Num comentário a um post sobre o NAC (Novo Acordo Ortográfico), um leitor pedia a nossa opinião sobre o mesmo. Realmente, tanto a Bárbara como eu já aqui vos falámos sobre o Acordo. Ela quando esteve no Brasil e eu, no estatuto de professora, quanto às alterações que se avizinham e quanto aos novos dicionários e vocabulário.
Efectivamente, ainda não deixámos aqui a nossa opinião, nem como profissionais (professora e jornalista), nem como mães. Pois aqui vai.

Mas tal como disse recentemente numa das minhas turmas, não sei se é legítimo que um certo "comodismo" pessoal, multiplicado por todos os falantes da nossa língua, prejudique a introdução deste novo acordo quando, na verdade, se trata de um "bem maior" para a nossa língua.
Reconheço que o acordo tem algumas áreas sensíveis. Que não agrada a todos (mas haveria algum dia a hipótese de se conseguir agradar a gregos e troianos? Duvido.). Que cria ambiguidades com a possibilidade da dupla grafia em algumas situações. Que nas escolas o processo está atrasado. Ainda assim, acho que o que o acordo pretende é uma mais valia para a língua portuguesa nas suas três variedades: europeia, africana e brasileira.
Como mãe, dou graças a Deus pelo facto do meu filho mais velho estar no início da escolaridade. Terá, certamente, a vida facilitada. Por outro lado, todos os livros cá em casa serão para ele(s) peças de museu, desactualizadas, de outros tempos! Relíquias!
Ana Soares
O PÚBLICO decidiu não adoptar o NAC, que já não é tão novo assim! Lembro-me de na faculdade andarmos a discutir o mesmo! Percebo que faça algum sentido avançarmos por questões políticas e até económicas, mas só isso! Nos próximos tempos continuarei a escrever como sempre escrevi, mesmo que tenha que ajudar os meus filhos a escrever à luz do NAC (não se sabe ainda quando é que o Ministério da Educação quer avançar) e a explicar-lhes que a língua e a escrita evoluem (ainda que não me apeteça evoluir com elas).
BW
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