segunda-feira, 31 de maio de 2010

Reorganização dos ciclos: a montanha pariu um rato

Esta manhã, o Jornal de Notícias (JN) dava conta de uma proposta do Conselho das Escolas (CE), órgão consultivo criado pelo ministério de Maria de Lurdes Rodrigues, que reúne os directores das escolas, que seria votada durante o dia de hoje, sobre a possibilidade de reorganizar os ciclos em três de quatro anos cada. Do 1.º ao 4.º; do 5.º ao 8.º e do 9.º ao 12.º ano de escolaridade.
Esta é uma proposta um bocadinho diferente da do Conselho Nacional de Educação (CNE) - onde há membros do CE que também são conselheiros - e que também votaram o parecer que propõe uma escolaridade dividida dos 0 aos 6; dos 6 aos 12 (juntando o 1.º e o 2.º ciclo) e dos 12 aos 18 anos de idade (do 7.º ao 12.º ano).
A preocupação do CE ao fazer esta proposta é com a escolaridade obrigatória de 12 anos? Com "o que fazer com os alunos mais três anos na escola"? Será esta uma maneira de resolver a retenção e o insucesso? E o que é que se faz à formação dos professores? E com a tipologia das escolas?
Pelos vistos, o CE estará a pensar nestas e noutras questões e Álvaro dos Santos ter-se-á precipitado quando falou com o JN porque hoje, ao PÚBLICO, o discurso foi vago: "Vamos claramente discutir e só depois é que analisaremos se há condições para apresentar [à tutela] e para a sua implementação. Não passa de um documento de discussão, ainda não é sequer uma proposta".
Há claras diferenças entre a sugestão do CE e o parecer do CNE, aponto. "Poderá haver aproximações com a do CNE. O CE não se sente vinculado a um modelo mas ao lançamento do tema à discussão, queremos ouvir pessoas".
E quando será apresentada a proposta final do ME? "É possível que possa ser prolongado para a próxima equipa do CE..."
BW

domingo, 30 de maio de 2010

Conversa entre primas

M - No teu colégio aceitam crianças deficientes?!
L - Sim... É um colégio católico... - com aquele ar "é evidente".
M- Mas o meu também é e se eu chumbar vou ter que sair...
L - No meu não!
O "católico" de universal, de fraternidade entre pessoas, de tolerância, de amor ao próximo não se aplica a todos, sejam colégios, sejam pessoas.
BW
PS: Se "deficientes" vos escandalizar, lamento mas elas ainda não sabem o que são crianças com necessidades educativas especiais, que é o caso.

sábado, 29 de maio de 2010

Cabine




Não, não é vermelha.

Também não é em Londres.

Mas é, sim, uma cabine telefónica.

É em Ponte de Lima e deve ter escondido muitas histórias.

Segredos que entre aquelas quatro paredes ficaram protegidos do vento que os podia levar.


Ana Soares

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Preparar o Exame Nacional de Português

aqui fiz algumas sugestões sobre as melhores estratégias que um aluno deve utilizar para estudar e se preparar para o exame nacional. Um dos aspectos que referia, para além de outros conselhos e da referência a materiais de apoio, era a resolução de exames de anos anteriores, sugestão válida para a preparação para qualquer exame.
Quanto ao do 12º ano de Português, aqui deixo hoje os links para os exames de anos anteriores que os alunos devem resolver, como forma de treino e consolidação do trabalho desenvolvido em aula.

Ana Soares

LINKS PARA EXAMES NACIONAIS DE PORTUGUÊS

Exame nacional código 639 – OBRIGATÓRIO!

Exame 2009
http://www.gave.min-edu.pt/np3/254.html

Exame 2008
http://www.gave.min-edu.pt/np3/205.html

Exames 2006 a 2007
http://www.gave.min-edu.pt/np3/205.html


Exame Nacional código 139 - EXTRA

Atenção que os exames anteriores a 2006 (código 139) têm uma estrutura diferente – nestes interessa resolver a parte da interpretação.

http://www.gave.min-edu.pt/np3/73.html

Fecho de escolas

Não é novidade, desde o final da década de 1990, quando se começam a construir os primeiros centros escolares que as pequenas escolas do plano centenário, nas aldeias e vilas começaram a fechar. Algumas, de janelas ainda decoradas com os trabalhos dos últimos alunos mas fechadas.
Há meses, num passeio por serras algarvias observei as aldeias envelhecidas, demasiado velhas, onde os mais novos andam na casa dos 60 e muitos, a lamentar-se que os novos vão para o litoral e que até as escolas fecharam.
São os custos da interioridade, fechar uma escola é matar uma aldeia, pensei. Mas, faz sentido ter uma escola aberta para uma ou duas crianças da aldeia? Não. Não estou sequer a falar dos custos reais e do luxo de ter um professor para dois alunos, de idades e em anos diferentes; mas dos custos para aquelas crianças.
Noutra ocasião, há alguns anos, estive numa escola alentejana nessa situação e a pobreza era grande, da professora desmotivada aos alunos desinteressados, uns que iam para a escola com as calças de pijama ainda vestidas porque moravam mesmo ali ao lado.
Todos queriam ir para a cidade mais próxima e pelas mesmas razões, queixavam-se do isolamento. Os mais novos da falta de amigos, a docente da ânsia de trabalhar com outros adultos, de ter outros materiais, de fazer mais actividades.
Por isso, o fecho de escolas com menos de 20 alunos é um bem para todos. Especialmente para os que estão lá dentro!
Quando às aldeias que "fecham", há possibilidades de não morrerem, assim se criem condições económicas para que os mais novos não tenham que as abandonar - no turismo, na agricultura, não sei qual é o segredo, sei é que não se podem sacrificar as crianças e que estas têm que crescer e partir (mesmo as das grandes cidades...).
BW

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Versos que pegam e despegam

O pai que ensinou o miúdo a não ter medo do mar está agora a ensinar os netos a pescar tainhas. Pegam, despegam. E quando ficam, os netos batem palmas.
Antes que me perguntem, eu respondo: assim é a pesca, assim a vida e assim a escrita. Surpresa e dúvida. Às vezes parece que um verso vem e afinal não. Ou vem?



Manuel Alegre, O miúdo que pregava pregos numa tábua, p. 79

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A propósito da crise...

Quanto às poupanças dos miúdos, cá em casa estamos a testar uma experiência nova.
Em primeiro lugar, passou a existir uma regra que diz que o dinheiro dos mealheiros é para ser usado com a nossa aprovação. Lá por ser deles, não podem comprar o que quiserem!

Estamos ainda a promover o sentido da poupança dizendo-lhes para guardarem o dinheiro que vão recebendo dos tios e avós. Desta forma, e se cederem à tentação de ir gastando as moedas em pequenas coisas (bolas de 1 euro nas máquinas dos cafés, etc...), nós , pais, dar-lhes-emos uma moeda extra por terem sabido esperar e amealhar, assim ao jeito de "juros" e, deste modo, o "porquinho" fica mais gordo!


Ana Soares

terça-feira, 25 de maio de 2010

LipDub da Dr Francisco Fernandes Lopes

Desconhecia mas um LipDub é um video com música feito sem cortes. No caso da Escola Secundária Dr. Francisco Fernando Lopes, em Olhão, a escolha recaiu numa música do grupo Iris, lembram-se "Ó mãe, aquele moço bateu-me..." com pronúncia algarvia? Pois a opção foi o "Atira-t'ó mar" cheio de modos de dizer algarvios. A escola diz que é a primeira, depois do ISCTE, a fazer um LipDub em Portugal.
Aqui fica a apresentação publicada no Youtube:

"A Escola é um local onde os jovens se tornam homens e mulheres, onde aprendem, onde crescem, onde descobrem, onde, no fundo, se formam enquanto seres humanos. Mas não só A Escola serve também para olharmos o mundo de maneira diferente, para erguermos novos horizontes, para elevarmos as nossas perspectivas, para agigantarmos as nossas expectativas e alargarmos as nossas mentes. Assim, a Escola é também o local onde as nossas fantasias se tornam realidade, o lugar onde os nossos sonhos encontram um berço, a aldeia onde os nossos esboços ganham forma, o espaço onde os nossos desejos e aspirações ganham consistência e saem do papel
Foi este o mote do nosso Lip Dub. Foi esta a premissa inerente ao que nos propusemos fazer. E deixar nas memórias de todos uma lembrança que perdure. Uma recordação das paredes e dos tectos que estão prestes a ir abaixo"

A escola vai ter novas instalações. Parabéns aos alunos e aos professores pelo LipDub!
BW

O Principezinho para ouvir


Pedro Granger dá voz a este clássico de Saint Exupéry: O Principezinho.
E resulta muito bem.
O audiolivro está disponível aqui em CD ou em formato MP3.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Já há falta de professores

Na notícia do Público, a Bárbara identifica as áreas disciplinares em que a falta de professores já se faz sentir. São eles os de Matemática, Biologia, Geologia, Física, Química, Informática, Economia, Contabilidade e Artes.

Ainda não se fala dos professores de Português, mas lá chegaremos...

Ana Soares

domingo, 23 de maio de 2010

Mais Filosofia para crianças.

De Oscar Brenifier, O que São a Beleza e a Arte?, obra editada pela Texto, na sua colecção dedicada à Filosofia para Crianças.

Não é um tratado. Não é um livro denso ou maçudo. Pelo contrário. A partir de um conjunto de perguntas, as crianças, os jovens e até mesmo os adultos são conduzidos às respostas. Também elas curtas e ao jeito de uma porta aberta à reflexão daqueles que quiserem aceitar o desafio de pensar mais longe sobre os seguintes temas:

Temos todos a mesma noção de beleza?
Somos todos artistas?
Um artista tem liberdade para criar?
Para que serve a arte?
Tens de compreender o que é belo?
O que é belo?

Público-alvo: crianças a partir dos sete anos.

Ana Soares

sábado, 22 de maio de 2010

Ainda a professora que posou para a Playboy 2

O excelente trabalho de Luís Francisco, hoje no PÚBLICO, onde ouve meio mundo sobre o tema.

Pontevedra

Da água surgiu a sede.
Da sede, a vontade de correr o mundo e perseguir o seu curso natural.
Viajar é ir atrás desta sede.

Ana Soares

Eu pecadora me confesso

Pergunto-me muitas vezes como é que é possível um professor não ter o controlo da sala de aula. Como é que é possível? Se fosse eu... A minha experiência com crianças e na qualidade de "professora" é diminuta e feita em circunstâncias muito especiais, de maneira que me parece que se eu consigo, qualquer pessoa consegue!
Muito enganada. Há dias lia sobre uma professora de uma determinada escola de Lisboa que desistiu de dar aulas quando um aluno se dirigiu a ela e espetou um murro com imensa força contra o quadro, mesmo ao lado da sua cabeça. Nem de propósito, nesse mesmo dia passei à porta dessa escola e vivi uma situação que me recordou a docente, a diferença é que os murros foram dados no meu carro e eu estava dentro dele.
Os miúdos vinham descontraidamente no meio da estrada, com dois passeios vazios, de um lado e do outro e eles calmamente, vagarosamente, e eu, de frente para eles, cautelosa não fosse atropelar algum porque nenhum se desviava. Com o desafio nos olhos e a boca num meio sorriso lá vinham eles na minha direcção e eu já com o carro completamente parado, à espera que passassem de uma vez. Eram uma dezena, todos rapazes, alguns pequenotes, mas a maioria enormes.
Eis que, quando passam começam a bater no capot e nos vidros, imediatamente apito-lhes e começo a andar, com cautela para não os atropelar, mas o meu cérebro envia-me mensagens diferentes: de um lado diz-me "calma, Bárbara, calma, eles são maiores do que tu mas são menores, não atropeles nenhum"; do outro a indignação verbalizada com uns "estúpidos, não têm educação, não merecem nada, não percebem nada, não se ajudam a si próprios e depois espantam-se quando tomamos a parte pelo todo e chamam-nos racistas e sentem-se vítimas da sociedade, idiotas", ok, mentalmente também os mandei para uns sítios impróprios.
Mais à frente, um grupo de miúdas, com o mesmo desafio no rosto. Há uma que dança no meio da estrada, virada de costas para o carro, rodopiando e rindo, outra que espeta a perna em direcção ao veículo, desvio-me como posso, não lhes toco. "Anormais", murmuro entre dentes, com as janelas fechadas e um calor de morrer.
E voltei a lembrar-me da professora daquela escola, dos professores que aturam estes miúdos diariamente. Dos que têm sorte ou jeito e conseguem estabelecer pontes com eles; dos que passam mais de metade da aula a tentar sentá-los e acalmá-los, dos que têm esperança de contribuir para a diferença, dos que já entregaram as armas e só querem que o dia acabe, dos que também se passam e agridem os alunos. Tento pôr-me no lugar destes professores, não consigo.
Em muitos destes casos, os professores perderam, a escola perdeu, a sociedade perdeu. Os miúdos são os que mais perderam mas não sabem, nem querem saber. O que fazer com eles?
BW

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ainda a professora que posou para a Playboy

Tenho lido e ouvido coisas engraçadas e desinformadas sobre a decisão da professora de Mirandela de posar nua para a Playboy e ter sido colocada no arquivo. Ontem, Helena Matos no PÚBLICO dizia que a senhora não era professora mas monitora porque senão a câmara não podia tirá-la da escola e metê-la no arquivo municipal. A colunista e jornalista não sabe como funcionam as AEC nem como são precários os contratos de trabalho destes docentes, mas podia ter-se informado.
O maior dos disparates ouvi, também ontem pelas vozes de Isabel Stilwell e Eduardo Sá, na Antena 1. "A senhora era do ensino público?", pergunta Isabel Stilwell, também ela jornalista, que deveria ter feito o trabalho de casa antes de ir para o ar. Eduardo Sá fala das reuniões com os pais, que estes passarão a ir mais à escola... Stilwell fala dos alunos rapazes que vão abandonar menos... Mais dois a falar do que não sabem, a professora era do 1.º ciclo, das AEC, portanto, não fará muitas reuniões com os encarregados de educação, quanto aos rapazes o abandono é lá mais para a frente e não no 1.º ciclo.
Custa-me ouvir e ler pessoas que não sabem do que falam porque estão a emitir opiniões, porque estão a ser ouvidas ou lidas por milhares de pessoas que, por vezes, nem lêem jornais e ficam com aquelas coisas nos ouvidos e reproduzem...
A melhor opinião é mesmo a do João Miguel Tavares , que pena tenho que escreva para o Correio da Manhã e não para o PÚBLICO...
BW

À espera de um irmãozinho

É daqueles livros muito rápidos de ler, com uma frasezinha por página, fácil para os mais pequenos que lêem mais as imagens do que as palavras que dizemos.
As personagens são a Maria, a mãe e o irmão que ainda está na barriga da mãe e vai crescendo à medida que vamos passando as páginas.
A mãe anuncia à menina que vai ter um irmão e ela passa por todos os sentimentos, da alegria ao ciúme, da felicidade ao sentimento de solidão porque ela também é um bebé... E dentro da barriga da mãe, através de páginas desdobráveis vamos sabendo como é que o irmãozinho se vai sentindo!
À espera de um irmãozinho, desenhado por Marianne Vilcoq, da editora Minutos de Leitura, é bom para quem vai oferecer um mano ao primeiro filho!
Uma necessidade premente para o país! Hoje soubemos, através dos dados do Eurostat que Portugal é o país da União Europeia onde a natalidade caiu mais na última década, onde o número de mortes suplanta o de nascimentos...
BW

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os feriados e a produtividade

As deputadas do PS Maria do Rosário Carneiro e Teresa Vendas, em nome da produtividade e competitividade do país propõem-se abolir quatro feriados, dois religiosos e dois civis, do calendário e tornar outros móveis, de maneira a colá-los ao fim-de-semana para evitar pontes. Temos feriados e férias a mais, dizem. Férias não digo, mas feriados sim.
Não concordo com os feriados que propõem cortar: Corpo de Deus, Todos-os-Santos, 5 de Outubro e 1 de Dezembro. Por mim, tirava todos os feriados religiosos excepto o Natal e a Páscoa e tenho a certeza que caiam mais do que quatro feriados. Como é que, no ano em que se celebra o centenário da República, sugerem cortar o 5 de Outubro? E como é que propõem mais um, o dia da Família a 26 de Dezembro? É mesmo uma proposta que não é para levar a sério.
BW

Scratch Day - próximo dia 22

aqui falamos das potencialidades do Scratch, uma ferramenta que pode ajudar os alunos a entrar não só na linguagem matemática como na tecnologia através da programação. São eles próprios que programam e podem experimentá-lo no próximo dia 22, na Escola Superior de Educação de Setúbal - aliás, o Scratch Day é festejado por todo o mundo, no mesmo dia! Se puderem dêem lá um pulinho, de manhã, e experimentem!
BW

A janela da minha escola

A janela da minha escola.

Quantos sonhos, risos, desilusões, esperanças terão acontecido lá dentro? Quantas descobertas, erros, tentativas e esperanças?
Lá, longe, lembro o cheiro da madeira. Toco o lápis a rodar nas minhas mão, quase que oiço as aparas, pouco coloridas, a cair no cesto.

Sinto o fresco das idas à casa de banho, no pátio. Oiço a corda a rodar e bater no chão a cada volta e salto. Lembro os amigos que deveriam ter sido para sempre.

Memórias de uma escola que também fez de mim quem sou.

Ana Soares

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O acordo ortográfico e a correcção dos exames e provas de aferição

"O Acordo Ortográfico de 1990 foi ratificado por Portugal em 2008, prevendo-se uma moratória de seis anos para a sua entrada plena em vigor. O Ministério da Educação estabeleceu como data para entrada em vigor do Acordo Ortográfico, nas escolas, o início do ano lectivo 2011-2012.
Havendo escolas em que os alunos já contactam com as novas regras ortográficas, uma vez que o Acordo já foi ratificado e dado que qualquer cidadão, nesta fase de transição, pode optar pela ortografia prevista quer no Acordo de 1945, quer no de 1990, são consideradas correctas, na codificação das provas de aferição e na classificação das provas de exame nacional1, as grafias que seguirem o que se encontra previsto em qualquer um destes normativos."
in página de Internet do GAVE

O que se pede aos professores é que leiam e corrijam provas de aferição e exames com muita atenção porque os alunos podem escrever "Maio" e "maio", "acção" e "ação" e ambas as formas estão correctas.
BW

História da Pintura para os mais jovens

A Texto Editores traduziu de Abigail Wheatley A História da Pintura para os mais jovens. A viagem começa , naturalmente, nas primeiras pinturas rupestres e conduz os jovens curiosos até às modernas obras-primas. Com factos, histórias e curiosidades sobre cada época, alguns quadros e artistas em particular.

Público-alvo: + de 10 anos


Ana Soares

terça-feira, 18 de maio de 2010

Licença de maternidade para trabalhadores independentes

Uma boa notícia!
O Parlamento Europeu aprovou a licença de maternidade para trabalhadoras independentes. As trabalhadoras independentes e cônjuges ou pessoas que vivam em união de facto com trabalhadores independentes deverão ter direito a um subsídio de maternidade que lhes permita interromper a sua actividade durante pelo menos 14 semanas, o mesmo período previsto actualmente pela legislação europeia para as assalariadas. De acordo com o texto hoje aprovado pelo Parlamento Europeu, caberá a cada país decidir se a protecção social será aplicada em regime obrigatório ou voluntário.
Vamos ver como é que Portugal aplica.
BW

Professores das AEC

As Actividades de Enriquecimento Curriculares (AEC) nasceram do desejo da anterior ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues querer uma educação igual para todos e, ao mesmo tempo, responder a uma necessidade dos pais que não tinham (nem têm) como ir buscar as crianças à escola às três ou quatro da tarde. As AEC são a oportunidade, quando bem feitas, de as crianças da escola pública terem as mesmas oportunidades que as das privadas de aprender uma língua, fazer ginástica ou aprender música.
Como muita coisa na vida, a ideia é boa, a aplicação nem por isso. Como o 1.º ciclo é da responsabilidade das autarquias, cabe-lhes a elas implementar as AEC e fazem-no ao menor custo.
Os profissionais que trabalham com estas crianças são professores que se dizem mal pagos e que, aparentemente, em muitos casos nem sequer prestar um grande serviço o que faz com que as desigualdades se mantenham - estão na escola a entreter meninos, em vez de trabalhar com eles, dizem que não têm condições. Hoje, um grupo destes profissionais vai reunir-se na sede da Federação Nacional dos Professores, em Lisboa, preocupados com as suas condições laborais.
Ontem, uma destas professoras começou a trabalhar no Arquivo de Mirandela porque posou para a Playboy. A jovem de 27 anos com quase 40 mil apoiantes no Facebook só pode ser uma mulher confusa porque ora diz que gosta de ensinar, é professora de Música, ora diz-se que está à espera de uma oportunidade no mundo do espectáculo. Não é propriamente numa grande orquestra mas na televisão. Uma pessoa que anda à procura dos seus 15 minutos de fama - espero que compreenda que já os obteve e que daqui a dias há-de voltar ao rame-rame -, não é professora por vocação, é por necessidade enquanto não surge a oportunidade de ser modelo ou playmate e as escolas precisam de profissionais com vocação para ensinar.
BW

Taxa de desemprego subiu entre licenciados

Nos últimos anos tem sido assim: Os números que dizem que o desemprego sobe entre os licenciados, mas o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinha sempre o quanto é importante ter um curso, que os licenciados são os que menos tempo estão desempregados. E assim é, mas há áreas onde o desemprego, mesmo entre os licenciados grassa, são as das ciências sociais.
BW

domingo, 16 de maio de 2010

A experiência do museu 2

Li um artigo de opinião de António-Pedro Vasconcelos no Sol (1 Abril de 2010) onde o mesmo afirmava já ter ao Louvre apenas para ver o quadro “Radeau de la Mèduse” ou ao Prado ver alguns quadros do Velázquez, por exemplo.

Dizia ainda: “Quando conheço bem uma cidade (…) escolho sempre um quadro ou, no máximo, um autor para visitar.”

Nem todos nos podemos dar a esse luxo. E nos museus das cidades que não tenho a possibilidade de visitar muitas vezes, procuro “espreitar” tudo, ter uma panorâmica geral do museu, é verdade.

Mas nos museus em Portugal, que vou tendo a possibilidade de visitar e de “repetir” visitas, também gosto de poder saborear melhor alguns quadros ou autores.

A estes últimos, porque não se consegue “beber” ou “saborear” tudo de um só trago, vale sempre a pena voltar.

Ana Soares

Dormir tranquilo de Mário Cordeiro

O primeiro dormia sempre, a qualquer hora, a toda a hora, doze horas seguidas! Era um gosto! Sempre satisfeito e feliz. Boas noites de sono fizeram-nos uns pais confiantes e avançamos para a segunda! Um engano! Litros de leite antes de adormecer era um dos esquemas que melhor resultavam mas só até ela ter idade de conseguir sair do berço e aparecer com o biberão, na mão, à porta da cozinha, muito pequenina, a sorrir. Um desespero, fazê-la adormecer, fingir que nós próprios dormiamos e acabavamos por sucumbir ao sono e ela desperta, conversadora!
Dormir tranquilo é o último título do pediatra Mário Cordeiro, da Esfera dos Livros, um guia com conselhos práticos para resolver os problemas de sono dos mais novos. Um livro que me teria sido muito útil na altura!
BW

sábado, 15 de maio de 2010

Dia Internacional dos Museus - a experiência do museu com crianças

Adoro levar os meus filhos a um museu. E não é por qualquer pretensiosismo ou achar que eles são “chiques” ou “cultos”. E não é apenas quando se celebra o Dia Internacional dos Museus!

Não, é mesmo pelo gozo de estar sentada no chão de um museu com eles e ver como é que eles olham para o mesmo que eu, como o interpretam. Levamos sempre uma caixa de lápis (no nosso caso, uma para cada um deles, para não haver desentendimentos no museu!) e os cadernos dos museus (designação que eu inventei para um caderno que só usamos nestes dias). “Espreitamos” o museu, salas e corredores. E eles podem escolher um, dois ou, no máximo, três quadros (conforme o tempo, disposição e sono da mais pequena).

O CAM da Gulbenkian tem sido, pela facilidade de acesso, aquele que mais vezes temos visitado. Por vezes levamos piquenique para comer no jardim e visitamos os patos. Ofereço-vos esta reprodução do Ângelo de Sousa - sem título de 1972 - que o rapaz fez numa destas visitas (a mesma em que uma das suas galochas foi parar ao lago dos patos!).
Gostou das linhas e das cores do quadro. Sentiu-se satisfeito por ter conseguido reproduzi-lo para mostrar ao pai, que não nos pôde acompanhar (para os que não conhecem o original, tenho de confessar que está parecido! São duas linhas curvas: uma amarela, outra preta).
E assim, visita após visita, museu após museu, os gostos e tendências vão-se formando, os museus passam a ser espaços familiares.

Ana Soares

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Agora coisas mais sérias: a crise 2

E mais! Indigna-me isto, que em 365 dias do ano, 52 semanas, eu trabalhe 133 dias, ou seja, 19 semanas para pagar impostos. Chateia-me um bocado porque eu dou pouco trabalho ao Estado pois não usufruo muito dos serviços que ele me oferece...
BW

Agora coisas mais sérias: a crise

Ontem cheguei de Fátima faltavam poucos minutos para a meia-noite, de maneira que fui ver a Sic Noticias para me inteirar que há vida para lá do Papa.
Não estava a acreditar nas declarações de José Sócrates quando juntou aos bens essenciais (cujo IVA vai aumentar de cinco para seis por cento) a Coca-Cola e a Pepsi-Cola (para mim não são bens essenciais e se se vai mexer nestas coisas então que se taxe em 21 por cento contribuindo assim para um povo mais saudável e que fica mais barato ao Estado que não terá que investir em educação para a saúde, nem em bandas gástricas ou no combate à obesidade).
E quando Sócrates meteu os pés pelas mãos a dizer que não era justo que nós (ele e o jornalista com quem estava a falar e que o primeiro-ministro presume que ganha o mesmo que ele) pagassemos o mesmo IVA que os mais pobres? Mas é exactamente isso que vai acontecer.
E que no fim, dissesse que o corte de cinco por cento nos salários dos políticos era simbólico mas que era o compromisso possível com o PSD. Aqui Sócrates ficou melhor na fotografia do que Pasos Coelho porque eu não quero que o corte deles seja simbólico, quero que seja a sério, quero que seja como em Espanha, de 15 por cento ou de mais, porque eu não sou responsável por esta crise e eles são.
Hoje, as pessoas que estão no terreno alertam para o que pode ser este país se estas medidas forem por diante. É que não são só os pobres, são os remediados, é a classe média que vai pagá-la. Ainda me lembro das palavras pintadas a vermelho nos muros das fábricas, no final da década de 1970: "Os ricos que paguem a crise", neste caso, mudaria para "os políticos que paguem a crise", como por exemplo aqueles senhores ex-ministros da Economia que há dias foram prestar vasalagem a Cavaco Silva e mostrar-se muito preocupados com a situação do país, mas não foram eles responsáveis? Ou os senhores ex-administradores de empresas públicas que vão acumulando reformas atrás de reformas e continuam no activo.
BW

Georg Gaenswein: o secretário do Papa!

Quando chegou ao aeroporto pensei: "Hummmmm!", como quem diz: "que secretário pessoal tão interessante tem este Papa! Quem me dera ser Papa e ter um senhor como este a ajeitar-me a saia para me sentar! A entregar-me os papelinhos para eu ler e a seguir-me por onde quer que eu vá".
Quando cheguei à redacção, a colega que esteve no Mosteiro dos Jerónimos, assim que chegou, perguntou-me: "Viste o secretário pessoal do Papa?", como quem diz: "Viste o bom [acho que é uma expressão geracional] do secretário pessoal do Papa?". Sim, era impossível não vê-lo no meio dos bispos, arcebispos e cardeais, velhos e barrigudos. Imediatamente outro companheiro de redacção disse: "Como é que a Igreja não há-de ter tantos problemas com pessoas como vocês a desencaminhar os padres..."
Pois bem, nenhuma de nós desencaminhou ninguém e o secretário pessoal do Papa há-de estar habituadissimo a ser assediado, desde a adolescência, calculo.
Chama-se Georg Gaenswein, tem 53 anos (não parece), como o próprio nome indicia é alemão, é monsenhor e em Itália chamam-lhe Bel Giorgio, há também quem diga que é o George Clooney do Vaticano.
E é difícil não reparar nele. No entanto sou incapaz de dizer que "é mal empregue para ser padre" porque acho sempre que Deus merece o melhor e, assim à vista desarmada, Deus não ficou nada mal servido!
BW
PS: Lá em casa também tenho um senhor que não me ajeita a saia para me sentar porque não uso saias, nem que me segue para todo o lado porque gosto que caminhe ao meu lado!

Refeições em família

Desta vez, não é um pedagogo, psicólogo, professor ou pediatra que defende as refeições em família. É um cozinheiro. Vale mesmo a pena pensar nisto.

"Quando se fala com os adultos que são apaixonados pela comida, é frequente ouvi-los dizer que se lembram de ver a mãe na cozinha. Assim se vê a importância que os pais têm na questão da comida. Quando eu era miúdo e vivíamos por cima do pub, jantávamos sempre todos juntos às cinco e meia. Agora, olhando para trás, vejo o quanto isso foi importante. Era um tempo de gargalhadas e partilhas. É óptimo sentar todas a gente à mesa e desligar a televisão (a não ser que esteja a dar a final do Mundial de Futebol, claro) e apreciar a refeição em conjunto. "


Dias Felizes com Jamie Oliver, Civilização, p. 75



quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não tenho filhos suficientes

Ando em reportagem pelo recinto do santuário, já esvaziado de fiéis portugueses, mas com muitos grupos de jovens espanhóis, franceses, italianos, suíços. Em grupo e em roda cantam e dançam. "Passam o dia inteiro nisto", queixa-se um camara para dois colegas. Eu gosto.
Dirijo-me a um dos grupos e começo a falar com o padre que o acompanha, é de Madrid, não quer falar, diz-me, porque a comunicação social trata muito mal a Igreja (como trata mal os professores e todas as classes sociais, pensei eu, a comunicação social é péssima, já sei...). "Eu não, eu só escrevo o que me disser", insisto, de sorriso aberto, na expectativa de conseguir entrevistá-lo. "Ontem entrevistei o cardeal de Boston, conhece?", continuo. Ele pára para me olhar e pergunta: "És católica?". "Sim, mas aqui estou como jornalista". "Tens filhos?". "Sim". "Quantos?". "Dois". "Só dois? Não é suficiente. Espanha e Portugal estão envelhecidos, são precisas crianças. Deus ajuda-te".
Conclusão: não sou uma boa católica... mas sou boa jornalista porque acabei por convencê-lo a conversar comigo!
BW

Faz crescer o teu dinheiro


A ilustração é de Mike Phillips e Rosie Brooks mas faz lembrar o traço de Quentin Blake. O texto é de Gerry Bailey e Felicia Law. Faz crescer o teu dinheiro poderia ser um livro muito chato porque fala de poupanças, juros, bancos, bolsas, enfim de economia.
Mas estes são assuntos que estão na ordem do dia e por isso este pode ser um livro muito útil para os mais pequenos, além de ser divertido e contar histórias de banqueiros e ladrões de bancos!
É da Texto Editores e tem o patrocínio do Millenium BCP. As duas entidades têm um passatempo com o mesmo título que o livro para crianças e jovens dos dez aos 16 anos em www.texto.pt/dinheiro .
BW

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A (vi)ver o Papa

Por estes dias ando atrás do Papa. Às dez da manhã de ontem estava no aeroporto de Figo Maduro à espera de Bento XVI, que chega pontualmente uma hora depois, desce as escadas e não é nada como na televisão, é um velhinho com um ar amoroso, é simpático e atencioso. É o primeiro a bater palmas às crianças que foram dar-lhe as boas vindas, ao contrário dos bispos ou das altas entidades da República, todos já embalados pela musiquinha sensaborona mas bem cantada (ou não fosse uma das cantoras minha sobrinha!, mas a música era fraquinha e de rima fácil)!
Esse cuidado e atenção volta a ter com os jornalistas: já dentro do papamóvel, abrem-lhe a janela, vira-se para nós e saúda-nos, como que a ensaiar os primeiros acenos, aqueles que fará ao longo de todo o dia, sempre que passa pelas multidões que também o querem saudar. Os jornalistas estão todos atarefados nos seus directos, a dizer coisas para o ar, como se os telespectadores fossem cegos e não vissem o que passa na televisão; ou como se os ouvintes não percebessem as palavras de Cavaco Silva ou mesmo de Bento XVI e precisassem de um "repete-repete". Que bom ser da imprensa escrita! Apesar de ter que estar atenta para alimentar o PÚBLICO online posso observar tudo, digerir o que se passa e até responder ao aceno do Papa (discretamente porque estou a trabalhar)!
Horas (e muitos quilómetros feitos a pé) depois, revejo-o no Terreiro do Paço e de seguida (e mais uns quilometrozinhos a pé) na Nunciatura, quando os jovens vão fazer-lhe uma serenata e rezar. Bento XVI vem à janela e mais uma vez a sensação que ali está um homem tímido mas bondoso, que sabe brincar como João Paulo II, lá vai dizendo aos jovens para fazerem pouco barulho que precisa de dormir, mas deixa-lhes também uma mensagem de esperança.
Ao vivo não tem nada aquele ar de vampiro com que aparece nas fotos. É pouco fotogénico, concluo.
BW

"Vamos ficar sozinhos?" - II

Ela pergunta outra vez:
- O pai vai morrer?
Com toda a calma ele, o irmão de sete anos, responde:
- Sim, mas nessa altura já tens filhos. Quando uns morrem, nascem outros. As pessoas nunca acabam.
Silêncio e lágrimas a brilhar nos olhos dela.
Ele continua:
- Quando isso acontecer, vou ficar muito triste. Mas ainda falta muito tempo.

Que bom ter um filho mais crescido que explica estas coisas à irmã com toda a calma e segurança. Sem complicar.

Ana Soares

terça-feira, 11 de maio de 2010

A zebra Zezé

As zebras conhecem-se pelas riscas mas a Zezé confunde a família e nunca sabe onde é que ela anda... A savana com os seus tons amarelos são da responsabilidade de Alberto Faria, quanto à história da pequena zebra que vamos descobrir que é estrábica é, parece-me uma espécie de auto-biografia adaptada de Ana Ventura. A autora dedica o livro infantil à mãe: "É graças ao seu afecto e cuidados que não tenho o olho torto", confessa.
É uma história engraçada, daquelas com as quais queremos evidenciar que existem meninos diferentes e que temos que ser mais tolerantes para com a diferença; mas também que pode ajudar alguma criança mais avessa ao uso dos óculos... Pedagógico, qb!
BW

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Primeiras leituras

Procurar livros para miúdos que só sabem ler algumas letras é uma tarefa árdua e por vezes ingrata. Quando o meu filho só sabia algumas letras, fazia-lhe eu as histórias para ele ler e não "encravar" a leitura num "g", por exemplo, que ainda não tinha aprendido. É claro que o resultado depois eram histórias "sem sal" com o Tito a atar o totó da tareca. Felizmente, esta fase durou pouco tempo e, mesmo sem ter estudado os "casos especiais" de leitura, começou a ser possível ler pequenas histórias.

A primeira que ele leu foi uma vitória e alegria para todos! É importante que esta etapa seja consolidada, que eles sintam que conseguem ( e por isso não faz mal ajudar nas palavras mais longas ou difíceis). Por outro lado, devem ser histórias de que eles gostem e que queiram contar aos outros que conseguiram ler.

No caso do meu rapaz, foi um livro editado pela Civilização, Harry e o Balde dos Dinossauros - Oh, não! As palavras mais difíceis do texto são "chávena" e "dinossauro". As restantes, ainda que com alguma ajuda, são de fácil leitura. Cada página tem uma só frase ou, no máximo, duas e pequenas, pelo que é fácil ver as páginas passar e chegar ao fim do livro e dizer: Vitória, vitória, acabou-se a história!
Ana Soares

domingo, 9 de maio de 2010

Pagamento do colégio

Eu não quero que o Estado me pague o colégio dos meus filhos. A opção pelo privado foi uma decisão familiar, por isso, ainda que a Constituição da República Portuguesa fale da gratuitidade do ensino obrigatório (que agora é até ao 12.º ano ou aos 18 anos de idade), eu faço questão de pagar o colégio. Gostava é que o Estado quando faz o acerto do IRS me devolvesse a parte que desconto para ser aplicada na Educação ou então que a entregasse ao colégio onde tenho os meus filhos. São duas sugestões. Entretanto fico sinceramente feliz por se estar a recuperar os velhos liceus e a construir melhores escolas. Sinto que o dinheiro que desconto está a ser bem aplicado.
BW

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Provas de aferição de Matemática - 2010

Entretanto, a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) já se pronunciou. Leia aqui as críticas.

A língua portuguesa e as provas de aferição de Matemática

Estive a ver a prova de aferição de Matemática do 6º ano com colegas desta disciplina. Acharam fácil. Comentaram uma dúvida suscitada pelo enunciado. Tratava-se de um exercício onde os alunos tinham de calcular o número total de alunos de uma turma, considerando que todos tinham respondido a um questionário sobre desporto, alguns praticavam mais do que um desporto, mas três não praticavam nenhum. Não tive dúvidas em que o número total de alunos que respondeu ao questionário incluiu os três que não praticavam desporto. Para eles não foi tão claro. Mais uma vez, foi uma questão de interpretação.

6. O grupo da Teresa fez um inquérito sobre os desportos praticados pelos alunos da turma.

Todos os alunos responderam ao inquérito, incluindo o grupo da Teresa.

Os dados sobre os desportos praticados pelos alunos estão registados na tabela seguinte.

(...)

6.4. Muitos alunos da turma praticam apenas um desporto, mas há 4 alunos que praticam dois desportos e 3 alunos que não praticam nenhum

Calcula o número de alunos da turma de Teresa.



Ana Soares


Prova de aferição de Matemática

Terminaram hoje as provas de aferição. Ficamos à espera que os resultados de Língua Portuguesa e de Matemática cheguem às escolas e que o Ministério da Educação revele como é que os alunos do 4.º e 6.º anos estão a comportar-se nas duas disciplinas!
BW

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Estamos todos mortos?

Os atentados à liberdade de imprensa têm-se seguido uns atrás dos outros e Portugal lá vai caindo no ranking sobre a liberdade de imprensa. Ricardo Rodrigues, deputado do PS, rouba, furta ou guarda sem autorização dos proprietários dois gravadores de dois jornalistas e o presidente da bancada do PS acha compreensível.
Tudo isto é normal ou estamos todos mortos? Já nada interessa, já não há regras, nem moral, nem ética, nem nada quando o povo elege arguidos em processos ou quando os casos de corrupção se sucedem uns atrás dos outros e não acontece nada.
BW

Provas de aferição de Língua Portuguesa

Corroboro as observações feitas pela Associação de Professores de Português.
Os temas centrais de qualquer comentário às provas de aferição têm sido sempre, ano após ano, o grau de dificuldade e adequação dos exercícios; a utilidade; o tratamento dos dados obtidos.
2010 não foi excepção!

Não resisto a transcrever da prova do 6º ano (que corresponde a meninos de +/-12 anos) um exercício que, não duvido, espantará muitos dos nossos leitores. Aqui vai.

11. Ordena alfabeticamente as seguintes palavras, numerando-as.
monstro
marinho
mareante
mar
majestoso
maresia
magnífico
marítimo
marca

Atenção, nem todas as perguntas da prova são deste calibre. Felizmente!


Ana Soares

Utilidade das provas de aferição

- Para que serve a prova de aferição?
Momento de silêncio. Apetece dizer "para nada". Em vez disso dou a resposta da praxe: "Para o Ministério da Educação perceber se os professores estão todos a trabalhar bem o Português e a Matemática". Já dei esta resposta o ano passado e há dois anos, voltei a dá-la ontem. Hoje é dia da prova de Português e sexta-feira a de Matemática.
- Mas não conta para nota, pois não?
- Não.
- Então como é que o ministério percebe se os meus professores estão a trabalhar bem?
- Porque vai ver as vossas provas e depois avalia.
- E faz um ranking?
- Não.
- Então, porque é que temos trabalhado tanto para as provas de aferição?
Pois... A Associação de Professores de Português também faz a mesma pergunta. Mas há quem lhes dê utilidade.
BW

Iniciação à leitura - primeiras leituras e banda desenhada

A professora do meu filho convidou os seus alunos a escolher um livro de banda desenhada para levarem para a sala, terem debaixo da secretária e irem lendo no intervalo das actividades. Excelente ideia. Na altura em que o fez, a turma ainda não tinha aprendido muitas letras e ele resolveu levar um clássico da bd: um grande Astérix e Obélix. Certamente que manipulou o livro, observou as imagens, os balões, terá compreendido melhor o que é uma banda desenhada. Mas não sei se terá lido muito. Reconheço que as alternativas que tínhamos em casa eram todas do género ou, então, sem palavras, como a colecção da Owly, de que já vos falei, e que não me pareceu ser adequada ao objectivo.

Foi, então, mais tarde, na feira do livro da escola, que acabei por comprar aquela que me parece ser a banda desenhada ideal para a fase da iniciação à leitura e escrita. O meu rapaz e o interesse que este colocou nos livros da colecção comprovaram esta minha ideia. De Hergé, também um clássico da bd, Quim e Filipe é uma colecção fabulosa. Cada volume apresenta micro histórias de duas páginas, pelo que a tarefa da leitura não se afigura muito cansativa para os jovens leitores e, por outro lado, torna o acto da leitura gratificante, pois rapidamente se conclui uma história e se tem o prazer desse feito. São divertidas aventuras dos dois rapazes, com bastante sentido de humor.

Na minha perspectiva, uma excelente iniciação à leitura de banda desenhada.

Ana Soares

terça-feira, 4 de maio de 2010

Quando o Papa vier os católicos estarão a trabalhar

O Governo decretou uma série de tolerâncias de ponto para os funcionários públicos por causa da vinda do Papa. No dia 13 de Maio será para todo o país, laico mas a piscar o olho aos milhões que dizem "eu cá tenho a minha fé" e que só a praticam quando vão a Fátima, porque no resto do ano as celebrações eucaristicas e o envolvimento nas comunidades são só para os "ratos de sacristia" e os "papa missas". Sim porque "Deus fez o fim-de-semana para descansar e não tenho paciência para ouvir o padre".
Portanto, na próxima semana os pais que não são funcionários públicos vão ter uma dificuldade acrescida: onde deixar os filhos que frequentam as escolas públicas? Sim, porque as escolas privadas, muitas de influência católica, e as IPSS, idem, estarão abertas! Portanto, quando o Papa vier, os católicos estarão a trabalhar!
BW

"N" de estacionar

Num semáforo, conversa do nosso rapaz que vê letras em tudo:

- Olha, aquele senhor do carro está a fazer um N.

- Hã?!?

- Sim! A estacionar, aquele senhor fez para a frente, para trás, para a frente!

Ana Soares

segunda-feira, 3 de maio de 2010

É um inquérito feito a consumidores europeus pela Cetelem, uma empresa de crédito e por isso vale o que vale. Sobretudo porque quem o apresenta não diz quantos consumidores foram inquiridos, em que altura, etc, enfim, todas aquelas coisas que devem tornar uma sondagem relativamente fiável.
O que me chamou a atenção NÃO FOI que os consumidores estejam disponíveis para ver os produtos expostos de uma maneira menos bonita nas prateleiras, como de resto acontece nos supermercados mais baratos.
O que me chocou é que estão dispostos a ver as empregadas das caixas a ser substituidas por máquinas. Aqui os portugueses estão acima da média europeia (54 contra 49 por cento). Sim, o produto fica mais barato mas provavelmente a taxa de desemprego também aumenta. Hei! Mas eu não estou nada preocupada porque eu não sou caixa de supermercado, nem o meu marido, nem ninguém na minha família e poupo uns euros, pensa o chico-esperto que responde a estes inquéritos!
A falta de solidariedade choca-me e por isso nunca uso as caixas automáticas do hipermercado. É certo que não têm fila mas gosto de acreditar que aqueles dez minutos que estou à espera, estou a contribuir para a manutenção do emprego daquela funcionária, que pode ter filhos e que também gostará de chegar ao fim do mês com dinheiro para ir ao supermercado.
BW
PS: E alguém tem que arrumar os produtos. Por isso também prefiro ir a um sítio com produtos bem expostos e o chão limpo. Manias!

domingo, 2 de maio de 2010

Vamos ficar sozinhos?

Na parte de trás do carro, uma conversa filosófica entre ele de sete anos e ela de três.

Diz ela, quero casar com o pai.
Responde ele, não podes.
Porquê?
É adulto.
Então, caso contigo.
Não podes, eu vou escolher uma rapariga quando for crescido. Tu tens de escolher um rapaz.
Não pode ser o pai?
Não. Quando fores grande ele é velhinho e depois morre.

Silêncio.

Ela pergunta, eles vão morrer?
Sim, responde ele.
Porquê?
Com naturalidade e calma, diz: Porque ficam velhinhos e depois o mundo ficava com muita gente.
E nós ficamos sozinhos?, pergunta ela.
Não, depois tens a tua família.

Nós, na parte da frente do carro, de lágrima no canto do olho.

Ana Soares

Parabéns, mães!

"Mãe é quem anda sempre a semear flores por onde passa."

E. Roda, G.Luís, O quê que quem, Ed. eterogémeas

sábado, 1 de maio de 2010

o mundo nas mãos de uma criança


"nas tuas mãos começa a liberdade"

Manuel Alegre

Primeiro de Maio

É a história de Portugal depois do 25 de Abril de 1974, daqueles primeiros meses. A perspectiva é a de José Mário Branco mas não deixa de ser uma canção lindíssima que exprime a esperança num país melhor. "É um sonho lindo para viver quando toda a gente assim quiser".
Hoje é Dia do Trabalhador e a alameda onde cresci vai encher-se de festa, de cheiro a romaria, de discursos e de música!
Tenho saudades das ceifeiras alentejanas, vestidas a rigor, a manifestar-se avenida acima. Já não há ceifeiras e em breve deixará de haver trabalhadores e até colaboradores. As empresas estão a deslocalizar-se para os países onde não há direitos dos trabalhadores para cumprir.
BW