Não me parece de bom tom comentar um artigo escrito por mim (e neste caso co-assinado pela Helena Melo), mas depois de ler os comentários quer noutros blogues, como na caixa de comentários do PÚBLICO on line, não resisto!
Há professores que acreditam que todas as notícias que digam respeito às crianças é para atribuir-lhes as culpas! Por isso, reagem de imediato: a culpa é dos pais! E lançam as farpas: não querem ir para a praia com os meninos, deixam-nos na creche para ir para a praia. E no nosso tempo é que era bom, tinhamos os avós, a terra e os carrinhos de rolamentos, pobres crianças as de hoje...
Eu também tinha quatro meses de férias e avós, férias na praia, depois no campo com vindimas e apanha da fruta à mistura, e no estrangeiro. Hoje não consigo oferecer o mesmo aos meus filhos - os avós trabalham, os que não o fazem têm outros netos para cuidar. Por isso, pai e mãe desdobram-se para poder oferecer 50 e poucos dias de férias com pais e o resto do tempo serão actividades, daquelas que propomos aos leitores do PÚBLICO.
E não há culpas a atribuir aos professores mas à sociedade, aos governos e aos patrões que não pensam nunca na renovação das gerações e do que é preciso para que estas cresçam fortes e saudáveis!
BW
Cara BW,
ResponderEliminarQuero em primeiro lugar dizer-lhe que acho meritório o tempo que perdeu a ler comentários e outros blogues. E digo-o sem ironia. Tenho, porém, que lhe dizer que dificilmente existe fumo sem fogo e aqui, mesmo admitindo que não foi sua intenção, é o próprio título que incendeia. E repare que há professores e pais que reagem, mas tal deve-se à imediata leitura que é feita dos tais meses de pesadelo. Na própria peça é reconhecida a importância destes longos períodos de pausa e, como sabe, é ela própria que indirectamente é posta em causa. Ainda que, e volto a dizer, não tenha sido essa a intenção que norteou a peça.
Quanto ao resto parece que nem discordo de si. Há muitas culpas a atribuir à sociedade, aos governos e aos patrões. Pela renovação que se pede, mas também por quererem transformar a escola num género de centro de dia que alivie dores que não são as suas.
Acho que foi o que pretendi transmitir ainda que, e não me custa reconhecê-lo, num estilo agressivo. As questões que neste post levanta deveriam merecer mais atenção. São bem mais relevantes que divulgar ocupações e actividades. É isso que espero do Público.
Atenciosamente,
JM
Caro JM
ResponderEliminarO título tinha como único objectivo chamar a atenção para um problema que todos os pais, sem alternativas, vivem nesta altura do ano (e na Páscoa, no Carnaval, no Natal): o drama de não ter onde deixar os miúdos nas férias. O título não é sobre o drama de ter que passar férias com eles, porque esse, desde que os pais sejam normais, não existe! O PÚBLICO tem escrito sempre e alertado para estes problemas, seja através de textos úteis para os pais, seja através da problematização do tema. BW
Peço desculpa, mas não sei de onde tirou essa ideia dos pais não quererem passar férias com os filhos. Não foi certamente nas palavras que aqui escrevi ou no blogue onde comentei o artigo. O problema que identifico, e a que também se referiu neste post, está a jusante.
ResponderEliminarNão me quero envolver na polémica acima. Concordo com a BW e com o que escreveu: é difícil gerir as férias dos miúdos (especialmente os que não frequentam atl´s) sem os apoios familiares que existiam noutros tempos e sem a preeocupação do estado para este problema. Há muitas famílias que simplesmente não passam um único dia de férias em conjunto porque pai e mãe têm que tirar férias em períodos distintos para abarcarem o maior nº de dias de presença com os filhos.
ResponderEliminarJorge: Sim, tirei a ideia de outros blogues e comentários que li. Estamos de acordo!
ResponderEliminarRita: Também conheço casos desses, de casais que optam por não passar férias juntos para poder dar o máximo de tempo de qualidade e de família aos miúdos.BW