quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Literacia e competitividade

Ontem foi apresentado em Lisboa um estudo sobre a Dimensão Económica da Literacia em Portugal, encomendado pelo Plano Nacional de Leitura e que revela: Portugal apresenta os níveis mais baixos de competências de literacia entre os países já estudados.
E a baixa literacia tem consequências directas na economia e na possibilidade de gerar riqueza. Se não houver uma inversão dos números, a pobreza e a desigualdade social aumenta, assim como o país perde o comboio da competitividade.
Portugal é dos poucos países onde os empregadores não reconhecem a importância de ter trabalhadores com bons níveis de literacia. Dois terços dos empregadores optam por profissionais pouco qualificados. Isso deve-se ao próprio nível de literacia dos empregadores e à oferta de emprego que existe em Portugal (digo eu!)
Aparentemente parece que estudar não compensa, porque se há diferenças nos salários daqueles que têm formação de nível superior; o mesmo não se verifica com os que fizeram o ensino secundário, quando comparados com os profissionais que têm níveis de escolaridade mais baixos, aponta o relatório, com base em dados de 1994/1998.
Se T. Scott Murray, autor do estudo, defende que é preciso investir mais no Plano Nacional de Leitura e no Novas Oportunidades; para o economista João Salgueiro, não faz sentido fazer mais investimento na educação quando os resultados escolares são dos piores. Também Vítor Bento, da Sibs, é da opinião que é preciso mudar a cultura que não valoriza a aquisição de conhecimentos, é preciso valorizar os bons alunos, premiá-los, propôs. A ministra Isabel Alçada preferiu falar do importante papel dos pais: “Falamos sempre da qualidade da escola e dos professores mas precisamos de ter bons alunos."
BW

1 comentário:

  1. Há aqui, como em quase tudo hoje em dia, um "probleminha". É aquela questão da competitividade. Para que serve a competitividade? Numa competição há sempre os que perdem. Nós, hoje, somos perdedores. Se isso deixar de acontecer, outros ocuparão o nosso lugar. Só que esses outros também pertencem à mesma espécie que nós. Enquanto essa palavra e tudo o que ela arrasta for dominante não há volta a dar-lhe. Entretanto, é possível que estejam enganados a procurar a solução na educação. Se calhar estão a dizer isso e a pensar em instrução. É bom, por outro lado, não esquecer que na mesa da divisão mundial do trabalho nós não abancamos. Estamos na periferia...
    Anónimo com nome: Carlos

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