domingo, 21 de fevereiro de 2010

Reforma do Ensino Básico: uma proposta

E se nós mandassemos? Como seria esta "reforma ajustada" de que hoje temos notícia no Público?

1 - Área de Projecto só no 9º ano e com uma componente de TIC obrigatória

2 - Fim do Estudo Acompanhado

3 - Redistribuição de algumas disciplinas pelos anos do ciclo de forma a diminuir o número das mesmas por ano (ex: Língua Portuguesa, Matemática, Língua Estrangeira (I e II), Educação Física, Ciências (alternando tri ou semestralmente entre a Biologia/Geologia, a Química /Física, mas com maior carga do que a que tem actualmente cada uma destas disciplinas isoladamente), História, Geografia no 9º, Educação Visual, uma expressão artística rotativamente ao longo do ciclo.

É importante que os miúdos aprendam bem. Como é possível que isso aconteça quando as suas cabeças estão a saltar de domínio em domínio, sem tempo para consolidar saberes? Tudo faz falta, mas com conta peso e medida. A quantidade pode ser inimiga da qualidade.

Há que fazer opções. Sabemos que se avizinham. Até hoje, não sabíamos bem quais eram. Agora adivinhamos com alguma segurança que as mudanças passam pelo Estudo Acompanhado e pela Área de projecto.
Mas todos receávamos o que aí vinha. Fosse pelo que isso podia querer dizer quanto à redução / aumento de horas para um determinado grupo disciplinar, fosse por aquilo que seriam ou deixariam de ser os conselhos de turma (a semana passada entrei uma reunião de avaliação intercalar e estavam lá 16 professores! Quase tantos como os alunos!), fosse por aquilo que é a escola dos nossos filhos.

O profBlog também tem uma teoria sobre o que poderia ser esta reforma. Espreite aqui.

Ana Soares

4 comentários:

  1. Nos próximos anos lectivos irão acabar as disciplinas de Área Projecto, Estudo Acompanhado e a Disciplina de Educação Visual e Tecnológica que hoje é leccionada por dois professores, e que para o próximo ano lectivo passa a ser leccionada apenas por um professor. Esta decisão do governo e da ministra Isabel Alçada impressiona-me, pois é óbvia a grande inaptidão manual dos nossos jovens para executar qualquer tarefa de manipulação simples sobre várias matérias. Há de facto um “analfabetismo manual” explícito que a escola tem a obrigação de colmatar.

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  2. Com a extinção da dupla de professores passamos a ter um professor por cada turma de 30 alunos e é claro, qual é o professor que pode cumprir integralmente com a sua obrigação de leccionar, proporcionar a experiência básica de manipulação das mais variadas matérias dúcteis, elementos fundamentais do desenho, da concepção da forma e do espaço, dar a conhecer e experienciar o vasto património tecnológico e cultural humano? – Nenhum! A tarefa de ensinar esta disciplina irá tornar-se hercúlea e os resultados nulos.

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  3. Tudo isto à custa do desemprego de cerca de 15 mil professores que asseguravam esta tarefa e que fora já identificada como fundamental por Gaston Balhelard na década de 40 do século passado.
    O resultado desta equação é fácil de inferir: teremos crianças mais inaptas, sem um leque satisfatório de soluções práticas para o dia-a-dia e para a sua vida profissional futura. Incapazes de aceder e tornarem-se actores da vida cultural de um país que por ironia tem a criatividade como sendo um dos poucos factores determinantes de desenvolvimento

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  4. Então e o que acontecerá aos futuros professores que estão em mestrado de 1º e 2º ciclos do ensino básico? Como vão concorrer com professores que só têm formação para leccionar uma ou duas disciplinas? Quando terminarem não podem exercer?

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