sábado, 30 de maio de 2009

Porque é que os jornais não podem morrer

“Se a base dos nossos Governos é a opinião das pessoas, o primeiríssimo objectivo deve ser salvaguardar esse direito”, dizia Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos da América, em 1787, que concluia: “Se fosse chamado a escolher entre um Governo sem jornais ou jornais sem governo, não hesitaria um momento em escolher o último”.


BW

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os telemóveis na escola 2

O envio de sms podem fazer mal à saúde? Parece que sim, que podem provocar ansiedade, depressão, stress e insónias, para não falar em distracção nos estudos, alertam os psicólogos e psiquiatras norte-americanos. Nos EUA, os adolescentes podem enviar mais de 2200 mensagens mensais, por telemóvel, noticia o The New York Times. Os pais têm parte da culpa, afinal eles são também dependentes dos aparelhos, aponta a jornalista Katie Hafner, especialista na área de ciências e tecnologia. Alertados pelos médicos, alguns pais começaram a confiscar os telemóveis aos filhos ou a limitar o número de mensagens de texto a cinco mil por mês (!), proibindo os sms fora de horas. Por cá, não sei se há pais a proibir o envio de sms, mas devia haver, pelo menos, mais contenção no tipo de aparelho que compram aos filhos. Para quê, um telefone topo de gama, com camara de video e internet incorporada, quando ainda não têm 12 anos?
BW

Celebrar o dia da criança com Cavaco Silva

É mentira! Era só para chamar a atenção!

O Museu da Presidência da República vai comemorar o Dia Mundial da Criança no próximo domingo. “Belém é um espectáculo!” é o mote para a festa que vai decorrer entre as 10h00 e as 18h00 no museu e nos jardins do Palácio de Belém. Ateliers nos jardins do Palácio de Belém, oficinas sobre direitos das crianças, peddy-papers da exposição de tapeçarias de Portalegre “Entre Nós” e música, com destaque para a actuação das “Just Girls”, são as propostas para um dia dedicado à educação para a cidadania, à aprendizagem sobre a Presidência da República e à diversão. Todas as actividades são gratuitas, sendo necessária marcação prévia.

Mas, quem sabe, não será possível encontrar o Presidente da República?!?

Saramago em posts. Eça em audiolivro.

Se conduzir, leia.

A Editora 101 Noites tem já publicados vários audiolivros na colecção “Livros Para Ouvir”. Na última vez que me cruzei com eles na livraria reparei no autocolante que um deles ostentava: "Se conduzir, leia". Tem uma certa graça, pois eu que comprei o livro do blogue do Saramago, por amor aos livros, também comprei dois audiolivros para nós os quatro, pelo mesmo amor aos livros. É que enquanto conduzimos podemos, é verdade, ouvir alguém ler-nos um livro .


Nós, adultos, experimentámos o conto "Civilização", de Eça de Queirós. Curiosamente à discussão sobre este fantástico texto juntaram-se novas formas de o discutir: Gostaste da entoação? E da voz dele? A mim irrita-me um bocado. Mas é uma voz do teatro!




Para os miúdos comprámos "O Gigante Egoísta e Outros Contos" do Oscar Wilde, lidos por Rosa Lobato Faria. O jovem, que já tem idade para ouvir uma história de 11 ou até 20 minutos, confessou que a mãe lia melhor, mas gostou. Foi um regresso a casa diferente. Não percebeu bem alguns pormenores simbólicos das histórias, mas ainda assim gostou, insiste. Lá chegará um dia aos pormenores, quando algumas ideias fizerem mais sentido numa cabeça que ainda está a construir imagens do mundo. Até lá, vai-se divertindo e rindo no caminho para casa.


Ana Soares

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Solução de Consenso?

O acesso aos meios contraceptivos pelos alunos nas escolas vai depender da avaliação dos gabinetes de apoio e informação a funcionar nos estabelecimentos de ensino em articulação com os centros de saúde, noticia o Público. Esta é a conclusão da proposta do Ps aprovada esta semana na especialidade.

Os Recordes da Ministra

Maria de Lurdes Rodrigues já bateu o recorde de permanência no cargo de ministro da Educação desde o 25 de Abril. Este e outros feitos relembrados na notícia do Público, hoje.

Vanessa, Esmeralda, Alexandra

Lembram-se da Vanessa, a menina de cinco anos que foi encontrada no Douro já sem vida, a quem o pai e a avó davam banhos de água a ferver e queimavam com um ferro do leite de creme, de cada vez que a criança pedia para ver a madrinha, que a tinha criado? E da Ana Filipa, ou melhor, da Esmeralda que, seis anos depois de ser criada por um casal de Torres Novas, é entregue ao pai biológico? A biologia voltou a vencer nos tribunais portugueses. Desta vez é Alexandra, que chora em português, a centenas de quilómetros de Moscovo, quando a mãe biológica lhe dá uns estalos no rabo e critica a permissividade com que foi criada em Barcelos.

Ao vê-la na televisão, lembro-me de outros meninos e meninas que são mantidos em casas de pais e de mães biológicos que não os amam, que não os sabem amar, que os maltratam. Ao vê-la, solta-se-me a língua e digo alguns impropérios contra as comissões de menores, a segurança social, a burocracia e os juízes deste país. Ainda não perceberam todos o quanto estão errados?

Há uma petição a correr online.

BW

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os telemóveis na escola

O governo francês decidiu banir os telemóveis das escolas por motivos de saúde, apesar de não haver estudos que demonstrem que as emissões de radiação dos telemóveis podem ser prejudiciais (aqui)... Não aconselho o Governo português a seguir as pisadas da ministra da Saúde francesa, mas podia avançar com propostas para as aulas de Educação para a Cidadania, para ensinar aos estudantes a usar bem o aparelho, em vez de: gravarem som nas aulas sem autorização dos professores, filmarem aulas sem a mesma permissão, recorrerem ao telemóvel para cabular, filmarem os colegas no recreio ou nas casas-de-banho, a serem esbofeteados ou esmurrados... Sim, eu sei que a tentação é de quer meter todas as educações (sexual, ambiental, rodoviária, etc) nos currículos, mas os acontecimentos dos últimos tempos comprovam que os alunos precisam de ter umas noções sobre como usar o telemóvel, não concordam? Se não, talvez, o melhor seja proibi-los de o utilizar na escola de vez, para bem das suas saúdes, claro!
BW

valter hugo mãe - versão infantil













valter hugo mãe editou recentemente na Quidnovi dois livros para crianças. Confesso que aquilo que chamou a minha atenção foram as capas dos livros. Ao longe, evocaram-me as cores de Magritte. Mais perto, e lá dentro, lembrei-me das colagens do mesmo autor. Depois, a simplicidade das histórias fez-me ficar e ler.
O primeiro que li foi A Verdadeira História dos Pássaros. O vento, personagem que faz voar as criaturas que vai encontrando, anda muito sozinho a soprar pelos céus uns passarocos e umas galinholas que andam a bicar o chão, dando-lhes uns empurrõezinhos até eles se conseguirem manter sozinhos a voar. Assim se conta a história das aves que enchem os nossos céus.

O outro livro, História do Homem Calado, conta a história de um homem calado: "Na primeira casa de uma rua vivia um homem muito calado, sobre quem não se sabia nada. Era um homem muito especial". Mas na verdade ele só estava calado porque os vizinhos não lhe dirigiam a palavra! Um livro sobre os preconceitos e as diferenças entre pessoas.

Ana Soares

terça-feira, 26 de maio de 2009

Professores - A greve de hoje com uma adesão que varia entre os 0 e os 100%

«A greve dos docentes nos dois primeiros tempos da manhã, entre as 8h00 e as 10h30, foi uma acção de protesto organizada pela Plataforma Sindical dos Professores, com o objectivo de preparar a manifestação prevista para o próximo sábado. Os docentes contestam as políticas educativas do Governo e exigem, nomeadamente, a substituição do modelo de avaliação e “a efectiva revisão do Estatuto da Carreira Docente”» in Público

Gala Cavalo Azul

Mafalda Veiga, André Sardet e Camané são alguns dos artistas convidados da Gala de Solidariedade Cavalo Azul, em benefício da Associação das Famílias Solidárias com a Deficiência, que terá lugar na quinta-feira, no Grande Auditório da Culturgest, pelas 21h30. O valor da venda dos bilhetes reverte na íntegra para a associação, que tem dedicado a sua actividade ao apoio a pessoas portadoras de deficiência e suas famílias.
O novo projecto da Associação das Famílias Solidárias com a Deficiência visa a construção de uma casa, que permita acolher adultos portadores de deficiência, cujos progenitores não os possam acompanhar e que não tenham família próxima. Os bilhetes terão um custo unitário de dez euros, à venda na Bilheteira da Culturgest, entre outros locais.

Ensaios sobre a Língua e a Literatura no Ensino Secundário

O Português nas Escolas - Ensaios sobre a Língua e a Literatura no Ensino Secundário apresenta-se aos seus leitores como um conjunto de reflexões realistas e actuais sobre o ensino da língua portuguesa neste último ciclo de estudos, agora também parte do ensino obrigatório. Os vários textos que o constituem giram em torno desta nem sempre bem entendida relação entre língua e literatura, que no fundo, é uma relação tão natural. Destaco, de Mª de Lourdes Dionísio e outros, o último texto "A Construção Escolar da Disciplina de Português: Recriação e Resistência" que reflecte, a partir de, por exemplo, planificações e relatórios, sobre a implementação dos actuais programas de Português do Secundário.

Ana Soares

Maria de Lourdes Dionísio e Rui Vieira de Castro (org) (2005), O Português nas Escolas - Ensaios sobre a Língua e a Literatura no Ensino Secundário , Coimbra, Almedina

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Linha 116 000

Foi a 25 de Maio de 1979 que uma criança de seis anos, Etan Patz, foi raptada em Nova York e desapareceu. Nos anos que se seguiram, várias organizações começaram a assinalar esta data mas foi só em 1983 que o Presidente dos EUA declarou este dia como dedicado às crianças desaparecidas. Hoje, é Dia Internacional das Crianças Desaparecidas que este ano fica marcado com a criação da Linha 116 000. Bélgica, França, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia e Holanda são os países que têm esta linha disponível para prestar ajuda às vítimas de desaparecimento e/ou às famílias, com atendimento profissional e gratuito. Será bom sinal se receber pouquissimas chamadas.

À conversa com Ana Maria Magalhães

A presença de Ana Maria Magalhães na escola não teve o sucesso que pretendíamos, pela fraca adesão dos pais e encarregados de educação. Mas os que estávamos tivemos assim a oportunidade de ter uma conversa mais intimista com a escritora.
Foi muito bom ouvi-la partilhar as estratégias que adoptou como irmã, mãe, professora e até avó para levar o outro a ler ou a ultrapassar dificuldades de leitura. Foi particularmente interessante ouvir reforçar duas ideias: a de que os miúdos que não gostam de ler devem poder escolher o que querem ler, pelo que nenhum livro, a não ser que o mesmo consista num atentado à integridade moral, é um mau livro (mesmo que os pais achem a história desinteressante) e que aos que não gostam de ler se devem oferecer livros “fininhos”.
Sugeriu que todos os dias devem terminar com livros – pois a leitura de uma página de uma história, ou mesmo um poema, ajuda a criar laços e intimidade com o objecto livro. Sugeriu ainda aos professores a leitura em aula. 10 minutos no final de cada aula.
Falou com um respeito imenso dos disléxicos e eu fiquei a pensar na imensa tristeza que aqueles que gostam de histórias podem sentir quando se consciencializam das suas dificuldades com a palavra.

Foi, sem dúvida, uma conversa que não vou esquecer. Mostrou-nos , uma vez mais, que educar para a leitura dá trabalho. É uma tarefa que exige muita criatividade e que nos obriga a olhar para cada potencial leitor como único, com gostos, exigências e expectativas sempre diferentes.

Ana Soares





Seremos assim tão diferentes?

Aos dez anos, nós líamos Enid Blyton. Eles lêem Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

Aos doze anos, nós víamos o mundo pelos olhos de Júlio Verne, Mark Twain, Louisa May Alcott. Eles vivem no mundo dos feiticeiros, dos dragões e dos vampiros de J.K.Rawlings, Christopher Paolini e Stephenie Meyer.

BW

domingo, 24 de maio de 2009

Ensino das Línguas

Está em discussão a antecipação para o 2º ciclo do ensino básico da introdução de uma segunda língua estrangeira (hoje, os alunos escolhem a primeira no 5.º ano e a segunda no 7.º). Sabendo de antemão que o inglês continuará a ser preferencialmente escolhida para língua estrangeira um, teremos o espanhol certamente a concorrer com o francês e o alemão. Opiniões e preocupações aqui.

Ana Soares

Autocarro escolar na Índia






sábado, 23 de maio de 2009

Umberto Eco: a internet é a "mãe de todas as bibliotecas"

A Internet é a "mãe de todas as bibliotecas". As palavras não são nossas. São de Umberto Eco em entrevista no La Stampa e fizeram-me pensar no texto que uma aluna minha escreveu sobre o possível fim do cinema. Dizia ela, pensando nas novas tecnologias e em tudo o que aí vem (e que nem somos capazes de imaginar), que a arte tem de redescobrir e reinventar caminhos. Adaptar-se e não render-se. Eu, que não me imagino sem o livro de papel, admito que gerações vindouras consigam encarar os livros de outra forma, ainda que estimando e valorizando o livro de papel (desejo eu, secretamente). Diz também Eco que os principais inimigos dos livros são "os homens, que os queimam, censuram, encerram em bibliotecas inacessíveis e condenam à morte os seus autores.".

Ana Soares

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pennac e as Mágoas da Escola


"A verdade é que fui um mau aluno e que a minha mãe nunca se refez completamente desse desgosto. Hoje que a sua consciência de senhora muito idosa abandona os limites do presente e reflui lentamente para os longínquos arquipélagos da memória, os primeiros recifes que emergem recordam-lhe a inquietação que a devorou durante toda a minha escolaridade.

Pousa em mim um olhar inquieto e, lentamente:

- Que fazes na vida?

O meu futuro afigurou-se-lhe tão comprometido desde sempre que nunca acreditou muito no meu presente."

O escritor francês de sucesso Daniel Pennac confessa: foi mau aluno. Foi péssimo, se não era o último, era o penúltimo da sala, e a vida não lhe foi fácil, nem na escola, nem em casa. Em Mágoas da Escola, Pennac mistura recordações autobiográficas, reflexões pedagógicas - quer da sua experiência como estudante, quer como professor -, críticas ao sistema educativo e à instituição escola. Esta é uma leitura útil para professores, para pais e para aqueles que como ele foram maus alunos!

BW

Pennac e os Direitos dos Leitores e dos Livros

Os Direitos Inalieváveis do Leitor

1. O direito de não ler.
2. O direito de saltar páginas.
3. O direito de não acabar um livro.
4. O direito de reler.
5. O direito de ler seja lá o que for.
6. O direito de amar os heróis dos romances.
7. O direito de ler em qualquer lado.
8. O direito de saltar de livro em livro.
9. O direito de ler em voz alta.
10. O direito de não falar do que se leu.


O tema livros e direitos trouxe-me à memória não apenas os “Direitos inalienáveis dos leitores”, de Daniel Pennac, já mais antigos, mas a recente proposta de “Declaração dos Direitos dos Livros” da Associação de Editores da região Centro de França que descobri no blogue da Pó dos Livros. Vale a pena espreitar aqui.

Ana Soares

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ana Maria Magalhães. A leitura e o papel dos pais.

Vamos ter na nossa escola a escritora Ana Maria Magalhães que vai falar aos pais sobre o tema "Ajudar a Ler +". Esta actividade, cujo título foi inspirado no Plano Nacional de Leitura (Ler+), é a tentativa de, na escola e na semana do livro, integrar mais os pais nesta dinâmica do LER.
É que são eles, os pais, que, numa fase inicial, têm o papel principal neste processo. Naturalmente que não nego o papel da escola, todavia, também neste assunto da leitura, o papel dos pais é determinante.
Pensei nisto quando ouvi na sala de professores uma colega e amiga dizer que já tinha descoberto como pôr os miúdos a ler. Dizia ela: "Agora já tenha uma teoria sobre o assunto. A solução é tirar-lhes as outras coisas.". Contava que nas férias, na casa dos avós, com mil e um canais televisivos apetecíveis, dos pandas aos Disney Channel ou outros equivalentes, os seus miúdos teriam passado de livre vontade aqueles dias de papo para o ar, no sofá. Ela resolveu limitar. Nas férias e fins-de-semana vêem tv enquanto se anda a fazer ronha lá por casa e todos estão ainda a acordar e preparar os pequenos almoços. Depois, a alternativa é brincar ou ler. E muitas vezes a opção dos próprios miúdos é mesmo, com gosto, ler.
Não é fundamentalismo. Eles vêem tv, jogam computador ou playstation. Mas tudo com conta peso e medida... Limites que é preciso saber colocar desde cedo. Temos de ajudar os nossos filhos, afilhados ou amigos a descobrir o prazer de ler. Educar para a leitura implica, às vezes, ter de dizer não a outras coisas.

Tenho a certeza que a comunicação da escritora Ana Maria Magalhães será muito interessante, mas as palavras da minha colega ficaram-me na cabeça.

Ana Soares

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Adopção do Acordo Ortográfico

Finalmente temos informações sobre a entrada em vigor do acordo ortográfico nas escolas. Se, por um lado, os manuais que vão ser adoptados (por seis anos!) não vão actualizar a ortografia, por outro, e de acordo com as informações divulgadas pelo ME junto da RR, o acordo ortográfico não vai entrar em vigor nas escolas antes do início do ano lectivo de 2010/2011, atendendo ao facto da entrada em vigor poder ser faseada. Não sei se isto é um alívio ou não...

O preservativo

O preservativo, o preservativo, o preservativo... Como se a educação sexual nas escolas se reduzisse à distribuição do preservativo! Na espuma das opiniões contra e a favor, eis alguém que sabe do que fala. Margarida Gaspar de Matos - psicóloga, investigadora na área da saúde mental, promoção da saúde, estilos de vida activos e promoção de competências sociais, especialista convidada para integrar o Grupo de Trabalho para a Educação Sexual, do Ministério da Educação, responsável pelo relatório base da proposta de lei que continua hoje a ser discutida na Assembleia da República -, diz o que pensa aqui. Para ler com atenção.
BW

Quando a educação NÃO mata a criatividade


Vera recusa-se a desenhar. Não sabe fazê-lo, diz com maus modos à professora, que paciente lhe pede que faça qualquer coisa. E assim, começa a aventura de Vera. O ponto é uma viagem pela criatividade quando esta não é morta à nascença, mas incentivada! Há excepções, lembram-se?! A história e a ilustração é de Peter H. Reynolds, fantástico no seu traço vivo e cheio de ternura. Parabéns à Bruaá Editora e aos seus álbuns excepcionais!







BW

terça-feira, 19 de maio de 2009

Acordo ortográfico: calendarização, por favor!

Nas escolas começa-se a viver uma nova preocupação com a ortografia. Para além dos erros dos alunos, preocupa agora os docentes, e não apenas os de português, o como e o quando se implementará o novo acordo ortográfico nas escolas. O Ministério da Educação nada definiu. Os pais começam a querer saber mais; os manuais, entretanto, têm de se actualizar; os professores têm de se preparar...


Até lá, e para os que se quiserem ir adiantando, aconselhamos a consulta do Portal da Língua Portuguesa que, pelos reputados investigadores que integra (membros do ILTEC - Instituto de Linguística Teórica e Computacional), nos inspira confiança. Aqui podemos não apenas verificar o que acontece no caso de uma palavra particular, como ler mais sobre o assunto ou ainda utilizar um conversor automático . Aqui fica a sugestão.

Ana Soares

Quando a educação mata a criatividade

As árvores eram todas verdes e o céu amarelo. "Não é assim!" gritava-lhe a professora. "Mas eu vejo assim", respondia o miúdo que só na adolescência descobriu que era daltónico. "Não é assim!" ou "Isso não está bem" é muito comum nos professores do 1.º ciclo que cortam à nascença a imaginação e a criatividade dos miúdos. Eles chegam à escola a saber desenhar mas, meses depois, o seu traço já entrou na norma "do que deve ser"...

Há excepções, claro! Mas são isso mesmo: excepções.

Se nos conforta: o problema não é só nosso!




BW

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Provas de aferição de Língua Portuguesa

Para conhecer os critérios de correcção das provas, consulte o sítio do GAVE (Gabinete de Avaliação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da educação).

Para ler sobre a opinião da App (Associação de Professores de Português) sobre as provas de hoje, clique aqui e leia o texto da Bárbara.

A App refere-se à terminologia adoptada na prova de hoje como uma possível dificuldade ou contratempo. Voltaremos a este tema um dia destes, onde vamos falar de mais siglas: Tlebs (Terminologia Línguística para os Ensinos Básico e Secundário) e DT (Dicionário Terminológico).

Reli agora o que escrevi e só me lembrei do texto da Bárbara sobre siglas... de facto, é preciso quase que uma especialização para nos entendermos neste mundo codificado e hermético.

Ana Soares

Eles trabalham demais

É verdade. Eles, os mais pequenos, trabalham demais. Mais horas do que nós se contarmos as horas de aulas, as extracurriculares e os TPC. É por isso, que já suspiram pelas férias, sim, as férias, altura em que vão descansar... Errado! Já estão inscritos nos ateliers de tempos livres, onde continuarão a ter actividades organizadas, com o tempo ocupado por inteiro...
BW

Gulbenkian lança portal para professores

A Casa das Ciências é um projecto da Fundação Calouste Gulbenkian criado para dar apoio aos professores das áreas científicas, do ensino básico e secundário. É um portal que vai estar em construção permanente, com conteúdos educativos na área da Matemática, Física, Química, Biologia e Geologia. A Gulbenkian garante que todos os materiais são sujeitos a uma avaliação prévia segundo critérios de rigor científico e pedagógico. Para aceder, é necessário aos professores que se registem. É lançado hoje, em Lisboa.

domingo, 17 de maio de 2009

Provas de aferição não são exames

Parece que nem todos entendem da mesma forma a expressão aferição, pelo que alguns se "dedicam" excessivamente a preparar algo que não é para preparar. Ou melhor, não é para preparar da forma que se vai, ano após ano, repetindo: resolver o maior número de provas nas vésperas das provas de aferição. Se elas são importantes, claro que sim. Indicam às escolas e aos seus docentes não apenas como vão numa perspectiva de comparação externa como interna também, avaliando semelhanças e diferenças entre turmas. É que às vezes as diferenças decorrem do grupo-turma, noutros casos nem por isso...

Diz o Público que o ME escreve as frases que os professores têm de dizer nas provas de aferição. É verdade. E faz sentido. É evidente que a forma mais ou menos pormenorizada com que as instruções são dadas podem condicionar as prestações, indicando caminhos ou induzindo em erro. Esta é uma forma, legítima, de tentar colocar todos os alunos em circunstâncias iguais, sabendo que as assimetrias a outos niveis não são possíveis de eliminar...

Começam amanhã as provas. Bom trabalho para todos!

Ana Soares

MUDE - Museu do Design e da Moda

O MUDE (Museu do Design e da Moda) inaugura no próximo dia 21, no antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino, na rua Augusta, em Lisboa. A colecção que o mesmo apresenta é, em parte, conhecida dos amantes do Design, pois esteve presente no Centro Cultural de Belém antes do seu espaço ser ocupado pela colecção Berardo, mas integra também peças nunca expostas. Na segunda-feira põe nas bancas um novo modelo, mais democrático, de catálogo. O Livro MUDE estará, então, à venda e terá uma edição em português e outra em inglês, 240 páginas ilustradas com imagens das peças e fotografias. Ficamos à espera para ver.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Plágios escolares

Foi há seis anos que tive o meu primeiro desgosto com o plágio... Foi numa das minhas turmas preferidas. Comecei a ler trabalhos que, claramente, não correspondiam ao que eles, alunos, eram. Depois foi um que apresentava uma ortografia que não era a nossa, mas a do português do Brasil (agora já é nossa, é verdade), que tudo confirmou. Fui à internet, esta fonte preciosa para os alunos e para nós, professores. Foi através dela que acedi a boa parte dos textos plagiados. Numa atitude pouco ecológica, mas muito pedagógica, imprimi os textos. Agrafei-os aos trabalhos. Na sala de professores exorcisei as minhas raivas e o meu despontamento. Comecei serenamente a aula seguinte com um texto sobre o plágio, já não me lembro que texto foi. Depois distribui a lei dos direitos de autor. Falei da Clara Pinto Correia. Por último, entreguei os trabalhos. Só aí se fez luz para a maioria. Serviu de lição. Pelo menos para os restantes trabalhos de português. Expliquei aos mais inocentes que aquilo era crime. Que era falta de honestidade científica. Que era uma falta de respeito!

Li hoje, no Público, que foi criada em Espanha uma nova aplicação gratuita que permite detectar plágios em trabalhos académicos. Esta permite que, se alguma frase ou parágrafo de um documento entregue por um aluno constar de alguma página web, o plagiador seja imediatamente denunciado. Já não é preciso passar horas a copiar as frases mais intrigantes dos trabalhos dos alunos e fazer pesquisar... Impossível não me lembrar desses meus queridos alunos.

Ana Soares

Isto não é uma escola


Jean Johnson, professora de 57 anos criou o programa Notschool, em Inglaterra, a pensar nos adolescentes que não gostam da escola ou não se adaptam a ela. "São miúdos excluídos, fóbicos, violentos, vítimas de abusos, que estão no programa de protecção de testemunhas, doentes", mais de 70 por cento foram vítimas de bullying, descreve Johnson que não hesita em dizer que quando era pequena "odiava" a escola.
Com cerca de 800 alunos que se ligam online e estudam o que lhes apetece, o programa inovador é um sucesso, com a maioria dos alunos a prosseguir os estudos no ensino superior ou tecnológico. José Vítor Malheiros, no PÚBLICO, edição impressa de hoje (P2, pág.13) , escreve sobre este projecto.


BW

José Luís Peixoto - poema sobre a família

Celebra-se hoje o Dia Internacional da Família.

Com este poema de José Luís Peixoto marcamos a data.

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu, depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas

Leituras inclinadas



Um livro infantil desconcertante pela original forma como texto e o próprio livro se relacionam.


Certo dia, o carrinho do Bobby escapou ladeira abaixo. Imaginem tudo o que lhe aconteceu. Com quem chocou? O que viu? O que viram os outros?

O livro, inclinado, descreve, então, a viagem do carrinho do Bobby por essa rua abaixo.
Imaginamos o declive da rua ao segurar nas mãos este livro desformatado. Quase que nos sentimos a cair com ele. Tradução de um livro do início do século xx, com as ilustrações originais.


O Livro Inclinado, Peter Newell, tradução de Rui Lopes, Orfeu Negro

Ana Soares

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Essencial sobre…a Língua Portuguesa

Para professores, alunos, pais e interessados pela língua portuguesa, a colecção O Essencial sobre… das edições Caminho apresenta um conjunto de pequenos volumes imperdíveis. Trago-vos hoje, de Esperança Cardeira, O Essencial sobre a História do Português: a história da nossa língua em cerca de 100 páginas. Do Latim, passando pelo interessante período da fundação da nossa nacionalidade e galaico-português, depois Gil Vicente e Camões, do português médio ao clássico e ainda as mudanças mais recentes. Uma colecção económica, clara e agradável. Rigorosa, mas acessível aos curiosos da língua. Uma síntese para os especialistas.



Ana Soares

Artes para o pequeno público

Já começou, no passado dia dois, mas prolonga-se até sete de Junho. Almada, Aveiro, Barreiro, Cascais, Moita, Montemor-o-Novo, Odivelas, Palmela, Santarém, Seixal e Sesimbra estão a receber a Sementes, 14.ª Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público. Teatro, dança, marionetas, música, animação de rua, contadores de histórias, circo, magia e exposições de vários sítios do mundo, para que os meninos tenham "referências que os permitam formar um espírito crítico em relação à forma e aos conteúdos veiculados por essses objectos artísticos". É esse o desejo do Teatro Extremo, responsável pela mostra.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Propostas de Lei sobre Educação Sexual

Leia aqui as propostas de lei sobre a educação sexual nas escolas do PS e do PCP em discussão.
Destas propostas só a discussão das "finalidades" da lei demorou mais de um hora. As diferenças entre as expressões "promoção da igualdade de género", proposta pelo PS, e "promoção da igualdade entre os sexos", sugerida pelo PCP, deram origem a uma verdadeira discussão, não apenas ideológica como linguística também, segundo se depreende da notícia do Expresso.

Votação da lei sobre educação sexual nas escolas

A procissão ainda vai no adro. Hoje os deputados não passaram do artigo 3º, pelo que o presidente da Comissão de Educação, António José Seguro, acabou por adiar o resto da votação para dia 20. Leia mais aqui.

Superprofessores: precisam-se!

São mais de 60 escolas públicas que, pela primeira vez, estão a recrutar directamente os seus professores. Fazem-no pela sua especificidade, são as escolas dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP). Os sindicatos já contestaram e alertaram para o perigo desta medida. Na blogosfera e nas caixas de correio electrónico caem possíveis casos de cunhas e favoritismos nos concursos dessas escolas. Estas cumprem as ordens do Ministério da Educação e dão seguimento ao processo. No trabalho do i , as direcções revelam o que querem dos novos professores. Profissionais que sejam de tudo um pouco, que saibam lidar com os alunos que têm. No fundo, pedem aos docentes para agir, em vez de continuarem a lamentar-se pelos discípulos que nunca tiveram.
BW

Educar para a Matemática II

Ron Aharoni relaciona a matemática com a poesia e, numa perspectiva mais abrangente, com a arte: "A matemática tem duas características em comum com a arte: uma é a ordem, a outra é a economia, a concisão." (Aritmética para pais, p. 32). Por isso, a combinar com o posts anteriores, temos um livro de poesia e pequenas histórias.

A combinar com o posts anteriores?, perguntarão os leitores, que ainda terão dúvidas sobre a relação entre números e poesia.
Sim, pois é um livro de poemas sobre expressões numéricas e seres extraordinários como o zero e o π. Ora vejam lá uma amostra de como números e poesia combinam tão bem:

“História de uma conta de somar”
Uma conta de somar
sensível às coisas belas
pôs-se a contar as estrelas
numa noite de luar.
(...)

O Pequeno Livro da Desmatemática, histórias de números e sinais tem textos de Manuel Antonio Pina e desenhos de Pedro Proença, publicado pela Assírio e Alvim. Para além de brincar com os números e com as palavras, conta pormenores das origens de alguns elementos matemáticos. Uma sugestão de consenso entre as letras e os números.
Ana Soares

terça-feira, 12 de maio de 2009

O fantasma do preservativo

É sempre assim, quando se fala de educação sexual nas escolas vem à baila a distribuição dos preservativos nos estabelecimentos de ensino. Há dez anos, fui em reportagem a uma escola onde já funcionava o gabinete de apoio ao aluno e este passava completamente despercebido no ambiente escolar. Era uma sala igual a tantas outras, onde a psicóloga e professora tinha um horário de atendimento. Os alunos iam ali quando queriam conversar e a professora ali estava, disponível, para os ajudar, precisamente porque nem todos podem falar com os pais ou os familiares mais próximos. E os preservativos lá estavam, dentro de uma caixa, numa prateleira de um armário, ao lado dos livros e das brochuras informativas. Sim, e a professora dava os preservativos a quem os pedia, só que eram muito poucos os que o faziam, admitia. Eles precisavam de conversar, mais do que de preservativos, explicava.

BW

Preservativos nas escolas

A manchete que referia a distribuição de preservativos nas escolas é naturalmente polémica... Enquanto mãe, professora e cidadã, aquilo que me preocupa verdadeiramente é a leviandade que a mesma pode sugerir.

Depois, a senhora ministra escusa-se a tomar uma posição sobre a notícia. Parece ainda que, segundo o Expresso, para além da distribuição de preservativos, os diplomas em discussão prevêem "a criação de gabinetes de apoio aos alunos sobre questões relacionadas com a educação para a saúde e a sexualidade em todas as escolas” e que a respectiva distribuição será feita por professores ou técnicos de saúde com formação na área…
Ora, já aqui escrevi que concordo com o que ouvi de uma profissional da área da saúde, que trabalha exactamente com adolescentes, quando a mesma reforça que a educação sexual começa na família e não obriga a um “gabinete” de sexualidade nas escolas… e alegrei-me com a responsabilização das famílias neste processo.
Bem sei que nem todas as realidades são iguais e que, em determinados contextos, um gabinete de educação para a saúde tem mesmo de existir. Mas que não se espere que esse “gabinete” faça aquilo que é responsabilidade das famílias e que também se aposte na educação e formação destas.



Ana Soares

A baixa do professor de Matemática

A Sónia (nome fictício) tem 17 anos e anda no 9.º ano. Sim, já devia estar a terminar o secundário e a culpa é dela, da família e da escola. Dela, que nem sempre gostou de estudar; da família que não soube dar-lhe o acompanhamento exigido pelos professores; da escola que não soube oferecer apoio nos momentos fundamentais.


Apesar do atraso, Sónia não é má aluna e tem um comportamento exemplar, elogiado nos conselhos de turma. No princípio do 3.º período, Sónia "passou-se" com o professor de Matemática. Dera-lhe 3 (numa escala de 1 a 5), no 2.º período. Merecia mais, pergunta-lhe o professor. Não, responde a garota, crispada. Não merecia nada, o professor faltou muitas vezes no 2.º período, por motivo de doença, nunca foi substituído e não fez nenhuma prova escrita à turma, continua. Como é que pode dar 3 a todos os alunos se não os avaliou, pergunta a miúda. "Estás a ser injusta, já vos conheço há três anos", responde o docente. Sim, mas não deu matéria, continua Sónia, já de pé, quase em cima do professor. "Sabe que eu quero continuar a estudar? E se não souber Matemática como é que vou fazer o exame nacional?", atira-lhe, quase desesperada. "Estou muito desiludido contigo, não sabes que sou uma pessoa doente?", diz o professor, mandando-a sentar.
Aconteceu, numa escola onde se espera muito pouco dos alunos e também dos professores. Onde todos cumprem o expectável. A Sónia é que está ali mal...



BW

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O tempo e a Feira do Livro

É sempre assim, não há edição da Feira do Livro em que não chova! Esta começou da melhor maneira, com noites quentes em que apetece sair de casa e ir passear para o parque. Mas, de maneira a que se cumprisse a tradição, no sábado choveu! Tanto, que o encontro sobre Livros para Pais no séc. XXI foi desmarcado. Com metade do espaço ao ar livre não era preciso levar só um casaquinho por causa do vento, mas um grande chapéu-de-chuva! Fica para a próxima!
BW

Educar para a Matemática - A matemática tem de ser causadora de sofrimento?

"A matemática tem de ser causadora de sofrimento? Uma resposta comum actual é «não» - o problema reside no ensino. A opinião mais comum é que a maioria das crianças que não aprendem não são na realidade ensinadas. Mas não pode ser assim tão simples. Culpar os professores é demasiado simples e pouco razoável. (...) O principal problema no ensino da matemática reside na dificuldade de transmitir abstracções." Aritmética para Pais, p. 22



Educar em Português é também falar de Ciências, História, Matemática… Por isso aqui vai uma sugestão de leitura diferente das até agora habituais: Aritmética para Pais - um livro para adultos sobre a matemática das crianças. Já o temos cá em casa e já o começámos a ler. É um livro para educadores num sentido lato: professores, educadores, pais. Reforça a importância da magia da matemática; destaca a necessidade de se avançar por pequenos degraus e a forma como o conhecimento matemático se contrói por camadas, todas elas igualmente importantes; mostra como relacionar a matemática com a realidade das crianças; lembra a sua importância para todas as áreas do saber.


Cá em casa, a consciência de que nos temos de preparar e, por outro lado, o desejo que perceber como se constrói a Matemática na cabeça dos mais pequenos diz-nos que está na altura de apostar nesta leitura. Diz o povo, de pequenino se torce o pepino. Por isso, mãos à leitura.

Podemos ler a entrevista que a Bárbara fez a Ron Aharoni aqui.


Ana Soares

domingo, 10 de maio de 2009

Ar dos Artistas

Oficinas de arte e de ilustração para pais e filhos, na Culturgest, em Lisboa. Chama-se Ar dos Artistas e vai decorrer aos sábados, durante este mês. A partir do próximo sábado, das 15h00 às 17h30, para crianças dos 7 aos 12 anos. A artista plástica e mediadora cultural Irina Raimundo vai ser a responsável por levar as crianças a experimentar da escultura, à animação, passando pela escrita criativa. Mais informações aqui.

sábado, 9 de maio de 2009

Laurentino Gomes na Feira do Livro



1808 Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil não é um, mas são dois livros! Um para pais e outro para filhos, a partir dos 10/11 anos (recomendo eu! porque é nessa altura que "dão" essa matéria a História e Geografia de Portugal). A versão juvenil tem ilustrações de Rita Bromberg Brugger. O autor, o jornalista e escritor brasileiro Laurentino Gomes, vai estar em Lisboa e falará sobre a sua obra no próximo domingo, 10 de Maio, às 15h30, no auditório da Feira do Livro de Lisboa. Às 18h00, estará na Praça Leya para uma sessão de autógrafos. A obra foi editada pela Livros d’Hoje e ganhou o Prémio Jabuti na categoria não-ficção, além de ter sido eleito pela Academia Brasileira de Letras como o Melhor Livro de Ensaio publicado em 2008.
BW

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Disciplina sem Gritar nem Bater

Todos nós já sentimos que gritámos com os nossos filhos mais do que queriamos ... Assim, e depois da sugestão dada pela Bárbara (Guillermo Ballenato, Educar Sem Gritar), acrescento à nossa lista de guias para pais um título que também reforça esta preocupação. Na feira do livro do ano passado encontrei, finalmente, este livro, que já tinha lido, emprestado por uma amiga. Apesar das dúvidas iniciais quanto ao seu conteúdo, ambas encetámos a leitura do livro por causa do seu subtítulo, sem gritar, e ambas gostámos. Este, organizado em pequenos capítulos, debate temas tão sugestivos como “Respostas Tortas”, “Birras”, “Resistir à Hora de ir para a cama”. Cada secção está ainda organizada em subcapítulos: “prevenção do problema”, “o que deve fazer”, “o que não deve fazer” e uma situação exemplo.
Não tem soluções milagrosas nem deve, a nosso ver, ser seguido cegamente. Todavia apresenta ideias e caminhos que cada família pode adaptar. Um guia muito prático que, em poucas páginas, apresenta sugestões, jogos, alternativas concretas que todos podemos experimentar.
A título de exemplo, na secção “o que fazer”, surge um dos conselhos mais desconcertantes. Sobre as respostas tortas diz: “Tente prestar a mínima atenção possível às respostas inofensivas. Fingir que nem sequer aconteceu alguma coisa retira qualquer poder possível que o refilão tenha sobre você e retira-lhe todo o gozo em responder torto, porque não é um jogo divertido para jogar sozinho.”.
Já tínhamos pensado nisto?

Disciplina sem Gritar nem Bater - soluções práticas para problemas comportamentais pré-escolares de Jerry Wyckoff e Barbara Unell, Replicação

Ana Soares

Ainda os fins-de-semana - Bárbara Wong na feira do livro

No fim-de-semana que se avizinha temos planos quase impossíveis.
Vamos em primeiro lugar festejar o aniversário do nosso rapaz em casa. Por enquanto ainda vamos conseguindo e ainda temos tido imaginação para inventar festas temáticas. Este ano vai ser a vez do Harry Potter. Eu sei, já passou de moda. Mas o nosso rapaz só agora lá chegou, por isso…
Depois temos uma reunião onde eu e um dos convidados deveríamos estar.
A cereja do nosso fim-de-semana impossível é uma conversa que está agendada para a feira do livro, pelas 19h30: um debate intitulado: “Livros para Pais no século XXI” onde a Bárbara estará juntamente com Mário Cordeiro e Daniel Sampaio a discutir o referido tema. Gostaria de lá ir ouvir. Enfim, terá a Bárbara de nos contar na primeira pessoa esta conversa, amanhã, aqui no educar em português, pois valores mais altos se levantam e vou mesmo ficar a preparar as poções mágicas para o meu Harry Potter! Bom fim-de-semana!

Ana Soares

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fins-de-semana em família

Os fins-de-semana em família obrigam a uma grande ginástica por parte de todos. Ora são os testes dos miúdos que obrigam a família a ficar por casa, ora são os casamentos ou outros “eventos” dos adultos que obrigam os miúdos a ir atrás dos pais. É assim também a nossa vida. Há no entanto circunstâncias especialmente felizes quando ambas as vontades se unem. E digo especialmente felizes, pois os outros fins-de-semana em que andamos a reboque uns dos outros também são felizes!

Fizemos há uns meses um fim-de-semana daqueles “vá para fora cá dentro”, pois apetecia aos pais passear. Sim, mas já não se passeia como antigamente. As viagens, saídas e chegadas têm de ser meticulosamente preparadas e pensadas. As paragens passam a ser em maior número, nem que seja para trocar a roupa a um dos que lá atrás acabou de vomitar. Bom, mas ainda assim lá fomos. O mote para o passeio foi também um trabalho sobre o Baixo-Alentejo. Lá fomos nós analisar a paisagem, procurar bolotas, cortiças, cocharros e provar a gastronomia… Aqui ficam provas deste fds.

Já lá vai o tempo em que tínhamos tempo para ler a revista Evasões, pesquisar no livro As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal e mil e uma outras coisas para preparar um fim-de-semana deste género. Agora, e para ir para fora cá dentro e fazer bons passeios em família, consultamos a colecção do Expresso – Guias de Portugal para os mais Novos. Simples, bem ilustrados, uma boa maneira de introduzir os mais novos nas viagens em família.

Ana Soares

Quero falar-te dos meus sentimentos



Mamoru Itoh é um japonês especialista em coaching, algo que está tão na moda! O livro Quero falar-te dos meus sentimentos já foi, provavelmente, uma apresentação para as suas apresentações mas não é por isso que é menos bom.


O livro, pequeno, editado pela Padrões Culturais Editora, fala sobre a comunicação e equipara-a a um jogo de andebol. Podemos atirar a bola e o outro recebê-la, ou atirá-la e o outro desviar-se, ou... As variáveis podem ser muitas e a nossa resposta ou reacção também. "Todos nós queremos que as bolas que atiramos sejam aceites", escreve o autor que lembra que, tal como no jogo, às vezes usamos a comunicação para competirmos entre nós e que, para comunicar, é preciso compreender e conhecer o outro. Se queremos falar dos nossos sentimentos também temos de estar disponíveis para ouvir os outros falarem dos seus.


O livro permite vários níveis de leitura, depende de quem o lê! Pode ser lido pelos miúdos, talvez a partir dos dez anos, ou pelos pais e muito bem explicadinho!


BW

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Eu gosto de mim

Eu gosto de mim é a promoção total da auto-estima! O livro de Laurence Anholt (texto) e Adriano Gon (ilustrações), da Civilização Editora, ajuda a criança, desde muito pequena a auto-descobrir-se, a sentir-se bem com as suas sardas, os cabelos mais crespos, a gostar do seu corpo, a ter prazer em cuidá-lo. "Sou como sou e gosto de mim." As ilustrações alegres e o texto positivo ajuda a criança a ganhar confiança em si, a não ter vergonha por ter vontade própria, a ser sociável e a saber respeitar os outros, mesmo quando são diferentes."Quando eu gosto de mim, posso fazer tudo o que quiser."
Óptimo para os mais pequenos, a partir dos 4/5 anos (tem conselhos para os pais sobre como ler e fazer actividades a partir do texto), bom para ser repescado ao fim de alguns anos, quando chegam as dúvidas e incertezas da pré-adolescência.

BW

terça-feira, 5 de maio de 2009

EDUCAR EM PORTUGUÊS É:

Pensar, conhecer e divulgar. Livros, sistema educativo e reformas, português. Pais e filhos. Escolas. Tempos livres, exposições e espectáculos. Em suma, educar no sentido lato e completo de quem quer dar a conhecer o mundo aos filhos, alunos, sobrinhos, afilhados. Um mundo feito de diferenças, respeito, beleza, dificuldades. O mundo em que vivemos e o mundo com que sonhamos. Tudo isto em português. Tudo isto com rigor. Uns dias com cor, outros com emoção. Mas sempre com a seriedade de quem conhece por dentro o ensino em Portugal, como profissionais, como mães, como observadoras.

Fernando Nobre – Histórias de Encantar

Não estamos habituados a ver o presidente da Ami neste papel de contador de histórias infantis. No entanto, quem já teve a oportunidade de o ouvir falar da sua experiência pessoal, provavelmente, já o ouviu falar da forma como as histórias educam e, autobiograficamente, como com as suas histórias educou os seus próprios filhos.


Assim, neste novo registo, com o escritor para crianças, surge o livro Histórias que contei aos meus filhos. Deste modo Fernando Nobre contribui para bem Educar em Português, despertando nas crianças sentidos de alerta para os valores da tolerância, paz e solidariedade.

Cá em casa as suas histórias fizeram sucesso. Numa floresta imaginária, num país tropical, no deserto do Sara ou nas margens do rio Ganges, as personagens surgem associadas à clara distinção entre o bem e o mal, num livro que tem seis pequenas mágicas histórias.

Para outras “histórias” de Fernando Nobre e, infelizmente, mais reais, sugerimos Viagens Contra a Indiferença e Gritos Contra a Indiferença, Temas & Debates

Podemos visitá-lo em http://fernandonobre.blogs.sapo.pt

Ana Soares

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vasco Granja morreu

Não tenho dúvidas que foi graças a Vasco Granja e aos seus programas que tenho "bom gosto" no que toca a desenhos animados! Por isso, lhe agradeço o privilégio e a oportunidade que deu à minha geração e às anteriores de vermos desenhos animados do Canadá, da ex-Checoslováquia, da ex-URSS, da ex-República Democrática Alemã, China, etc, etc... De ver aquilo a que hoje pomposamente chamaríamos desenhos animados alternativos ou independentes! Obrigada Vasco Granja!
BW

Contar Carneiros com Marta Neto e Suzana Ramos


















Para crianças com 5 anos, o convite para uma noite com histórias.
As dinamizadoras são a ilustradora Marta Neto e a escritora Suzana Ramos.
Na Biblioteca Municipal D. Dinis, Odivelas.

Contacto:219320770

Caetano Veloso ilustrado

O Leãozinho de Caetano Veloso, para oferecer aos leozinhos das nossas vidas!

Foi uma feliz surpresa encontrar este livro. A cada página um verso e uma ilustração, cada uma mais ternurenta do que a outra e todas as páginas me fazem cantar (ainda que para dentro)!

O texto de Caetano Veloso ilustrado por Gabriella Sotto Mayor e publicado pelas edições Quasi.


Para ler, ver e, já agora, ouvir a dois, três, quatro ou mais!

Ana Soares



domingo, 3 de maio de 2009

A minha mãe

"A minha mãe,

é a mãe mais bonita.

Desculpem, mas é maior.

Não admira, foi por mim escolhida

E o meu gosto, é o melhor!"







A letra e música é de António Variações, a canção chama-se Deolinda de Jesus, em honra à sua mãe.

Dedicamos às mães Albertina, Cristina, Isabel e Silvina!
E também a nós!
Um feliz DIA DA MÃE!

Um Mundo de Mamãs


Que estilo de mãe sou eu? A resposta pode estar no livro Um Mundo de Mamãs, de Marta Gómez Mata (texto) e Carla Nazareth (ilustrações), da Texto Editores.
Eu já descobri! Sou uma Mamã Bicicleta, onde os bebés grandes se podem apoiar e dormir enquanto viajamos pelo mundo! Às vezes sou uma Mamã Acordeão! E por vezes sou uma Mamã Rezingona, mas essa não aparece no texto!
Quem quiser, pode descobrir o seu estilo, aqui (http://www.ummundodemamas.leya.com/).
BW

sábado, 2 de maio de 2009

Secção da alegria III - bibliotecas

Encetei uma campanha pró-bibliotecas junto dos meus alunos do secundário.
Eles escolheram livros de autores de expressão portuguesa para os trabalhos do contrato de leitura. Alguns estavam esgotados, perdidos, inacessíveis nas fnacs, bertrands e afins.
Soluções que eles encontraram: pedir ao primo do pai, na Guarda, para procurar o livro por lá ou ler um romance de Jorge Amado na versão e-book.
Solução que lhes apresentei: procurar a biblioteca municipal mais próxima.
Não conheciam. Não sabiam que não se pagava.
Levei mapas, links, sugestões.
Uma aluna, a Luzia, lá foi. Requisitou Olhai os Lírios do Campo, de Erico Veríssimo. Gostou da biblioteca. Tinha muita coisa! Gostou do romance.

Ana Soares

sexta-feira, 1 de maio de 2009

1.º de Maio

É das memórias da infância que tenho mais presentes: os festejos do 1.º de Maio, na Alameda, em Lisboa. Da janela, víamos os autocarros cheios, despejarem centenas de ceifeiras alentejanas, vestidas a rigor, com chapéus e foices. A janela abria-se e as avós insultavam quem chegava: "Vão trabalhar!"

Depois, eram-nos distribuídas bandeiras do CDS de Freitas, do PSD de Sá Carneiro e de Portugal. E lá íamos nós, as crianças, menores de 10 anos, para a porta de casa, abanar as bandeiras, brincar, comer uma fartura ou uma queijada, alheados à instrumentalização dos adultos, e ao ritmo dos bombos e dos cavaquinhos.

Às vezes, ouviamos insultos: "Fascistas!". A resposta não se fazia esperar, da janela, as avós gritavam: "Comunas!"

Lembro-me de um senhor que, num desses dias de festa, nos sorriu, fez-nos umas festas nas cabeças, olhou para a janela e gritou para as avós: "A festa dos trabalhadores e as vossas bandeiras só são possíveis porque vivemos em liberdade! Viva a liberdade!".

"Viva!", gritamos nós, alheados da política.

"Meninos, para dentro!"

Naquele dia, a festa acabou mais cedo.

Hoje, já não há avós, já não há paixões pelos partidos, os festejos do 1.º de Maio continuam na Alameda, mas perderam o brilho, talvez porque já não há trabalhadores, só colaboradores e muitos desempregados.

BW

O Pó do Tempo


Pó dos Livros será, talvez, uma livraria já conhecida de alguns de vós. Ainda assim, não resistimos em falar-vos dela e da nossa experiência nela.
Ao contrário do que se passa noutras , aqui temos a sensação que cada livro que está naquelas prateleiras foi cuidadosamente escolhido, às vezes parece mesmo que foi escolhido a pensar em nós (e isto apesar dos hits da moda também andarem por lá).


Títulos, capas, ilustrações, tanto na secção infanto-juvenil como na dos “crescidos”, contribuem para a magia de uma livraria como há poucas. Irresistível.

Para conhecer, clique aqui, no blogue Pó dos Livros.