segunda-feira, 25 de maio de 2009

À conversa com Ana Maria Magalhães

A presença de Ana Maria Magalhães na escola não teve o sucesso que pretendíamos, pela fraca adesão dos pais e encarregados de educação. Mas os que estávamos tivemos assim a oportunidade de ter uma conversa mais intimista com a escritora.
Foi muito bom ouvi-la partilhar as estratégias que adoptou como irmã, mãe, professora e até avó para levar o outro a ler ou a ultrapassar dificuldades de leitura. Foi particularmente interessante ouvir reforçar duas ideias: a de que os miúdos que não gostam de ler devem poder escolher o que querem ler, pelo que nenhum livro, a não ser que o mesmo consista num atentado à integridade moral, é um mau livro (mesmo que os pais achem a história desinteressante) e que aos que não gostam de ler se devem oferecer livros “fininhos”.
Sugeriu que todos os dias devem terminar com livros – pois a leitura de uma página de uma história, ou mesmo um poema, ajuda a criar laços e intimidade com o objecto livro. Sugeriu ainda aos professores a leitura em aula. 10 minutos no final de cada aula.
Falou com um respeito imenso dos disléxicos e eu fiquei a pensar na imensa tristeza que aqueles que gostam de histórias podem sentir quando se consciencializam das suas dificuldades com a palavra.

Foi, sem dúvida, uma conversa que não vou esquecer. Mostrou-nos , uma vez mais, que educar para a leitura dá trabalho. É uma tarefa que exige muita criatividade e que nos obriga a olhar para cada potencial leitor como único, com gostos, exigências e expectativas sempre diferentes.

Ana Soares





1 comentário:

  1. olá. tenho pena que a adesão não tenha sido a esperada. o teu post despertou-me para um assunto paralelo: a dislexia. foi "diagnosticada" a uma das minhas sobrinhas. nunca tinha pensado nisso como uma questão profunda e séria... às vezes chamava às minhas "gralhas" dislexia, mas pelos vistos é mais vasto que isso. a leonor está a ser acompanhada, mas tens alguma dica de onde posso ler sobre isso e dar uma mão aos meus cunhados que andam um bocado às aranhas?

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