sábado, 15 de maio de 2010

Dia Internacional dos Museus - a experiência do museu com crianças

Adoro levar os meus filhos a um museu. E não é por qualquer pretensiosismo ou achar que eles são “chiques” ou “cultos”. E não é apenas quando se celebra o Dia Internacional dos Museus!

Não, é mesmo pelo gozo de estar sentada no chão de um museu com eles e ver como é que eles olham para o mesmo que eu, como o interpretam. Levamos sempre uma caixa de lápis (no nosso caso, uma para cada um deles, para não haver desentendimentos no museu!) e os cadernos dos museus (designação que eu inventei para um caderno que só usamos nestes dias). “Espreitamos” o museu, salas e corredores. E eles podem escolher um, dois ou, no máximo, três quadros (conforme o tempo, disposição e sono da mais pequena).

O CAM da Gulbenkian tem sido, pela facilidade de acesso, aquele que mais vezes temos visitado. Por vezes levamos piquenique para comer no jardim e visitamos os patos. Ofereço-vos esta reprodução do Ângelo de Sousa - sem título de 1972 - que o rapaz fez numa destas visitas (a mesma em que uma das suas galochas foi parar ao lago dos patos!).
Gostou das linhas e das cores do quadro. Sentiu-se satisfeito por ter conseguido reproduzi-lo para mostrar ao pai, que não nos pôde acompanhar (para os que não conhecem o original, tenho de confessar que está parecido! São duas linhas curvas: uma amarela, outra preta).
E assim, visita após visita, museu após museu, os gostos e tendências vão-se formando, os museus passam a ser espaços familiares.

Ana Soares

1 comentário:

  1. Felizmente, cresce entre muitos o gosto pelos museus, pela música, pelo património, enfim... pela arte em geral. Pena é muitos desses museus fazerem parte da vida dos cidadãos apenas um dia no ano...pena é, a tutela estar tão preocupada em corresponder aos interesses dos portugueses.
    Mas será que os portugueses querem um novo museu dos coches? Será que os portugueses querem ver o Teatro nacional de São Carlos aberto apenas para uma pequeníssima elite económica, ao fim de três anos de projectos que promoveram a formação de novos públicos? Será que os portugueses não estão interessados em financiar cinema português, quando ele é amplamente aplaudido no estrangeiro? Será que é este o estado da Cultura que o país cultiva e usa como bandeira propagandistica? Ou será a cultura deste Estado molengo que não premeia a excelência a tempo inteiro?
    Se calhar somos uma nação em part-time!!!
    Ângela malheiro

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