Diz um amigo meu que, quando não sabemos o que ler, é sempre seguro pegar num prémio Nobel. Foi assim, e por já ter ouvido uma outra amiga falar deste livro, que cheguei a Yasunari Kawabata, autor japonês, e ao seu livro Mil Grous. Numa edição da D. Quixote, numa tradução que não faço ideia se é fiel ao original, mas cujo resultado final se me afigura como muito agradável, entrei no mundo dos rituais associados ao chá, a minha bebida preferida. Uma pequena narrativa -carregada de relações entre vivos e mortos, pais e filhos, amores e paixões - que sustenta a apresentação da cerimónia do chá. Confesso que houve um aspecto que me incomodou aquando da leitura: os nomes das personagens e dos utensílios do chá, tão diferentes da nossa linguagem, pareciam, a cada vez que surgiam, nas linhas do texto, obrigar-me a pensar a quem ou ao que se referiam, assim perdendo a leitura alguma da naturalidade e fluidez que tanto aprecio quando estou a ler. Todavia, o livro é uma experiência que recomendo. Pelo Nobel (de 1968), pela história, pelo chá.
Ana Soares
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