quarta-feira, 6 de abril de 2011
Greves nos transportes públicos
Os trabalhadores do Metro, Carris, CP, Transtejo e Soflusa contestam os cortes salariais nas empresas do sector empresarial do Estado e fazem greves atrás de greves. Tudo bem. Os trabalhadores têm direitos, devem defendê-los, devem pressionar as empresas onde trabalham a respeitar os seus direitos. Contudo, os trabalhadores esquecem-se que o país está em crise, que de dia para dia as agências de rating vão atirando-nos para o "lixo", que a dívida existe, que os funcionários públicos têm os seus salários em risco de não ser pagos nos próximos meses e, por consequência, os do privado também (se não houver consumo, não há dinheiro para salários). Os trabalhadores dos transportes públicos esquecem-se que quanto mais prejudicarem as empresas onde trabalham, mais põem em risco os seus próprios lugares (estas empresas não têm só salários para pagar e vêem o barril do petróleo aumentar de dia para dia). Os trabalhadores esquecem-se dos outros trabalhadores, dos que não trabalham nas empresas do Estado, dos que precisam de chegar a horas aos seus trabalhos, dos que pagam mensalmente um passe e não têm o serviço pelo qual pagaram a funcionar convenientemente, dos que também têm dificuldades e têm de se fazer transportar em veículo próprio (aumentando assim as suas despesas mensais), dos que têm de tirar dias de férias nos dias das greves porque têm patrões pouco compreensivos. Desses trabalhadores há quem esteja muito pouco solidário com as greves dos trabalhadores dos transportes públicos. Contaram-me que, nos comboios, há quem não apresente o título de transporte ao revisor, lhe grite que é uma pouca vergonha o que estão a fazer e que receba palmas de uma carruagem inteira, obrigando o revisor a encolher-se. É muito feio, os trabalhadores contra os trabalhadores, mas há uns que têm que meter a mão na consciência e perceber que os cortes estão aí e estão para ficar, que TODOS vamos pagá-los. Portanto, é precisa mais solidariedade e mais espírito de sacrifício. Os tempos assim o exigem. BW
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Olá concordo inteiramente excepto num ponto: parece implicar que quem trabalha no Estado não precisa de chegar a horas ao emprego e não precisa usar transportes públicos! Espero que tenha sido um erro de interpretação meu. Caso contrário está errado.
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