"os (...) jogos electrónicos, os computadores, as consolas e os videojogos, que abarcam grande parte da atenção e do tempo das crianças, substituindo os princípios fundamentais do jogo e, em muitos casos, criando nelas autênticas dependências. Muitos destes jogos, longe de favorecerem a sociabilidade, o desenvolvimento físico, a criatividade..., utilizam a criança criando-lhes necessidades, para a introduzir num mundo excessivamente agressivo e violento (...). Evidentemente, os computadores têm muitos aspectos positivos e abrem muitas possibilidades às crianças, pelo que, quando utilizados correctamente, constituem uma grande ajuda. Mas os computadores não devem ser máquinas de jogos indiscriminados que isolam e favorecem a passividade da criança.
(...) o jogo é vital para a criança; favorece o seu desenvolvimento e a sua maturidade; aprende a pensar, a criar, a imaginar, a raciocinar, a «trabalhar em equipa», a ajudar os seus companheiros, a procurar soluções difíceis. Ensina-a a saber ganhar e a saber perder, a desfrutar e a sentir.
Um princípio que pode parecer-nos paradoxal é que, em geral, «a criança não necessita de brinquedos para brincar». Este facto explicaria por que razão há tantas crianças «aborrecidas», apesar de estarem literalmente invadidas por brinquedos. As crianças inventam jogos a partir dos objectos mais simples
Nunca as crianças tiveram tantos brinquedos e nunca se mostraram tão aborrecidas, cépticas e desinteressadas por eles."
María Jesús Álava Reyes, O Não também ajuda a crescer, Lisboa, Esfera dos Livros, p. 25
Sem comentários:
Enviar um comentário