terça-feira, 13 de outubro de 2009

Provérbios a propósito dos rankings

Se, por um lado, como diz o provérbio africano, "É precisa toda uma aldeia para ensinar uma criança.", por outro, não se pode resumir a avaliação das escolas a um só critério: os exames nacionais. Em "época" de rankings, é importante não esquecer que avaliar as escolas ou o sistema de ensino considerando um só aspecto é insuficiente.

Ainda assim, e agora citando um provérbio tipicamente português, "Onde há fumo, há fogo". Não sendo nem dizendo tudo, não podemos ignorar que os rankings também fornecem dados importantes que não podem ser esquecidos e que devem gerar reflexão.

Para ler mais sobre os rankings 2009, clique aqui.

Ana Soares

1 comentário:

  1. Os números, em si, não são bons nem maus. São o que são, valem o que valem. Acredito mesmo que existe um ocioso e caprichoso exercício à volta dos números que poderei considerar inócuo. Enfim, puro divertissement.
    O problema é quando se faz sociologia a partir dos números, embora à partida também pareça não haver qualquer ameaça nisso. Mas há. E há porquê? A Sociologia, tal como a Psicologia e até alguns sectores da Filosofia, têm alguns complexos de inferiordade relativamente às ciências naturais e experimentais. Para ganhar estatuto, o que fazem então? Tentam projectar no mundo social e humano os mesmos mecanismos causais, as mesmas variáveis com que trabalham os outros cientistas. Aliás, um dos grandes pesadelos fomentados pela frankensteinica socióloga Rodrigues foi precisamente o da ilusão de olhar para o mundo das escolas como se fosse uma colheita de bactérias que podem ser manipuladas laboratorialmente. Daí que eu, sempre que vejo números à frente, olhe para eles com a mesma distante curiosidade com que olho para a classificação na tabela da Volta à França. Ver os números, sim, mas pensando sempre que por detrás deles há todo um universo microscópico, espontâneo, vital, indeterminado que os números jamais conseguirão compreender.

    JR

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