terça-feira, 23 de junho de 2009

Aos alunos - depois dos exames nacionais e conhecidos os critérios de correcção

"Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida"
Educar em Português é um sítio que nasceu do desejo de partilhar ideias, livros (muitos livros e para todas as idades), comentários sobre a escola, tempos livres, preocupações dos educadores e professores, sobre a educação numa perspectiva alargada.
Curiosamente, foram os alunos que, recentemente, fizeram subir exponencialmente as visitas ao blogue nesta primeira época de exames nacionais. Com reacções de naturezas variadas aos critérios de correcção das mais variadas disciplinas, do Português, à Matemática, passando pela Biologia-Geologia ou Física e Química, mostraram a sua receptividade às sugestões e comentários que aqui fomos fazendo.
Para eles, que terão provavelmente terminado agora, com os exames nacionais da primeira fase, o ensino secundário, entrando assim numa fase diferente das suas vidas, aqui fica o convite para que nos continuem a visitar, fazer sugestões, propostas. Teremos muito gosto em ir lendo as vossas opiniões.
Para os que ainda vão continuar a estudar para a 2ª fase, ânimo.
A pensar já no fim do ensino secundário, aqui fica esta mensagem para todos os alunos nossos leitores: "Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida".

Vivam-no com alegria e responsabilidade.
Ana Soares

5 comentários:

  1. Tendo em conta que este ano se continua a dizer que os exames são demasiado fáceis e portanto não conseguem testar as reais capacidades e conhecimentos dos alunos, considerando também que todos os professores universitários a quem a pergunta é feita dizem que os alunos chegam à Universidade cada vez mais mal preparados...
    Será que para muitos jovens que agora terminaram o secundário se tratou realmente do primeiro dia do resto das suas vidas?
    E no 1º parágrafo nem sequer falei do facto de muitos cursos universitários actualmente serem uma porta aberta para o desemprego!

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  2. Carlos Pires
    A culpa dos alunos chegarem mal preparados ao superior morreu solteira! Porque os professores do superior dizem que do secundário, estes dizem que é do básico e o básico não tardará a empurrar as culpas para o pré-escolar! E este há-de lembrar-se que os alunos chegam mal preparados de casa! Que, em muitos casos, não é mentira nenhuma. Por isso, não vale a pena andar à procura de culpados da má preparação e tentar atacar os problemas quando nos chegam às mãos. Por exemplo, conheço um professor do superior que na primeira aula põe os meninos a saber a tabuada. Ridículo? Talvez, mas útil para ele e para os alunos.
    Quanto ao desemprego, os estudos indicam os que têm mais formação são os que conseguem estar menos tempo no desemprego. Por isso, talvez valha a pena continuar a estudar! BW

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  3. Não se trata de culpabilizar por culpabilizar e muito menos para sacudir a água do capote e fugir às responsabilidades.
    Mas sim de identificar as causas do insucesso - que são várias. Referiu algumas causas importantes mas é preciso acrescentar outras, nomeadamente o facto de a escola e o conhecimento actualmente não serem valorizados por muitas pessoas e o facto de muitos alunos estudarem pouco.

    Insistir que o insucesso tem diversas causas não é uma forma de diluir as responsabilidades e de fazer "a culpa morrer solteira", mas sim de conhecer a realidade tal como ela é.
    Conhecer para actuar melhor - para "tentar atacar os problemas quando nos chegam às mãos". Agir com base no conhecimento é muito mais eficaz do que agir com base no mero voluntarismo e no optimismo cego.

    Relativamente ao desemprego dos licenciados: longe de mim querer desvalorizar a formação e a sua importância para a vida. Mas também aí convém ser realista: há cursos quase sem saídas profissionais.

    Cumprimentos

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  4. Eu acho que os problemas estão todos identificados, todos; e muitas soluções têm sido propostas e estão em prática nas escolas, umas boas, outras nem por isso, outras ainda que precisam de tempo para dar fruto. Desconheço se os exames estão ou não mais fáceis, sei é que se dá uma importância desmesurada aos mesmos. Os professores cedem à pressão dos pais, dos alunos, dos críticos e trabalham para os exames, em vez de educar e formar alunos autónomos, com cabeças arejadas e pensantes.
    Desemprego:aí quem tem a culpa é o ministério que devia ter mão de ferro e não autorizar a manutenção e a abertura de cursos que formam para o desemprego. Ainda que as instituições digam que não formam só para o emprego, mas para o tal homem completo de que falava há pouco! Um discurso conveniente, bonito, mas nada convincente! BW

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  5. A conversa já vai longa e todos temos muito que fazer, mas quero ainda fazer duas observações:

    1. Os problemas estão identificados mas são compreendidos de modo muito diferente pelas diversas correntes pedagógicas:
    o que leva a que alguns problemas sejam relativizados e desvalorizados (a indisciplina e a violência, por ex.), outros ignorados (a inadequação de muitos programas, por ex.), e muitos mal enfrentados, com emendas que são piores que o soneto (o novo estatuto do aluno que em vez de combater o absentismo e o abandono escolar enterrou os professores em papéis e levou muitos a serem permissivos na marcação das faltas, por ex.)

    2. Em expressões como "os homens" ou "os mortais" está subentendido o quantificador "todos". Por isso, dizer "os professores cedem à pressão..." significa dizer que todos cedem e não apenas alguns. O que é certamente uma generalização excessiva.

    Seja como for, não há contradição entre preparar os alunos para os exames e desenvolver o seu espírito crítico e autonomia - se os exames, e por detrás deles os próprios programas, estiverem bem concebidos!
    Uma pergunta de exame (ou de um teste) pode apelar ao raciocínio e à criatividade e não apenas à memorização. Por outro lado, fazer actividades diversificadas nas aulas (como por ex. debates) pode ser uma excelente preparação para os exames.
    Julgo que não precisamos de "pressão" nem de nervosismo e medo dos exames, mas precisamos de mais exames (eu sou prof. de Filosofia e queria ter exame nacional de Filosofia) e talvez até com um peso maior na classificação final dos alunos (e dos professores!, quando estes forem avaliados a sério).

    Cumprimentos.

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