quinta-feira, 9 de maio de 2013

"O meu filho fez o quê???" em Oeiras

A convite da Associação de Pais da Escola Secundária Quinta do Marquês, em Oeiras, apresento O meu filho fez o quê??? em breves pinceladas para deixar mais tempo para a conversa.

No livro advogo que os pais devem conhecer o estabelecimento de ensino antes de matricularem os filhos, mesmo que seja a escola obrigatória para onde as crianças têm de ir impreterivelmente. A visita deve ser feita em tempo de aulas. Uma mãe pergunta-me se eu acho exequível que os pais vão todos à escola e dá-me um exemplo: se a escola receber mil alunos vão dois mil pais à escola? E em tempo de aulas?
Nunca vão dois mil pais à escola! Vai meia dúzia e nem sequer vai no mesmo dia... E não é difícil a uma escola recebê-los desde que esteja à espera deles, respondo.
A escola pode não ter essa disponibilidade e a directora da secundária explica-me e aos pais como faz: raramente recebe pais, mas quando pedem, acede. Só que se forem mais pode não conseguir por falta de tempo.

Mais à frente, foco a importância de falar com os filhos sobre o regulamento da escola, o estatuto do aluno e de lhes fazer ver que há um "cadastro" que os segue enquanto andarem na escola. O ter um "cadastro" pode dissuadi-los de maus comportamentos.
A mesma mãe diz-me que isso de nada serve se eles não estiverem motivados porque além de mãe é professora e diariamente confronta-se com alunos desinteressados que não aprendem nem deixam os outros aprender e dá-me um exemplo concreto que se passou na sua sala de aula.
Tem toda a razão. É verdade. Há miúdos desinteressados e que boicotam, mas é preferível os pais não falarem com eles?

O dilema pai/professor é grande e, naquele encontro aquela mãe pôs a professora sempre em primeiro lugar. Para quê os pais irem à escola? Porque, ao contrário da senhora, nós não estamos na escola todo o dia, não conhecemos os professores, não sabemos o que se passa e queremos saber! Porquê irem em tempo de aulas? Para vermos como é o dia-a-dia de uma escola. Mas não vêem tudo, vêem uns corredores e podem apanhar um dia pior... É verdade, mas ajuda-nos a, pelo menos, conhecer o espaço. O que é preferível: mandar a criança às escuras para a escola nova ou dizer-lhe que tem uma boa biblioteca, uma cantina espaçosa...

Há pais que lembram que nunca puderam passar do portão da escola do 1.º ciclo ou que naquela escola não lhes permitem falar com outro professor que não seja o director de turma, nem conhecer os outros docentes. A directora da escola sente necessidade de defender aquela posição.

No final, a directora agradece o número de pais que participaram na sessão e o interesse que demonstraram. O presidente da associação de pais oferece-me uma lembrança e pede aos pais para participarem, para se envolverem no trabalho que a organização promove, bem como nas acções, tudo em prol dos filhos deles e dos outros, aponta. Dia 24, às 21h, é a vez de Paulo Guinote, informa.

Alguns pais mantiveram-se calados e procuraram-me no fim. A escola está igual ao que sempre foi e não motiva os alunos que revelam o seu desinteresse através do mau comportamento, diz uma mãe. Pois é, foi uma pena não ter dito isso em voz alta!
BW
PS: Muito obrigada à Associação de Pais da Escola Secundária Quinta do Marquês, ao presidente e à sua equipa, de que fazem parte homens e mulheres activos, disponíveis e atenciosos, que organizaram a sala e trouxeram de casa a máquina do café e as caixas com bolachas para atrair os pais! Obrigada a todos, em especial à mãe que foi numa corrida buscar o portátil para fazer a minha apresentação!

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