Portugal tem a segunda taxa de abandono escolar precoce mais alta da UE. A culpa é do eduquês clamam alguns; dos sucessivos ministros e suas reformas, acrescentam os mesmos; dos pais que são os que já sofreram as influências do eduquês, que querem uma educação facilitista e facilitadora para os seus filhos, dos pais que não respeitam os professores.
E o que é que se passa no resto da Europa para que os filhos dos emigrantes portugueses tenham tão maus resultados e batam todos os outros no que diz respeito ao abandono escolar?
Os problemas no Luxemburgo, na Suiça ou na Alemanha são iguais aos portugueses? Também andam a experimentar curriculos e a implementar reformas de quatro em quatro anos? Os pais, emigrantes de 1.ª ou de 2.ª geração estudaram em Portugal ou já estudaram nesses países?
De imediato, não sei responder a nenhuma destas questões, mas sei dizer que estes três países põem, muitas vezes, os filhos dos emigrantes nas classes especiais, nas turmas dos meninos com necessidades educativas quando, normalmente, o único problema que têm é com a língua estrangeira. Esse será um aspecto que certamente desmotivará os mais interessados em prosseguir os estudos.
E depois, claro, a culpa é dos pais que não valorizam a educação - eles tiveram a coragem de sair, de começar uma vida nova, num país diferente, sem saber a língua, foram empreendedores e não precisaram dos estudos para nada, acreditam. A culpa é dos próprios miúdos que não gostam de estudar, que consideram a escola uma perda de tempo, e para quem o importante é entrar no mercado de trabalho, quanto mais depressa melhor, tal como fizeram os seus pais.
BW
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