Estivemos pela Galiza de férias. Nos próximos dias, vou deixar-vos alguns apontamentos sobre a nossa viagem.
A primeira curiosidade tem a ver com as vantagens dos "comboios turísticos". Estas viagens são, a meu ver, uma boa escolha pois agradam a graúdos, que desta forma conseguem uma panorâmica geral sem terem de andar a arrastar os mais novos, e agradam também a estes que se sentem numa aventura. Além disso, ao contrário do que se poderia pensar, descobrem-se curiosidades nestes passeios. Ora vejam, no circuito por Santiago de Compostela, no comboiozito turístico, passámos por um jardim com o nome de José (Zeca) Afonso. Sim, o nosso Zeca Afonso. Não consegui tirar a máquina a tempo de tirar uma foto para colocar aqui. E foi por puro acaso que reparei na placa, pois a guia não assinalou o facto nem li sobre o mesmo em nenhum dos guias que consultei. Não consegui saber enquanto estávamos em Santiago o motivo da homenagem que, naturalmente, me agradou. Para além das características humanistas reconhecidas a Zeca, aqui fica, então, em galego, o motivo mais concreto para esta atribuição:
"José Afonso escolleu ademais a cidade de Santiago para interpretar por vez primeira en público con carácter de estrea mundial a súa canción “Grândola, vila morena”, no recital celebrado no Burgo das Nacións na tarde do 10 de maio de 1972. Esa canción converteríase, sen el sabelo nin pretendelo, dous anos máis tarde no sinal e símbolo da Revolución do 25 de abril, que derrubou á dictadura e devolveu a liberdade ó pobo portugués nun dos acontecementos máis fermosos da historia contemporánea.
A canción “Grândola, vila morena” e a figura de José Afonso representan pois os mellores anceios de liberdade, igualdade e fraternidade que aniñan nos corazóns de tódolos demócratas, sentimentos que temos a obriga de promover e defender."
(abaixo assinado de um grupo de intelectuais galegos que deu origem à atribuição do nome de Zeca Afonso ao jardim)
Ana Soares
"José Afonso escolleu ademais a cidade de Santiago para interpretar por vez primeira en público con carácter de estrea mundial a súa canción “Grândola, vila morena”, no recital celebrado no Burgo das Nacións na tarde do 10 de maio de 1972. Esa canción converteríase, sen el sabelo nin pretendelo, dous anos máis tarde no sinal e símbolo da Revolución do 25 de abril, que derrubou á dictadura e devolveu a liberdade ó pobo portugués nun dos acontecementos máis fermosos da historia contemporánea.
A canción “Grândola, vila morena” e a figura de José Afonso representan pois os mellores anceios de liberdade, igualdade e fraternidade que aniñan nos corazóns de tódolos demócratas, sentimentos que temos a obriga de promover e defender."
(abaixo assinado de um grupo de intelectuais galegos que deu origem à atribuição do nome de Zeca Afonso ao jardim)
Ana Soares
As fotos da inauguração podem ser vistas aqui: http://www.santiagodecompostela.org/hoxe/nova.php?lg=cas&id_nova=4827
ResponderEliminarObrigada.
ResponderEliminarAS
Aliás, na Faculdade de Ciências Económicas (acarão desse jardim) a classe nº 1 (a mais importante e grande da faculdade) é a "AULA JOSÉ AFONSO". Ainda mais, um bar muito famosso em Compostela (O Tarasca) encerra todos os dias às 3 da noite com o Grândola.
ResponderEliminarComo noutro post comentara, o nosso grande afastamento galiza-portugal entre os círculos das elites derivado do cada vez maior assolagamento da cultura castelhano-espanhola na nossa galego-portuguessa faz porque esse "guia" nem assinalara tal marabilhosa coincidência entre o José Afonso e mais Compostela.
Portugueses olhem à Galiza como uma mais da lusofonia. Não como uma da hispanidade.