quinta-feira, 30 de abril de 2009

Eça no Indie II

Para ler sobre As Singularidades de uma Rapariga Loira na versão cinematográfica de Manuel de Oliveira :

http://diario.iol.pt/cinema/singularidades-de-uma-rapariga-loura-maniel-de-oliveira-indielisboa/1060572-4059.html

Aumentar a escolaridade obrigatória, diminuir o número de alunos por turma

Poucos dias depois da confirmação do alargamento do ensino obrigatório, o Bloco de Esquerda apresenta a seguinte proposta:
profs de Português e Matemática só com 3 turmas;
turmas só com 22 alunos.

Esta são as principais novidades da proposta de projecto-lei do Bloco que é hoje discutida na Assembleia da República.

Adivinha-se um debate acesso.

José Luandino Vieira - livros na prisão

No âmbito do contrato de leitura, de que já vos falei, sugeri também aos meus alunos que lessem Nosso Musseque. Não lhes disse, mas achei que não o iam escolher. Pu-lo na lista pelos motivos mais evidentes: mais um exemplo da nossa literatura de expressão portuguesa, mas achei que Jorge Amado, com a sua fama; Pepetela, com os seus temas; Erico Veríssimo, com a intensidade psicológica iam conquistar os alunos. E conquistaram, é verdade, mas passado o período de reflexão e “prospecção” que lhes procuro proporcionar antes da escolha do livro, alguns lá disseram, embora ainda sem grande confiança, que iam ler este.


Depois, pareceu-me que gostaram mesmo. Este pequeno romance, escrito na prisão (outra prisão para além daquela de que Luandino nos fala nesta entrevista ao Público), faz um retrato dos musseques, bairros de Luanda, com personagens, adultos e crianças, que conquistaram a simpatia dos jovens leitores.





Esta foto de um musseque não é minha. Pode ser vista neste blogue sobre Luanda. Vale a pena espreitar para conhecer Luanda.






Moral da história: os miúdos gostam de conhecer outros universos. Educar é também isto. Levá-los a viajar por mundos reais e ficcionais que eles não conhecem.


Ana Soares


Feira do Livro 2009

A feira do livro de Lisboa já aí está.

Aqui fica o link:

http://feiradolivrodelisboa.pt/

Maria do Carmo Vieira em livro

Maria do Carmo Vieira é professora de Português, é conhecida entre os seus pares mas também do público que segue mais de perto as questões de Educação pela defesa de um ensino mais exigente. Por isso, não é novidade que no livro A Arte, Mestra da Vida: Reflexões sobre a escola e o gosto pela leitura, publicado recentemente pela editora Quimera, defenda que os mais pequenos, desde que entram na escola, devem ler os textos literários, insurgindo-se contra quem os acha muito difíceis para os mais novos.

Eugénio de Andrade, Caeiro, Pessoa, Guerra Junqueiro, Camões... A autora critica as "orientações institucionais" que continuam a "menorizar os nossos alunos, a atrofiar as suas capacidades e a negar-lhes a cultura a que têm direito, tornando-os vítimas de um ensino que os coloca ignorantes e indefesos perante uma sociedade exigente e desumanizada". Maria do Carmo Vieira defende: "Se cultivarmos nas crianças e desde tenra idade o gosto e o prazer de ouvir cantar e contar histórias, elas tornar-se-ão gradualmente fiéis amantes da leitura."

BW

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Ronda do Soldadinho

G.A.C. - Ronda do Soldadinho

É preciso situar esta letra de José Mário Branco, aqui cantada pelo Grupo Vozes na Luta (só o nome da banda diz tudo!). Gosto muito mais da versão simplificada de Isabel Silvestre, no álbum A Portuguesa, basicamente porque deixa cair as estrofes onde se incita à luta contra o capitalismo! Não gosto nada do que fizeram com a música no Youtube, mas aqui fica...




A Ronda do Soldadinho resume as principais razões de descontentamento da sociedade portuguesa nas décadas de 1960/1970: a pobreza, a emigração forçada, a guerra colonial. Além do Conta-me como foi (a série da RTP), a letra cantada por Isabel Silvestre tem servido para explicar aos mais novos o porquê do 25 de Abril.

Lembrei-me desta música porque ontem passaram 120 anos do nascimento de António Oliveira Salazar.


BW

Secção da Alegria II - sonhos a custo zero nas bibliotecas

Livrarias
Nestes espaços, que se desejam feitos à sua altura e medida, com a cor e vida das crianças, elas devem poder criar laços. Entre elas e os livros em primeiro lugar, mas entre elas e os outros, pais, irmãos, amigos. A ida à livraria, em lugar da ida a um fun centre, pode ser um momento de intimidade e festa.

Bibliotecas
Também em muitas bibliotecas já se acabou o tormento do silêncio para os mais pequenos. Naquelas que possuem uma secção da alegria, os meninos podem rir de uma história, podem recontá-la aos amigos, podem apropriar-se dela. Têm almofadas, cor e desenhos nas paredes.


As bibliotecas terão a vida que nós lhes dermos ao levar lá os nossos filhos, sobrinhos, alunos, amigos…

Fica o convite.

Procurar a biblioteca do bairro, pode ser uma aventura com um final feliz. Aqui, a custo zero, há muito sonhos à venda.

Fica a sugestão.

Ana Soares

Para a pesquisa de bibliotecas municipais:

http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_municipais.jsp

http://catalogolx.cm-lisboa.pt/#focus

Eça no Indie 2009


Aconteceu ontem a antestreia nacional de Singularidades de Uma Rapariga Loura, o mais recente filme de Manoel de Oliveira, no Cinema São Jorge. Prova viva da actualidade dos textos queirosianos que não se esgotam n'Os Maias.


Protagonizado por Ricardo Trêpa e Catarina Wallenstein conta ainda com participações de Diogo Dória, Rogério Samora, Carlos Santos, Luís Miguel Cintra e Leonor Silveira. Destaca-se este evento também pelo facto de ser esta a primeira vez que o IndieLisboa tem a honra de apresentar um filme do realizador português mais reconhecido ao nível internacional: Manoel de Oliveira.


terça-feira, 28 de abril de 2009

Marta Neto - Exposição na Biblioteca Municipal D. Dinis


Os textos de Suzana Ramos e a ilustração de Marta Neto convidam a visitar a Biblioteca Municipal de Odivelas. Daremos ainda conta do programa, noutro dia.




Secção da alegria

Ler é também um dos direitos das crianças. E elas devem poder fazê-lo, com respeito pelos outros, naturalmente, mas com a vivacidade e alegria que lhes é característica. Fernando Alves no programa Sinais da TSF de 27 de Janeiro sugeriu o nome “Secção da Alegria” para o espaço infantil das livrarias. Mas temos de assumir que a alegria não é sempre sinónimo de silêncio.

Sinais
http://tsf.sapo.pt/podcast/files/sin_20090127.mp3


Ana Soares

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Alargamento da escolaridade obrigatória

Escolaridade obrigatória de 12 anos

Quando? Até 2012. Leia aqui .

E como? Planos aqui.

Bimby em livro

São muitos os amigos e conhecidos fãs da máquina de cozinha alemã Thermomix TM31. Para eles aqui fica uma boa notícia! A Bimby na Cozinha Regional Portuguesa é um livro de receitas que sai hoje, com o jornal PÚBLICO, e custa por 11 euros, parte das receitas (económicas) revertem a favor da compra de uma carrinha de nove lugares para o projecto Aldeias SOS. As receitas (culinárias) são do chefe Albano Jerónimo, que revela como é fácil e rápido fazer uma carne de porco à alentejana em apenas 18 minutos.

domingo, 26 de abril de 2009

Novo romance de Pepetela - agenda e sugestões



Pepetela, pseudónimo pelo qual se tornou conhecido Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, tem um novo livro: O Planalto e a Estepe. Segunda-feira, na Pó dos Livros, pelas 18h30min, haverá uma sessão de leitura da referida obra.

O autor Angolano entrou lá em casa, os seus livros, bem entendido, quando na escola começámos a propor aos alunos do 11.º ano obras de autores de expressão portuguesa, no âmbito do contrato de leitura.

Após um período de adaptação (pois os miúdos, apesar dos seus 15/16 anos, às vezes, também são conservadores), lá entraram também na vida dos jovens alunos autores como Mia Couto, Erico Veríssimo, Luandino Vieira, Manuel Rui, Jorge Amado e Pepetela.

Este último tem sido bem amado pelos miúdos.

Escolhem preferencialmente Jaime Bunda, em várias das suas versões, muitas vezes levados pelo título e capa, entusiasmados com a crítica que se adivinha logo na analogia entre o Jaime Bunda e James Bond.





Escolhem ainda A Montanha da Água Lilás. Este é, na verdade, uma fábula para todas as idades, que vos recomendo. Através da alegoria, o autor propõe uma crítica aos homens que se deixam corromper pelo poder que a posse de recursos humanos pode representar. Numa linguagem simples e poética, Pepetela chega a jovens adolescentes e a adultos, levando-os a reflectir tanto sobre o processo social que leva à diferenciação de classes como sobre a estruturação de uma economia. Com as estranhas personagens deste livro, criaturas muito engraçadas, os jacalupis, Pepetela faz um colorido retrato do mundo e dos homens.



Ana Soares


sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril, sempre!

Quando éramos pequenos, o meu pai amedrontava-nos: “Não se fala de política com ninguém. Na China, os filhos denunciavam os pais, que iam presos.”
O aviso tinha como base a experiência do comunismo, mas também podia ser aplicado ao salazarismo.
Por isso, é importante que os mais novos saibam que o 25 de Abril de 1974 não é mais um feriado, mas é o dia que marca uma nova era. A de podermos expressar as nossas opiniões, discuti-las e partilhá-las. A liberdade é um direito que abre as portas a todos os outros. E os mais pequenos têm que saber isso, para crescer no respeito pela liberdade dos outros.

Não convido a descer a Avenida – embora a participação em actos públicos também seja uma experiência pedagógica -, mas a ler sobre o tema!



Vinte cinco a sete vozes, de Alice Vieira, publicado pela Caminho, é um trabalho de casa de uma estudante sobre o 25 de Abril, com base no testemunho, em discurso directo, de sete pessoas.





O 25 de Abril contado às crianças, de José Jorge Letria (texto) e João Abel Manta (ilustrações), da Terramar, é uma “história pessoal” do autor, mas também a contextualização da revolução. Letria lembra a história de Salazar, a guerra colonial, a emigração, a censura e a alegria da mudança. As ilustrações, pelo seu valor histórico e simbólico, são uma das mais valias deste livro.

BW

Romance do 25 de Abril


João Pedro Mésseder escreveu Romance do 25 de Abril em prosa rimada e versificada. É a história de um menino chamado Portugal "que fora camponês e operário e em soldado se tornara" e que sofreu e lutou para realizar o sonho da liberdade. O texto bonito, embora um pouco maniqueista, pode ser uma primeira abordagem para pais e filhos fazerem à ditadura e ao 25 de Abril. Alex Gozblau ilustra este livro da editora Caminho.


BW

sexta-feira, 24 de abril de 2009

25 de Abril nas escolas.

Não se comemora explicitamente este dia na maioria das escolas, no entanto, ele vai ganhando vida sempre que a propósito da disciplina de História ou Português, por exemplo, se recorda o dia e o que ele representa.
No 11º ano, a obra Felizmente Há Luar!, de Sttau Monteiro, proporciona esta reflexão.
Este ano, na escola, descobrimos o grupo Petrus Castrus e integrei na minha planificação de aulas sobre a referida peça de teatro uma reflexão sobre algumas das músicas desta banda dos anos 60/70.

"falta saber qual é o futuro que vence
falta saber qual é e a quem pertence"

Ouvindo, lendo e interpretando alguns dos seus poemas, vimos como aquela juventude via e sentia o regime que tanto os oprimia, descobrimos os sonhos que tinham e as batalhas que travaram. Falámos dos sonhos que hoje, 35 anos depois, faltam a alguns.

Deixo como sugestão o CD Mestre, editado pela Valentim de Carvalho
Ana Soares



quinta-feira, 23 de abril de 2009

Escolaridade obrigatória

Mais três anos de escolaridade não é sinónimo de alunos que concluem o 12.º ano, avisa-me o secretário de Estado da Educação Valter Lemos. Isso só acontecerá quando o “sistema educativo for eficiente”, acrescenta. Portanto, um aluno poderá chumbar sistematicamente e completar os 12 anos de escolaridade obrigatória.
E para quando um sistema eficiente e interessante, que cative todos os alunos, que os faça ir até ao fim? Sem a ameaça de perda da qualidade do ensino?
Qualidade e quantidade “não são inconciliáveis”, responde a ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Embora admita que “o objectivo exige muito da sociedade portuguesa, da escola, dos professores e das famílias” porque ter todos os alunos na escola, durante mais anos, trará o problema da diversidade...
Com esta medida, suspeito que o ensino privado de qualidade sai a ganhar. Os alunos que até agora saiam no final do 3.º ciclo para a escola pública, mais precisamente para os antigos liceus, vão pensar duas vezes. Afinal, os bons professores estão a pedir a reforma antecipada e a escola pública passará a acolher todos, incluindo os que não querem lá andar. Não sei se os pais estão dispostos a arriscar.

BW

Alargamento da Escolaridade Obrigatória e do Plano Nacional de Leitura


Dia Mundial do Livro cheio de novidades na educação.

Alargamento do Ensino Obrigatório

Destacamos a aprovação pelo Conselho de Ministros da proposta para alargamento da escolaridade obrigatória de nove para doze anos (para todos os alunos que a partir do próximo ano frequentem o ensino) e a universalidade da educação pré-escolar para as crianças a partir dos cinco anos de idade.

Esta última é muito bem vinda, uma medida urgente para bem das famílias, economia, taxa de natalidade, enfim...

Quanto à primeira, é claro que é discutível, não o alargamento em si, mas o que ele pode representar.
Se tivessemos a certeza que todos teriam a oportunidade de serem jaguares é claro que a questão ganharia consenso! Implicitamente, a Srª Ministra comparou a "produção" de alunos e carros, quando, respondendo a algumas críticas, referiu que qualidade não é inimiga da qualidade, palavras que ouvi há que ouvi há pouco e que vos sugiro que oiçam também.

Leia mais aqui e oiça aqui.

Plano nacional de Leitura no pré-escolar


Hoje, na sessão de abertura da Conferência Nacional de Educação de Infância, a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou que o Plano Nacional de Leitura vai ser alargado ao pré-escolar já no próximo ano lectivo.

Leia mais aqui.

Dia Mundial do Livro - Saramago e J. Luís Peixoto

Os posts de Saramago.

José Saramago lança hoje um livro, denominado Caderno, onde surgem compilados os textos que publicou no seu blogue entre Setembro de 2008 e Março de 2009. Na esteira dos Cadernos de Lanzarote, encontramos nesta obra a espontaneidade das reflexões de Saramago. Apesar dos posts estarem disponíveis on-line (ver link na nossa lista de sugestões), nada se compara a lê-los em papel. Estes posts compilados são, sem dúvida, uma excelente prenda para o Dia Mundial do Livro. A não perder!


O quarto romance.

José Luís Peixoto verá reeditado o seu primeiro romance, Morreste-me, em Junho e , no Outono, prevê-se a publicação de um novo romance.
Aguardaremos ansiosos por este novo título, até lá sugerimo-vos Cal. Este é uma excelente escolha, principalmente para os que não conhecem ainda a sua obra, pois este volume reúne vários contos, alguns poemas e textos dramáticos, pelo que é uma boa introdução ao universo deste jovem, mas já amplamente reconhecido, escritor.

Ana Soares

Dia Mundial do Livro - crianças

Os que, como eu, andam pelas livrarias e bibliotecas à procura de livros para crianças já terão concerteza verificado que nem sempre é fácil encontrar livros escritos em verso com qualidade e capazes de prender o interesse dos miúdos. Por este motivo, a minha sugestão neste dia Mundial do Livro é exactamente um livro infantil escrito em verso: A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas.
Reúne este livro, a meu ver e dos mais pequenos cá de casa, várias virtudes: tem gigantes, um rei maluco (quer fazer uma biblioteca, imaginem lá!), traças perigosas (que querem comer os livros), um morcego guardião da biblioteca e uma fada que devora livros num sentido mágico, como só as fadas conseguem fazer! Juntamos a isto umas ilustrações bem divertidas e um texto com a qualidade com que Luísa Ducla Soares habitualmente nos surpreende e temos como resultado final um livro de sucesso. Vale a pena procurar nas bibliotecas e livrarias.

Feliz Dia do Livro para os mais pequenos!

Ana Soares

Luísa Ducla Soares, A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas, Livros Horizonte

De pequenino...

No primeiro programa da nova temporada do Querido Mudei a Casa, na SicMulher, um vendedor de electrodomésticos definia um monitor para computador e televisão como “o paraíso para qualquer criança ou adolescente”.
Para mim, o paraíso era a produção do programa ir lá a casa, enchê-la de estantes anti-pó, cheias de todos os livros que estão nas nossas listas de desejos e de compras!
Livros para nós, adultos, e para eles, crianças, se faz favor!
Dos livros em esponja, plastificados, com uma única imagem aos com 200 páginas, cheias de letras e sem bonecos. Esta será a evolução natural dos nossos filhos como leitores. Por isso, o Dia Mundial do Livro é uma ocasião tão boa como qualquer outra para oferecer um livro aos mais pequenos e para partilhar com eles a leitura.

BW

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rainha do surf ou fada do lar?

“Porque é que ela é a rainha do surf, se está a segurar uma tábua de engomar? Ela é empregada doméstica e sonha ser surfista?!”
O cartaz da Triumph é óptimo para introduzirmos os mais pequenos em conceitos como a igualdade de direitos e a partilha de tarefas domésticas.
A mulher quer-se em casa, a engomar, submissa e feliz?
Infelizmente, este não é um conceito do passado. No âmbito do International Social Survey Program, foi feito um inquérito a 18 mil casais entre os 25 e os 65 anos, em 34 países europeus. Os dados revelam que Portugal fica acima da média europeia em termos de horas de trabalho das mulheres. Elas trabalham cerca de três horas diárias em tarefas domésticas, não remuneradas. Ao passo que eles dedicam apenas seis horas semanais à casa.
Há mais uma série de estudos que desembocam nas mesmas conclusões: elas trabalham fora e dentro de casa; eles não.
O cartaz pode servir ainda para falarmos sobre a exploração publicitária do corpo feminino, mas pode ficar para outro dia!

BW

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Madeira é um jardim

Em Abril, a Madeira celebra as flores e este ano “O Principezinho” é o tema central da trigésima edição da Festa da Flor, no Funchal, entre 22 e 26 de Abril. A construção de tapetes florais e uma exposição de esculturas de flores fazem parte do programa. Sábado, às 10 horas, centenas de crianças desfilam até à Praça do Município para depositarem uma flor e construir, em conjunto, “O Muro da Esperança”.O “Grande Cortejo Alegórico da Flor”, este ano sob a chancela do livro de Antoine de Saint Exupéry “O Principezinho”, realiza-se no domingo, dia 26 de Abril às 16 horas. No momento mais alto da festa cerca de 1.100 figurantes e alguns carros alegóricos, percorrem as ruas do Funchal, oferecendo aos turistas e residentes um dos mais bonitos cortejos do país. Mais informações em www.madeiraislands.travel

António Mota e Elsa Navarro na Livraria Papa-Livros

António Mota e Elsa Navarro estarão na Livraria Papa-Livros, no Porto, no sábado, a partir das 16h00. O escritor e a ilustradora conversarão com crianças e farão uma sessão de autógrafos. Simultaneamente, estará patente uma exposição com as ilustrações de originais de algumas obras. Será dramatizada a história do livro O Galo da Velha Luciana, pela contadora de histórias Adélia Carvalho e por dois elementos da Companhia Familia Circosfera, Joana Domingos e Guillem Feixas, que, no final, realizarão algumas actividades com as crianças, juntamente com a artista plástica Ana Justo.

Educar para a Ecologia II

E que tal começar a semana a pensar que vamos, efectivamente, ser mais ecológicos?
Neste link, que nos pode encorajar, surgem compilados vários pequenos "episódios" com animais que, de uma forma bem divertida, nos ajudam a mudar comportamentos.
Apesar de não ser em português, é óptimo para explorarmos com os nossos alunos, filhos, afilhados, amigos.


Vá lá, espreitem e tragam os vossos miúdos a visitar o nosso blogue.

Ana Soares

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Aos sábados em Coimbra

O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra continua a animar todos os Sábados à tarde com muitos ateliers divertidos. Este trimestre traz muitas actividades novas relacionadas com Darwin. Há ateliers especialmente dedicados a crianças dos 3 aos 5 anos que acontecerão uma vez por mês. Mais informação em

http://www.museudaciencia.pt/index.php?iAction=Actividades&iArea=14&iId=84

Educação para a Sexualidade - Família e Escola

Muito a propósito dos nossos últimos posts, tive na escola mais uma tarde de formação sobre Educação para a Sexualidade. Já tivéramos uma tarde com uma psicóloga, outra com um especialista em ética e agora chegou a vez de uma médica. As expectativas eram algumas. Achávamos que não nos íamos ficar pelas componentes biológicas e fisiológicas (até porque todos somos adultos e entre nós até estavam os profs de Ciências, Biologia, especialistas nessa matéria). Foi, portanto, uma agradável confirmação o facto da sessão não se deter, nem sequer enfatizar, esse domínio. Foi óptimo ouvir da boca de uma especialista no trabalho com adolescentes, pois a referida médica é responsável por uma consulta de adolescência num dos nossos hospitais, que a educação sexual começa em casa, na família. E que a escola assume também um papel importante, mas paralelo, que é partilhado com outros grupos sociais a que a criança pertença (grupos desportivos, grupos de jovens, actividades de carácter religioso, seja qual for a equipa ou religião). Reforçou que os números mostram que os jovens assim integrados iniciam mais tardiamente a sua vida sexual. Mencionou casos de jovens adolescentes, com 12 ou 13 anos, grávidas. Descreveu o sentimento de impotência e revolta perante algumas destas situações. Gostei de ouvir na discussão que se gerou que na escola não têm de existir balcões ou gabinetes de educação para a sexualidade. Que esta educação deve ser feita de uma forma harmoniosa entre aquilo que a família mostra, aquilo que a escola ensina e que é corroborado pela atitude saudável com que os adultos, perante as crianças e jovens, assumem este tema. Achei curioso ouvir algo que já tinha ouvido dos psicólogos: os adolescentes podem ter o corpo, a informação…tudo aquilo que os faz pensar que já são adultos. Mas as suas cabeças não pensam como as de um adulto. E isto explica-se pois há uma zona cerebral (não me perguntem o nome, pois já não me lembro), responsável pela capacidade de maturação e controle de algumas decisões, que ainda não se desenvolveu aos 12, 14 ou 16 anos. Reforçou a importância do “não”, das regras, dos valores que, desde cedo, devem ser incutidos às crianças. Defendeu mesmo que a ausência deste reforço cria adolescentes sem capacidade de auto-controle e atrasa a capacidade da tomada de decisões racionais. Disse ainda, várias vezes, que procura mostrar, nas suas consultas com os jovens, que entre o poder e o dever começar a ter relações sexuais vai um longo caminho. Que até lá chegar há muitas outras etapas e muitas outras coisas para fazer.

Aqui fica a partilha.

Ana Soares

sábado, 18 de abril de 2009

McEwan e a essência do ser humano

O mundo das relações humanas não mudou muito desde a Grécia Antiga, defende o escritor britânico e dá como exemplo Homero. Na Odisseia, o autor narra a viagem de Ulisses e a sua dificuldade em regressar a casa. Quando finalmente volta ao seu reino, a mulher, Penélope não o reconhece e por isso testa-o, faz-lhe uma pergunta que só Ulisses sabe a resposta. O marido acerta mas fica ofendido com a desconfiança da mulher. Por muito que a humanidade evolua, os mal-entendidos continuam a surtir o mesmo efeito nos seres humanos, conclui McEwan. Por isso, as novelas continuam a viver dos mal-entendidos e se no tempo de Jane Austen os livros obedeciam ao esquema do final feliz, ele não sente essa obrigação, confessa.

BW

McEwan e as mudanças climáticas

O escritor britânico nunca escreverá sobre mudanças climáticas porque não aprecia as personagens boas, nem acha que os leitores gostem de livros pedagógicos, que os alerte para esses problemas. Ian McEwan recorda que, há algumas décadas, participou numa expedição ao gelo, integrado numa equipa de especialistas. Sempre que entravam e saiam do barco, tinham de deixar todo o equipamento que usavam numa sala específica. No primeiro dia estava tudo impecável, limpo e cada coisa no seu lugar; nos dias seguintes já faltavam luvas, botas, capacetes e cada um pegava nas coisas dos outros e usava. À noite, bebiam um copo de vinho e discutiam as mudanças climáticas e o que fazer para salvar o mundo, mas eram incapazes de respeitar as coisas uns dos outros. A plateia diverte-se com a narrativa e McEwan conclui: o problema das mudanças climáticas é o problema da natureza humana.

BW

Ian McEwan em discurso directo

O escritor Ian McEwan esteve hoje em Lisboa, para o lançamento do libreto da ópera Por Ti, publicado pela editora Gradiva.

Sobre a solidão:
"A solidão é um luxo, é uma grande invenção moderna."

Razão vs. emoção:
"Não podemos confiar em alguém que seja só racional."
"Os cientistas começaram a invadir o território dos novelistas, também eles se interessam pela emoção."
"Somos profundamente supersticiosos mas inventamos tecnologia. Vivemos na era de ouro da ciência e tecnologia."

Razão vs. :
"A fé sempre foi uma virtude humana positiva. Com o 11 de Setembro vimos homens cheios de fé a fazer coisas horríveis. Descobri que a fé tem um lado obscuro."
"Se queremos saber algo sobre a fotossíntese não vamos à Igreja, porque não é esse o território da ciência."

Sobre o processo de escrita:
"É difícil escrever com as lentes da felicidade, essa celebra-se na poesia. A novela [como género literário] é sobre a essência humana e nós somos fascinados pelos mal-entendidos."
"Escrever não é um processo racional, quando começo nunca sei o que estou a começar."
"A novela é uma forma maior da bisbilhotice."
"Gosto do realismo da ficção, não estou interessado no mágico [na literatura fantástica]."


BW

Consenso partidário

Na quinta-feira esteve em Lisboa a ex-secretária de Estado da Educação do Governo Bush. Em entrevista ao PÚBLICO (hoje, na edição impressa), Margaret Spellings fala da reforma do sistema educativo que começou em 2001. Chama-se No Child Left Behind e o objectivo é que todas as crianças frequentem o ano escolar adequado à idade que têm.
A lei foi discutida, discutida e acabou por ser aprovada por Democratas e Republicanos. Houve consenso em torno de um problema flagrante - o estado da educação nos EUA - e os partidos uniram-se. Era bom que em Portugal se fizessem pactos em torno de questões essenciais como a Educação, a Saúde e a Justiça. Se assim fosse, professores e alunos não se queixariam, de quatro em quatro anos, com as novas reformas e mudanças impostas por cada novo ministro da Educação. Se houvesse maior consenso provavelmente os resultados académicos dos estudantes portugueses seriam melhores.

BW


PS1: O princípio da lei dos EUA é bom, o modo como se chega a ele é que pode ser mais polémico: há exames anuais para todos os anos; as escolas públicas que não conseguem atingir os objectivos deixam de ser financiadas ou podem mesmo fechar. Os sindicatos dos professores norte-americanos continuam a criticar a lei.

PS2: Spellings foi o único membro do gabinete de Bush que aceitou ser entrevistada por Jon Stewart.



The Daily Show With Jon StewartM - Th 11p / 10c
Margaret Spellings
thedailyshow.com
Daily Show
Full Episodes
Economic CrisisPolitical Humor


Mas não só!


The Colbert ReportMon - Thurs 11:30pm / 10:30c
Margaret Spellings
colbertnation.com
Colbert Report Full EpisodesPolitical HumorNASA Name Contest

Educar é ensinar a ver

“A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente. A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades. Sem a educação das sensibilidades todas as habilidades são tolas e sem sentido.”

Palavras de Rubem Alves que, do outro lado do mar, pode ser visitado em

http://www.rubemalves.com.br/

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Conversas sobre sexualidade

Bom, parece que eu e a Bárbara resolvemos dedicar estes últimos dias da semana à sexualidade. Depois das sugestões a pensar nas leituras dos miúdos, proponho-vos uma leitura para pais. Cristina Sá Carvalho (psicóloga), com a colaboração de Mary Anne Stilwell d'Avillez (enfermeira), propõe Conversar com os Filhos sobre a Sexualidade (edição do Snec - Secretariado Nacional de Educação Cristã). Uma leitura realista, embora tendenciosa (pois parte da proposta da Igreja Católica), sem puritanismos ou preconceitos. Uma obra que peca pela pobreza da capa (um horror, para dizer a verdade, e que em nada faz justiça ao que se encontra lá dentro) e que ganha pela excelente organização, rigor, actualidade e bom senso.

Feita a pensar nos pais, apresenta capítulos para as diferentes idades e a começar nos "nossos filhos ainda bebés" (sim, porque a educação para a sexualidade começa aqui) e a terminar na segunda etapa da adolescência (15-18 anos). Enquanto os filhos lêem "Para onde foi o Zezinho" ou o livro da Lynda Mandara, os pais podem ler estas conversas.

Ana Soares

Educação e felicidade

O maior desejo dos pais é que os filhos sejam bem-sucedidos na escola, para que o sejam no futuro profissional, e, paralelamente, que sejam felizes. Contudo, muitos filhos não são academicamente felizes, pelo contrário, a escola é um sofrimento e/ou levada com desinteresse.
O dilema é de uma mãe de cinco filhos, num encontro promovido pelo Fórum para a Liberdade de Educação (http://www.liberdade-educacao.org/), ontem, na Gulbenkian, em Lisboa.
E a mãe propõe: não seria importante criar uma disciplina onde os miúdos aprendessem a ser felizes, a ter valores de cidadania, a ganhar auto-estima, a aprender a aprender?
A resposta sai da boca de Marçal Grilo. A resposta sai da boca de Marçal Grilo. O ex-ministro da Educação não lhe diz que já existem várias disciplinas que prevêem tudo isso e que certamente os seus filhos frequentarão, como Educação Cívica, Estudo Acompanhado ou Área Projecto. Em vez disso, Marçal Grilo diz uma única frase: “A felicidade está relacionada com a auto-estima e esta com os resultados”.
Com os bons resultados, acrescentaria.

Bárbara Wong

Educar para a Ecologia - Letras e Ciências de mãos dadas

A Livraria Papa-Livros, no Porto, organiza um encontro, dia 18 de Abril, sábado, pelas 16h e 30 min, com Regina Gouveia e Nuno Gouveia. A escritora e o ilustrador conversarão com crianças sobre o livro Era uma vez... Ciência e Poesia no Reino da Fantasia, da Campo das Letras.
Era uma vez… o Mar; Era uma vez… o Vento; Era uma vez… um Planeta; Era uma vez… uma gotinha de Orvalho; Era uma vez… um Ecoponto. Assim começam os cinco poemas escritos a pensar nos meninos do 1º ciclo, mas que podemos sempre ler com os mais crescidos.
Ana Soares

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Monumentos e estrelas

Este é um ano em que se fala e falará muito da Astronomia.
E no próximo sábado há palestras e observações nocturnas do céu em vários monumentos do país. Mosteiro dos Jerónimos, Panteão Nacional, Mosteiro de Alcobaça e Castelo de Silves acolhem astrónomos amadores e profissionais, por ocasião do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, subordinado este ano ao tema "Património e Ciência".
A organização do Ano Internacional de Astronomia (http://www.astronomia2009.org/) é da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).
Estejam atentos a outras iniciativas!

"Vê lá na Lynda Madaras!"

A Lynda Madaras é uma especialista norte-americana em saúde e educação sexual. Nos últimos tempos é visita assídua lá de casa. Uns dias encontro-a na sala, outros nos quartos, às vezes na casa-de-banho. Anda por lá e é muito requisitada. No outro dia, ouvi uma conversa entre eles que terminava com um conselho, de um para o outro: "Vê lá na Lynda Madaras!"
"Uauuu! Estou a crescer!" são dois livros de Lynda Madaras, editados pela Sinais de Fogo Juvenil. Dois porque um é para ele e outro para ela, "a partir dos oito anos", está escrito na capa.

http://www.kidsreads.com/reviews/1557045658.asp

Úteis para eles acompanharem de perto todas as transformações dos seus corpos e das suas cabeças, e para esclarecerem todas as dúvidas.
Úteis para nós que já nos esquecemos (ou não) de como ultrapassamos aquelas etapas e nos dá uma luz de como os vamos ajudar a fazê-lo, de preferência, sem dramas.

Bárbara Wong

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ian McEwan e os mal-entendidos


Para quem viveu a culpa e os mal-entendidos com Expiação, para quem chorou com os desencontros e os mal-entendidos Na Praia de Chesil, esta é uma boa notícia: Ian McEwan vai estar em Lisboa!!!
É já no próximo sábado, dia 18, às 16h00, na sala Luís de Freitas Branco, no Centro Cultural de Belém.
O vencedor do prémio Booker com o romance Amesterdão vai estar à conversa com a jornalista Clara Ferreira Alves e o mote será o seu último livro. Chama-se Por Ti e é um libreto para uma ópera de Michael Berkeley, editado pela Gradiva. E o tema da conversa é a importância dos mal-entendidos nas relações pessoais. A não perder!

Bárbara Wong

Para onde foi o Zezinho?

Desde pequenos que, para eles, a anatomia tem poucos mistérios.
Desde pequenos que sabem de onde vêm os bebés, como são concebidos, etc, etc.
Sem grandes pormenores. Os suficientes que os livros deixam antever. Para onde foi o Zezinho?..., de Nicholas Allan, da Gailivro, foi uma grande ajuda. O Zezinho é um espermatozóide e prepara-se para uma grande competição, ele é óptimo nadador, excelente, mas não é lá grande coisa a Matemática... É uma aventura divertida, o que permite falar de tudo com grande naturalidade.

Os livros de Babette Cole, da editora Terramar, também deram uma ajuda

http://www.babette-cole.com/

Mas sem dúvida que, depois de tantos anos, o Zezinho continua a ser o preferido e o mais revisitado.
Contudo, a educação sexual não fica resolvida com uns livros de histórias. É preciso disponibilidade para responder às perguntas, mesmo às mais embaraçosas, com o mesmo ar com que falamos de todas as outras coisas.
Desconstruir os pequenos preconceitos que trazem da escola, fruto da conversa com os outros, da mesma idade. Desmontar o ar comprometido com que falam das coisas, como se fosse uma vergonha ou um pecado. Ser cúmplice na gargalhada ou na piadola que dizem e aproveitar para conversar sobre o assunto... Todas as alturas são as ideais, mas qb, nada de exageros, nada de projectarmos os nossos mais secretos receios!
Sim, as relações amorosas e sexuais são normais e naturais, dizemos. Mas não é uma banalidade, é algo muito especial, unico, acrescentamos e isso estão já a descobrir, mas só vão compreender verdadeiramente quando forem MUUUIIIITOOO mais velhos (lá para os 30... vá, 25 anos), concluímos, perante os seus olhares divertidos.
Bárbara Wong

terça-feira, 14 de abril de 2009

Bom regresso às aulas

Recomeçaram hoje as aulas. Votos de um 3º período sem perturbações!

Leia aqui o regresso às aulas do Público.

A Crise de livros

Para além da crise económica, depois de o Educar em Português falar da crise da língua portuguesa e da que, eventualmente, afectará a imprensa, hoje resolvemos falar de uma crise fictícia e desvendar um pouco da história do livro As Cozinheiras de Livros de Margarida Botelho.
Aqui um estranho problema afecta um mundo onde os livros são feitos numa cozinha e as letras nascem em árvores. Este é o mundo onde, um dia, a crise chega às livrarias e bibliotecas. Não existem livros novos! A bibliotecária informa os utentes: “Lamento, mas não podemos ajudá-lo, trata-se de uma verdadeira crise!”.
Para além da história, este livro prima pela originalidade das ilustrações.

As Cozinheiras de Livros de Margarida Botelho,Editorial Presença

Ana Soares

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ainda a crise da língua portuguesa - Pinto Monteiro e as lições de pontuação na Assembleia da República

Na mesma semana em que soubemos dos erros do Magalhães, também na Assembleia da República se discutia a língua portuguesa, agora a propósito dos erros de pontuação na redacção da lei sobre a violência doméstica. O procurador-geral da república teceu no dia 11 de Março último reparos vários à redacção da referida lei.

As “lições de pontuação” foram semelhantes às que os professores tantas vezes propõem aos seus alunos: “Tirem lá a vírgula entre o sujeito e o predicado”, ouvimos Pinto Monteiro ensinar.

Para além destes erros de pontuação, que nos parecem imperdoáveis, também nos choca a sugestão da utilização da palavra “empoderamento” numa lei portuguesa. Apesar de até considerarmos a língua como um organismo vivo e dinâmico, consideramos que a referida adaptação da expressão empowerment da língua inglesa é totalmente desnecessária !

Ana Soares

Para ouvir mais clique aqui.

Novos Programas de Língua Portuguesa - Ensino Básico

Após um período de discussão pública, foram homologados no dia 7 os Novos Programas de Língua Portuguesa - Ensino Básico. Um só documento que congrega os programas do 1º, 2º e 3º ciclos, o que sugere maior articulação entre ciclos, aspecto que ganha o nosso aplauso. Depois de lermos o documento final com calma, voltaremos a falar dele. Para já, aqui fica a notícia.

Os Novos Programas podem ser consultados aqui.

Do blogue ao livro - A Educação Do Meu Umbigo, de Paulo Guinote

A Educação Do Meu Umbigo, de Paulo Guinote, é agora, também, um livro.

Editado pela Porto Editora, apresenta-se como mais uma forma de lermos e pensarmos a educação no nosso país. O lançamento decorrerá em Lisboa e no Porto:

  • Biblioteca Nacional - Lisboa, 18 de Abril de 2009

Apresentação a cargo de José Manuel Fernandes, Público

  • Espaço Professor Porto Editora - Porto - Porto, 29 de Abril de 2009
Apresentação a cargo de Maria do Rosário Gama, Esc.Sec. Infanta D. Maria - Coimbra

domingo, 12 de abril de 2009

"Ó gente"

O burburinho começa baixo e vai levantando volume. As vozes saem pelas janelas de guilhotina e há uma que se destaca. Paciente e insistente: "Ó gente..." Daí a pouco repete: "Ó gente..." E mais uma vez: "Ó gente..." Até que opta por chamar um a um, começando pelos mais faladores: "Henrique... Pode parar?"
O silêncio finalmente chega à sala de aula da Escola Municipal Marília Dirceu Ensino Fundamental. A "gente" tem pouco mais de oito anos e está atenta o tempo suficiente para ouvir a frase:
"A tia trouxe hoje os desenhos dos símbolos da Páscoa." Assim que a "tia" - é assim que os alunos chamam às professoras primárias, no Brasil - começa a mostrar os símbolos: "Tem vela... Uva... Trigo...", as vozinhas recomeçam e a professora continua: "Flor... Ovo... Peixe..." E eles cada vez mais interessados, a partilhar experiências com os colegas do lado: "Minha mãe comprou um ovo enorme!" E a professora começa a levantar um pouco a voz: "Sino... Coelho..." E o burburinho transforma-se em excitação. "Ó gente!..."
Seja professor ou tio - e este é um nome carinhoso, de alguma familiaridade, mas também de respeito -, os problemas são os mesmos.

Como dizia o ex-ministro da Educação, citando uma docente: "O difícil é mantê-los sentados". Mas não só.


Bárbara Wong

sábado, 11 de abril de 2009

A Crise também chegou à língua portuguesa...e ao Magalhães

“Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as instruções de um puzzle - "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste". Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador "Magalhães", o orgulho do Governo de Sócrates.”
Filipe Santos Costa

No semanário Expresso, 7 de Mar de 2009
http://aeiou.expresso.pt/magalhaes_tem_tantos_erros_que_e_dificil_contarlos=f501729


Sem palavras.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quando os alunos querem estudar mais

Aqui o ano lectivo não começa em Setembro, mas agora, depois do Verão. E com ele uma nova reforma no secundário. Neste estado, em 2017 escolas públicas há um novo currículo. Das 14 disciplinas, os alunos podem escolher as que querem seguir a partir do 11.º ano. Por exemplo, se um aluno quiser humanidades não precisa das cadeiras de Física, Química ou Biologia. Contudo, a Matemática é obrigatória. A escola pode escolher a oferta.

Até aqui nada de novo. Em Portugal é assim desde o 10.º.
No entanto, as privadas têm liberdade para continuar a oferecer todas as disciplinas. Os alunos que quiserem continuar a ter as cadeiras que não precisam terão de recorrer a explicações ou mudar de escola, para outra pública ou para uma privada.
Os professores queixam-se que o objectivo é poupar. Mas são as queixas dos alunos que surpreendem:
¨Se eu quiser fazer todas as matérias, terei que ir buscar outra escola¨,
"O conteúdo é muito superficial",
"O ensino público ficou mais fraco",
"Sinto que estou a ser prejudicado".
Eu não quero ser má língua, mas não consigo imaginar os alunos portugueses a emitir estas opiniões.

Bárbara Wong

Siglas

Um dia, durante um almoço entre a ministra da Educação e alguns jornalistas, Maria de Lurdes Rodrigues crispava-se com a capacidade dos portugueses transformarem tudo em siglas. São as DRE's (Direcções Regionais de Educação), as escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), o dinheiro do QREN (Quadro .... têm que ver este, ok)... e, dizia a ministra, até já inventaram os CNO (Centro de Novas Oportunidades)!
As siglas são amigas dos jornalistas (e não só), são boas para quem tem falta de espaço para escrever. Quantos caracteres tem Federação Nacional dos Professores ou Federação Nacional dos Sindicatos da Educação? Não poupamos em escrever Fenprof ou FNE?
Por aqui é igual. Há siglas para os órgaos do Governo, para projectos, para tudo, com a única diferença: Eu nao percebo nenhuma!

Bárbara Wong

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Estatuto da Carreira Docente (ECD)

Prémios de desempenho, concurso ao lugar de professor titular, escalões, prova de ingresso na carreira...a negociação continua.

Leia mais aqui.

Oi?! (II)

Não posso dizer onde estou! O Brasil é imenso e como estou a trabalhar e há concorrência e essas coisas, desculpem!
Mas não resisto a dar umas pistas que, na verdade, não vão ajudar ninguém.
I
"Onde servem o pequeno-almoço?"
"Oi?"
"O pequeno-almoço?", de vogais abertas e o volume mais alto.
"É portuguesa? Que gracinha! O café da manhã é naquela porta amarela, ali, ó!"
II
Na mesa ao lado:
"Pó pô pó?"
"Pó pô!"

Esclarecidos? Leiam e tentem perceber...

Agora a tradução:
"Posso pôr pó (de café ou de cacau, numa xícara e não numa chávena)?"
"Pode pôr!"

Bárbara Wong

Acordo Ortográfico

Eles perdem o trama,aqueles dois pontinhos em cima do "u",como têm os alemães e que usam em "linguiça". Nós perdemos o "c" em "acção" e "facto"; ou o "p" em "excepto" e "óptimo". Eles estão tão contentes como nós. Eles escrevem de maneira diferente, a construção frásica não é a mesma e isso não vai mudar. Mesmo com alguma harmonização, a língua, de um lado e do outro do Atlântico, vai continuar a evoluir, para sítios diferentes. Por isso, daqui a uma década continuaremos a discutir este ou outro qualquer acordo ortográfico.

Bárbara Wong

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Processos de avaliação individual de professores poderão ser de acesso livre - a polémica

O Estatuto da Carreira Docente (ECD) diz que os documentos relacionados com a avaliação de desempenho de um professor são confidenciais, mas a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) entende que não, na sequência de um pedido feito por um docente. Se o entendimento da CADA se generalizar, o processo de avaliação de um professor será de livre acesso. Pais, professores e alunos podê-los-ão consultar.

Ana Soares

Leia os pormenores aqui, no Público. Saiba a opinião dos sindicatos aqui.

Os mesmos problemas - A crise na imprensa

A crise na imprensa escrita é uma preocupação mundial.
Ainda há espaço para os jornais em formato papel?
As novas gerações já não lêem. Os écrãs estão por todo o lado; os olhos, as cabeças e os dedos estão formatados para ver e carregar em teclas e não para folhear, concluíamos, durante um jantar, um grupo de jornalistas brasileiros e portugueses.
"Sem jornais em papel, a democracia corre riscos e fica a perder", dizia, citando uma entrevista de um analista norte-americano, à Visão, a semana passada.
"As pessoas deixam de ter uma visão abrangente do mundo porque vão à Internet só pesquisar o que querem e não lêem outras matérias(1)", acrescentava uma jornalista brasileira.
"Não abrem horizontes", reforçava eu.
Então, um jornalista brasileiro contou que, um dia, na sua redacção, pediu a um estagiário, recém-licenciado, um trabalho sobre a Internet e a capacidade que esta tem em chegar a todo o lado. Deu-lhe um exemplo: "A semana passada, a Orquestra Sinfónica tocou para 40 mil pessoas. No mesmo dia, um tipo pôs um video no YouTube e, em dois dias, foi visto por quatro milhões.".
Passado pouco tempo, o estagiário voltou e perguntou: "Paulo, o que é uma orquestra sinfónica?".
A incredulidade e indignação tomou a mesa. A seguir poderiamos ter falado da falta da qualidade do ensino, da distribuição de culpas entre os pais e os professores que... não lêem jornais! Ou talvez não!

(1) matérias: notícias, entrevistas, reportagens. Que mania que nós temos de complicar!

Bárbara Wong

terça-feira, 7 de abril de 2009

Férias da Páscoa – Homem Aranha e Pokemons


Os miúdos estão de férias da Páscoa. Cá por casa, de manhã, eu trabalho enquanto os miúdos vêem televisão. Tiram a barriga da miséria! O ritmo do dia-a-dia não deixa muito tempo para a televisão. O mais crescido já aprendeu a fazer zapping. Quer apanhar o Homem Aranha num canal e os PoKemons noutro. Abro a excepção. Se os “apanhar”, pode ver. Depois, volta ao 2. A regra é esta, sem mim ao pé, só pode ver este canal. Há quem ache que é ridícula esta minha posição e que eles têm de ver tudo. Que eles sabem distinguir o bem do mal, o que é real do que é fantasia. Discordo. Tenho ouvido histórias que mostram o contrário, que mostram como com 5 anos se podem montar planos maquiavélicos inspirados em desenhos animados, que se pode achar que os adultos são uns ditadores e que é necessário rebelarem-se.
Por isso, cá em casa os miúdos fazem o papel deles e pedem para ver tudo e mais alguma coisa. Eu faço o meu e imponho os limites.

Educar é também impor limites.

Ana Soares

Ainda Ecos da Conferência Internacional - A língua portuguesa em crise


Pacheco Pereira na Conferência Internacional da Língua Portuguesa


“O ensino do português encontra-se hoje fortemente condicionado, se é que não é ameaçado, por uma espécie de doxa anti-humanista que, persistindo como persiste, terá um efeito devastador no nosso futuro próximo, conforme já se vai percebendo pela forma como os nossos jovens escrevem, falam e lêem. Pior: poucos lêem. Ninguém (…) contesta, por certo, a bondade de uma política de investimento na investigação científica, nas tecnologias puras e duras e nas chamadas ciências exactas; errado será se esse investimento trouxer consigo a míope desqualificação de áreas do saber que directa ou indirectamente concorrem para que o ensino da língua materna recolha os ensinamentos com que se renova e aprofunda.”

Carlos Reis, Actas da Conferência Internacional da Língua Portuguesa, p.9

A língua portuguesa vive tempos de crise. Esta dura realidade toca, em primeiro lugar, as escolas - básicas, secundárias e universidades.
A sociedade contemporânea vive no encanto das tecnologias. As humanidades, de uma maneira geral, e o amor e rigor na utilização da língua materna estão a ser substituídos pelo fascínio da comunicação virtual – chats, internet, e-mails – onde velocidade e qualidade nem sempre andam de mãos dadas. As grandes descobertas e áreas de valorização são as das ciências exactas, experimentais, as tecnologias, cujo valor, todavia, não questionamos.
Aquilo que questionamos é o facto de sermos diariamente bombardeados com publicidade, rodapés de telejornais, jornais onde proliferam erros linguísticos dos mais variados subtipos. Temos como exemplo o jornal que assumidamente recorre à expressão “Oje” como título. É ainda exemplo no domínio da comunicação social o número um do jornal “Sol” com um erro sintáctico. E isto para não falar dos erros que todos nós já encontrámos em impressos, folhetos e outros papéis que tais.
Escolas e professores estão a remar contra a maré.

Ana Soares

Ecos da Conferência Internacional da Língua Portuguesa

Em Maio de 2007: entusiasmo e expectativa. Parecia que, finalmente, se ia mexer na areia.
Depois, com o programa, desilusão. Internacional? A internacionalidade resumia-se, aparentemente, à presença de um orador brasileiro.
Depois, ao longo dos três dias da conferência, criei a intuição de que algo ia acontecer. As palavras dos oradores foram certeiras, não deixaram dúvidas quanto ao que havia por fazer.

2008 foi um tempo de espera: parecia que teríamos novos programas, mais carga horária, nova vitalidade para a língua portuguesa nas escolas.

Fevereiro de 2009: chegou-me às mãos o livro de actas. Reli as comunicações. Ainda tão actual. Ainda tão interessante. Ainda tanto por fazer.
As recomendações que resultaram desta conferência podem ser lidas em
http://sitio.dgidc.min-edu.pt/linguaportuguesa/Documents/RecomendacoesCIEP.pdf

Ana Soares

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"Oi?"

Não, não são as iniciais de Objectivos Individuais (OI), que tanto atormentam os professores, mas a interjeição que os brasileiros usam para perguntar: "O quê?", "Desculpe?", "Importa-se de repetir?".
Numa loja, um diálogo entre uma vendedora brasileira e um jornalista português:
"Como se chama ela?". "Maria". "Oi?". "Maria". "É melhor eu escrever...". "Máriá". "Ah!...".

Adivinharam. Estou no Brasil. Sim, a trabalhar.

Bárbara Wong

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Os títulos dos livros são como os nomes das pessoas - Orhan Pamuk



"Os títulos dos livros são como os nomes das pessoas e levam-nos a distinguir um livro dos milhões de outros a que aquele se assemelha. Já as capas dos livros são como os rostos das pessoas ou nos recordam uma felicidade que já experimentámos , ou prometem-nos um mundo de delícias que ainda não explorámos. É por isso que contemplamos as capas dos livros tão apaixonadamente como fazemos no caso dos rostos."


Este é um dos “Nove apontamentos sobre capas de livros” publicado por Orhan Pamuk no livro Outras Cores. Publicado após Pamuk ter recebido o Prémio Nobel da Literatura (2006), é uma recolha de textos variados que vão desde a sua vida pessoal, passando pela discussão de temas tão variados como as relações familiares, a cultura e análise política, numa escrita cheia de personalidade.

Orhan Pamuk, Outras Cores, Editorial Presença, 2009, 423 pp.

Ana Soares

Socorro, temos um adolescente em casa!

Depois do Grande Livro do Bebé e O Livro da Criança, Mário Cordeiro publica na Esfera dos Livros O Grande Livro do Adolescente. Por enquanto, só temos lido e consultado os dois primeiros. Embora volumosos, são práticos e certeiros nas sugestões que apresentam. A quem , como nós, deposita total confiança no saber científico e bom senso de Mário Cordeiro, os conselhos dão-nos uma tranquilidade e segurança que ameniza as horas de crise parental que às vezes vivemos. Imagino que daqui a poucos anos teremos este novo título não na estante, mas na mesa de cabeceira, quando andarmos a gritar cá por casa: “Socorro, temos um adolescente em casa!”. O autor, prestigiado pediatra e professor, partilha com o Educar em Português o gosto pelas letras. Tem também publicada uma antologia de poesia, A Poesia do Nascer (Okidoki), um pequeno romance, Redemoinho (Publisher Team), entre outras obras. Podemos visitá-lo no site http://www.azulnuvem.blogspot.com/

Ana Soares

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Secção da alegria III - Livrarias e bibliotecas

Livrarias

Nestes espaços, que se desejam feitos à sua altura e medida, com a cor e vida das crianças, elas devem poder criar laços. Entre elas e os livros em primeiro lugar, mas entre elas e os outros, pais, irmãos, amigos. A ida à livraria, em lugar da ida a um fun centre, pode ser um momento de intimidade e festa.

Bibliotecas

Também em muitas bibliotecas já se acabou o tormento do silêncio para os mais pequenos. Naquelas que possuem uma secção da alegria, os meninos podem rir de uma história, podem recontá-la aos amigos, podem apropriar-se dela. Têm almofadas, cor e desenhos nas paredes. Terão a vida que nós lhes dermos ao levar lá os nossos filhos, sobrinhos, alunos, amigos…

• Têm almofadas



Bibliotecas Municipais da Guarda

• Têm ateliês e horas do conto, dinamizadas por profissionais



Bibliotecas Muncipais da Moita

Para a pesquisa de bibliotecas municipais: http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_municipais.jsp http://catalogolx.cm-lisboa.pt/#focus



Fica o convite.



Procurar a biblioteca do bairro, pode ser uma aventura com um final feliz. Aqui, a custo zero, há muito sonhos à venda.

Ana Soares





Abraços e beijos antes de dormir

É das histórias mais simples e mais verdadeiras. Um pai que procura deitar o seu filho e vai brincando, pacientemente, com ele e respondendo aos seus desafios. Guess How Much I Love You, de Sam McBratney e ilustrado por Anita Jeram (em Portugal editado pela Caminho) apetece repetir antes de deitar, mesmo quando eles já lêem sozinhos Enid Blyton ou J.K.Rawlings. Apetece repetir quando estão quase a adormecer: Gosto de ti até à lua e de volta à Terra. Gosto de ti até ao "infinito e mais além", como diria Buzz Ligthyear!

Bárbara Wong

A emoção de caçar um urso

Sim, somos ambientalistas. Sim, somos pela protecção dos animais. Sim, somos politicamente correctos e, no entanto, sempre nos divertimos com a caça ao urso, mais concretamente com o We're Going on a Bear Hunt, o livro de Michael Rosen , ilustrado por Helen Oxenbury. A edição portuguesa é da Caminho.
A nossa lenga-lenga não era tão divertida como a do autor, mas o efeito era o mesmo!





O suspense de nos encontrarmos face a face com o urso; a correria de regresso a casa era imensa até nos afundarmos debaixo dos cobertores e rirmos com a aquela aventura, imediatamente antes de adormecer!

Bárbara Wong

The Very Hungry Catterpiller

Foi dos primeiros livros infantis a entrar lá em casa, na edição inglesa que não precisa de tradução. A história é simples, quase não existe, são as imagens que atraem os olhos dos mais pequenos. Imagens que eles já conhecem do seu dia-a-dia, as frutas que começam a aprender a gostar e os números com que se iniciam na magia da Matemática: uma maçã, duas peras, três ameixas... O livro de Eric Carle festejou o 40.º aniversário no passado dia 20 de Março e continua a encantar bebés e pais.

http://www.picturebookart.org/Home
http://www.npr.org/programs/watc/features/2007/jul/ericcarle_slideshow/index.html

Bárbara Wong

Naouri vs Ballenato

No espaço de duas semanas estiverem em Portugal dois autores a lançar livros de ajuda para os pais educarem os filhos. Um pediatra francês e um psicólogo espanhol.
Em Educar os Filhos: Uma Urgência nos Dias que Correm, da editora Livros D’Hoje, o pediatra francês, já reformado, Aldo Naouri defende que os pais devem falar com os filhos com “firmeza e ternura”, devem ser autoritários para criar filhos democratas. Em seu entender, as crianças não têm direitos, só deveres e os pais jamais devem pedir desculpa aos filhos, nem mesmo quando erram.
A entrevista conduzida por mim pode ser lida em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370779&idCanal=62.
Fui acusada, por alguns leitores, de ser parcial, de parecer não concordar com o autor. Como jornalista não tinha de concordar, nem de discordar, mas de colocar todas as questões que esclarecessem os leitores.
Mas ao ouvir Naouri confesso que pensei algumas vezes: “Que má mãe que eu sou!”. Nos dias seguintes ouvi outras mães com o mesmo desabafo: “Eu quando erro, peço sempre desculpa!”, “Senti-me uma mãe horrível!”.
Não há receitas ideais e, por isso, é bom ler o espanhol Guillermo Ballenato, em Educar Sem Gritar, da editora Esfera dos Livros. Ballenato abre todas as portas, apresenta as várias alternativas de educação, dando espaço às famílias para pensar e desenhar o seu próprio estilo educativo. No entanto, Naouri e Ballenato têm um ponto em comum: as regras são essenciais, bem como a autoridade. Se queremos filhos saudáveis, jamais deveremos prescindir de ambas.

Bárbara Wong

Dia Mundial do Livro Infantil

Porque o universo da literatura infantil funciona como uma ponte mágica entre a língua portuguesa e a educação, decidimos estrear o blog no dia do livro infantil.

Aqui vai, então, uma primeira sugestão:

A 1ª Livraria Portuguesa especializada em literatura infantil.

"Era uma vez três
uma palavra, uma imagem e outra vez..."

É desta forma original que chegamos ao site do bichinho de conto.

http://www.obichinhodeconto.pt/

Aqui, para além de visitar a galeria e, futuramente, podermos visitar a editora, temos acesso à livraria "Histórias com Bicho", especializada em literatura infantil.
Instalada num edifício que foi já uma escola primária, encontramos uma casa cheia de livros, actividades, ateliers, conversas com pais, escritores, enfim...uma casa com os livros cheios de vida e movimento.

A partir de amanhã, dia 3, e até ao final do Mês de Maio, apresenta ainda na "Sala de Papel" uma exposição de ilustração de Margarida Botelho, "As Cozinheiras de Livros". A não perder!

Irresistível!
Mais um doce pretexto para visitar a linda vila de Óbidos.
Ana Soares

Quem somos?

Bárbara Wong

Jornalista e editora no jornal PÚBLICO.
Prémio A Família e a Comunicação Social, em 2005.
Autora dos livros A Escola Ideal: Como escolher a escola do seu filho dos 0 aos 18 anos, publicado pela Sebenta, em 2008; e de A minha sala de aula é uma trincheira, editado pela Esfera dos Livros, em 2011.
Mãe de um rapaz e de uma rapariga adolescentes.
É feliz quando lê, conversa sobre trivialidades (ou nem por isso), faz projectos e viaja. É muito feliz quando está com a família e os amigos, de preferência debaixo de um toldo às riscas azul forte e branco, com o marulhar como ruído de fundo.

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Marta Neto

O nosso cabeçalho é o pormenor de um original concebido por Marta Neto para o Educar em Português. Lançámos o desafio à professora, ilustradora e cenógrafa. Ela, por partilhar deste sonho de educar em português com E maiúsculo, acrescentou ao nosso projecto o desejo de o fazer também com a ilustração. A pessoa ideal para pôr em desenho aquilo que por aqui vamos fazendo com palavras.

Quem somos?

Ana Soares

Professora de Português, com experiência no ensino básico e secundário, recorrente (noturno), superior (na área da formação de professores) e no ensino público e privado.
Autora de livros de apoio ao estudo da disciplina de Língua Portuguesa (Colecção Tira-Dúvidas - Língua Portuguesa, 3º ciclo, ed. Asa); e de manuais escolares de Português - 2º ciclo (Porta-Viagens, 5º e 6º anos, Texto Editores).
Investigadora com trabalhos na área da Linguística – Análise do Discurso (dissertação de mestrado A voz do povo em o Ano da Morte de Ricardo Reis de José Saramago: Integração e Reformulação Discursiva e dissertação de doutoramento Fontes da Matriz Discursiva da Aula de Português – Contributos para a sua Constituição).
Mãe de um rapaz e de uma rapariga.
Apaixonada por livros mágicos, ilustrações de sonho, pela praia, poesia , literatura infantil, pelo tempo com a família e amigos.

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EDUCAR EM PORTUGUÊS É:

Pensar, conhecer e divulgar.
Livros, sistema educativo e reformas, português.
Pais e filhos. Escolas.
Tempos livres, exposições e espectáculos.
Em suma, educar no sentido lato e completo de quem quer dar a conhecer o mundo aos filhos, alunos, sobrinhos, afilhados. Um mundo feito de diferenças, respeito, beleza, dificuldades. O mundo em que vivemos e o mundo com que sonhamos.
Tudo isto em português.
Tudo isto com rigor.
Uns dias com cor, outros com emoção. Mas sempre com a seriedade de quem conhece por dentro o ensino em Portugal, como profissionais, como mães, como observadoras.

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