quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Econômico ou económico?

Pediram-me para dar uma vista de olhos num trabalho de uma disciplina do ensino superior. Para fazer uma ou outra correcção, ver se estava tudo bem, os capítulos, se as conclusões eram pertinentes, etc.
O trabalho abria com uma declaração em como não tinha sido feito plágio (uma novidade para os meus dias de jovem estudante universitária), de seguida todo o trabalho era um plágio completo: econômico, ação, fato... A formulação das frases... As citações de livros brasileiros, de editoras brasileiras... TUDO! Fiquei doente! Perante a minha indignação, um dos "autores" do trabalho ficou com aquele ar de que está tudo bem, qual é o mal? Português do Brasil? O que é isso?

Dias antes tinha participado numa avaliação sobre um sítio na Internet só de dados estatísticos. A dada altura perguntam-me se junto aos dados deveria vir alguma informação com contextualização sobre o que se terá passado para os números mudarem. Disse imediatamente que não, que é importante sermos nós a interpretar, a questionarmos porque é que de repente há uma quebra na natalidade (por exemplo) e que não há uma única justificação mas várias. Ainda dissertei sobre a importância pedagógica dos dados não serem interpretados pelos detentores do sitio; que um professor de Geografia ou de História pode pedir aos alunos para irem àquele site e a partir dos dados estatísticos estudarem qualquer coisa.
Na sala estavam dois professores do secundário que discordaram, que não, que é melhor estar lá tudo, que fica mais completo e é mais simples para os alunos.
A entrevistadora responde que também foram inquiridos estudantes universitários, que defendem a inclusão dessa informação, que dizem que não consultam tanto o site porque só tem dados.

Palavra de honra que a mediocridade me põe doente!

2 comentários:

  1. Ui, a quem o dizes!!!! A mediocridade deixa-me mesmo muito doente, e trabalhando numa universidade, local onde o conhecimento deveria ser inovador, quase que se deveria ouvir as engrenagens dos neurónios dos alunos, professores e cientistas a funcionar, a questionar, a criar, mas depois.... sempre que tenho de orientar algum aluno, seja de licenciatura ou mestrado, coloco as mãos à cabeça quase em desespero. Mas eles já sabem, comigo, têm de pensar e seguir as suas ideias e objectivos, e eu só estou cá para tentar conduzir (orientar).
    Ai ai, o que para aí vem....

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  2. Para essa doença, o melhor remédio é não pactuar!

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