terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A importância do Desporto Escolar


Eles gostam e sentem-se promovidos quando o professor de Educação Física os chama para participarem nos torneios de futsal, voleibol, basquetebol ou no corta-mato organizado pelo Desporto Escolar. Nos dias dos torneios, ali estão eles, em destaque, a representar as cores e os valores das suas escolas e a dar o seu melhor! Nas bancadas estão os pais a torcer por eles e pela escola.
Não tenho dúvidas de que o Desporto Escolar ajuda a criar espírito de grupo, de pertença. E se hoje, os pais vão vê-los ao complexo desportivo, amanhã vão à escola falar com o director de turma, ou seja, o Desporto Escolar pode ser um modo de interessar os pais pela escola.
O Desporto Escolar também é democrático e promotor da igualdade. Lado a lado, estão alunos dos colégios e das escolas públicas, todos iguais, a lutar pelos mesmos lugares nos pódios. No final, todos recebem medalhas e troféus.
Para muitos, sobretudo aqueles que não têm dinheiro para ginásios e clubes , é o Desporto Escolar a forma que têm de praticar uma modalidade de que gostam, sem gastar dinheiro. Para muitos alunos é o único meio para fazerem actividade física.
O Desporto Escolar pode mesmo ser a motivação para estar na escola, sobretudo para aqueles alunos que não gostam, que têm maus desempenhos e mau comportamento mas que estão em grande forma física e brilham no desporto.
Por tudo isto, não compreendo os cortes que o Governo pretende fazer neste programa.
BW

5 comentários:

  1. Desculpe que lhe diga, Bárbara, mas só não compreende estas coisas quem andou a engolir a propaganda socratina tomando como verdades absolutas as maiores mistificações.

    Achou bem fazerem-se obras sumptuárias em escolas que delas não precisavam, a ser pagas com o dinheiro que não existia para o efeito, não foi?

    Concordou com o gasto de milhões em gadgets tecnológicos como os magalhães e quadros interactivos que temos lá a enfeitar algumas salas, em programas que deram muito dinheiro a ganhar a empresas amigas, concebidos à imagem da mentalidade de novo-rico inculto e parolo que tem quem dirige o nosso governo?

    É claro que agora não há dinheiro. Acaba o desporto escolar e acabarão muitas outras coisas que nunca estiveram na ordem de prioridades de quem dirige a educação, que já não é, em questões financeiras, o respectivo ministério.

    Em contrapartida, não faltarão nas escolas professores a brincar aos avaliadores, outros a escrever relatórios e a martelar estatísticas, outros a exercer a "liderança", de plantão à espera da próxima ordem de serviço ministerial. Não se esqueça de escrever qualquer coisinha a elogiar estas nobres funções que a escola socratina do séc. XXI continuará a assegurar.

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  2. Muito bem António: subscrevo o com o seu comentário... vou guardá-lo.

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  3. Não percebo, o Governo é que toma todas as decisões que o António Duarte enuncia e eu é que tenho a culpa? Ou tenho a culpa porque as noticio? Note que usei a palavra "noticio" e "não faço publicidade", porque de cada vez que há uma nova medida é dever de um jornalista noticiá-la, como é o de questioná-la, de a pôr à discussão dos vários actores envolvidos. Quantas vezes escrevemos sobre a Parque Escolar? A questionar os concursos, as escolas que receberam obras e que assim que chovia caia água lá dentro, as rendas que as escolas vão agora pagar; mas também escrevemos sobre os projectos de arquitectura que fazem escolas mais funcionais, mais interessantes para se trabalhar. Quantas vezes escrevemos sobre o Magalhães? Quantas vezes temos escrito sobre a avaliação dos professores? Parece-me que a sua revolta está mal direccionada. Experimente fazer como eu: quando começar a escrever, faça-o sempre com um sorriso nos lábios, mesmo que lá por dentro vá uma confusão de sentimentos, vai ver que resulta um texto mais equilibrado. BW

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  4. A minha "revolta", como diz, é mais uma exasperação por ver este bom povo (e não apenas os jornalistas), que anda há 6 longos anos a ser embarretado pela trupe do "inginheiro" e ainda não conseguiu abrir os olhos.

    Eu entendo que a função dos jornais é dar notícias, e que se as centrais de propaganda governamental lhes fabricam imensas notícias que ainda por cima dão boas manchetes, nenhum órgão de comunicação as poderá recusar.

    Neste caso concreto, e sabendo que a Bárbara é uma pessoa bem informada sobre os temas educativos, eu diria que sobretudo me "espantei com o espanto" acerca do fim do desporto escolar. Posso ter sido um pouco mais acintoso do que desejaria, e se o fui peço desculpa, mas a verdade é vai acabar não só o DE mas também as aulas práticas de ciências, as turmas e apoios para alunos com dificuldades de aprendizagem, os clubes e os projectos, tal como diminuirá a carga horária dos alunos.

    E isto vai tudo acabar porque gastaram o dinheiro que havia para pagar estas coisas noutras que não interessam, e endividaram o Estado, de forma a que durante muitos anos não as voltemos a ter.

    Com um sorriso nos lábios, sugiro que o Público volte a um jornalismo mais crítico e de investigação, sobre estas e muitas outras coisas, agora que até o "Diário do Governo" parece querer passar-vos a perna...

    Ah, e os tais projectos de arquitectura que continua a elogiar, olhe que são mesmo mauzinhos! Se fossem feitos para privados, desconfio que eram chumbados logo na verificação das novas leis sobre eficiência energética...

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  5. Todos os projectos de que fala, pelo menos a maioria, foram criados e implementados durante governos socialistas. No tempo em que Ana Benavente era secretária de Estado da Educação, ou mais recentemente pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Todos são importantes mas quando foram criados foram muitos os que os criticaram, os deitaram por terra, considerando que não eram necessários - quantas escolas aproveitaram de facto as aulas de AP ou de EA? Quantos professores se envolveram em clubes? O que ouvimos nos últimos anos, aos mais críticos é que o que era preciso é que os meninos aprendessem as matérias essenciais. Foi-lhes feita a vontade. Esvaziam-se as escolas de projectos, de distracções e de professores. Agora serão precisos menos docentes de EVT, EF, Informática e de todas as outras disciplinas (as consideradas fundamentais) porque não haverá AP e EA.
    É certo, foram/estão a ser tomadas péssimas decisões. Todos dizem que a cortar em alguma coisa não se deve fazer na educação porque é um bem maior, porque é um investimento a longo prazo. Este Governo está a comprometer o futuro do país? Está.
    Daqui a 50 anos, as escolas agora reconstruidas serão um marco como são as do plano centenário de Salazar? Parece-me que sim. Além de que a Parque Escolar foi um meio de manter/dar emprego a arquitectos, gabinetes de arquitectura, empresas de construção civil, empreiteiros, sub-empreiteiros, engenheiros civis, trabalhadores, etc, foi um meio de manter a economia a funcionar e baixar as taxas de desemprego, nos últimos anos. BW

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