sexta-feira, 24 de maio de 2013

Olimpvs.net na secundária Filipa de Lencastre, em Lisboa

As portas de entrada na Escola Secundária Filipa de Lencastre, em Lisboa, estão pejadas de informação, mas não há um único cartaz relativo à sessão sobre a colecção Olimpvs.net. À entrada da biblioteca o mesmo, há cartazes mas nenhum sobre o evento, noto. A professora Isabel Oliveira, de Português, decidiu que a sessão é só para quem conhece e trabalhou os livros, explica-me mal entra na sala, com o seu passo decidido e a sua voz de comando. "Acho muito bem", respondo, dando-lhe exemplos de escolas onde os alunos eram curiosos mas não faziam ideia do que é que eu estava a falar. É sempre preferível quando têm muitas perguntas, acrescento.
Os estudantes começam a entrar, são três turmas, de 6.º e 7.º anos. Querem sentar-se "nos melhores lugares", aqueles que ficam de frente para a parede onde passa o powerpoint. E alguns trazem os trabalhos que fizeram para os mostrar à autora. Trabalhos bonitos, noto.
Feita a apresentação, começam as perguntas. "Quanto tempo demoram a escrever?", "Quais são as cidades em que os heróis vão viver aventuras?", "Neste código [no canto inferior esquerdo da contracapa] dá para conhecer o mito?", "Porque é que escolheram a mitologia grega?", "Porque é que se chama Wong?", "Sempre pensou ser escritora?". Eu não sou escritora, sou uma jornalista que gosta de escrever. Chamo-me Wong porque o meu pai é chinês. A mitologia grega ajuda-nos a compreender a nossa cultura, quem somos. Sim, o código é para conhecer o mito. Se Deus quiser (e a editora!), os nossos heróis ainda vão viver muitas aventuras! E os livros não demoram muito a escrever, mas demoram a rever, a corrigir, a reescrever e, se pudessemos, reescreveríamos de novo, parece que é um trabalho que nunca está completo!
Detemo-nos durante algum tempo numa pergunta: "As personagens que criaram baseiam-se em alguém que conheçam?", questiona uma aluna, "Conhecem alguém que seja como as vossas personagens?", torna a perguntar outro aluno cujo o dedo no ar passa a apontar para um colega. Observo o rosto do miúdo para o qual aponta: "é o Pedro!", penso. "Ele é igual ao Pedro, não é?", perguntam-me felizes. "É..." e chama-se Pedro e quando começo a descrever a personagem, os amigos dizem-me "é como ele!". O rapaz ri, corado e divertido, e põe as mãos à cabeça quando me ouve a fazer a descrição.
As professoras Isabel e Graça fazem algumas perguntas: "Que autores lia quando tinha a idade dos alunos?", "Como é o processo da escrita?"
As perguntas começam a esgotar-se e o tempo também. Segue-se a oferta de um ramo lindissimo e original (uma única hortense faz um belo efeito!) pelas três delegadas das turmas e a sessão de autógrafos, os meninos enfileiram-se e pedem autógrafos e fotografias com a autora (uma novidade!) tiradas com os seus telemóveis. "Adeus, Bárbara Wong!", despedem-se alguns, outros chamam-me do corredor, só para verbalizar: "Wong", "Wang", "Yung", "Yang"... "Como é que se diz?", pergunta uma das alunas mais atrevidas. "Como em inglês: was, where...", respondo.
A turma que vai ter aula com a professora Isabel permanece na biblioteca e um dos grupos quer apresentar-me o seu trabalho. Rápidos, tiram a pen e vão ao e-mail buscar a sua apresentação. Apresentam-na com à-vontade. Depois perguntam-me qual é o meu e-mail e enviam-mo. Assim vale a pena, penso e verbalizo "os parabéns" a todos e às professoras em particular. Sim, é preferível apresentar a três turmas que trabalharam do que a uma escola inteira! Obrigada.
BW

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