sexta-feira, 22 de junho de 2018

Exame de Português do 9.º ano

Novo exame. Desta vez, o de Português do 9.º ano.
Bem construído, com um eixo temático muito interessante — contraponto masculino da versão do exame nacional do ano passado, esse com a tónica no feminino, com destaque para Vénus e para a produção textual a propósito de uma figura feminina.
Claramente ajustado ao programa, a dar particular ênfase aos clássicos (Grupos I, II) e ao Passado histórico e literário (cf. grupo IV) , apresenta uma compreensão do oral sobre o templo romano de Évora e um excerto para interpretação  da Ilíada (adaptação de Frederico Lourenço). As perguntas, equilibradas no que diz respeito ao grau de dificuldade, terão parecido,  aos alunos, talvez mais fáceis do que eram na realidade (por exemplo, os verbos e pessoas gramaticais do exercício 2 da gramática, com os verbos entreter-se /intervir /haver).
A destacar de forma menos positiva o espaço para algumas das respostas (com poucas linhas) que, embora pudessem ser completadas no final do caderno, pareceram insuficientes (por exemplo,  para apresentar dois argumentos usados por Hera, no texto, em 6 linhas).
Pode encontrar a prova aqui ou no site do Iave.
Os critérios de classificação estão disponíveis no site do Iave e aqui.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Novo programa, novo exame - critérios do exame de 12.º Português 2018

Dia de exame nacional. O habitual nervosismo deles e nosso.
Sabíamos que algo ia mudar. E mudou. E não gostei particularmente. Refiro-me à diminuição dos itens de escolha múltipla de gramática. As habituais 10 questões, a valer 5 pontos, deram lugar a 7 com uma maior ponderação. Ou seja, qualquer erro na gramática implica perder 8 ponto.
 Além disso, para avaliar a capacidade de leitura, interpretação e escrita não são necessárias 7 perguntas na parte I, parecendo-me este número de questões (mais duas do que nos anos anteriores) excessivo.
Por outro lado, destaco muito positivamente a escolha do tema do (novo) texto C - Mensagem e Os Lusíadas, numa leitura intertextual, cumprindo o que a informação de exame destacava (privilegiar itens comuns aos dois programas). Deste modo, a escolha das obras referidas "serve" o antigo programa - que pressupunha a sua análise comparativa - e está de acordo com o preconizado no novo programa, quando o mesmo dá ênfase às leituras intertextuais. Em falta neste exercício, a extensão. Nem que fosse uma orientação de mínimos e máximos.
O poema, o excerto da obra Frei Luís de Sousa, o tema do grupo III, todo o exame, excluindo os aspetos por onde comecei a reflexão, me pareceram ajustados e equilibrados.
As opiniões dos alunos parecem ir ao encontro desta leitura.

Critérios e prova disponíveis no site do IAVE e aqui.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Os exames nacionais em números

Consulte aqui as infografias preparadas pelo Público. 

Sabia que o ano passado, a nível nacional houve um "20" no exame de Português? E que em Matemática A houve 89?
Descubra ainda o número de inscritos nos exames de 9.º e 12.º, a sua distribução por género. Confirme o calendário de exames, as regras ou médias.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

WhatsApp no exame de Português?

Em dia de greve, que não perturbou as avaliações, tendo apenas ficado fechadas escolas onde não ocorriam provas, mais exames, desta vez Física e química e Geografia, e surge, ainda, uma nova polémica referente ao Português e a uma eventual fuga de informação sobre os conteúdos deste. A gravação do whatsApp na origem desta situação pode ser ouvida aqui. Polémicas à parte, os alunos não podem ser prejudicados e creio que não há forma de provar quais os eventuais alunos beneficiados por esta situação.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Exames, uma vez mais

Poucos dias após o Ministro da Educação ter afirmado que "Os exames não são a finalidade das aprendizagens", algo que, na verdade, deve ser tido em conta ao longo do ano letivo, em que tantas vezes se trabalha para o programa-metas e exame, recomeça uma nova ronda de exames.
Menos "nova" para os professores que já conhecem os processos (e vícios) do sistema; nova, claro está, para cada aluno que, por muito que tenha treinado em aula, nunca é a mesma coisa o que pensa e sente numa simulação de exame em casa ou aula, relativamente ao que sente no dia D, o dia do Exame. (Malgrado a analogia, é como nos concursos televisivos, em que os concorrentes afirmam que, no sofá, em casa, as perguntas parecem sempre mais fáceis.)
A nova ronda começou com o exame nacional de Português do 12.º ano, logo pela manhã, num dia ensombrado pela tragédia de Pedrogão Grande. E prosseguiu com Filosofia, no calor crescente da tarde.
Concordando com a opinião geral de alunos e professores sobre o exame de Português relativamente ao adequado grau de dificuldade do mesmo, destacaria quatro ideias.
Em primeiro lugar, o belíssimo poema de Alberto Caeiro escolhido não precisaria, a meu ver, de ter como fonte a edição de FCM e R. Zenith, considerando que nesta a palavra "constrói" surge como "construi" (ver transcrição infra). Tratando-se de uma variação percetível, sobretudo se considerarmos a nota que acompanha o poema (ainda que sem numeração ou asterisco no texto!), creio que no dia de um exame se devem evitar estes preciosismos formais que, obviamente num curso de literatura fariam sentido, mas que, numa disciplina de natureza geral e obrigatória, a meu ver, se não justificam.

Em segundo lugar, creio que o grupo III, referente à produção de um texto argumentativo, o tema proposto, as memórias, permite recuperar uma temática programática do 10.º ano, assim, subtilmente e de forma harmoniosa e articulada, aferindo a capacidade de reflexão sobre este tipo de textos de natureza autobiográfica.

Em terceiro lugar, o apelidado grupo da gramática (em que também se avalia a interpretação) partiu de um texto sobre a ciência enquanto forma de conhecimento e desenhando-se neste uma aproximação entre as artes e a ciência pura e dura. Feliz escolha, senti eu ao ler o texto. Eu, que tive turmas de ciências o ano inteiro e que tantas vezes procurei mostrar aos meus alunos como as inquietações dos cientistas e dos artistas são, na verdade, muitas vezes as mesmas. (Alguns terão pensado: podia ter sido a minha professora a escolher este texto. E é verdade que podia!)

Por último, e nostalgicamente, foi bom reencontrar Virgílio Ferreira num exame, ainda que a propósito do texto autobiográfico.

Em síntese, o exame apresentou textos inquestionavelmente pertinentes, adequados ao nível de avaliação em questão e em harmonia com o programa.

Assim começou uma nova ronda de exames.

Votos de sucesso para os alunos.

Entretanto, aqui fica o link do IAVE, onde, sobre o calendário e respetivos dias podem encontrar as provas e as suas soluções, e o poema de Caeiro, para os mais curiosos.

XXXVI

E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!...

Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem construi (constrói) um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...

[...]

domingo, 18 de junho de 2017

domingo, 11 de setembro de 2016

Colocações 2016

Consulte aqui os números deste ano:
vagas e médias das colocações 2016.


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

PREPARAR O REGRESSO À ESCOLA

É tempo de forrar livros, afiar lápis, colar etiquetas.
É ainda tempo de lembrar que a escola é um local mágico, de crescimento e de descoberta.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Sobre o buzinão no Marquês e o devolver a cidade aos lisboetas

Gosto da ideia de um Eixo Central cheio de árvores, como de uma Segunda Circular cheia de pássaros. Gosto da ideia das esplanadas, das bicicletas, dos transeuntes a caminharem e a viverem a sua cidade.
Já quase se tornou um hábito, quando não chove, sair de casa, apanhar a Duque d'Ávila, ir ao mercado biológico ou ao corte inglès pela ciclovia, que a calçada dá-me cabo dos pés, para fazer umas compras pequenas. Portanto, também me imagino a fazer outros percursos a pé. Mas isso sou eu que vivo no centro da cidade. E os outros? Vêm a pé de Telheiras ou de Alcântara? E os que não moram em Lisboa (diz que são cada vez menos por culpa do preço das rendas) vêm a pé de Sintra, do Montijo (vêm a nado), de Cascais ou de Vila Franca de Xira?
O objectivo é que deixemos os carros e o nosso conforto à porta de casa e usemos os transportes públicos. Por isso, antes ainda das obras, deveriam invistir em bons transportes públicos, com muitos horários, motoristas sorridentes e passes baratos – sim porque os transportes são caros e contas feitas, por vezes, vale mais andar de carro do que com o cotovelo de alguém espetado nas nossas costas e o nariz debaixo do sovaco do vizinho.
E, já agora, para quando o regresso dos passes com desconto para os estudantes? Tenho lá dois em casa... Por caridade, tenham a bondade de me auxiliar...
BW

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Contratos de associação: uma discussão familiar

"Eu acho que o Governo tem razão...", diz-me ela, do alto dos seus 16 anos. "Não se pode estar a dar dinheiro aos privados se as escolas públicas estão tão mal...", justifica, depois de ouvir as notícias sobre os contratos de associação na rádio.
"Não é bem assim, uma coisa não tem a ver com a outra", digo, sentada ao volante.
"Não! Desculpa lá, mas desta vez não tens razão. Se o investimento for feito nas escolas públicas, não se despedem os professores, as salas podem ter melhores condições, até pode haver manuais gratuitos... Tu não queres que toda a gente tenha as mesmas condições que nós tivemos? Mas nem todos podem ir para os colégios, não é? Então as escolas públicas têm de ter as mesmas condições!", argumenta ele, contrariado por ser o mais velho e ir no banco de trás.
Ela, à frente, corrobora: "O mano tem razão..."
"Sim, vocês têm razão, mas os pais querem que os seus filhos frequentem estas escolas..."
"Se querem têm de pagá-las!", diz ele, peremptório.
"Não necessariamente. Se o Estado lhes possibilitou até agora poder ter lá os filhos por que razão não podem continuar no ciclo seguinte? Se os pais querem é porque sabem que aquelas escolas oferecem outras condições que a escola pública ao lado de casa não oferece. Muitos destes pais não são ricos", digo.
"Exacto! Então o Estado tem de investir nas escola pública para oferecer as mesmas condições a todos!", aponta ele.
"Ou... o Estado pode ter a coragem de concluir que essa escola pública não é boa e fechá-la. Por que não se pode fechar uma escola pública?", pergunto-lhes.
"Porque o ensino deve ser público e gratuito", responde ele.
"Sim, mas é gratuito para estas famílias e estas escolas estão a oferecer um serviço público", continuo.
"Está mal!", reage. Ela vai acenando e concordando com o irmão. "Se querem que os filhos fiquem nos colégios, têm de pagar. Vocês também pagaram..."
"Vocês até podem ter razão, mas falta-vos porem-se nos sapatinhos dos outros. Serem solidários com os pais e com os alunos que não podem continuar nessas escolas; com os professores e funcionários que podem ser despedidos...", começo a dizer, tentanto um outro ângulo.
"E nos sapatinhos dos professores do ensino público que foram despedidos?", contrapõe ele.
"Também", concordo. "Mas os professores do público têm mais direitos do que os do privado? Por acaso até têm... Nada é assim tão simples", ainda tento.
"Então estamos conversados, mãe, desta vez não tens razão."
"Mas gostamos de ti à mesma", brinca ela, fazendo-me uma festa na mão.
"Eu não!", diz ele.
Espreito pelo retrovisor e ele pisca-me o olho.
BW

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Contratos de associação: sim ou não?

Nota histórica: os contratos de associação nasceram numa altura em que a rede das escolas públicas não chegava a todo o lado. Assim, o Estado contratualizou com escolas privadas que existiam nas regiões, pagando-lhes para receber todos os alunos. Portanto, estes não pagam mensalidades porque é o Estado que as paga, como se de uma escola pública se tratasse.
Com o passar do tempo, o Estado construiu escolas, em algumas regiões duplicou a oferta, uma vez que esta já existia. A isto devemos chamar "má gestão". Mas não é assim que a esquerda interpreta – tudo, mais cedo ou mais tarde, cai na ideologia. A isso a esquerda chama "oferta pública". Como se o que as escolas privadas fazem não fosse escrutinado pela Inspecção-Geral da Educação, como se não tivessem de dar as mesmas matérias que as públicas, como se os seus alunos não tivessem de fazer os mesmos exames.
Mas a história não fica por aqui e, paralelamente à construção de escolas públicas, o mesmo Estado – é preciso ver que este nem sempre é o mesmo porque umas vezes é o PS que o gere, outras é o PSD/CDS – autorizou mais contratos de associação em colégios ao lado de escolas públicas e mais: permitiu que novas privadas conseguissem estes mesmos contratos. Má gestão, repito.

Depois de viverem dias calmos com Nuno Crato, as escolas privadas com contratos de associação estão em alvoroço com a possibilidade de perderem os contratos, logo, o financiamento.
Há contratos que são vergonhosos, os do centro da cidade de Coimbra, com escolas públicas ao lado! O das Caldas da Rainha onde a escola pública já existente ficou às moscas desde que a privada abriu, recentemente.
Mas aqui é que está o ponto: por que está a escola pública às moscas?
E devia ser sobre isso que as públicas que querem os alunos das dos contratos de associação deviam reflectir, em vez de acharem que têm o direito porque o "ensino é público". Repito: porque está a escola pública às moscas?
Outros pontos sobre os quais podem reflectir:
O que faz a escola pública para bem receber os alunos?
O que lhes oferecer em termos de actividades extra-curriculares?
Tem um corpo docente estável e disponível para tudo?
Tem recursos físicos e humanos para que os alunos fiquem até mais tarde?
Como é a sua relação com os pais? Ouve-os, trata-os bem?
Tem transporte?

Há escolas com contratos de associação más? Há, basta olhar para os rankings e elas lá estão. Há escolas com contratos de associação que escolhem os alunos? Sim, como há públicas que o fazem, mesmo que jurem a pés juntos que não. Há escolas com contratos de associação que exploram os seus professores? Há, têm sido denunciadas pelos sindicatos.
Mas também há escolas com contratos de associação que recebem os alunos que as públicas não querem ou os que as públicas desistiram.
Um amigo do meu filho esteve numa escola com contrato de associação com uma equipa de atletismo fortíssima – ah, pois, os privados podem ter essas coisas, dirão já os invejosos. Mas os públicos não têm porquê? Porque não querem, não é por falta de condições visto que todas as escolas têm pavilhão desportivo e departamento de educação fisica.
Voltando ao amigo do meu filho. É um rapaz de uma família pobre de uma ex-colónia, de um bairro complicado, que noutra escola teria poucas possibilidades porque estaria, à partida, condenado ao insucesso. Nesta escola com contrato de associação foi integrado, a escola percebeu que o miúdo tinha jeito para o desporto, pô-lo a praticar uma modalidade que pode levá-lo longe, e, entretanto, entrou na universidade, com bolsa, conseguida com a ajuda da escola que preparou todo o processo – ah, mas as privadas têm condições que as públicas não têm, onde é que numa pública podemos ajudar os meninos a ter bolsas... Mas não existe um gabinete de acção social?
Portanto, se este miúdo não tivesse sido verdadeiramente integrado, não lhe fosse traçado um projecto de vida, provavelmente poderia fazer parte daquele grupo de 30 que queria, à força toda, comer às sete da manhã no Palácio dos Kebabs, em Santos, em Lisboa, e como não lhe foi feita a vontade destruiu e roubou.
Esses rapazes, possivelmente com o mesmo background que este miúdo, não andaram na escola? O que é que a escola fez por eles, já que as famílias nada fizeram?

Mas todas as escolas com contratos de associação são bons exemplos de integração? Claro que não! E todas as públicas são um mau exemplo? Também não. O que quero dizer é que se a escola cumprir o seu papel – se em vez de os directores estarem preocupados em agradar ao seu corpo docente, se preocuparem com os alunos e as famílias –, certamente que os pais vão querer que os filhos fiquem na pública ao lado de casa, em vez de meterem os miúdos nos autocarros para irem para a privada com contrato de associação que fica a 25 km de distância.

O desafio é deixar as leis do mercado funcionarem! Mais: se eu fosse o Ministério da Educação, em vez de apregoar que os contratos são para acabar, para gáudio da Fenprof, do PCP e do BE, punha a IGE no terreno, a reflectir com as públicas que estão às moscas e com as privadas que têm maus resultados. Porque se a rede inclui públicas e privadas, por que hão-de ser as privadas a fechar as suas turmas, só para que se mantenha o peso da máquina do Estado? Enquanto este for conivente com as suas clientelas não lhes exigindo nada em troca, a escola não muda e, por consequência, a sociedade tende a piorar.
BW

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Ver televisão em família

Em casa só há uma televisão, está na sala. Não há televisão à refeição, comemos na cozinha. É preciso negociar o que se quer ver e, às vezes, até há discussões.
Há dias, para meu espanto, ela explicava um termo desportivo e lamentou-se: sabia-o por ver tantas vezes os programas da Eurosport quando o irmão não a deixa assistir aos que ela gosta. Depois ele chega à sala e resmunga porque ela está sempre a ver as mesmas sitcoms – "mas eu também vi o campeonato europeu de atletismo..." – e ele lá se senta e vê-as.

Eu faço o mesmo, sento-me e vejo. Vi as séries de desenhos animados quando eles eram pequenos, vejo as sitcoms e as séries mais teen, voltamos a rever os filmes que vimos no cinema, e, a pouco e pouco, eles vêem as séries e os filmes que eu e o pai gostamos. Nós mantemo-nos actualizados e sabemos do que gostam os miúdos da idade deles, eles ganham "cultura geral" a assistir aos clássicos do cinema.

Agora, estamos a ver a "Aldeia Francesa", na RTP2, depois do telejornal. E, de repente, a Segunda Guerra é mais do que o Hitler e os campos de concentração que já conhecem de outras séries, filmes e livros – primeiro O rapaz do pijama às riscas, depois Se isto é um homem –, é a ocupação, a Resistência, o comunismo, o racionamento, a corrupção, as mulheres de classe alta aborrecidas com as suas pequenas vidas, as relações proibidas, as crianças e a escola... E é o partilhar histórias de família, daquela que não viveu a ocupação (a portuguesa, mas sofreu com a guerra) e a que viveu (a chinesa, por parte dos japoneses, os bombardeamentos, a fuga, etc).

Se tivessemos várias televisões teríamos menos momentos de partilha, de negociação e de comunicação. Atenção, mas a harmonia nem sempre existe! Às vezes não há consenso, o aparelho desliga-se e cada um vai para o seu canto, fazer coisas mais úteis à sociedade!
BW

segunda-feira, 11 de abril de 2016

A escola pode contribuir para o bullying?

A pergunta é feita por um aluno da secundária de Miraflores, onde estive na sexta-feira a falar sobre bullying. "A escola pode contribuir para o bullying?"
É uma pergunta muita curiosa porque sabemos que o bullying se passa dentro da escola, mas até que ponto esta pode contribuir? Sim, começo por dizer e dou logo um exemplo: quando um aluno que não compreende se porta mal e é mandado para o fundo da sala, e fica lá a matutar não na sua incapacidade, mas na capacidade do outro que está na primeira fila, aquele com que ele vai implicar quando estiver forem para o recreio, aí a escola está a contribuir.
Mas o facto de terem deixado de existir as áreas não curriculares, nomeadamente a Educação para a Cidadania, não contribui também para o bullying?, insiste o jovem.
Sem dúvida, respondo, ao mesmo tempo que penso "que inteligente!" e não resisto a elogiá-lo num elogio generalizado às quatro turmas que me ouvem (três de 10.º e uma de 12.º): Vocês são miúdos privilegiados, de certeza que receberam educação em casa, informação, cultura, sabem estar numa sala de aula; mas há muitos que não sabem, há muitos que não chegam à escola com as mesmas ferramentas. E a Educação para a Cidadania, o Estudo Acompanhado e a Área Projecto foram pensadas sobretudo para esses, para os ajudar a chegar ao mesmo patamar em que vocês se encontram. Porque não basta ensinar, é preciso educar. Sim, a Educação para a Cidadania poderia ajudar a combater o bullying.

sábado, 2 de abril de 2016

A mitologia grega em Harry Potter



Para que se saiba, sou fã do Harry Potter. Dos livros e dos filmes. Divirto-me em mundos paralelos, com personagens fantásticas e felizes. No entanto, agora, ao revermos em família os vários filmes, esquecida do encanto e surpresas iniciais, constato que muitas das fórmulas de outros filmes e autores se repetem: a célebre luta entre o bem e o mal, tantas vezes recuperada (porque faz parte da essência do ser humano, claro!); as personagens que se assemelham a outras nossas conhecidas, por exemplo, ao Senhor dos Anéis (Prof. Dumbledore e Dobby); o ambiente universitário tipicamente britânico (não esqueçamos que as Universidades de Oxford foram cenário em várias cenas dos filmes) e, era a este ponto que pretendia chegar, a Grécia. Sim, Grécia Antiga! Ora vejam se tenho ou não razão e se a mitologia grega não exerceu forte influência sobre J. K. Rowling.

1. "Half-blooded" ou, em português, os "sangues de lama". Para os menos familiarizados com a linguagem potteriana, esta trata-se da designação atribuída aos filhos de um mágico/bruxo com um simples mortal. Ora, também os deuses gregos tiveram filhos com os mortais humanos! Os semi-deuses.

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2. Fluffy, o cão de três cabeças que guarda a pedra filosofal. Esta criatura é claramente uma recriação de Cérebros, o cão tricéfalo de Hades.




3. Centauro: a criatura meio homem/meio cavalo que surge no primeiro livro/filme e ajuda Harry Potter. Uma personagem fantástica dos gregos, claro.

4.  Fawkes, a fénix do Dumbledore e criatura que dá nome a um dos volumes da saga. Além disso, é uma mesma fénix que une Harry Potter e Voldemort, dado que a sua penugem faz parte das suas duas varinhas mágicas.
 
Estas constatações não retiram o mérito à autora e saga, todavia, creio, provam que as mais mágicas das criaturas foram criadas muito antes de J. K. Rowling.  Pelos gregos, claro!