Ao jeito de conclusão, faz David Justino o seguinte balanço:
"A leitura que fizemos da evolução do sistema educativo português permitiu-nos identificar os problemas fundamentais. Temos mais educação, não temos melhor educação. O modelo de organização revela algumas inconsistências e, se favoreceu a concretização da escolaridade obrigatória de nove anos, não se traduziu em maior sucesso escolar nem maior equidade. Com base neste balanço, podemos concluir que o investimento realizado pela sociedade portuguesa não teve o retorno esperado, em grande parte devido às diversas ineficiências, entre as quais se destaca, pela sua relevância, o modelo de formação, recrutamento e progressão da carreira docente (...). Destacamos igualmente a progressiva inadequação do modelo centrado do Estado Educador às novas realidades sociais e às perspectivas de desenvolvimento nas próximas décadas. (...)
A maior ineficiência, porém, reside no nível de desenvolvimento económico e social do país (...). Simultaneamente causa e consequência, a educação não consegue libertar-se dessa dependência."
David Justino, Difícil é Educá-los, p. 128
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