sexta-feira, 14 de maio de 2010

Agora coisas mais sérias: a crise

Ontem cheguei de Fátima faltavam poucos minutos para a meia-noite, de maneira que fui ver a Sic Noticias para me inteirar que há vida para lá do Papa.
Não estava a acreditar nas declarações de José Sócrates quando juntou aos bens essenciais (cujo IVA vai aumentar de cinco para seis por cento) a Coca-Cola e a Pepsi-Cola (para mim não são bens essenciais e se se vai mexer nestas coisas então que se taxe em 21 por cento contribuindo assim para um povo mais saudável e que fica mais barato ao Estado que não terá que investir em educação para a saúde, nem em bandas gástricas ou no combate à obesidade).
E quando Sócrates meteu os pés pelas mãos a dizer que não era justo que nós (ele e o jornalista com quem estava a falar e que o primeiro-ministro presume que ganha o mesmo que ele) pagassemos o mesmo IVA que os mais pobres? Mas é exactamente isso que vai acontecer.
E que no fim, dissesse que o corte de cinco por cento nos salários dos políticos era simbólico mas que era o compromisso possível com o PSD. Aqui Sócrates ficou melhor na fotografia do que Pasos Coelho porque eu não quero que o corte deles seja simbólico, quero que seja a sério, quero que seja como em Espanha, de 15 por cento ou de mais, porque eu não sou responsável por esta crise e eles são.
Hoje, as pessoas que estão no terreno alertam para o que pode ser este país se estas medidas forem por diante. É que não são só os pobres, são os remediados, é a classe média que vai pagá-la. Ainda me lembro das palavras pintadas a vermelho nos muros das fábricas, no final da década de 1970: "Os ricos que paguem a crise", neste caso, mudaria para "os políticos que paguem a crise", como por exemplo aqueles senhores ex-ministros da Economia que há dias foram prestar vasalagem a Cavaco Silva e mostrar-se muito preocupados com a situação do país, mas não foram eles responsáveis? Ou os senhores ex-administradores de empresas públicas que vão acumulando reformas atrás de reformas e continuam no activo.
BW

2 comentários:

  1. A tradicional expressão "a pão e água", passará agora para: "a pão e coca-cola".:)

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  2. Como concordo com a parte dos "ex-ministros"! (Julgo é que eram os das finanças...) Agora falam, opinam, mas e antes? O que fizeram? É que a a crise tem a assinatura de muitos, em particular destes senhores. Mas relativamente a isto não oiço ninguém a desmascarar esta hipocrisia!

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