terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem manda lá em casa? III


Descomplicar, simplificar, olharmos para os nossos filhos e nada de transmitirmos stress desnecessário, recomenda Patrícia Bandeira, educadora de infância no Externato da Torre.
Um casal mostra-se preocupado com uma criança de 14 meses, um "piratinha"; outro preocupa-se com uma menina de dois anos e meio, que é "terrível". Se os apelidarmos é meio caminho andado para que se transformem naquilo que lhes chamamos, alerta Helena Águeda Marujo.
Helena Águeda Marujo e Paulo Oom concordam em muitas coisas mas há uma que me chama a atenção: Provavelmente nunca houve geração de pais tão preocupados com a educação dos filhos como os actuais. Provavelmente muitos dos "problemas" que os miúdos têm devem-se à atenção e à pressão que exercemos sobre eles. Muitas vezes, na busca da solução, acabamos por arranjar mais problemas, alertam.
Porque é que os pais não vão jantar fora, à luz das velas, sugere Patrícia Bandeira. Porque a vida do casal é importante para a estabilidade dos filhos.
BW
PS: Doug Savage, o cartoonista das galinhas, foi dado a conhecer por Helena Águeda Marujo. Obrigada.

Quem manda lá em casa? III

Que pais queremos ser?, pergunta a psicóloga e professora Helena Águeda Marujo, no mesmo encontro promovido pela PAIS & Filhos.

Que valores e que emoções é que mandam na nossa casa?

Onde é que pomos a nossa atenção? Há vida além dos filhos? E o casal?

Qual o sentido da nossa existência? Que valor tem a parentalidade nesse sentido dado à existência?

Que histórias ou estórias podem influenciar o nosso modo de educar, de estar na vida, de estar com os outros? Até que ponto não reproduzimos histórias passadas?

Quem muda? Quem aprende? Os adultos podem aprender? Os adultos podem transformar-se? "A nossa capacidade de aprender é estimulada pela parentalidade", começa por dizer Helena Águeda Marujo, como que a responder antecipadamente a todas as perguntas que coloca.

BW

Quem manda lá em casa? II

Somos de certeza nós! Por mais medo, mais inseguranças, mais stress, mais dúvidas que tenhamos, temos que ser nós!
A ideia de reunir a educadora Patrícia Bandeira, a psicóloga Helena Águeda Marujo e o pediatra Paulo Oom foi da PAIS & Filhos, a revista que ajuda muitos de nós a ser educadores mais atentos. Foram três horas de perguntas e respostas.
Não há fórmulas mágicas, diz Paulo Oom, mas há pistas que os pais podem seguir. Por exemplo, criar um bom ambiente em casa, com "pais e filhos que se divertem, a tarefa de educar é mais fácil", defende.
Há que escolher bem as batalhas, ou seja, há coisas graves em que devemos claramente intervir; há outras que nem por isso e não devemos dar a importância que por vezes damos (como os amuos). Educar dá trabalho, é preciso muita paciência, conhecer os nossos próprios limites e "saber sair de cena".
A ideia de "sair de cena" é inovadora para mim e vou experimentá-la, diz que é melhor do que começar aos gritos. No fundo, é respirar, ser sincera e dizer: "Agora, estou irritada, já falamos". Na verdade é aquele "contar até dez" que muitos tentam fazer (ou fazem mesmo, eu sou das que tentam e só chegam ao três porque ao quatro já estou a falar uns decibéis acima da norma). Quando era pequena, o meu pai dizia que eu devia ter um botão no boca e pô-lo e tirá-lo três vezes antes de dizer fosse o que fosse... Parece que continua a ser uma mensagem válida!
BW

II Encontro Internacional do Português - Novos Desafios no Ensino do Português

3 e 4 de Dezembro de 2010

Departamento de Línguas e Literaturas
Escola Superior de Educação
Instituto Politécnico de Santarém

Numa altura em que se reconhece a necessidade de melhorar os níveis de desempenho e de literacia dos alunos de Português, especialistas da língua portuguesa e professores dos diversos níveis de ensino têm procurado articular esforços no sentido de reflectir sobre os desafios que se têm vindo a colocar ao seu campo disciplinar.

O II Encontro Internacional do Português pretende, nesta linha, constituir-se como um espaço privilegiado de encontro e diálogo, que proporcione a partilha de experiências e a reflexão sobre os desafios que actualmente se colocam à acção dos profissionais ligados ao Português e seu ensino, em Portugal e além fronteiras.

Os eixos temáticos do Encontro são, por isso:
- Acordo Ortográfico
- Novos Programas de Português e Metas de Aprendizagem
- Terminologia Linguística
- Português Língua não Materna
- Metodologias para o Desenvolvimento de Competências em Língua e em Literatura


PROGRAMA PROVISÓRIO e FICHA DE INSCRIÇÃO
Disponíveis em aqui

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Antes das compras de Natal

Aproxima-se o Natal.
Fazem-se listas dos possíveis brindados com prendas.

Ideias, pedidos, oportunidades começam a preencher os espaços em branco.

Mas antes de avançarmos para as compras, sugiro:

- Compre o que é nacional. É uma frase feita, um chavão, mas faz sentido, sobretudo em época de crise. Dos doces aos enchidos; dos autores, música até roupa, há de tudo e a todos os preços!

- Escolha prendas ecológicas (poucas pilhas, plásticos; quem sabe uma ecobola para a sogra e um compostor para o sogro!)

- Privilegie brinquedos que valorizam as aprendizagens, as relações entre pares. Não precisam de ser grandes nem electrónicos!

- Compre livros. Em formato de livro de bolso, edições especiais ou económicas. De preferência de autores portugueses (para os adultos, por exemplo, José Luís Peixoto, Saramago, Eça de Queirós; para as crianças, por exemplo, Ana Maria Magalhães, Alice Vieira, António Torrado, David Machado, entre tantos outros).

- Ofereça presentes solidários, por exemplo, àquela tia a quem já não sabe o que oferecer! Espreite aqui algumas sugestões. Para os que têm dúvidas quanto a estes projectos e seriedade dos mesmos, posso dizer que nos últimos dois anos comprei um telhado de zinco, uma cabra e um kit escola para oferecer e tudo correu bem e foi entregue a tempo e horas.

-Use a imaginação e o coração com prendas personalizadas e económicas, feitas em casa: desenhe ou use fotografias em molduras feitas de tecido. Recicle e faça enfeites para a árvore de Natal, ganchos para o cabelo das meninas, porta-chaves para os rapazes. Escreva ou compile poemas, ofereça livros/cadernos personalizados. Envolva os mais pequenos, faça o Natal em família a baixos custos!

Ana Soares

sábado, 27 de novembro de 2010

Sobre o "Livro"

Do facebook oficial de José Luís Peixoto, para perceber melhor o "Livro":
Sandra Cunha Adorei o romance, mas a 2ª parte foi a que me mais que cativou. Acho que faz renascer o objecto que seguramos nas mãos e, a mim, fez-me sorrir e falar com o Livro.
José Luís Peixoto (oficial) sandra, fico tão feliz que tenha feito essa leitura da segunda parte do romance. a ideia era mesmo essa: fazer renascer o livro nas suas mãos... não podia ter encontrado palavras mais certas para descrever a minha intenção ao escrevê-la. MUITO OBRIGADO.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A verdadeira história do Capuchinho Vermelho

E se, afinal, o lobo não fosse o mau da fita?

"É oficial: o Capuchinho Vermelho foi destronado do lugar de top. Um estudo de opinião demonstrou que tu achas que o Lobo é o mais simpático da Floresta"

Não tenho nada contra os contos tradicionais (apesar de, em alguns casos, gostar mais de outras histórias e livros). Acho que as crianças não ficam traumatizadas com elas e que as mesmas fazem parte de uma tradição e legado que temos de lhes passar. Mas esta versão da história do Capuchinho Vermelho (que também não é politicamente correcta) é uma boa forma de olhar de outro ponto de vista para a mesma história. Os mais pequenos adoram a história: tem pequenos pop-ups, traz duas cartas que podem sair do envelope para se ler e surpreende página a página. Os adultos divertem-se pela originalidade da história e pelo humor.

Ana Soares

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Em véspera de dia de greve...


Filha, neta e bisneta de gente empreededora, não bebi no leite materno conceitos como greve, manifestação, protesto, contestação... Mas amanhã é dia de greve.

Desculpem a falta de solidariedade, mas não estou especialmente preocupada com os cortes na função pública, embora esses venham afectar o consumo e a economia; e, a longo prazo, vão prejudicar o bom funcionamento de áreas como a educação ou a saúde.

Esta é uma greve só para funcionários públicos? Não. É uma greve para todos os que estão descontentes com o rumo do país, com os pedidos constantes de sacrifícios e a má gestão dos bens públicos. É uma greve para aderir por todos os que são contra os cortes no IRS e no abono de família, contra os aumentos do IVA. E estes afectam todos.

Mas mais do que uma greve, que pára o país - e este não está em condições de parar -, o ideal era os sindicatos terem agendado uma manifestação. Todos, em todo o país, na rua às "x" horas, durante uma hora, em silêncio. Nada de "a luta continua", nem "Sócrates para a rua", nada de palavras de ordem. O silêncio. Depois, cada um voltava para o seu local de trabalho e prosseguia a sua jornada. Para mostrar um povo preocupado, mas comprometido. Se eu mandasse na UGT ou na CGTP era assim que eu faria!

BW

Sair da crise? Mas como?

Vox populi

Uma surpresa chamada Bento XVI

Não tem o ar mais simpático do mundo. Na verdade, não é fotogénico porque ao vivo parece um velhinho amoroso. Quando foi escolhido, não se augurava nada de bom: já idoso, um intelectual e alemão. Suceder a João Paulo II não era fácil. O anterior Papa era uma verdadeira pop-star, sabia usar os media como ninguém.
Mas Bento XVI tem sido uma surpresa! Um homem atento ao mundo em que vive. Desde sábado que Bento XVI vem surpreendendo o mundo. Primeiro as declarações que surgem no livro Luz do Mundo sobre o uso do preservativo, com as devidas salvaguardas para a importância de vivermos com dignidade a nossa sexualidade. Bento XVI diz claramente que o preservativo não é "uma solução verdadeira e moral", mas que em casos concretos possa ser utilizado, "pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana". Estas declarações custam a alguns que parecem mais papistas do que o Papa.
No mesmo livro, Bento XVI admite resignar se ficar incapacitado. Mais uma porta que se abre.
BW

Mas a poesia é noite escura

Lembrei-me deste poema quando analisei com os meus alunos uma crónica de Ricardo Pereira Araújo, na revista Visão, acerca de uma entrevista deste a Adília Lopes. Se tiverem coragem, leiam os dois textos. Caso contrário, fiquem , pelo menos, com o poema desta original poetisa portuguesa.
Ana Soares

Degrau a degrau
verso a verso

o poema
a escada

***

No metro
cruzam-se as pessoas
como cartas de jogar
postas sobre a mesa

***

Dia
sem poesia
não é dia
é noite escura

Mas a poesia
é noite escura

***

Mesmo
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito

Adília Lopes in Caderno, & Etc, 2007

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sou só eu que não acho graça?

De manhã ouço alguém dizer: "A segunda circular está limpa e tudo por causa de um preto!". Gargalhada geral. No Facebook, uma amiga escreve: "O Obama já chegou e vai ficar em casa de um primo na Damaia", a última vez que vi, os comentários iam nos 20 e todos no mesmo sentido: "Na Damaia não, na Buraca!", "...na Cova da Moura", "Ouvi dizer que vão fazer fubá numa fogueira lá na "praceta"..." e continuam.
E agora, quem não achou graça, pergunta: quem são estes amigos? O Zé Manel Taxista? Não! É gente de classe alta, formada, bem posicionada e que olha para o Presidente dos EUA como o preto da Buraca. Ah! Não são comentários racistas, são só políticos, gostam mais dos republicanos... Fui eu que não percebi.
Graça tem este comentário que me mandaram a meio da manhã: "À chegada de Obama, milhares de funcionários públicos de Lisboa, agraciados com a tolerância de ponto, gritaram: "Yes, weekend!"
BW

Quem manda lá em casa? I

A Pais & Filhos em parceria com a clínica Gerações organizou um debate utilissimo!
"Quem manda lá em casa?"
Autoridade e Disciplina vão ser os pontos de partida para a psicóloga Helena Marujo, conhecida por desenvolver a Psicologia para o Optimismo; o pediatra Paulo Oom; e a educadora de infância Patrícia Bandeira.
Vai ser na sala 1 do cinema S. Jorge, em Lisboa, terça-feira dia 30, às 18h00. Não é pago, mas é preciso fazer reserva para: 214 154 584 ou paisefilhos@motorpress.pt .

Um país parado por causa da cimeira

Diz quem vem daqueles lados que o IC19 está completamente vazio. Há muito funcionário público a dormir na Amadora, Cacém, Agualva, Queluz e terras adjacentes! Não tenho dúvidas que em termos de política internacional é bom ter o nome de Portugal presente, como no Tratado de Lisboa ou agora com a Cimeira da Nato.
Portugal descobriu uma vocação, uma qualidade: a de bem receber. Somos os vencedores dos concursos de catering no Mundo! Somos bons anfitriões, sabemos receber bem, temos uma culinária espectacular e se o dia estivesse bonito, tudo seria perfeito!
O que pergunto é se nas contas de merceeiro entre o deve e o haver, se esta vocação compensa. Compensa dar tolerância de ponto a um país que pouco produz? Compensa ter empresas privadas na área onde a cimeira acontece fechadas ou a meio gás por questões de segurança dos políticos? Compensa ter os funcionários dentro do centro comercial Vasco da Gama, nas lojas e restaurantes circundantes, e não ter consumidores? Quanto custa a cimeira a um país endividado? Valerá mesmo a pena? Espero sinceramente que sim.
BW
PS: Suspeito que hoje estará mais gente "de cimeira", que dia 24 "de greve".

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fim das reduções?

Sugiro a leitura do post de Aventar que refere, na sequência de uma reunião entre o Ministério da Educação e Directores de Agrupamentos, algumas possíveis mudanças na carreira docente, por exemplo, o fim das reduções por  funções/cargos, incluindo o de direcção de turma.

22 horas reais e, além disso, os cargos! Fico sem palavras. Se com redução, este trabalho, feito de forma séria, já exige que se dê, por vezes, do tempo da família, do tempo do lazer e do descanso (sim, porque os professores são humanos e também precisam destas coisas para terem "o copo cheio" e poderem ir felizes para a escola) ... se tais reduções terminarem, não sei. Daremos todos em loucos!
Ana Soares

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mês de Saramago

A celebrar o nascimento de Saramago, que podemos lembrar aqui nas palavras do próprio, algumas iniciativas, das quais destaco o filme já em exibição, Pilar e José. É ainda possível ler aqui uma entrevista a Pilar sobre este tema.
Ana Soares


Ana Soares

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Este país é só para velhos?

Por ano há 75 mil portugueses que saem do país. São pessoas em idade activa e em idade fértil. Onde é que vão trabalhar e ter filhos? Nos países que lhes abrem as portas, nos países onde o seu trabalho é valorizado, nos países onde podem ter os filhos e têm apoio para os ter.
Porque é que não se apostam em políticas sérias de natalidade? Em políticas sérias de educação? Em políticas sérias de apoio aos pais trabalhadores? Em vez disso, cortam o abono de família, cortam os ordenados, cortam os apoios à educação. Quem é que vai continuar a pagar as pensões?
BW

À espera do Novo Acordo Ortográfico

Continuamos a fazer a colecção (coleção) do Expresso + Novos (Portugal: Dez séculos, dez histórias) de que já vos falei aqui. Depois de ler o livro e ver as ilustrações ao longo do fim-de-semana (fim de semana), fazemos revisões da matéria dada, ao ritmo de um século por cada cinco diaas úteis, no carro, ora ouvindo a Bárbara Guimarães, ora cantando as músicas do Gonçalo Pratas e da Inês Pupo, isto de segunda-feira a sexta-feira.
Mas hoje falo-vos desta colecção (coleção), pois reparei numa nota curiosa que os livros trazem:


"Esta colecção foi desenvolvida em 2010 sem o novo acordo ortográfico, pelo facto de o mesmo não estar ainda implementado nas escolas."

Excepto (exceto) a comunicação social, é verdade que o resto do mundo parece estar à espera que os manuais escolares e a escola adoptem (adotem) o novo acordo. Num país onde uma lei pode rapidamente deixar de o ser, se calhar até se compreende esta atitude de prudência. Ora afinal, quando a escola adoptar (adotar) o novo acordo isso será sinal que o novo acordo irá mesmo avançar! Se é para vir, que venham pois os manuais, calendarização e orientações do ME relativamente a esta questão!
Ana Soares
PS - este texto foi escrito de acordo com a nova ortografia, mas, depois de o reler, resolvi reescrevê-lo e deixar as novidades assinaladas entre parentesis. Vou esperar que a escola introduza as novidades!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cavaco e o ensino privado

Confesso que estive desatenta à actualidade de domingo. Era domingo, dia de descanso!
Por isso, esta manhã fui surpreendida com as declarações de Cavaco Silva, durante a inauguração de um colégio que começou a funcionar este ano lectivo, o Pedro Arrupe, no Parque das Nações, um projecto do grupo de construção civil Alves Ribeiro e dos jesuitas.
O Presidente da República diz: a missão de educar "deve contar com as instituições privadas".
"Não podemos prescindir, bem pelo contrário, da competição que estabelecem entre si e com o sector público. Deve haver multiplicação e diversificação na escolha e nas oportunidades, sem o que é a própria liberdade de ensinar e aprender que fica comprometida."
Cavaco Silva pede mais ensino privado: "Diversidade, competitividade e capacidade de livre escolha implicam que se alargue e multiplique a oferta e se deixe que cada um se afirme na sua capacidade de ter êxito".
O Presidente critica ainda a actuação do Ministério da Educação: "Espera[-se] e exige[-se] que a acção política, no seu relacionamento com a sociedade civil, assente na transparência e na abertura ao diálogo. Perante as dificuldades e incertezas que o País atravessa, essa actuação tem que pautar-se, mais do que nunca, por critérios de previsibilidade e estabilidade".
Cavaco Silva deixou o ensino particular e cooperativo satisfeito. Estará em pré-campanha?
BW

A minha vida num livro - manual de escrita

Pedro Sena-Lino, formador de Escrita Criativa, é o autor deste guia informal que inicia o leitor comum na escrita da autobiografia. A minha vida num livro é publicado pela Porto Editora a 17 de Novembro.

Há quem tenha a intenção de escrever sobre a própria vida, mas não sabe por onde começar, como continuar ou sequer se vale a pena. Com este livro, Pedro Sena-Lino guia o leitor por um caminho de escrita que o leva a transformar as experiências mais loucas, tristes e maravilhosas num registo de qualidade e significado… a preservar.
A sessão de lançamento acontece a 17 de Novembro, em Lisboa, na Livraria Bertrand do Chiado, às 18:30, com um debate em torno da memória, que vai contar com a participação da professora universitária Paula Morão, do especialista em património Fernando Mascarenhas e do neurologista Miguel Viana Baptista.
No Porto, a 29 de Novembro, um debate semelhante ocorre, também às 18:30, na FNAC de Santa Catarina, com as participações da neurologista Belina Nunes e da professora universitária Rosa Maria Martelo.

Cantar Juntos com a A-Par

o lançamento do livro com CD "Cantar Juntos 2" terá lugar no dia 16 de Novembro, às 18h30, na Sala 1 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A pensar nos pais e nos filhos pequenos!
A associação A-PAR "ensina" os pais a interagir, a ajudar a crescer os seus filhos, desde a mais tenra idade. O seu trabalho pode ser conhecido aqui!
Tal como muitas associações, também a A-PAR precisa de ajuda.
BW

domingo, 14 de novembro de 2010

Revisitar a infância - Egas e Becas numa noite de trovoada

Memórias a propósito do mau tempo que se fez sentir este fim-de-semana e na noite passada, em particular (muito útil, na verdade, para nos fazer ficar em casa a corrigir testes!).

Ana Soares

Parece bom!

É a história verídica de uns monges cistercenses de Thibirine, na Argélia, que, em 1996, terão sido mortos por fundamentalistas argelinos. Existe uma controvérsia se não foram mortos pelo próprio exército do país, numa tentativa de os salvar...
Bom domingo!
BW

sábado, 13 de novembro de 2010

Não às portagens, muito menos às automáticas!

É uma questão de educação cívica: Não tenho Via Verde e evito as novas portagens automáticas, em que uma simpática máquina fala comigo. A primeira vez que aconteceu, há umas semanas, rimo-nos imenso porque todos falámos com a máquina e desejámos-lhe uma "boa tarde", enquanto ela repetia: "retire o cartão".
À segunda, já não caímos e lá fomos para a cabine onde havia uma pessoa. É um facto que no banco de trás, eles preferiam que tivessemos Via Verde, em vez de ficarmos numa fila de "totós", à espera de sermos atendidos. "E porque é que não vamos falar com a máquina?", perguntam impacientes. Porque estamos ali para que o trabalho daquela pessoa continue a fazer sentido, para que não seja substituida por uma máquina, para que não engrosse as estatísticas do desemprego. É assim na auto-estrada e no hipermercado, mesmo quando a senhora do outro lado é pouco competente e não nos recebe com o mesmo entusiasmo que a máquina, nem responde aos nossos desejos de "boa tarde"...
BW

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

RED

Aqui fica uma sugestão divertida e despretenciosa para o fim-de-semana!
Que envelheçamos todos como o Bruce Willis é o meu desejo!
BW

Ler faz bem a tudo!

"Quando se aprende a ler, é como se uma armada vitoriosa chegasse às costas desprevenidas do nosso cérebro. Muda-o para sempre, conquistando territórios que eram utilizados para processar outros estímulos - para reconhecer faces, por exemplo - e estendendo a sua influência a áreas relacionadas, como o córtex auditivo, para criar a sua própria fortaleza: uma nova zona especializada, a Área da Forma Visual das Palavras. Isto acontece sempre, quer se tenha aprendido a ler aos seis anos ou já na idade adulta.
Esta é uma das conclusões de um estudo internacional publicado hoje na edição online da revista Science, em que participaram cientistas portugueses - e voluntários portugueses também, pessoas que aprenderam a ler já tarde na vida."

Leia mais aqui!
BW

O senhor do Adeus

Falei dele em casa, eles já o tinham visto mas não fixaram. Ela chorou comovida com o gesto, com o dizer adeus para combater a solidão. Eu também quando vi esta peça!
BW

Alice Vieira - Sessão de autógrafos

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O custo mais baixo do privado "é um mito"...

... quem o diz é o secretário de Estado da Educação João Trocado da Mata. Hoje, na Assembleia da República, na discussão do Orçamento de Estado (OE) de 2011, o governante fez as contas a quanto custa um aluno do ensino público, tendo por base o OE.
O OE é de 6,3 mil milhões de euros, destes, a dotação para o ensino particular é de 285 milhões (um corte de 21,9 por cento comparativamente ao ano passado); para acção social escolar estão destinados 181 milhões, para os serviços centrais e regionais são 95 milhões, mais 106 milhões para PIDDAC. Tudo subtraído, "chegamos ao orçamento de 5,7 milhões de euros; se dividirmos pelo número de alunos do ensino público" dá 3752 euros aluno. "São os dados do relatório do OE", sublinhou o governante.
O PSD, pela voz do deputado Emídio Guerreiro contestou o número apresentado, fazendo referência ao valor definido pela OCDE, que ronda os cinco mil euros por aluno. Mas Trocado da Mata ripostou, dizendo que esse era um dado referente a 2007 e que o modo da OCDE fazer as contas é diferente do do ministério.
"A ideia que o ensino privado presta um serviço público com custo mais baixo é um mito", declarou o secretário de Estado aos deputados.
Quanto ao privado, o governante não apresentou as contas. A ministra Isabel Alçada disse que o custo médio das turmas no ensino público é de 80 mil euros e que "será esse o tecto base com que nós trabalharemos com o privado". De recordar que o custo de uma turma com contrato de associação é de 114 mil euros/ano, diz a tutela. FIM

Ali onde diz a palavra FIM termina a notícia. Agora uma nota que também podia acrescentar porque é informação objectiva: as contas de Trocado da Mata são feitas com base num OE que vai ter um decréscimo de 11 por cento comparativamente ao do ano passado, com congelamento de progressões dos professores, ou seja, no OE 2010 o preço por aluno do público era superior (para dizer de quanto é que era, tinha que ir ver o relatório do ano passado e fazer as contas...).

A frase seguinte já não poderia acrescentar à notícia porque são cálculos meus, feitos com base nas declarações de Isabel Alçada e de Trocado da Mata, às 23h00, depois de ter estado na Assembleia da República das 15h00 às 20h20, a ouvir oposição, PS e ministério.
Se uma turma do público custa 80 mil euros e um aluno do público custa 3752, as turmas do público terão em média 22 alunos (3752 x 22 = 82.544 euros). Para uma turma do privado (com contrato de associação) com o mesmo número de alunos, o Estado desembolsa 5181 euros por estudante (114.000 : 22 = 5181). Mas não há turmas de 22 alunos no privado, se forem 28 alunos, uma prática comum e permita por lei, estes alunos já ficam mais baratos (114.000 : 28 = 2456 euros). Com os números fazemos o que queremos, eu, o Ministério da Educação, a Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo ou o leitor!
Teria sido melhor se o secretário de Estado tivesse dito quanto custa um aluno do privado dos contratos de associação ao Estado (escusava eu de estar aqui de calculadora na mão...)
BW
ATENÇÃO: Actualizei a informação na caixa de comentários. As minhas desculpas pelos meus erros matemáticos (12/11, às 10h38).

O retrato da migração...

... é feito hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mas também aqui !
Algumas ideias a reter:
- estamos a "perder" gente qualificada: "Em 2000, 13 por cento dos portugueses com grau superior (90 mil) emigrara. Na União Europeia, este valor só era superado pela Eslováquia (14 por cento) e pela Irlanda (23 por cento).Os “novos emigrantes” são mais qualificados e escolhem o destino porque são informados, bem diferentes dos emigrantes dos séculos XIX e XX que iam atrás de um trabalho ou de familiares que os chamavam."
- os imigrantes são precisos: em nome do crescimento demográfico (é preciso gente que contribua para a segurança social e assim) e de vários sectores de actividade que, caso os imigrantes decidissem sair todos ao mesmo tempo, ficavam semi-paralisados.
O balanço é que as saídas - há 2,3 milhões de portugueses, nascidos em Portugal, a viver no estrangeiro - são maiores do que as entradas - há meio milhão de imigrantes.
O curioso disto tudo é que o ser humano nunca foi tão pouco migrante como actualmente, diz Rui Pena Pires. Apenas quatro por cento da população mundial é que migra.
BW

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Turquia pelos olhos da Maria João Costa

Para ver e ouvir! Bonito!
BW

Não tenho escrito aqui...

... mas ando atarefada com este post e sua caixa de comentários!
Para que fique claro: Eu não sou uma defensora acérrima do ensino privado, eu não sou contra o ensino público. Ambos têm coisas boas e coisas más. Por isso, deve haver espaço para os dois.
Eu tenho os meus filhos no ensino privado porque sim, porque quero (e porque posso); mas isso não me impede de querer que o ensino público seja bom, seja o melhor, tenha grande qualidade, para bem de todos! Da sociedade em que vivemos, do país em geral. Se todos os alunos aprenderem bem, quem sabe não sairemos desta crise mais rapidamente?
Eu não sou elitista, não sou neoliberal, nem outras coisas que se chamam aos defensores do ensino privado, da liberdade de escolha, dos cheques-ensino e afins. Eu sou apenas uma mãe que quer o melhor para os seus filhos (desculpem lá) e se esse melhor estivesse noutro lado, era lá que eu queria que os meus filhos estivessem. Agora estão no privado, no futuro estarão no público, quem sabe, depende de tantas coisas!
BW
PS: A Mulher Maravilha está aqui porque sim, porque me apeteceu! Enfim, ela sim, há-de ser uma patriota e neoliberal, defensora dos privados! Eu sou só uma patriota, baixa, redonda e de olhos castanhos, pecadora porque tenho filhos no privado...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

um livro é uma casa

"E [eu] estava a sentir uma coisa ainda mais estranha: a gostar de aprender. A gostar de aprender que um livro é uma casa com muitas portas - às vezes tantas quantas as páginas do livro; outras, tantas quanto as linhas. Outras, nem tanto assim. Havia livros que eram mais como aquelas pinturas a imitar portas e janelas, que quando uma pessoa chegava lá embatia com o nariz num muro."


Rui Zink, Anibaleitor, p. 62

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quem mexeu no meu queijo?

Ter queijo faz-nos felizes

O que é que farias de não tivesses medo?

Quando deixas de ter medo, sentes-te bem!

Imaginar o teu novo queijo ajuda-te a encontrá-lo.


Estas são algumas das frases chave do livro Quem mexeu no meu queijo? - versão júnior, uma proposta da Pergaminho. Estava reticente quando peguei no livro, mas acabei por me render às quatro personagens-ratinhos: Pigarro, Fungadela, Correria e Gaguinho. A edição conta ainda com algumas perguntas e sugestões de debate para fazer com os mais pequenos, talvez a partir dos 5 anos. Excelente para trabalhar a motivação, desmistificar medos, aumentar a auto-estima. Reconhecendo-se nas características dos três ratinhos, as crianças ganham consciência de si; na imagem do queijo, imaginam os seus sonhos e objectivos.

Ana Soares

domingo, 7 de novembro de 2010

Ficou-me no ouvido...

... Depois de ouvida duas vezes. É country, foi cantada pelo duo de mãe e filha, Wynonna e Naomi Judds, conhecidas por The Judds, no início da década de 1990, um sucesso nos EUA. Gosto sobretudo da letra! Bom domingo!
BW

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Governo corta nos apoios ao ensino privado

Tenho uma boa escola pública perto de casa. Os meus vizinhos da frente, do outro lado da rua, podem mandar os seus filhos para essa escola. Eu não, que moro deste lado da rua, pertenço a outra que fica mais longe e é menos boa, para não dizer má (não se pode dizer que as escolas são más. Será que se pode dizer que são mal frequentadas?, também não).
Os meus filhos estão no ensino privado, num colégio que fica ao lado da tal escola boa. Os meus filhos fazem parte dos 56 por cento de alunos que não recebem qualquer apoio do Estado para frequentar o privado. Só têm o apoio dos pais que também não trabalham no sector público.
Já tentei beneficiar de um contrato simples (o Ministério da Educação dá uma quantia simbólica aos pais, dependendo de uma fórmula que é aplicada ao rendimento da família) mas, aos olhos do Estado, sou rica e nem um cêntimo para esta pobre mãe. Em contrapartida, não posso pôr todas as minhas despesas com Educação no IRS porque há um tecto e, para o ano, esse vai baixar o que significa que apresentarei ainda menos despesas (embora elas existam). Tudo somado: eu pago a educação dos meus filhos e dos filhos de outros que os têm na escola pública. Tudo bem, sou caridosa, posso fazê-lo e hei-de ganhar o céu.
Agora, fico um bocadinho irritada com o discurso da dor de cotovelo, de quem não vê além do seu umbigo. Ou seja, irrita-me quem diz: Vão cortar no ensino privado? Acho muito bem! O Estado tem que investir é na escola pública! Os meninos de bem, esses betinhos, que vão para a escola pública, que só lhes faz bem! Não têm dinheiro para continuar no privado? Azar!
Fico irritada com os invejosos que não acompanham este raciocínio. Ora vejam: nos últimos 30 anos, o Estado, em nome de uma ideologia, andou a construir escolas públicas mesmo ao lado das privadas.
As privadas já lá estavam, com boas instalações, com corpos docentes estáveis (a ganhar menos do que os do público e a trabalhar mais - é bem feita!, dizem os senhores da dor de cotovelo - que é para não serem parvos!), com projectos educativos que põem os alunos a aprender não só a matéria, mas regras de civilidade; são escolas que funcionam e quando isso não acontece cai-lhes a inspecção em cima, a inspecção do Ministério da Educação.
Ao longo dos anos, o Estado gastou dinheiro a fazer escolas novas, a admitir mais professores e, paralelamente, a pagar às privadas para manter o serviço público que ofereciam. Porque nestes colégios privados andam todos, dos ricos aos pobres, todos com as mesmas oportunidades, tal e qual como na escola pública. E agora, toca a cortar - é mesmo assim, calha a todos, o que é que pensavam, que só cortavam na pública?
Irrita-me a má gestão dos dinheiros públicos e os invejosos.
BW

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tendências e Controvérsias em Sociologia da Educação

É o título do livro editado pela Mundos Sociais, organizado por Pedro Abrantes com os trabalhos e investigações mais recentes no âmbito da Sociologia da Educação.
O lançamento é esta tarde, às 16h00, em Lisboa, no ISCTE, na Ala Autónoma, no Auditório Afonso de Barros. A apresentação está a cargo do professor José Resende e eu deveria estar presente também para exercer a mesma função. Mas, por motivos de força maior, vai ser impossível. As minhas desculpas públicas ao professor Pedro Abrantes e a toda a organização (as desculpas pessoais já foram dadas, ainda que com pouca antecedência).
BW

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Os professores que paguem a crise!

Como se sabe as leis portuguesas têm sempre várias interpretações, tal é o modo encriptado como são escritas. Vai daí, o Ministério da Educação vem agora dizer que há professores que desde 2007 - passaram três anos civis - que progrediram por engano. Por engano? Por má interpretação da lei? Por má fé dos directores de escola? E agora têm que restituir o que receberam a mais e podem fazê-lo em prestações suaves, a 12 meses!
E hoje, depois de um fim-de-semana prolongado, é ver os directores de escola, que têm pouco que fazer, a rever os processos todos, todinhos, não vá ter escapado algum; e os docentes na sala dos professores - em vez de falarem do projecto educativo, da turma x ou y, do comportamento do menino z, da visita de estudo, não -, todos a querer saber quem progrediu bem e mal, quanto é que esses vão ter que devolver ao ME, tudo a maldizer ministros, serviços e Governo. Bonito! E a chegar à sala de aula, contentes da vida, e sentirem que andam ali mesmo é a aturar meninos e que não lhes pagam para isso, pois se até têm que devolver o que receberam... Bonito!
BW

Geronimo em banda desenhada

O rato mais famoso entre a miudagem é, actualmente, o Geronimo; Geronimo Stilton. Já vos falei dele, mas hoje trago a usa versão em banda desenhada editada pela editora Planeta. Já lemos o nº 1 e 3 e tenho de reconhecer que esta colecção supera a que eu conhecia originalmente. Para além da fruição do texto/imagens, esta colecção permite aos mais pequenos inteirarem-se do mundo e da história de outros povos e culturas. É que nesta versão em bd, os gatos piratas descobrem uma maneira de viajar no tempo e propõem-se mudar a História para alcançar fama e riqueza. A tarefa do Geronimo e companhia é a de viajar também no tempo e evitar que a história mude! É deste modo que nos encontramos com Colombo e a descoberta da América ou viajamos até ao antigo Egipto.
Deixemos os miúdos viajar pela História... com o Geronimo !
Ana Soares