sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ano Novo. Paz nas Escolas.

Depois de quatro anos e uma última etapa de negociações que durou 14 horas, temos acordo na educação!
A Ministra alegrou-se com o "feito":
“Como ministra da Educação estou muito satisfeita e quero assegurar a todos os portugueses que este acordo é um bom acordo. Bom para a Educação, bom para as nossas escolas, bom para os professores e bom para o país”. (in Público)
Caiu a prova de ingresso para os “candidatos” que já tenham leccionado e sido avaliados e todos os professores com Bom poderão ascender ao topo da carreira no final de 40 anos.
Além disso, os lugares ocupados pelos professores com “Muito Bom” e “Excelente” não serão contabilizados para efeito do preenchimento de vagas. Deste modo, a progressão destes professores, que está garantida independentemente da existência ou não de vagas, não retirará lugares aos docentes classificados apenas com “Bom”.
Estas foram as últimas arestas a serem limadas. Sabemos que o perfil da Ministra contribuiu para este facto: serenidade, diálogo, reconhecimento do valor dos docentes.
Ano Novo. Paz nas escolas.
Ana Soares

2 comentários:

  1. Não sei o interesse da frase que destacou: "Caiu a prova de ingresso para os “candidatos” que já tenham leccionado e sido avaliados".
    Depois, que todos os professores com Bom poderão ascender ao topo da carreira no final de 40 anos." já é uma dúvida que carece de provas. Ou será que, permitida a reforma aos 65 anos haja professores com pedalada para "trabalharem até à morte" e já não falamos de casos de cancro como o de Manuela Estanqueiro ou Artur Silva que foram obrigados até à morte. É que, só se os professores estiverem dispostos a trabalhar com alunos cada vez menos bem educados (relembro o caso do telemóvel no Carolina Michaellis!) quando já nem os avós querem cuidar dos netos, sangue do seu sangue, é que poderão chegar ao dito topo. E, dadas as quotas, para muitos professores que começarão a exercer um ano completo com cerca de 30 anos de idade, só será possível aos 70 anos! Mas, se forem corajosos têm garantido algo: para continuarem a exercer além dos 65 anos, só se quiserem receber menos 5 anos a reforma. Logo, será preferível (por mim falo!) reformar-me com menos um escalão do que morrer sem cobrar o que durante 35 ou 40 anos estiveram a descontar. Tal como uma colega nossa, professora em Paris, com 64 anos de idade e que quis exercer mais um ano quando já tinha direito à reforma desde os 55 anos! Heroína par aos governantes não chegou nunca a cobrar a reforma. É a tradução do aliciamento que há já muito tempo propuséramos a José Sócrates, para o caso de querer construir o Aeroporto e o TGV, saneando simultaneamente a Segurança Social.Visite ferreirablog.blogs.sapo.pt/3296.html o texto "Os Custos da Democracia e a Crise na Segurança Social - I"

    Mas... Voltemos ao acordo que foi assinado...
    Agora vem aí o pior! A concretização dos princípios. Uma questão surge imediatamente: Qual o modelo de avaliação? Que critérios vão ser determinantes para a atribuição da classificação? Quem vai ter essa competências? Como se pode medir a competência e dedicação dos professores? Enfim... Teremos de estar atentos porque Os Alunos Não São Tijolos! e os professores não fazem milagres. Se queremos avaliar pelos resultados, os professores com os melhores resultados têm que aceitar ir leccionar para as escolas dos últimos lugares do Ranking, e, nas outras, assumir as turmas com piores classificações e fazer dos seus alunos "campeões!". Enquanto isto não acontecer, recusamos-nos a aceitar uma avaliação que tem em linha de conta não o progresso dos alunos mas o nível alcançado pelos mesmos. Assim, de nada servirá a um professor conseguir fazer os alunos subirem a média de 10 ou 11 (ou até menos!) para 14 valores se o outro professor (o tal excepcional e que terá garantido o Excelente neste critério!"), recebe uma turma de alunos com média de 18 valores acabar o ano sem que eles passem além de 15 ou 16 valores. Quem é o melhor professor? Pelos critérios dos resultados, será obviamente o professor dos alunos que desceram de rendimento. Porque estamos em TOTAL DESACORDO com este critério, Esperamos por si em ferreirablog.blogs.sapo.pt porque, tal como o nome diz, Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa ! . Visite-nos!

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  2. O cair a prova de "admissão" à carreira a quem nela já tinha dado provas parece-me ter sido uma conquista importante. Todavia, reconheço, obviamente, que a vitória dos 40 anos para chegar ao topo da carreira é uma falácia. Procurei, num pequeno texto, informar.

    Muito há ainda que caminhar até chegarmos à operacionalização desta avaliação. Destaco as ideias principais já conhecidas no post seguinte.

    Obrigada pela participação.

    AS

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