sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Carlos Castro e Renato Seabra, só para terminar

Passa uma semana do assassínio de Carlos Castro. Segundo a imprensa tablóide nova iorquina, Renato Seabra confessou o crime. Com base no que se vai sabendo, o crime é classificado de "homofóbico" por causa da mutilação e daquilo que o rapaz disse, o querer libertar os demónios homossexuais.
Por mais que se legalize o casamento homossexual, que o Estado promova a normalização dos comportamentos, ainda há uma parte da sociedade a quem os homossexuais metem nojo, são considerados doentes e coisas piores. Lembram-se da morte de Gilberta, na noite do Porto, por um grupo de rapazes? Eles são rapazes, tal como Renato Seabra, não são homens de 50, 60 anos, de barba rija. São rapazes, miúdos, garotos a quem a homossexualidade lhes dá asco. Eles são intolerantes e impiedosos.
É certo que por detrás do assassínio de Castro existem outros factores,mas não tenho dúvidas que a homofobia foi um deles e que este sentimento está latente.
BW

5 comentários:

  1. A Bárbara deixa implícito no seu seu post que dá Renato Seabra como culpado (não o afirma explicitamente), o que é, aliás, uma tendência comum nos media...
    Isto é muito grave! Assumimos a culpa do suspeito, porque ele terá (segundo a comunicação social norte-americana) confessado à polícia de NY o crime. Convém, no entanto, não nos esquecermos de alguns pontos:
    - segundo a lei portuguesa (e a dos EUA também, ainda que não pareça), é-se inocente até prova em contrário. Está por provar (e julgar) que RS seja culpado.
    - RS terá confessado. Ora, não é à toa que grande parte dos sistemas penais dêem como inadmissível a confissão perante a polícia. Não sabemos até que ponto terá sido uma confissão "livre" ou RS terá sido forçado à mesma. Até porque não é curto o historial de abusos nos interrogatórios aos suspeitos, numa cidade onde a criminalidade desceu abruptamente nos últimos anos e num país que tem das maiores percentagens de encarceração do mundo! (Não estará tudo isto relacionado?)
    - finalmente, RS está internado numa unidade de cuidados de saúde psiquiátricos. Desconheço as razões que o motivem ou o seu estado de saúde, mas duas coisas me parecem certas:
    1. a ter cometido o crime, acredito mais que tal se tenha devido a um desequilíbrio psiquiátrico do que a eventuais considerações homofóbicas; um simples "asco" ou "nojo", aqui como nos EUA, não são motivo de assassínio per se.
    2. Se acredito que RS estivesse suficientemente perturbado para cometer tal crime, não posso deixar de o considerar suficientemente perturbado para confessar um assassínio de que não seja responsável...

    Não tiremos conclusões precipitadas.

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  2. Não partilho desta ideia de que se trata de um caso de homofobia. Acredito mais na hipótese de uma dificuldade em aceitar a sua sexualidade. A descoberta de que se é aquilo que nunca se pensou ser, às vezes é dolorosa. Realmente a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo não veio mudar a cabeça daqueles que nunca as aceitaram. Mas o que me parece é que o maior problema reside naqueles que têm receio (por razões de vária ordem) em aceitar a sua orientação sexual. E contra isso pouco há a fazer.
    Odete Ferreira

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  3. Eu deixo implícito porque não está provado... Para qualquer jornalista, até ao julgamento os supostos agressores são sempre "alegados" assassinos, violadores, ladrões, etc, porque cabe à justiça a decisão. Neste caso, existe um facto: RS é o único e principal suspeito. Quanto ao sistema dos EUA, pelo menos é mais rápido que o português! Quanto tempo não demoraria por cá a RS ser apresentado a um juiz? Se se provar que é inocente, óptimo e espero que regresse à normalidade possível; se for provado culpado terá que cumprir uma pena consoante o crime que cometeu, tenha sido por desequilibrio psiquiátrico, por perturbação, seja o que for. Mas cumprirá uma pena. BW

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  4. o exemplo que foi dado acima da questao do porto nao me parece que tenha nada a ver com o k se passou ... já que no caso o deficiente do carlo castro deve ter sido askeroso para o miudo. nao desculpando o que o renato fez é estranho que um rapaz certinho derepente cohece carlos castro e torna-se num assassino!!!! repito nao desculpando o renato pois o que ele fez foi horrivel mas k é estranho é!! toda a gente sabia que carlos castro era um ser askeroso sem valores

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  5. Duas observações que retiro deste post e, no fundo, de grande parte do que se diz e escreve por aí.
    A questão da "homossexualidade" é uma questão secundária e desnecessária à questão principal, o que se trata é de um assassinato cruel de um ser humano cometido por outro ser humano. Se este estava lúcido e consciente, logo imputável, que seja condenado e cumpra a pena, caso contrário, seja internado e cumpra o internamento até ser considerado são e não incómodo para a sociedade em que se supõe deva estar integrado.
    Não me parece e não deve ser chamado para o assunto a questão homossexual, a chamada "orientação sexual", como gostam agora de chamar.
    A pretensa homofobia nem sempre o é, porque em boa verdade há dois tipos de "rejeição homossexual": a chamada homossexualidade em si ou "orientação" e, outra, bem distinta, a existência de "casamentos homossexuais". Posso não concordar e não reconhecer a existência desse pretenso casamento (ainda que muitos vejam nisto cobertura constitucional, como se esta deva ou possa interferir na moral e costumes dos seres humanos), mas não será por isso que condenaria a vida social ou sexual de quem quer que seja.
    Um «miúdo»(?) de 20/21 anos que estava no mundo da moda, não saber, nos tempos de hoje, que C.C. era homossexual é de uma ingenuidade atroz.
    A terminar, há cerca de 15 anos contaram-me uma história com contornos não distantes mas não trágicos como esta. Um rapaz que pretendia ser modelo estaria a ser «ajudado» por C.C., mas em troca de "relação amorosa". Esse rapaz recusou a "oferta" (considerando chantagem) e afastou-se. Portanto, a ser verdade, o que se diz, não seria novidade, mas não fui por isso que o outro assassinou C.C.
    Logo, a homossexualidade está a amais neste crime.

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