Estes últimos dias fui oferecendo aos nossos leitores indícios sobre qual o último livro que li: Claraboia. Confesso que foi a medo que peguei no livro que ia chamando por mim lá da pilha dos meus livros. Fui adiando, com receio de não encontrar o autor que tanto me fez amar a literatura e acreditar no papel de intervenção da literatura no mundo e no homem. Mas os meus alunos iam ler nas férias da Páscoa o Memorial. E achei que seria bom estar "unida" a eles, lendo Saramago.
Página a página, fui descobrindo uma Lisboa que não é a do meu tempo, mas que conheço da história ainda recente e fresca na memória de tantos. Fui encontrando as sementes das grandes obras saramaguianas, sobretudo da década de 80. E terminei rendida. Não, esta não me parece a primeira obra de Saramago. E parece-me a obra ideal para encerrar as suas publicações, pois vive de uma serenidade absolutamente inquietante, a serenidade (mas não conformismo!) que encontramos no Saramago dos últimos anos.
Sem dúvida, uma leitura que recomendo.
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