quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O luto dos pais por Ana Granja

"Eu era uma mãe em luta; agora sou uma mãe em luto..."
Ana Granja

Não há uma palavra que descreva o que é um pai ou uma mãe que perde um filho. Existe para os casais, viúvos; para os filhos, órfãos; mas não para os pais talvez porque parece sempre improvável que sobrevivamos aos nossos filhos. No entanto, há pais que sofrem a morte dos seus filhos. Foi o que aconteceu a Ana Granja, professora de Filosofia e Psicologia, que escreveu o livro Sem ti, Inês, publicado agora pela Caderno.
Em 150 páginas, Ana Granja descreve de uma maneira muito sóbria e quase objectiva o luto. Não há espaço para lamechices, para curiosidades mórbidas, sabemos logo de início que Inês, uma adolescente de 15 anos morre de anorexia e não entramos demasiado na vida de uma família que terá lutado imenso contra aquela doença tantas vezes incompreendida. Há só espaço para compreendermos a dor de uma mãe que procura conforto nas palavras dos filósofos, dos poetas, dos compositores, dos psicólogos, em tudo o que possa ajudá-la a sobreviver sem a filha, menos em Deus porque não acredita.
Depois de lido fiquei com a certeza que é um livro que poderá ajudar muitos pais em luto, aliás, é esse o fim último a que Ana Granja se propõe. A autora está agora a fazer uma tese de doutoramento sobre as consequências do luto nos alunos do ensino secundário.
BW

21 comentários:

  1. Inteligência, sabedoria, emoção, afecto.
    Um amor infinito, uma dor infinita.
    Direito ao luto, sem tempo, sem pressa.
    O Pedro, a Ana, a Inês e a Matilde serão sempre quatro.

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  2. Tanta era a felicidade desta família que os deuses ficaram invejosos e resolveram vingar-se. Apesar da dor, da saudade (que "é o inferno dos que perderam"), a Ana, o Pedro, a Inês e a Matilde serão sempre quatro!

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  3. Já tinha ouvido falar da Ana de forma muito elogiosa... não a conheço pessoalmente mas fiquei a admirá-la muito despois de ler o seu livro.

    A Ana, o Pedro, a Inês e a Matilde serão sempre quatro! Uma família muito unida!

    Um forte abraço para esta mulher de coragem

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  4. Não é pela razão ou pela psicologia académica que podemos "entender" a morte de um filho, mas sim pela Psiquê que significa "Estudo da Alma"
    Que o amor da Unicidade possa ser plataforma de consolo para a Ana Granja e sua familia.
    madel.holos@gmail.com

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  5. Era sábado á tarde estava eu a escolher um livro para ler quando peguei neste livro e foi imediato, arrepiei-me dos pés á cabeça e senti uma energia e uma vontade inexplicável de o levar comigo....Levei, li e adorei.....
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  6. Hoje ao ver esta grande pessoa e professora que é Ana Granja, minha antiga professora de Filosofia e Psicologia, arrepiei-me por me relembrar da dor nunca esquecida, vista naquela pessoa que acabava de perder a sua filha !

    Se há professora que me marcou foi ela, por tudo o que é e por tudo o que conseguia transmitir aos seus alunos, espero que um dia consiga voltar a dar aulas !

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  7. Obrigada à Ana. Em comum os nossos filhos tinham a idade e ambos escreveram na composição do exame de 9º. ano um texto dedicado a uma pessoa que admiravam, a mãe. O meu filho com 17 anos partiu de repente em Março, a praticar basquetebol, que tanto gostava, na escola com os amigos, o seu bem mais precioso. Sem ele a vida ficou mutilada, mas tanbém eu tenho outra filha e por ela e por auilo que ele mais apreciava em mim, «uma mãe em luta», vou continuar a viver. Ainda não sou capaz, mas decidi que quero muito mais celbrar a sua vida feliz e tudo aquilo que nos proporcionou, do que chorar. Por enquanto quero lembrar-me sempre de quando me dizia «NÃO STRESSES MÃE, SOU UM PUTO FELIZ». A ti João Pedro, todo o nosso amor.
    Paula

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  8. Horacio Alves
    PERDI O MEU MAIOR TESOURO. O MEU MENINO.
    TIAGO ALVES SEU NOME, FALECEU NO IPO LISBOA,
    O TIAGO ANTES DE FALECER DEIXOU UM BLOG.
    IPPONFORLIFE-TIAGOALVES, ONDE COM IMENSA CORAGEM PASSA UMA MENSAGEM IMPAR.
    É TUDO LINDO............
    SÓ A NOSSA DOR NÃO PASSA NUNCA, NÃO SABEMOS POR ONDE ANDAMOS, NÃO SABEMOS ONDE VAMOS, NÃO SABEMOS PARA QUE CÁ FICÁMOS.
    NÃO CONSIGO LIDAR COM ESTA DOR, ESTOU A ASFIXIAR CADA DIA QUE PASSA.
    samalmipb@sapo.pt

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  9. Que a força e coragem do Tiago permaneça em vós.

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  10. de uma mãe que perdeu um filho...
    terei de ler o livro, pode ser que me ajude a enfrentar os meus demónios.
    Ao menos ler isto levou-me a criar um blog.
    e a perceber que existe mães que me conseguem sentir.

    Adoro-te filhote

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  11. Sou uma mãe que também perdeu um filho,há 18 meses ,com 25 anos num acidente de viação,continuo a perguntar : porquê?porquê?
    Tenho outro ,mas não preenche o vazio e saudade que tenho do meu filho,que nos deixou mutilados para sempre,uma vida oca ,sem objectivos.
    Sei que ele não gostaria de ver e saber que estou tão amargurada ,tento tudo para conseguir vencer esta minha caminhada .
    Vou comprar esse livro para me ajudar

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  12. Não conhecia muito bem a Inês, mas andamos na mesma escola ( Paranhos )ainda me lembro do rosto dela e do sorriso dela :x
    quando soubemos do que aconteceu , toda a escola chorou ,os funcionários, os alunos os professores. Todos sentimos que devíamos ter feito algo.
    Sei que estas num lugar melhor , a tua família adora-te e tens uma mãe com imensa coragem e força que fez um livro sobre ti e para ti , para sermos tocados pela tua história.
    descansa em paz querida Inês.
    Maria.

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  13. Sou uma mãe que enfrenta esta doença a quase 5 anos. Minha filha começou apresentar sinais com
    9 anos. Hoje tem 13 anos, é uma luta, e cada dia uma vitória.Fui até a livraria já por duas vezes
    com este comovente livro, sai de lá aos prantos..
    Deixo aqui o meu desejo de muita força a todos.

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  14. volta Inês... Volta!
    Sei que sou egoísta, chama-me o que quiseres...
    (...)
    Sei que não vais chamar nada. Vais pôr a mão no meu cabelo e pedir-me para não chorar.
    Meu amor, tenho saudades tuas...
    As flores já não cheiram a primavera. O Sol não derrete a neve. Onde está o sorriso que iluminava o meu dia?
    "Hoje vai ser uma festa..."
    Prometo, fazer de todos os dias... da vida... uma festa.

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  15. Tenho pena que vocês, mundo... Não a tenham conhecido! A vossa vida seria mais rica. Tal como a minha é hoje, por me ter cruzado (e durante um tempo caminhado lado a lado) com a Inês.

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  16. Infelizmente sei muito bem o que a Ana fala no seu livro, também perdi a minha menina "Claudia Sofia"(era muito inteligênte, adorava lêr e escrever,queria ser jornalista de investigação) em apenas dois meses e meio(em 21/07/2008), com um tumor "rabdssarcome"(o que é isto, ainda hoje não consigo perceber?, revejo no seu livro toda a verdade,também tenho o meu filho que por ele tenho que lutar pois tinha 11 aninhos quando se viu sem a sua ídolo como ele lhe chamava,embora muito mas muito difícil lá temos que ir indo.Muito se poderia dizer... Um beijinho grande
    Silvia Duarte/Oliveira de Azemeis (sfpduarte@hotmail.com)

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  17. Já tenho este livro praticamente desde o dia em que foi lançado. Infelizmente, ainda não consegui terminar a leitura, mas estou decidido a fazer. Quando soube que ia ser publicado, a ânsia de o ter foi muita, mas a rotina (escola), não me deixa concluir a tão desejosa leitura . Contudo, no passado dia 4 durante a aula de português, foi proposto a leitura de um livro á escolha de cada um, que teria por fim, uma apresentação á turma. Pensei imediatamente, que está era a hipótese para terminar a leitura, e mostrar a alunos da minha idade, um caso verídico onde a anorexia é foco principal desta obra.

    Á mãe da Inês, só me resta desejar "Força".

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  18. gostei muito o que vc escreveu mas para melhor o seu site seria melhor colocar palavras em portugues com o significado de cada uma aumentaria a visita do seu site

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  19. perdi meu menino ha 13 meses..e um sofrimento que nunca mas nunca acaba...eu ja nao vivo,,,,sobrevivo.coragem aos pais em luto....

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  20. Acabei de receber este livro. Perdi o meu filho há 1 ano! Tinha 23 anos e desistiu de viver... não espero que o livro me tire a dor mas que me ajude a ter nova esperança.

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  21. Queria muito poder abracar essa mae que foi capaz de por no papel o "tamanho" da dor, esta dor terrivel e mutilante de se sobreviver a um filho.
    Perdi a minha filha, minha amiga, melhor e unica amiga, ha nove meses e cada dia que passa "e mais verdade".
    O livro sobre a Ines, ajudou-me sobremaneira a partilhar a minha dor e faz parte dos "tesouros" que ne ajudam a sobreviver todos os dias desde entao.
    Obrigada Ana Granja, por ter sido capaz de o fazer

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