terça-feira, 12 de maio de 2009

A baixa do professor de Matemática

A Sónia (nome fictício) tem 17 anos e anda no 9.º ano. Sim, já devia estar a terminar o secundário e a culpa é dela, da família e da escola. Dela, que nem sempre gostou de estudar; da família que não soube dar-lhe o acompanhamento exigido pelos professores; da escola que não soube oferecer apoio nos momentos fundamentais.


Apesar do atraso, Sónia não é má aluna e tem um comportamento exemplar, elogiado nos conselhos de turma. No princípio do 3.º período, Sónia "passou-se" com o professor de Matemática. Dera-lhe 3 (numa escala de 1 a 5), no 2.º período. Merecia mais, pergunta-lhe o professor. Não, responde a garota, crispada. Não merecia nada, o professor faltou muitas vezes no 2.º período, por motivo de doença, nunca foi substituído e não fez nenhuma prova escrita à turma, continua. Como é que pode dar 3 a todos os alunos se não os avaliou, pergunta a miúda. "Estás a ser injusta, já vos conheço há três anos", responde o docente. Sim, mas não deu matéria, continua Sónia, já de pé, quase em cima do professor. "Sabe que eu quero continuar a estudar? E se não souber Matemática como é que vou fazer o exame nacional?", atira-lhe, quase desesperada. "Estou muito desiludido contigo, não sabes que sou uma pessoa doente?", diz o professor, mandando-a sentar.
Aconteceu, numa escola onde se espera muito pouco dos alunos e também dos professores. Onde todos cumprem o expectável. A Sónia é que está ali mal...



BW

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