segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Concertos para Famílias no CCB
Um fim-de-semana de inaugurações
BW
Uma Viagem à Índia
Quanto à tipologia, este trata-se de um romance em verso que gera múltiplas pontes com a obra Os Lusíadas (pena é que a personagem principal se chame Bloom e não tenha um nome mais lusitano). O texto é de fácil e fluída leitura embora vivendo das palavras cheias de Gonçalo M. Tavares: um estilo sentencioso, que nos obriga frequentemente a parar a viagem para pensar nas palavras, imagens, metáforas, paradoxos que constantemente povoam as estrofes deste original romance.
Prometo ir-vos oferecendo, à medida que for avançando na leitura, alguns dos excertos que me fizeram abrandar o ritmo da leitura.
Aqui fica o primeiro:
"(...) para não se comprometerem -
os Deuses, quando nos falam ao ouvido,
evitam frases explícitas e promessas concretas. "
Primeira paragem. Um excerto que evoca não apenas o tom épico d'Os Lusíadas, mas também a obra de Fernando Pessoa, Mensagem, e o poema "O das Quinas" :
"Os Deuses vendem quando dão.
Compra-se a glória com desgraça.
Ai dos felizes, porque são
Só o que passa!"
Ana Soares
domingo, 30 de janeiro de 2011
Nuno Lobo vs Daniel Oliveira
sábado, 29 de janeiro de 2011
E se a palavra que procura não está no dicionário?
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
"A escola estatal e a escola pública"
A que distância fica a pública da escola com contrato de associação?
O problema é que não houve o cuidado de perceber de que públicas é que se está a falar. O erro foi detectado pelos leitores do DN logo na primeira linha: A Cooperativa de Ensino ANCORENSIS está a sete metros da Escola Básica do Vale do Âncora. O problema é que, como o próprio nome indica a escola básica não oferece os mesmos ciclos de ensino que a escola cooperativa. E este tipo de problema pode acontecer pela lista abaixo. Logo, ficamos na mesma. Mas a mensagem passou, estas escolas não são precisas.
No AVENTAR, Ricardo Santos analisa o concelho de Gondomar (já antes João José Cardoso, no mesmo blogue fizera o mesmo para Coimbra) e é gritante ver no mapa que o Colégio Paulo VI está rodeado de uma dezena de escolas EB 2,3 e secundárias. O ME devia deixar de ter contrato de associação com este colégio, pensamos imediatamente. Ontem, seguindo esta pista dada por Ricardo Santos, falei com a directora do Paulo VI que me informou que o contrato de associação é para 15 turmas do secundário, o que significa que o resto dos ciclos são pagos pelos pais.
Então do mapa de Ricardo Santos teriamos de tirar as EB 23, e já só ficavam três secundárias. Mas os alunos preferem ir para o colégio ou para a secundária de Gondomar. Se não entrarem nestas duas, optam por ir para o Porto, diz a mesma directora, secundada pela sub-directora da secundária de Gondomar (a escola pública vizinha). Portanto, os alunos preferem ir para o Porto do que para as duas secundárias públicas do concelho. Pode ler mais aqui.
Mas eu é que minto!
BW
Conhecer Sophia
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
E estes, foram manipulados por quem?
No dia em que começou a nevar no distrito de Vila Real, os estudantes saíram à rua para se queixarem do frio intenso que dizem sentir dentro das salas de aula.
Aos cartazes “uma aventura nos calotes polares”, “queremos aquecimento e água quente para toda a nossa gente”, “nas aulas a congelar nem conseguimos pensar” ou “liceu um iceberg em Vila Real”, os alunos juntaram os cânticos “aquecedores ligados, aquecedores ligados” e “queremos aquecimento”.
Depois de se concentrarem em frente ao edifício da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, o antigo liceu de Vila Real, os estudantes marcharam ainda até ao Governo Civil, onde durante alguns minutos repetiram os cânticos."
Detalhes sobre a implementação do Novo Acordo Ortográfico
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Ui... Mais uns pais a manipular os filhos...
Armando Dias, presidente da associação, disse hoje à Agência Lusa que os pais e encarregados de educação “apenas querem melhores condições de ensino” para os alunos.
“O que não podemos aceitar, de forma nenhuma, é uma escola que mete água e que é gélida. E é isso que queremos deixar bem claro com esta manifestação”, acrescentou.
A manifestação traduzir-se-á numa marcha pela cidade, que a associação de pais pretende ver participada por toda a comunidade educativa e que terminará no Governo Civil, onde será entregue um abaixo-assinado.
A 07 de janeiro, os alunos daquela escola boicotaram as aulas, em protesto contra as “péssimas condições” das instalações, que, segundo alegaram, “metem água por todos os lados”."
Notícia da Lusa de hoje
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
A manipulação das crianças pelos pais
2. Ver crianças em frente aos portões das escolas a contestar os fechos das escolas, as más condições do estabelecimento de ensino ou os mega-agrupamentos é manipulação das crianças?
3. Colocar crianças em tempos de antena dos partidos é manipulação das crianças?
4. Colocar adolescentes e jovens nas ruas a protestar contra a falta de educação sexual nas escolas é manipulação das crianças?
A ministra da Educação Isabel Alçada está genuinamente preocupada e "indignada" (a palavra é dela) porque os pais dos alunos em colégios com contratos de associação estão a manipular as crianças. Nunca disse uma palavra quando crianças, no início deste ano lectivo estiveram frente a portões de escolas a contestar mil e uma coisas que estão mal (no seu ponto de vista, na perspectiva dos seus pais ou das direcções das suas escolas). Também se desconhece a sua opinião quanto às crianças usadas nos tempos de publicidade ao Magalhães. E estou curiosa de ouvir Isabel Alçada quando no dia 24 de Março, o dia do estudante, o PCP e o BE puserem os meninos na rua a pedir educação sexual para todos.
A mim o que me parece é que há manipulação nos dois últimos casos que enuncio. Nos dois primeiros não. Os dois primeiros são lições de cidadania que é bom que os filhos/alunos aprendam com os pais e com a escola. É bom ensinar os mais novos a ser interventivos, a formar opiniões, a ver as diferenças entre o bem e o mal, a lutarem por aquilo em que acreditam. É aqui que está a génese da democracia.
BW
Acordo ortográfico nas escolas no próximo ano lectivo
o que é uma história bem contada?
Bem...
Sim.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Eleições: mesas de voto ou votos electrónicos?
domingo, 23 de janeiro de 2011
O que queremos para os nossos filhos?
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Eleições presidenciais
O tal fosso entre a sociedade e a política de que o PÚBLICO fala hoje, pela voz de 50 personalidades, professores, investigadores, médicos, músicos, etc., é real.
A Comissão Nacional de Eleições alerta para a inutilidade do voto em branco ou do voto nulo. É que nas eleições presidenciais este tipo de votos usados como protesto, como mensagem da exigência de um povo que quer ser bem servido, não serve para nadinha.
No caso das presidenciais, o voto em branco é irrelevante para o apuramento final dos resultados, já que a Lei Eleitoral do Presidente da República estipula que "será eleito o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco".
Portanto, no domingo, quem não está convencido pelos candidatos, pode sempre votar no mal menor.
BW
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Econômico ou económico?
O trabalho abria com uma declaração em como não tinha sido feito plágio (uma novidade para os meus dias de jovem estudante universitária), de seguida todo o trabalho era um plágio completo: econômico, ação, fato... A formulação das frases... As citações de livros brasileiros, de editoras brasileiras... TUDO! Fiquei doente! Perante a minha indignação, um dos "autores" do trabalho ficou com aquele ar de que está tudo bem, qual é o mal? Português do Brasil? O que é isso?
Dias antes tinha participado numa avaliação sobre um sítio na Internet só de dados estatísticos. A dada altura perguntam-me se junto aos dados deveria vir alguma informação com contextualização sobre o que se terá passado para os números mudarem. Disse imediatamente que não, que é importante sermos nós a interpretar, a questionarmos porque é que de repente há uma quebra na natalidade (por exemplo) e que não há uma única justificação mas várias. Ainda dissertei sobre a importância pedagógica dos dados não serem interpretados pelos detentores do sitio; que um professor de Geografia ou de História pode pedir aos alunos para irem àquele site e a partir dos dados estatísticos estudarem qualquer coisa.
Na sala estavam dois professores do secundário que discordaram, que não, que é melhor estar lá tudo, que fica mais completo e é mais simples para os alunos.
A entrevistadora responde que também foram inquiridos estudantes universitários, que defendem a inclusão dessa informação, que dizem que não consultam tanto o site porque só tem dados.
Palavra de honra que a mediocridade me põe doente!
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Os pais de Arruda dos Vinhos
BW
Sylvia Plath - a propósito da última sugestão de literatura infantil
Espelho
Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo imediatamente
Do jeito que for, desembaçado de amor ou aversão.
Não sou cruel, apenas verdadeiro -
O olho de um pequeno deus, de quatro cantos.
Na maior parte do tempo medito sobre a parede em frente.
Ela é rosa, pontilhada. Já olhei para ela tanto tempo,
Eu acho que ela é parte do meu coração. Mas ela oscila.
Rostos e escuridão nos separam toda hora.
Agora sou um lago. Uma mulher se dobra sobre mim,
Buscando na minha superfície o que ela realmente é.
Então ela se vira para aquelas mentirosas, as velas ou a lua.
Vejo suas costas, e as reflito fielmente.
Ela me recompensa com lágrimas e um agitar das mãos.
Sou importante para ela. Ela vem e vai.
A cada manhã é o seu rosto que substitui a escuridão.
Em mim ela afogou uma menina, e em mim uma velha
Se ergue em direção a ela dia após dia, como um peixe terrível.
traduzido por André Cardoso(in 34 LETRAS, issue 5/6, Ed. 34 Literatura and Nova Fronteira, Brazil, 1989)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
O Fato do Tanto-Faz-Como-Fazia
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Assim se vê a força dos pais
Aconteceu ontem, em Braga. A semana passada foi no Vimeiro, antes em Fátima. Por onde quer que passem os candidatos a PR, os professores, pais e alunos dos colégios com contratos de associação lá estão, a manifestar-se contra a portaria do ME que já está a ter efeitos na vida dos professores e dos funcionários não docentes, bem como na vida dos alunos que vêem cortadas várias actividades, para não falar do clima que se vive nas salas de aula. Os pais já anunciaram que vão fechar as escolas por tempo indeterminado, até a situação ser resolvida. A data ainda não foi avançada, mas será para depois das eleições presidenciais.
Face à instabilidade vivida nestas escolas, a Fenprof já veio anunciar que vai fazer queixa do Grupo GPS (que detém cerca de 20 escolas privadas, a maioria com contrato de associação ou com contrato de patrocínio - as que são profissionais) junto da Autoridade para as Condições de Trabalho. Para muitos professores que têm vindo a denunciar problemas laborais nas escolas deste grupo, esta é uma boa notícia.
E o Governo, vai ceder às pressões?
BW
É preciso um guia para a avaliação de desempenho?
domingo, 16 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
Os pais das Novas Oportunidades
BW
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Carlos Castro e Renato Seabra, só para terminar
Por mais que se legalize o casamento homossexual, que o Estado promova a normalização dos comportamentos, ainda há uma parte da sociedade a quem os homossexuais metem nojo, são considerados doentes e coisas piores. Lembram-se da morte de Gilberta, na noite do Porto, por um grupo de rapazes? Eles são rapazes, tal como Renato Seabra, não são homens de 50, 60 anos, de barba rija. São rapazes, miúdos, garotos a quem a homossexualidade lhes dá asco. Eles são intolerantes e impiedosos.
É certo que por detrás do assassínio de Castro existem outros factores,mas não tenho dúvidas que a homofobia foi um deles e que este sentimento está latente.
BW
Sôbolos Rios que Vão
Ana Soares
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Música por/para PAIS & Filhos
A revista PAIS & Filhos começou a celebrar os 20 anos de existência. Por isso, a celebração é com as famílias que tem acompanhado ao longo destas duas décadas através de música para todos!
Depois do concerto do próximo sábado, estão já agendados novos concertos para Fevereiro, Março, Abril, Maio e um grande concerto de final de temporada em Junho.
Tudo de graça.
"Não acham o máximo? Eu adoro", confessa a directora da revista Maria Jorge Costa.
Nós também!
BW
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Poesia para os mais pequenos
Levava eu um jarrinho
Correu atrás
Se eu não levasse um jarrinho,
Fernando Pessoa
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Resultados escolares e banda larga
"A introdução de banda larga nas escolas - uma das bandeiras dos executivos de José Sócrates na política de educação - teve um impacto negativo generalizado nas notas dos exames nacionais de português e matemática do 9.° e 12.° anos, com maior impacto nos rapazes do que nas raparigas. Esta é a principal conclusão de um artigo recente assinado por Rodrigo Belo, Pedro Ferreira e Rahul Telang da Carnegie Mellon University e das universidades Técnica e Católica.
No estudo "Impact of Broadband in Schools: Evidence from Portugal" - que será submetido em breve para publicação na revista "Review of Economics and Statistics" e que foi apresentado na semana passada no ISEG -, os autores escrevem que "em média, as notas baixaram cerca de 7,7% entre 2005 e 2008 e cerca de 6,3% entre 2005 e 2009 devido ao uso de banda larga".
A explicação é simples: "o nosso argumento central para um declínio no desempenho dos estudantes é o de que a banda larga cria distracções", escrevem. Este efeito é mais sentido entre rapazes do que entre raparigas,oquevaiaoencontro "de um inquérito que indica que é mais provável os rapazes dedicarem-se a actividades que os distraiam do que as raparigas"."
A importância do Desporto Escolar
Eles gostam e sentem-se promovidos quando o professor de Educação Física os chama para participarem nos torneios de futsal, voleibol, basquetebol ou no corta-mato organizado pelo Desporto Escolar. Nos dias dos torneios, ali estão eles, em destaque, a representar as cores e os valores das suas escolas e a dar o seu melhor! Nas bancadas estão os pais a torcer por eles e pela escola.
Não tenho dúvidas de que o Desporto Escolar ajuda a criar espírito de grupo, de pertença. E se hoje, os pais vão vê-los ao complexo desportivo, amanhã vão à escola falar com o director de turma, ou seja, o Desporto Escolar pode ser um modo de interessar os pais pela escola.
O Desporto Escolar também é democrático e promotor da igualdade. Lado a lado, estão alunos dos colégios e das escolas públicas, todos iguais, a lutar pelos mesmos lugares nos pódios. No final, todos recebem medalhas e troféus.
Para muitos, sobretudo aqueles que não têm dinheiro para ginásios e clubes , é o Desporto Escolar a forma que têm de praticar uma modalidade de que gostam, sem gastar dinheiro. Para muitos alunos é o único meio para fazerem actividade física.
O Desporto Escolar pode mesmo ser a motivação para estar na escola, sobretudo para aqueles alunos que não gostam, que têm maus desempenhos e mau comportamento mas que estão em grande forma física e brilham no desporto.
Por tudo isto, não compreendo os cortes que o Governo pretende fazer neste programa.
BW
Conversas de recreio
- Tens um namorado?
- Não, tenho uma namorada. É a M.
-Ah! Não podes! Assim são alérgicas.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Intimidade
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,
Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,
No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
domingo, 9 de janeiro de 2011
Carlos Castro, Renato Seabra e Odília Pereirinha
Tenho pena, muita pena, daquela mãe que tem a certeza que tem um filho de ouro, que jamais seria capaz de fazer mal a quem quer que fosse. "Não acredito. Não acredito. O meu filho, sendo um filho de ouro, um filho que é muito bom, não fazia isso", disse Odília Pereirinha no aeroporto, antes de embarcar numa viagem que não se deseja a ninguém.
Carlos Castro morreu em Nova Iorque, não da maneira que desejava, mas na cidade que adorava e onde queria que as suas cinzas fossem espalhadas - precisamente em Times Square, onde fica situado o hotel -. Mas não se imagina uma figura como a deste cronista a morrer de velhice num lar de idosos, pois não?
Renato Seabra, o alegado autor do crime, o aspirante a modelo foi ingénuo? Ambicioso? Ganancioso? Crédulo? A confirmar-se que é o autor do crime, praticou-o no pior sítio do mundo, onde a justiça é rápida e pesada, para já não falar das prisões.
Odília Pereirinha é mãe. E não há nada a dizer.
BW
Mais um estudo, este a dizer que...
É um estudo feito com apenas 24 famílias, no Vale do Ave.
BW
A educação e o abono de família
O DN fez as contas e conclui que há famílias que até agora estavam no 2.º escalão do abono social passam para o 3.º e vão suportar despesas em educação que não tinham até agora. A acrescentar aos cortes no abono de família, há ainda o apoio social escolar que passou a estar indexado aos escalões do abono. Portanto, uma desgraça nunca vem só.
A educação devia mesmo ser gratuita, sobretudo para quem tem menos.
BW
PS: Vale a pena acompanhar o trabalho que o DN começou a publicar na sexta-feira sobre a Despesa do Estado e a má gestão da coisa pública que pesa no bolso dos contribuintes, nós.
Bom domingo!
Glee regressa para a sua segunda temporada!
BW
sábado, 8 de janeiro de 2011
O ipad não pode, nunca, substituir o jornal
Apesar de ambas, eu e a Bárbara, preferirmos o Ipad ao Magalhães, o primeiro não pode, nunca, substituir o jornal! Veja o vídeo e saiba porquê.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
"Os professores no lugar onde têm de estar"
Uma casinha de chocolate para montar e... comer!
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Novidades do dia:
2 - Governo elimina disciplina de Área de Projecto no 12º ano
3 - Formação Cívica para o 10º ano
A notícia é do Público e surpreende, pois todos esperávamos notícias do básico e, afinal, temos em primeiro lugar as mudanças do secundário oficializadas.
3 - Naturalmente que, em teoria, concordo com a Formação Cívica. No entanto, tenho dúvidas sobre os moldes em que a mesma vai ser operacionalizada. A ver vamos.
Ana Soares
Não é por nada, mas eu preferia...
BW
O poder dos pais
Agora, na escola pública, a minha amiga é o terror dos "maus" professores. A minha amiga telefona aos outros pais, reúne com eles, junta-os e, à conta destes pais, já três professores foram "remodelados". Em contrapartida, estes pais juntam-se para angariar dinheiro para a escola, para as visitas de estudo ou viagens dos miúdos com mais necessidade, para as actividades que a escola quer fazer como as feiras e exposições. A directora sabe que pode contar com eles e a minha amiga está mesmo, mesmo feliz. "No colégio não era nada assim, bendita escola pública!"
Conta-me uma investigadora que não tem dúvidas que o poder dos pais na escola pública é maior do que na privada, sobretudo nas terras mais pequenas, não em Lisboa ou no Porto, mas no resto do país, onde as direcções das escolas não querem contrariar os pais.
Esta investigadora explica que os pais, ciosos por uma melhor educação, são exigentes porque em cidades de média ou pequena dimensão não há muito por onde escolher. Por vezes, há só aquela escola, por isso, os pais querem que seja a melhor e fazem por isso. Exigem-no.
A minha amiga tem a certeza que tem o filho na melhor escola pública da cidade e já só pensa no fim do ano para mudar o outro filho para aquela escola. "Os pais estão ao lado da directora e ela sabe que pode contar connosco", diz-me. O próximo professor que não cumprir os requisitos que aqueles pais exigem que se cuide!
BW
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Histórias com Chá
Ana Soares
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
2011 mais caro
Com a reforma congelada e o dinheiro contado, ao meu lado está uma velhinha que prescinde de levar três bolinhas e vai pagar só duas. As bolinhas eram 0,16 euros, são agora 0,18 cada uma e o pão comprido era 0,80 passou para 0,87 euros. Atrás de mim, uma professora do 1.º ciclo indigna-se com o aumento, viu o seu ordenado cortado e o subsídio de alimentação também. Em vez de um pão grande, vai passar a levar carcaças, informa à vendedora. A velhinha concorda, é boa ideia, sim senhora, mas as carcaças não enchem tanto a barriga.
A vendedora mantém-se calada até deixar sair entredentes: "São os preços novos", desculpa-se.
"É a crise", respondemos as três em uníssono, para rirmos, sem acharmos graça nenhuma.
Na rua, o meu filho diz-me: "O IVA aumentou para ver se saímos da crise, não é?". Pois.
Leia mais aqui sobre as medidas que entraram em vigor no início do ano.
BW
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Com as festas...
Os alunos do 3.º ciclo e do secundário não sabem interpretar, nem a Português, nem a Matemática. Não é novo, já todos o sabíamos. É grave e a culpa não é só do Governo, mas das famílias e dos professores.
O que não me parece muito correcto é comparar estes resultados com o PISA. Os TI testam os alunos nas disciplinas, tendo por base os programas das mesmas; os do PISA avaliam os estudantes na literacia da língua, matemática e científica, ou seja, os alunos não respondem a perguntas sobre matéria, como nos primeiros.
Os TI são feitos a meio do ano, para algumas escolas são uma espécie de preparação para os exames nacionais (no caso dos alunos do 8.º ano), por todos os alunos desses anos de escolaridade. O PISA é feito por estudantes de 15 anos, independentemente do ano de escolaridade que frequentam, que são escolhidos aleatoriamente, cerca de 40/escola, em pouco mais de 200 estabelecimentos de ensino.
Só estas duas premissas deveriam servir aos professores e comentadores de serviço para não extrapolarem. Parabéns ao Gave por esta atitude de transparência, ou seja, os testes fazem-se e os seus resultados não só chegam às escolas onde os TI foram feitos, como chegam ao grande público. O relatório está aqui.
BW
Para quem vem aqui através do apelo do senhor César Preto...
O que aqui poderá confirmar é que os jornalistas não são amorfos, pensam e são pessoas. E este é o MEU espaço, onde EU escrevo o que penso sobre a vida, os filhos, a família, a educação, a escola, etc. Outra coisa é o MEU trabalho que está plasmado nas notícias, reportagens e entrevistas que são publicadas no PÚBLICO.
Tudo isto por causa deste texto! Escrevi-o porque sou uma grande defensora do privado, porque estou a fazer publicidade aos colégios, a começar pelo Moderno, acusam alguns dos leitores do PÚBLICO, nomeadamente o senhor César Preto que convida os leitores a vir aqui confirmar a marota que eu sou, que misturo trabalho com convicções pessoais.
Passo a contextualizar os leitores:
1. Eu não escrevi a reportagem do Moderno porque defendo o privado, escrevi-a porque me foi pedida. É que os jornalistas têm editores e directores acima deles e não escrevem só o que querem... Aceitei a ideia (atenção: por vezes, os jornalistas têm liberdade para dizer não, que isto aqui não é uma ditadura!) porque havia um facto de que tinha conhecimento: alguns colégios tinham fila à porta para pré-inscrições. Quando comecei a pesquisar - falei com vários colégios, como se pode ver aqui - percebi já ninguém tinha filas, à excepção do Moderno, embora pouco significativa porque as matrículas podem ser feitas pela Internet, como nos outros.
2. Depois de informar os meus superiores ficou decidido que ainda assim avançaria para a reportagem. O ângulo já não eram as filas, mas os que se recusavam a fazer a matrícula pela Internet. E, para isso, teria de falar com os pais que se juntavam à porta do Moderno. Lá fomos nós, jornalista e repórter fotográfico para a porta do colégio uma noite antes e no dia das inscrições.
3. O que se lê na reportagem não é um elogio ao colégio, mas as motivações e reacções dos pais que se sacrificam a passar uma noite (talvez mais) à porta de uma escola. Aliás, não foi nada fácil fazer um texto quando os pais, os que passaram ali a noite, se fecharam em copas e se recusaram a falar e a ser fotografados porque têm vergonha de estar numa fila, porque sabem que estão a fazer uma coisa que a própria directora lhes pediu para não fazer, porque já faz pouco sentido nos dias que correm. "Ó minha senhora, de mim não leva nada", é paradigmático do sentimento daqueles pais.
4. Nas páginas do jornal, podem ler-se ainda dois textos que são sobre as angústias que os pais passam à frente do computador a fazer a pré-inscrição e os critérios de admissão dos colégios.
CONCLUSÃO:
1. O trabalho, no seu conjunto, tem a função de informar os leitores que: ainda há pais que se sujeitam a passar noites em claro por causa do futuro dos filhos; os colégios continuam a ter procura, a matrícula não se faz presencialmente mas pela Internet; e é a direcção dos colégios que tem a última palavra, não os pais que fazem os sacrifícios e vão viver a angústia de não saber se o filho foi ou não admitido, senão daqui por uns meses.
2. O que não está no texto mas que motiva os comentários mais agrestes é isto: O sacrifício que os pais fazem para NÃO meter os filhos na escola pública e isso é que dói!
3. Mas também sabemos dos enganos que os pais cometem para meter os filhos NAQUELA escola pública e o que esta faz para seleccionar os alunos. Esse trabalho também já foi feito no PÚBLICO.
BW
PS1: Na manhã em que fui para o Moderno, apanhei uma taxista que me descrevia a sua relação com a imprensa: "Vocês [PÚBLICO] é mais política, não é? Eu gosto de ler o Correio da Manhã porque percebo tudo! Eu para ler o Diário de Notícias tenho que ter um dicionário ao lado porque não conheço muitas palavras. Vocês [os jornalistas] esquecem-se que o povo só tem a quarta classe e não aprendemos as palavras todas."
Lembrei-me desta conversa porque quando leio alguns comentários penso que quem leu a notícia, a entrevista ou a reportagem não percebeu porque não compreende, porque não sabe interpretar, porque tem a mania da teoria da conspiração e lê sempre com esses óculos postos.
E de seguida penso, a escola tem TANTO trabalho pela frente! E, logo depois, tremo quando penso que alguns dos comentadores são professores, são aqueles que deviam ensinar as crianças a serem livres e a interpretar...
PS2: Os jornalistas também vão atrás de pistas que os leitores ou outros lhes dão sobre determinados assuntos; também escrevem sobre actualidade; sobre queixas, acusações, etc. Raramente escrevem sobre as coisas de que gostam.