"Há muitas famílias que, não sendo consideradas pobres, vivem com grandes dificuldades. Com a subida dos impostos e a perda de apoios, já há quem tenha de cortar até no essencial", diz o DN, pode ler mais aqui. Numa altura em que o ministro Mariano Gago diz que é preciso mais gente com o ensino superior, Cristina não sabe se terá dinheiro para pôr o filho mais velho na universidade. António doente e a cortar na despesa de farmácia, não sabe se terá dinheiro para comprar os manuais escolares da filha que vai para o 10.º ano. E o pai de uma família numerosa, António, com cinco filhos, quatro em colégios privados, ainda ponderou tirar a mais velha do colégio mas a família vai continuar a fazer sacrifícios para dar o melhor aos filhos. É um bom retrato do Portugal de hoje.
BW
Isto é o Portugal de hoje e de ontem. Os meus pais tiveram quatro filhos no tempo em que não havia esse rótulo de "família numerosa", todos estudámos e quando chegou a hora de ingressar no ensino superior os nossos pais disseram-nos que nos apoiariam sempre nas nossas escolhas, mas que não tinham possibilidades de nos financiar no ensino superior, três de nós decidimo-nos pelo ensino superior, e todos nós fomos trabalhadores estudantes e acabámos os nossos cursos sem grandes margens para vidas nas tunas ou associações de estudantes. Considero que sendo filhos de um serralheiro somos exemplos de empenho e esforço. Não sei se conseguirei que passar ao meu filho os valores que os meus pais me passaram de esforço e o trabalho, a experiência de vida são uma escola (para fora do gradeamento) a que muito devo. Hoje sei que sou como estes pais do vosso post que se sacrificam, procurando o melhor para os meus filhos, mas tenho a consciência que lhes incuto um facilitismo que não lhes permite essa aprendizagem que eu tive. É o eterno duelo de que falam os Xutos : a fisga no bolso de trás e na pasta o caderno dos deveres! Qual será o melhor dos dois saberes? Temos que conseguir juntar os dois, mas para nós pais de hoje é uma tarefa muito difícil.
ResponderEliminarE mesmo assim ainda ontem ouvi dizer que os livros escolares vão ser "ainda" mais caros. Não compreendo como é possível...há tantas famílias que estatisticamente não são pobres mas na realidade vivem cheias de dificuldades... Confesso que me assusta o futuro.
ResponderEliminarAnónimo: É o que muitas pessoas têm dito, ultimamente, como Daniel Sampaio dizia na sua crónica do passado domingo, na PÚBLICA, há um equilíbrio a fazer entre os direitos das crianças, a sua protecção e o facilitismo em que vivem. Esse equilibrio é da nossa responsabilidade, dos pais. BW
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