domingo, 9 de janeiro de 2011

Carlos Castro, Renato Seabra e Odília Pereirinha


Tenho pena, muita pena, daquela mãe que tem a certeza que tem um filho de ouro, que jamais seria capaz de fazer mal a quem quer que fosse. "Não acredito. Não acredito. O meu filho, sendo um filho de ouro, um filho que é muito bom, não fazia isso", disse Odília Pereirinha no aeroporto, antes de embarcar numa viagem que não se deseja a ninguém.

Carlos Castro morreu em Nova Iorque, não da maneira que desejava, mas na cidade que adorava e onde queria que as suas cinzas fossem espalhadas - precisamente em Times Square, onde fica situado o hotel -. Mas não se imagina uma figura como a deste cronista a morrer de velhice num lar de idosos, pois não?

Renato Seabra, o alegado autor do crime, o aspirante a modelo foi ingénuo? Ambicioso? Ganancioso? Crédulo? A confirmar-se que é o autor do crime, praticou-o no pior sítio do mundo, onde a justiça é rápida e pesada, para já não falar das prisões.

Odília Pereirinha é mãe. E não há nada a dizer.

BW

9 comentários:

  1. Não julguemos precipitamente.
    A nossa juventude está doente e nós pais, professores, amigos.... somos os responsáveis por , levianamente, premitirmos que, através do mundo vitrtual, os nossos meninos lidem com a violência com tanta facilidade, como há 40 anos se brincava aos paias, às mães, aos médicos e profesores, se corria nas ruas e jogava à bola, ao mata e à apanha.... Tudo isto acabou, vivendo-se agora , dia a dia , um turbilhão de factos, sem tempo para os pensar e fazer parar.O resultado está à vista.CUIDADO SENHORES TELEVISÃO, CUIDADO SENHORES DO MUNDIO VIRTUAL. amanhã é o vosso filho, irmão, neto ou asmigo que é arrastado por esta onda de violencia que diariamente se oferece àos nossos meninos.....POBRE RICARDO, POBRES PAIS POBRE CARLOS CASTRO, todos eles vítima do mundo ultra-liberal em que vivemos confortavel e acriticamente patrocinamos.

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  2. Acho que é fácil cairmos na tentação de culparmos a televisão: CSI, O Mentalista, Dexter, Lie to Me, Bones, Lei e Ordem, Sem Rasto, etc... de repente, o assassínio, a morte violenta é vista como banal, normal, passa a várias horas do dia, em diferentes canais. Mas são filmes, são séries, não são a vida real. Porque na vida real há princípios, normas de conduta, regras, limites que têm de ser ensinados em casa e na escola. BW

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  3. É o tremendo mau gosto em tudo. Um velho perverso e um jovem parolo de Cantanhede, seduzido pela ribalta foleira, encarnada por esta criatura velha e perversa que não deixa rastro nenhum, porque já está morto. O parolo de Cantanhede fica preso na prisão americana, onde por princípio da constituição do país os direitos humanos são seguidos. Conclusão: morreram na realidade duas pessoas.

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  4. Pergunto: Alguém já questionou a educação que o miúdo teve? A Família não o teria abandonado quando lhe deveria ter dado mais apoio e deveria ter ajudado o seu crescimento/desenvolvimento Mental , cerebral emocional?!?! Porque apenas culpar um porque matou, outro porque aliciou e não culpar quem se esqueceu que as crianças , os adolescentes os jovens adultos necessitam de uma Boa Educação com Valores Éticos e Morias para singrarem na vida!!!

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  5. Ele tem uma mãe enfermeira, uma irmã médica que é dirigente da JSD, era um miúdo aparentemente saudável, pratica desporto, com 21 anos falta-lhe uma cadeira para terminar o curso, foi acólito em criança, tem amigos que põem as mãos no fogo por ele. Tudo somado não me parece um miúdo destruturado. Penso que entrou num mundo que não conhecia, vinha de uma terra pequena e de repente está na televisão, é assediado por raparigas, mulheres e homens. Neste caso, um homem de 65 anos que lhe terá prometido o mundo e ele queria esse mundo da fama, do glamour, da ribalta, não sabia que teria que pagar um preço tão alto.BW

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  6. O facto de Carlos Castro ser o que era não justifica que se esteja aqui a branquear responsabilidade da criatura que o matou. Menos ainda tem culpa o neoliberalismo. Até os pais (mesmo, por absurdo, a mãe deve ser deixada de fora - e tenhamos em conta que a personagem tme cá um calibre...). Deixemo-nos de tretas e de fugas em frente. Sou contra a pena de morte, mas há casos em que é complcado defender esta posição. Este é um deles. Felizmente, para os Direitos do Homem, este caso ocorreu nos EUA. Aqui, arrastar-se-ia durante 15 anos e daria em nada. Adivinham-se influências que aqui seriam absolutamente daninhas.

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  7. Este tipo de casos que nos horrorizam são um sinal inequívoco de que estamos a viver numa sociedade doente. Isto dá-nos indicação clara de que viver em Portugal na actualidade é de facto muito perigoso. Um homem de 65 anos, que como ele próprio confessou foi em jovem vítima de todo o tipo de violações,cresceu e reproduziu o comportamento que tanto o fez sofrer. Mas refinou o padrão, e virou sedutor, porque tal como refere Frederick Herzeberg a sedução é um crime muito mais grave que a violação. É que, tal como nos refere o psicólogo, na sedução, a vítima, para além sofrer todos os danos psicológicos que irão afectar irremediavelmente a estrutura da sua personalidade, ainda fica sobrecarregada com a culpa.É necessário fazer alguma coisa para por termo a este ciclo infernal de Violado que se torna Violador. A minha solidariedade vai para O Renato que pior que morto, está no inferno, para onde foi atirado pela sociedade doente que não o ajudou a crescer e para as famílias do violador e do violado. Sim porque tal como Herzeber eu também penso que a sedução é um crime muito mais grave que a violação. Ainda por cima a opinião pública, que conta muito, porque "ser Humano é viver com" tem tendência a ser solidária com as vítimas de violação e a culpabilizar as vítimas de sedução, que até são muitas vezes consideradas como culpadas. Nas minhas orações vou rezar pelo morto, para que fique em paz e pelo Renato para que Deus e os homens tenham piedade dele.

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  8. Mal vai uma sociedade em que a solidariedade vai para o alegado agressor que matou E torturou...
    O Carlos Castro era um velho nojento? É provável, quem o conhecia, sabia que se fazia rodear de rapazes iguais ao Renato, com as mesmas ambições. Mas isso não desculpabiliza o assassino que teve sempre outras opções.
    O rapaz não gostava do que se estava a passar? Havia uma porta para sair do quarto, do hotel, podia ter pegado na sua mala, ter ido para o aeroporto, ter telefonado à família e dizer-lhes: "Comprem-me um bilhete, preciso de sair daqui."
    Há sempre alternativas. Às vezes custa engolir o nosso próprio insucesso? Custa. Falta resiliência aos mais novos? Falta. É tudo uma questão de aprendizagem e de educação, que começa em casa. BW

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