainda não foi encontrada"".
Esperemos que o Governo português siga o exemplo francês e não o irlandês!
Entretanto, os sindicatos dos professores e o Ministério da Educação continuam a negociar alterações ao estatuto, avaliação e progressões nas carreiras. Se a tutela mantiver os pontos com os quais os sindicatos estão em desacordo, parece-me que os professores não voltarão a ter o apoio da opinião pública que conseguiram na legislatura anterior.
BW

Conversas sobre Educação


São cerca de 50 minutos e sabemos que nem todos têm disponibilidade (nem interesse!) para estar - agora - a ver Plano INCLINADO de Mário Crespo na SIC Notícias. Mas o programa de sábado passado era sobre o ensino básico e secundário e a convidada foi a professora de secundário Maria do Céu Vieira (MCV), para conversar com Nuno Crato e Henrique Medina Carreira. Propomos reproduzir algumas das frases ditas e comentá-las:

1. Quem faz os PROGRAMAS DE PORTUGUÊS trai-se porque põe em evidência uma grande “ignorância e falta de amor pela língua, cultura” e literatura portuguesa. (Maria do Céu Vieira)

AS: admitindo fragilidades nos programas, parece-me de uma absoluta injustiça falar assim de quem elaborou os novos programas. As críticas devem fazer-se nos momentos e órgãos próprios, com propostas concretas e positivas de melhoria. Não desta forma. Além disso, afirmar que o discurso dos novos programas não entra nas suas aulas é apresentar um retrato dos professores de português que não corresponde à realidade e que em nada valoriza a imagem dos docentes.

BW: MCV ficou mediaticamente conhecida por mostrar que os manuais escolares traziam coisas tão aberrantes quanto o concurso do Big Brother. Ignora que o problema dos alunos portugueses é a iliteracia funcional. Eles sabem ler e até podem interpretar Camões, o problema é não saberem preencher um impresso, não saber interpretar uma lei... E isso também tem que se aprender na escola e é nas aulas de Português.

2. Erros nos novos programas

Quando MCV exemplifica estes erros referindo-se ao facto das OBRAS DE LEITURA RECOMENDADAS pelos programas serem do Plano Nacional de Leitura (PNL), "que, apesar de ter bons objectivos, tem muito LIXO”. Defende ainda que tem de existir na escola um CÂNONE DE AUTORES. Quanto a este mesmo assunto, Nuno Crato comenta que em Inglaterra todos os alunos conhecem Shakespeare e que “deve haver um cânone mínimo”.

AS: Bem sabemos que o PNL procura integrar obras para todos, o que significa ter obras para graus de leitura/interpretação distintos. Mas daí até se poder afirmar que há muito lixo, parece-me que vai uma longa distância.
Só quem não conhece os programas de Português pode afirmar que os nossos alunos não têm os "clássicos" nos programas. Dou o exemplo de Camões. Neste momento, obrigatoriamente, os alunos estudam este autor três vezes: Os Lusíadas no 9.º ano; poesia Lírica de Camões no 10.º e, novamente, Os Lusíadas no 12.º. Nalguns casos, estudam o autor quatro vezes, no caso das escolas que no 8.º ano adoptam como leitura extensiva Os Lusíadas contados aos mais pequenos de João de Barros.


BW: É um facto o PNL procura agradar a gregos e a troianos. Mais uma vez, temos um país a muitas velocidades e se Sophia parece ser fundamental para todos, a verdade é que nem todos lá chegam ou querem lá chegar! Ainda ontem, numa livraria, uma menina de nove anos tinha O Cavaleiro da Dinamarca na mão e a mãe disse-lhe: "Leva antes este que é mais engraçado! Olha as imagens" - era um livro com 365 anedotas...
Como me dizia, há semanas, a responsável da rede de bibliotecas escolares Teresa Calçada, há livros muito bons com ilustrações média-baixa e vice-versa e a imagem também faz parte da leitura, por isso - digo eu: quase tudo cabe no PNL! Quanto ao Shakespeare, a experiência inglesa mostra que muitos meninos começam a ler biografias de jogadores de futebol como o Beckham para, talvez, chegarem ao autor...

3. Quanto à MATEMÁTICA, Nuno Crato refere como principal problema dos novos programas este desejo de modernidade que se concretiza em opções, na sua perspectiva, erradas e perigosas.


AS: Percebo e concordo. Ora vejamos. Abolir do ensino o treino de algoritmos (por exemplo, memorização da tabuada, de cálculos ou fórmulas) não apenas contraria as recentes tendências que defendem de que a memória deve ser treinada como cria dificuldades aos alunos.

4. Nuno Crato apresenta os mais recentes números do PISA. Destaca os fracos resultados de Portugal (comparando-os, por exemplo, com os do Canada). “por cima das questões gerais há questões políticas” que explicam estes resultados.


BW: O problema já identificado pelos professores é que sempre que o Governo muda, ou o ministro da Educação, há novas maneiras de olhar para a Educação, quando devia haver um consenso.

5. QUANTIDADE versus QUALIDADE

Medina Carreira fala de outro ponto de vista e afirma que “ antigamente desprezava-se a quantidade”. “hoje há o desejo de apresentar a quantidade e a qualidade é absolutamente secundária ”.
AS: Nem sempre quantidade e qualidade andam de mãos dadas. A democratização do ensino tem este reverso da medalha. Mas continua a ser obrigação da escola proporcionar a qualidade.

6. Medina Carreira fala da DISCIPLINA nas salas de aula.


AS:
É verdade, os professores enfrentam hoje desafios ao nível da disciplina que não se verificavam noutros tempos. O convidado referia a questões dos telemóveis. Eu acrescentava a questão da imagem e autoridade dos professores. O gosto dos alunos pelos saber e pela escola, o consequente respeito pela figura do professor.

BW: Isabel Alçada, nas poucas intervenções que tem feito, tem sublinhado o papel dos pais. A importância destes educarem os filhos não só para o respeito (pelos professores), mas para a responsabilidade (do seu trabalho na escola).

7. Voltando aos PROGRAMAS todos destacaram a necessidade dos programas serem elaborados por especialistas e não apenas por pessoas da educação.

BW: É o medo do "eduquês" de Nuno Crato a vir ao de cima! Mas é também o definir para que serve a escola: só para transmitir conhecimentos ou para preparar para o mercado de trabalho? É que se a segunda opção também for tida em conta, então é preciso chamar outras pessoas para fazer programas que não sejam demasiado teóricos.

8. “Nos RANKINGS, as escolas públicas estão a vir para baixo e as privadas estão a vir para cima”.

BW: Os rankings revelam sempre uma coisa: seja qual for a escola, o que interessa são os alunos que fazem os exames e não os professores! E quais são as escolas que ficam nos primeiros lugares? As privadas e públicas que recebem alunos de classe média, média-alta, filhos de pais com formação superior e que além das aulas têm explicações! Ou seja, os bons resultados devem-se ao trabalho intensivo dos estudantes e às explicações, mas quem fica com a fama são as escolas, situadas em bons bairros das principais cidades do país!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Está ou não está a aumentar?

O número de casos de bullying está a aumentar nas escolas de todo o País – é essa, pelo menos, a percepção que existe -, mas nem o Ministério da Educação nem a Procuradoria-Geral da República dispõem de dados sobre este fenómeno nos estabelecimentos de ensino, diz a TSF, a partir de uma história isolada de uma aluna vítima de bullying.
Fazem-se notícias com base em "parece-me que...", "tenho a sensação...", "ouvi dizer..."?
Não.
BW

Amigos secretos e prendas originais

A época natalícia caracteriza-se também por proporcionar reencontros, jantares de Natal, trocas de prendas. O jogo do amigo secreto ou oculto é prática comum entre adultos e miúdos. Aqui ficam duas sugestões que já experimentei, tanto com amigos e colegas, como com turmas de alunos, e que este ano repito.
1. A primeira é a que dá mais trabalho: fazermos nós a prenda que vamos oferecer ao amigo. Um roteiro para um passeio de bicicleta, que se pode imprimir sem grandes custos; um CD com fotografias que tenhamos tirado juntos. Para os que tenham umas mãos habilidosas, uma pulseira ou um colar de contas. Para os artistas: um desenho, uma música, um poema!
2. A segunda é bem divertida, encontrar uma prenda com o custo máximo de 1 Euro! Não é impossível! Uma caixa de Cd's, um lápis, um doce, um jogo didáctico (sim, é possível!). O importante é pensar em coisas que todos usamos todos os dias! O grande desafio é entrar nas lojas, mesmo nas mais improváveis, e procurar coisas com este valor.
Este ano nem precisei de entrar nas lojas dos chineses! Posso dizer que fui, no fim-de-semana passado, fazer uma prospecção. Tenho um amigo secreto de 17 anos e queria procurar com tempo a prenda certa. Fui a uma loja gourmet que tem sempre coisas maravilhosas, lindas de morrer e deliciosas. Como sei que ele é guloso, fui espreitar. E não é que havia lá uns guarda-chuvas/rebuçado maravilhosos, ainda mais bonitos do que o da fotografia, por 90 cêntimos!
Ainda assim, decidi, antes de comprar, procurar noutro sítio. Fui a uma loja de brinquedos e jogos de madeira, embora, confesso, sem grandes esperanças. E não é que também lá encontrei coisas a um euro? Para além de balões com formatos originais (elefante, girafa, etc), encontrei pequenos quebra cabeças de madeira (para diferentes idades) por este valor. Não pensei mais nos doces e lá comprei o jogo. Pedi a factura e achei que era melhor, a bem da minha imagem, explicar à senhora da loja o motivo pelo qual pedia a factura de um euro com tanto entusiasmo!
Ana Soares

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Regras para o Pai Natal do shopping!

Os pais natais que estão nos centros comerciais um pouco por todo o país estão proibidos de dar beijos às crianças e os seus ajudantes são responsáveis por
desinfectar sistematicamente o espaço por causa da gripe A.
“Em vez de dar beijinhos às crianças, o Pai Natal vai mandar beijos pelo ar, dar apertos de mão e fazer vénias”, explicou à agência Lusa, Susana Silva, gerente
da Bee Action, uma empresa de animação de eventos responsável pelas iniciativas.
Dezenas de actores da Bee Action estão já a trabalhar em 13 centros comerciais de norte a sul do país. Este ano, a ameaça da gripe A obrigou a mudar os hábitos
e o Pai Natal traz,a gora, “um kit antisséptico no saco” e passa o tempo a desinfectar as mãos. “Vai estar permanentemente a trocar de luvas ou a
lavá-las com o desinfectante”, descreve Susana Silva.
Coitadinho do Pai Natal! E das crianças!
BW

Copenhaga: cimeira sobre o clima

Diz o editorial comum a 56 jornais em 44 países, incluindo o PÚBLICO:
"Desde há uma geração que os perigos têm vindo a tornar-se evidentes. Agora os factos já começaram a falar por si próprios: 11 dos últimos 14 anos foram os mais quentes desde que existem registos, a camada de gelo ártico está a derreter-se, e os elevados preços do petróleo e dos alimentos, no ano passado, permitiram-nos ter uma antevisão de futuras catástrofes."
BW

Educação: uma máquina autofágica

Com a natalidade em queda, o número de alunos está a diminuir, mas o de professores mantém-se, diz o professor universitário Luís Fábrica, autor do estudo que esteve na origem da reforma no sector público.
Em reacção a esta divergência, diz, a educação, que "é um serviço público", está a ser pensada, sobretudo, em função da carreira dos professores e do preenchimento dos seus horários, o que tem vindo a criar "problemas pedagógicos graves".
"A máquina está a ser autofágica. Está a consumir demasiada energia, recursos e atenção, e com isto a prestação e utilidade da escola estão a ser prejudicadas", adverte o professor.
Notícia de Clara Viana, no PÚBLICO
BW

Museus para crianças

“António Maria já tinha decidido que quando fosse grande, queria ser antigo como o avô. Depois daquele dia, acrescentou ainda que, quando fosse antigo, queira morar num museu. Quando morasse num museu, convidaria o avô para lá viver com ele. Isto porque, o avô contava as mais longas e intermináveis histórias sobre a vida dos antigos. António fazia muitas perguntas ao avô, que lhe respondia ao ritmo compassado do relógio. Sobre os museus explicou:

- Os museus são as casas das colecções! Como as colecções não gostam de viver sozinhas, os museus abrem as portas para as pessoas entrarem…"


Excerto de Colecção, Margarida Botelho


Escrito e ilustrado pela própria Margarida Botelho, é uma aventura maravilhosa do António Maria. Museus, colecções, letras. Com a qualidade e magia a que a autora nos tem vindo a habituar.

Ana Soares

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Poema sobre a nostalgia da infância

Celebrar aniversários e o dom da vida conduz-nos muitas vezes à nostalgia da infância. Aqui vos deixo um poema interseccionista de Fernando Pessoa em que o tempo passado e o tempo presente se fundem. As lembranças da infância - materializadas no Jockey, na bola e no cão - são evocadas pela música - que surge associada ao maestro e batuta do tempo presente.
A nostalgia da infância num universo quase surreal!


O maestro sacode a batuta,
E lânguida e triste a música rompe...
Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé de um muro de quintal
Atirando-lhe com uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo...
Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...
Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares, e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)
Atiro-a de encontro à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos...
Todo o teatro é um muro branco de música
Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...
E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,
Donde há arvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...
E a música cessa como um muro que desaba,
A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça,
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo...

Fernando Pessoa Ortónimo - Chuva Oblíqua

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Literacia e competitividade

Ontem foi apresentado em Lisboa um estudo sobre a Dimensão Económica da Literacia em Portugal, encomendado pelo Plano Nacional de Leitura e que revela: Portugal apresenta os níveis mais baixos de competências de literacia entre os países já estudados.
E a baixa literacia tem consequências directas na economia e na possibilidade de gerar riqueza. Se não houver uma inversão dos números, a pobreza e a desigualdade social aumenta, assim como o país perde o comboio da competitividade.
Portugal é dos poucos países onde os empregadores não reconhecem a importância de ter trabalhadores com bons níveis de literacia. Dois terços dos empregadores optam por profissionais pouco qualificados. Isso deve-se ao próprio nível de literacia dos empregadores e à oferta de emprego que existe em Portugal (digo eu!)
Aparentemente parece que estudar não compensa, porque se há diferenças nos salários daqueles que têm formação de nível superior; o mesmo não se verifica com os que fizeram o ensino secundário, quando comparados com os profissionais que têm níveis de escolaridade mais baixos, aponta o relatório, com base em dados de 1994/1998.
Se T. Scott Murray, autor do estudo, defende que é preciso investir mais no Plano Nacional de Leitura e no Novas Oportunidades; para o economista João Salgueiro, não faz sentido fazer mais investimento na educação quando os resultados escolares são dos piores. Também Vítor Bento, da Sibs, é da opinião que é preciso mudar a cultura que não valoriza a aquisição de conhecimentos, é preciso valorizar os bons alunos, premiá-los, propôs. A ministra Isabel Alçada preferiu falar do importante papel dos pais: “Falamos sempre da qualidade da escola e dos professores mas precisamos de ter bons alunos."
BW

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Proposta de novo modelo de avaliação - ME

"A proposta de modelo de avaliação apresentada hoje pelo Ministério da Educação aos sindicatos entrega o processo de avaliação de docentes a uma comissão constituída por três professores dos conselhos pedagógicos e por um relator do mesmo grupo disciplinar do docente avaliado. Essa comissão será dirigida pelo presidente da Comissão Pedagógica, cargo que é ocupado pelos directores das escolas.O período de avaliação é bi-anual mas o Ministério da Educação mostrou abertura para reavaliar os prazos." in PÚBLICO
As negociações vão ser agendadas até final do mês.

Autores do Programa de Português do Secundário

Os actuais programas de Português do Secundário perderam a antiga lógica cronológica.
Os referidos programas privilegiam o estudo de tipologias textuais, pelo que, do ponto de vista do "tempo", e ao longo do 10º, 11º e 12º anos, se vão dando grandes saltos.
Aqui fica um quadro que nos permite visualizar estes saltos e que costumo usar para mostrar aos alunos as nossas viagens pela literatura portuguesa.
De Camões à poesia contemporânea, no programa do 10º; passando por Padre António Vieira e Eça de Queirós, no 11º; chegamos, depois, aos autores do século XX , no 12º ano.
Antes dos testes de Português ou exame nacional, vale a pena arrumar a cabeça e colocar os autores nos séculos certos! Não imaginam os sítios onde eu já vi alguns dos nossos autores. A última curiosidade que me deram a ler colocava Almeida Garrett a escrever o Manifesto Anti-Dantas (na verdade , da autoria de Almada Negreiros, século XX!).
Ana Soares
Ana Soares

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Negociações...

"Para a Fenprof, não é necessário que todos os professores cheguem ao topo da carreira, mas aqueles que vierem a revelar mérito, no âmbito de um novo modelo de avaliação, «não podem ser impedidos» de atingir esse reconhecimento."
Leia mais aqui.

Preparar o Natal - II

Os felizes contemplados das nossas prendas "caseiras" são sempre os avós, tios, padrinhos, primos e amigos especiais.

Já começámos a preparação das prendas 2009, mas não vos podemos falar destas...ainda são segredo. Deixo-vos, então, como sugestão o que fizemos nos três últimos anos.

1 - molduras
Comprei molduras em pinho, lisas, no Ikea. Aos pares, ficam muito económicas. Umas foram simplesmente pintadas com os dedos. A outras foram ainda acrescentados uns botões. Para as meninas, botões cor de rosa ou com forma de flor. Outras molduras tiveram direito a joaninhas dos ramos de flores. Para as dos rapazes, foram escolhidas cores e temas mais discretos.

2 - ganchos e imans

Com uns pedaços de espuma colorida (mas com tecido ou feltro também deve resultar) desenhámos uns corações e uns círculos e aplicámo-los em ganchos de cabelo. Esta foi a prenda das "miúdas".

Para os rapazes, no mesmo material, desenhámos uns carros. Aplicámos triângulos, rectângulos e círculos a fazer de janelas e rodas. Por detrás, colámos uns pedaços de imans de frigorífico.


3 - biscoitos

Com uma simples receita de biscoitos de manteiga ou chocolate e umas forminhas de metal, do género das da plasticina, podem fazer-se fantásticos biscoitos em forma de estrela, flor, árvore de Natal ou, até mesmo, biscoitos anjo. Destes não tenho fotografias. Foram todos comidos!

Ana Soares