Foi há seis anos que tive o meu primeiro desgosto com o plágio... Foi numa das minhas turmas preferidas. Comecei a ler trabalhos que, claramente, não correspondiam ao que eles, alunos, eram. Depois foi um que apresentava uma ortografia que não era a nossa, mas a do português do Brasil (agora já é nossa, é verdade), que tudo confirmou. Fui à internet, esta fonte preciosa para os alunos e para nós, professores. Foi através dela que acedi a boa parte dos textos plagiados. Numa atitude pouco ecológica, mas muito pedagógica, imprimi os textos. Agrafei-os aos trabalhos. Na sala de professores exorcisei as minhas raivas e o meu despontamento. Comecei serenamente a aula seguinte com um texto sobre o plágio, já não me lembro que texto foi. Depois distribui a lei dos direitos de autor. Falei da Clara Pinto Correia. Por último, entreguei os trabalhos. Só aí se fez luz para a maioria. Serviu de lição. Pelo menos para os restantes trabalhos de português. Expliquei aos mais inocentes que aquilo era crime. Que era falta de honestidade científica. Que era uma falta de respeito!
Li hoje, no Público, que foi criada em Espanha uma nova aplicação gratuita que permite detectar plágios em trabalhos académicos. Esta permite que, se alguma frase ou parágrafo de um documento entregue por um aluno constar de alguma página web, o plagiador seja imediatamente denunciado. Já não é preciso passar horas a copiar as frases mais intrigantes dos trabalhos dos alunos e fazer pesquisar... Impossível não me lembrar desses meus queridos alunos.
Ana Soares
Muito interessante a tua resposta ao plágio dos teus alunos. Infelizmente, no mundo universitário existe igualmente este tipo de plágio, e é tão simples descobri-lo... essa aplicação "detectora de plágios" irá ter uma grande utilidade nos tempos que correm!!!
ResponderEliminarbom fim de semana!!!