sexta-feira, 3 de junho de 2011

Amanhã é dia de reflexão

Há meses que ando a reflectir... É uma dor de cabeça reflectir!
Deixo um dos textos que saiu no P2 do dia da criança que resume o que muitos (não só os meninos de 11 anos, como o Diogo, o autor do texto) pensam sobre o que são os políticos, o que é a vida dos políticos e depois como vivem muitos portugueses (o rendimento mínimo, os abonos, o bairro social, o desemprego... dói sobretudo a frase "As pessoas precisam dos rendimentos mínimos para poderem pagar a luz, a água e a renda. Quando sobra algum, é para a comida.") e, imaginar que, agora as coisas estão más e que daqui a uns meses estarão piores ainda e antever que, quem quer que ganhe, não está minimamente vocacionado para resolver estas situações é uma dor de estômago e de cabeça! Por isso, continuo a reflectir, a reflectir...
BW


Se fosse primeiro-ministro…
Se eu fosse eleito, ia para a televisão manifestar-me e dizia às pessoas que me estavam a ver em casa: “Obrigado por terem votado em mim, vou tentar fazer-vos ricos.” À saída dos estúdios mandava beijinhos às pessoas que estavam ali para me ver e depois ia para a minha limusina.
Festejava no carro e ia directo para casa, onde fazia uma festa e bebia champanhe.
Como um primeiro-ministro recebe muito dinheiro, mudava para uma casa mais cara do que a que tenho agora. O meu escritório seria cheio de luxo e com coisas muito caras. Arranjava uma empregada para me fazer os recados e um motorista que me levava a dar passeios, mas também levava as cartas aos correios. Essas cartas eram muito importantes, porque tinham os rendimentos mínimos e os abonos para as pessoas. Também enviava cartas para agradecer às que votaram em mim.
Quando estivesse a trabalhar, fazia várias coisas para melhorar o nosso país. A primeira coisa era mandar reabilitar os bairros das cidades, que estão velhos e estragados; por isso, dava algum dinheiro aos trolhas para fazerem as obras.
Os bairros que eu conheço têm as persianas muito estragadas, alguns telhados não têm telhas, as paredes dos blocos estão grafitadas e cheias de desenhos, as estradas têm buracos e precisam de ser arranjadas com alcatrão, as escolas não têm condições e os campos de futebol, onde os meninos brincam, estão estragados.
Se eu fosse primeiro-ministro, continuava a dar dinheiro para o rendimento mínimo e para os abonos. Estes dinheiros são importantes para ajudar as pessoas que precisam mesmo, porque têm de arranjar dinheiro para darem comida aos filhos. As pessoas precisam dos rendimentos mínimos para poderem pagar a luz, a água e a renda. Quando sobra algum, é para a comida.
Também dava comida às pessoas mais pobres, porque o dinheiro do abono e do rendimento mínimo não chega para tudo.
Como há muitas pessoas sem emprego, ajudava-as a ter um emprego. As pessoas que estão desempregadas andam à procura de trabalho, mas não arranjam.
Para ajudar estas pessoas, ia ao meu computador e pesquisava alguns empregos e, se encontrasse, dava-os aos desempregados. Também falava com o centro de emprego para conseguir mais empregos.
Se eu fosse primeiro-ministro, também dava subsídios para as mães das crianças comprarem comida para os filhos. Arranjava infantários que tivessem melhores condições, coisas novas e boa comida para as crianças. Todos os meninos e meninas que não têm dinheiro para pagar um infantário podiam ir para lá. Os ricos não precisavam de ir, porque têm dinheiro para pagar os infantários.
Se eu fosse primeiro-ministro, não gastava dinheiro em coisas que não interessam a ninguém, como os submarinos, porque há outras mais importantes.
Uma última coisa… Se eu fosse primeiro-ministro, fazia um grande esforço para cumprir as promessas que fiz ao povo que votou em mim e esperava que todas essas pessoas arranjassem emprego e tivessem mais dinheiro.
Diogo Silva, 11 anos
Escola EB 1 e Jardim-de-Infância do Lagarteiro, Porto

1 comentário:

  1. e o pior é que ao fim de 2 semanas de campanha, não vejo que a reflexão me leve a alguma certeza. mas domingo lá estarei...

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