É assim que se vai passar a chamar o novo estatuto do aluno, ainda por revelar. Gosto do nome. Espero que o documento faça justiça ao mesmo e assim dignifique a imagem da escola na sociedade, comprometa pais e alunos, valorize os educadores.
Entretanto, já foi divulgado pelo Público que "Os planos individuais de trabalho destinados aos alunos faltosos vão ser substituídos por tarefas a favor da comunidade. E aos pais com filhos com excesso de faltas podem ser reduzidos apoios sociais ou aplicadas multas." Pode ler a notícia aqui.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Estatuto do Aluno e Ética Escolar
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estatuto do aluno
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Trabalhar mais horas é pior para as mulheres e pessoas de esquerda
E se for mulher e de esquerda será ainda pior! Há estudos que só podem servir alguns propósitos e este é o de pôr as mulheres no seu local devido: em casa!
Só por ingenuidade (ou por ter uma agenda secreta) é que um investigador pode dizer: “A médio e longo prazo pode levar as empresas a adaptar os seus horários de trabalho às especificidades das pessoas” e alterar algumas “práticas de gestão, dando mais autonomia às pessoas, para reduzir o efeito do aumento do número de horas de trabalho”.
Sobretudo quando temos a troika a pedir ao Governo para “reduzir os custos do trabalho e aumentar a flexibilidade”.
Não se está mesmo a ver os nossos empresários preocupados, a médio/longo prazo com o nosso bem estar?
BW
Só por ingenuidade (ou por ter uma agenda secreta) é que um investigador pode dizer: “A médio e longo prazo pode levar as empresas a adaptar os seus horários de trabalho às especificidades das pessoas” e alterar algumas “práticas de gestão, dando mais autonomia às pessoas, para reduzir o efeito do aumento do número de horas de trabalho”.
Sobretudo quando temos a troika a pedir ao Governo para “reduzir os custos do trabalho e aumentar a flexibilidade”.
Não se está mesmo a ver os nossos empresários preocupados, a médio/longo prazo com o nosso bem estar?
BW
terça-feira, 29 de maio de 2012
A importância da Educação Física
que o Ministério da Educação parece estar a negligenciar... Lamentável. Lamentável porque é importante ter uma educação completa na escola e essa não passa só por saber ler, escrever e contar, mas por explorar outras áreas: as artes, o corpo, as mãos.
BW
BW
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educar é
Esclarecimento sobre as matrizes curriculares dos ensinos básico e secundário
A notícia do Público dá conta da confusão que as matrizes curriculares dos ensinos básico e secundário, publicadas no site da DGIDC, provocaram e do esclarecimento do ME. Pode ler a notícia aqui.
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reforma do ensino básico
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Matrizes Curriculares dos Ensinos Básico e Secundário
O Ministério da Educação e Ciência apresentou as matrizes curriculares que entrarão em vigor no ano letivo de 2012-13
As mesmas podem ser consultadas aqui.
Note-se que os tempos são apresentados em minutos e não em blocos.
As mesmas podem ser consultadas aqui.
Note-se que os tempos são apresentados em minutos e não em blocos.
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reforma do ensino básico
domingo, 27 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Aula Digital adaptada ao projeto Porta-Viagens
Descubra e explore aqui as potencialidades da plataforma "Aula Digital", gratuita e totalmente articulada com o projeto Porta-Viagens, novo manual de Língua Portuguesa para o 6º ano.
Teste intermédio de Matemática
outra vez! Conheceremos a média nacional no final deste mês.
Os Maias na
obra Claraboia
de José Saramago
“A
chávena cheia, um prato de bolos secos ao lado, Lídia instalou-se
de novo na cama. Enquanto comia ia lendo um livro que tirara de um
pequeno armário da casa de jantar. Preenchia o vazio dos seus dias
desocupados com a leitura de romances e tinha alguns, de bons e maus
autores. Nesse momento estava interessadíssima no mundo fútil e
inconsequente de Os Maias. Ia bebendo o chá em pequenos goles,
trincava um palito de la reine e lia um período, exatamente aquele
em que Maria Eduarda lisonjeia Carlos com a declaração de que «além
de ter o coração adormecido, o seu corpo permaneceu sempre frio,
frio como mármore…» Lídia gostou da frase. Procurou um lápis
para marcá-la, mas não encontrou. Então, levantou-se com o livro
na mão e foi ao toucador. Com o batôn fez um sinal na margem da
página, um risco vermelho que ficava sublinhando um drama ou uma
farsa.”
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Todos diferentes, todos iguais?
Depois da aluna com dislexia, é a vez da aluna com glaucoma e que precisa dos exames em A3, em vez do A4.
Nota: A aluna não pede para fazer um exame diferente, só pede para fazê-lo num formato maior.
Em vez disso, o Júri Nacional de Exames defende o uso de uma lupa! É assim tão caro fazer um exame em A3?
Onde está a ideia da inclusão? Do direito de todos à educação?
B
Nota: A aluna não pede para fazer um exame diferente, só pede para fazê-lo num formato maior.
Em vez disso, o Júri Nacional de Exames defende o uso de uma lupa! É assim tão caro fazer um exame em A3?
Onde está a ideia da inclusão? Do direito de todos à educação?
B
terça-feira, 22 de maio de 2012
Será que eles pensam assim?
Eduardo Sá encarna uma criança! Será que elas pensam mesmo assim?
BW
BW
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Porque é importante os mais pequenos praticarem desporto
Dá-lhes disciplina, saúde, bem-estar, ocupa-os de maneira que não têm oportunidade para serem criativos nos tempos mortos, nem ficam a estupidificar frente à televisão ou à consola.
Leia mais aqui
B
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B
A professora Maria Martins e os recados aos pais
No sábado estive em Viseu, a convite do agrupamento das escolas Infante D. Henrique, mais especificamente da professora Maria Martins, que podia ser uma simples professora de Música, fazer o seu trabalhinho e voltar para casa descansadinha. Viseu parece ser uma cidade tão pacífica para se viver... Mas não! Maria continuou a estudar e aplicou o que aprendeu, o que investigou, na escola.
A sua preocupação é: a relação escola/comunidade/família. Um tema importantissimo! E Maria não ficou parada, com o apoio do director da escola começou, o ano passado, a organizar encontros para pais e professores.
E, no dia 19, lá estavam os professores, os pais, a comunidade (o centro de saúde, o instituto politécnico) presentes no encontro com Teresa Sarmento, investigadora da Universidade do Minho; Martinho Loureiro, presidente da União das Associações de Pais do Agrupamento e eu, para debatermos a educação, o papel de cada actor.
Ouvimos os professores preocupados com o seu trabalho, com as condições em que o fazem; os pais preocupados com a falta de tempo que têm para os filhos. E os alunos também estiveram presentes, para brilharem e para sublinharem o bom trabalho que os professores fazem com eles. Neste caso, que Maria Martins faz com eles, para mostrar que quando um professor investe nos seus alunos, eles correspondem e dão o seu melhor!
Ouvimo-los tocar orgão, guitarra e cantar, cantar muito bem; nada de modinhas e coisinhas simples como fazem muitos meninos nas aulas de música do 5.º ao 7.º ano, não havia flautas a tocar Mozart; mas guitarras a interpretar Xutos&Pontapés e alunas afinadas e com ritmo a cantar – "é um recado para os pais", segreda-me Maria, orgulhosa dos seus alunos.
Uma professora pergunta-me o que é um bom professor para mim e eu disperso-me porque sou muito melhor, mais objectiva, à frente do computador do que de uma multidão que me olha e ouve com espírito crítico. Mantenho a ideia da exigência, da perfeição, da sensibilidade que o professor deve ter para conhecer cada um dos seus alunos, não os tratar a todos da mesma maneira; mas acrescentaria: "Um bom professor é uma pessoa como Maria Martins: envolvida até aos ossos naquilo que faz!"
BW
A sua preocupação é: a relação escola/comunidade/família. Um tema importantissimo! E Maria não ficou parada, com o apoio do director da escola começou, o ano passado, a organizar encontros para pais e professores.
E, no dia 19, lá estavam os professores, os pais, a comunidade (o centro de saúde, o instituto politécnico) presentes no encontro com Teresa Sarmento, investigadora da Universidade do Minho; Martinho Loureiro, presidente da União das Associações de Pais do Agrupamento e eu, para debatermos a educação, o papel de cada actor.
Ouvimos os professores preocupados com o seu trabalho, com as condições em que o fazem; os pais preocupados com a falta de tempo que têm para os filhos. E os alunos também estiveram presentes, para brilharem e para sublinharem o bom trabalho que os professores fazem com eles. Neste caso, que Maria Martins faz com eles, para mostrar que quando um professor investe nos seus alunos, eles correspondem e dão o seu melhor!
Ouvimo-los tocar orgão, guitarra e cantar, cantar muito bem; nada de modinhas e coisinhas simples como fazem muitos meninos nas aulas de música do 5.º ao 7.º ano, não havia flautas a tocar Mozart; mas guitarras a interpretar Xutos&Pontapés e alunas afinadas e com ritmo a cantar – "é um recado para os pais", segreda-me Maria, orgulhosa dos seus alunos.
Uma professora pergunta-me o que é um bom professor para mim e eu disperso-me porque sou muito melhor, mais objectiva, à frente do computador do que de uma multidão que me olha e ouve com espírito crítico. Mantenho a ideia da exigência, da perfeição, da sensibilidade que o professor deve ter para conhecer cada um dos seus alunos, não os tratar a todos da mesma maneira; mas acrescentaria: "Um bom professor é uma pessoa como Maria Martins: envolvida até aos ossos naquilo que faz!"
BW
domingo, 20 de maio de 2012
Porta-Viagens, novo manual de Português
Venha conhecer o Porta-Viagens, manual escolar de Português para o 6º ano, avaliado pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Visite-nos aqui.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Porque podemos ajudar
quem precisa sem gastarmos dinheiro. Aqui ficam algumas ideias!
BW
BW
quarta-feira, 16 de maio de 2012
A dislexia e os exames
Diz que havia fraudes, que havia alunos que não precisavam e que tinham mais tempo; que as escolas facilitavam... E, já se sabe: não ao facilitismo!
O que choca mais neste caso é a resposta do Júri Nacional de Exames que a mãe lê na reportagem da TVI:
Não estará o JNE a cometer uma ilegalidade? Afinal, a escolaridade obrigatória é de 12 anos e/ou até aos 18 anos. Será que querem que Constança fique no 9.º ano até completar 18 anos?
Albino Almeida sublinha o direito à educação que, em nome de sabe-se lá o quê – da exigência? da austeridade? da troika? – parece esquecido por este Governo.
BW
O que choca mais neste caso é a resposta do Júri Nacional de Exames que a mãe lê na reportagem da TVI:
Não estará o JNE a cometer uma ilegalidade? Afinal, a escolaridade obrigatória é de 12 anos e/ou até aos 18 anos. Será que querem que Constança fique no 9.º ano até completar 18 anos?
Albino Almeida sublinha o direito à educação que, em nome de sabe-se lá o quê – da exigência? da austeridade? da troika? – parece esquecido por este Governo.
BW
Fernando Pessoa na obra Claraboia de José Saramago
“Aprendera
tantas coisas no decurso da vida, que ser-lhe-ia relativamente fácil
arranjar uma colocação estável que lhe assegurasse o necessário à
vida. Nunca tentara dar esse passo. Não queria prender-se, dizia, e
era verdade. Mas não queria prender-se porque, então, seria
confessar a inutilidade do que vivera. Que ganhara em fazer tão
largo rodeio para, afinal, vir dar ao caminho por onde seguiam
aqueles que resolutamente quisera deixar? «Queriam-me casado, fútil
e tributável?», pergunta o Fernando Pessoa. «É isto o que a vida
quer de toda a gente?», perguntava Abel.
O
sentido oculto da vida…«Mas o sentido oculto da vida é não ter a
vida sentido oculto nenhum.» Abel conhecia a poesia de Fernando
Pessoa. Fizera dos seus versos uma outra Bíblia. Talvez não os
compreendesse completamente, ou visse neles o que lá não estava. De
qualquer maneira, e embora desconfiasse de que, em muitos passos,
Pessoa troçava do leitor e que, parecendo sincero, o ludibriava,
habituara-se a respeitá-lo, até nas suas contradições. E, se não
tinha dúvidas da sua grandeza como poeta, parecia-lhe, por vezes,
especialmente naqueles dias absurdos de desencanto, que na poesia de
Pessoa havia muito de gratuidade. «E que mal há nisso?» - pensava
Abel. – «Não pode a poesia ser gratuita? Pode, sem dúvida, e o
mal não é nenhum. Mas, o bem? Que há na poesia gratuita? A poesia
é, talvez, como uma fonte que corre, é como a água que nasce na
montanha, simples e natural, gratuita em si mesma. A sede está nos
homens, a necessidade está nos homens, e é só porque elas existem
que a água deixa de ser desinteressada. Mas será assim a poesia?
Nenhum poeta, como nenhum homem, seja ele quem for, é simples e
natural. E Pessoa menos que qualquer outro.
Quem
tiver sede de humanidade não a irá matar nos versos de Fernando
Pessoa: será como se bebesse água salgada.”
p. 266, 267
terça-feira, 15 de maio de 2012
Ainda o Teste Intermédio de Matemática
Para ler mais sobre o Teste Intermédio de Matemática, espreite aqui.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Teste Intermédio de Matemática 9.º ano
Quando, na quinta-feira, o miúdo chegou a casa com aquele ar desmoralizado, percebi logo que o Teste Intermédio de Matemática do 9.º ano tinha corrido mal. Depois quando contou que era só choro e ranger de dentes na turma, que os melhores alunos estavam desesperados, senti um misto de alívio e de apreensão. Fiquei aliviada quando mães de outras escolas me disseram que o panorama era exactamente o mesmo: choro e desespero das crianças, dos bons alunos que fizeram as suas contas, depois dos professores corrigirem a prova e de terem classificações de 45% para baixo.
Aliviada porque se o sentimento é geral, é geral.
Apreensiva porque tudo está a mudar e esta geração não leva só com a austeridade a que os pais estão a ser sujeitos, mas com a sua própria austeridade: a de não terem boas notas ou, neste caso, notas suficientes; vêem que os pais não têm futuro e que eles não têm futuro — estou a exagerar, mas só um bocadinho porque, se as médias baixarem, nos exames nacionais do secundário, os meninos não entram para Medicina com 18, entram com 16.
"Já não há facilitismos!", ulularão os professores-fãs da dificuldade, saudosistas dos exames difíceis, satisfeitos por o ministro da exigência estar a cumprir. O que os professores se esquecem é que os Testes Intermédios também avaliam a sua prática, também os deixam mal perante o Gave.
Os maus resultados dos seus alunos dirão à tutela que não estão a prepará-los como deve de ser mas, lá está, a culpa não é deles! É dos alunos que não estudam, das suas famílias que não os apoiam (aos filhos e aos docentes!) e do sistema que até agora era facilitista (ai, os governos PS...), contra as suas vontades!
As provas vão fazer a separação das águas: só vão sobreviver os muito bons, os que têm capacidades para ir às Olimpíadas da Matemática. Os outros serão os elos mais fracos. Adeus!
O que é que este Teste Intermédio está a dizer aos alunos? Não fiquem desmoralizados! Preparem-se que o exame nacional será igual ou pior! Por isso, peçam ajuda aos vossos professores, concentrem-se e trabalhem! (Foi o que disse ao meu filho...)
BW
PS: Ao contrário das orientações do Gave, muitas escolas utilizam os resultados dos Testes Intermédios como um elemento de avaliação dos alunos, naquela lógica de: são precisos dois momentos de avaliação escrita, logo, este pode servir porque não vai haver tempo para fazer um terceiro teste.
Escolas: sigam as orientações do Gave e NÃO utilizem o resultado do intermédio como elemento de avaliação dos alunos mas como forma de identificar os principais pontos fortes e fracos de cada um deles e de trabalhar essas fraquezas para melhor os preparar para a disciplina, seja ela Matemática, Física-Química, Inglês ou Português!
Aliviada porque se o sentimento é geral, é geral.
Apreensiva porque tudo está a mudar e esta geração não leva só com a austeridade a que os pais estão a ser sujeitos, mas com a sua própria austeridade: a de não terem boas notas ou, neste caso, notas suficientes; vêem que os pais não têm futuro e que eles não têm futuro — estou a exagerar, mas só um bocadinho porque, se as médias baixarem, nos exames nacionais do secundário, os meninos não entram para Medicina com 18, entram com 16.
"Já não há facilitismos!", ulularão os professores-fãs da dificuldade, saudosistas dos exames difíceis, satisfeitos por o ministro da exigência estar a cumprir. O que os professores se esquecem é que os Testes Intermédios também avaliam a sua prática, também os deixam mal perante o Gave.
Os maus resultados dos seus alunos dirão à tutela que não estão a prepará-los como deve de ser mas, lá está, a culpa não é deles! É dos alunos que não estudam, das suas famílias que não os apoiam (aos filhos e aos docentes!) e do sistema que até agora era facilitista (ai, os governos PS...), contra as suas vontades!
As provas vão fazer a separação das águas: só vão sobreviver os muito bons, os que têm capacidades para ir às Olimpíadas da Matemática. Os outros serão os elos mais fracos. Adeus!
O que é que este Teste Intermédio está a dizer aos alunos? Não fiquem desmoralizados! Preparem-se que o exame nacional será igual ou pior! Por isso, peçam ajuda aos vossos professores, concentrem-se e trabalhem! (Foi o que disse ao meu filho...)
BW
PS: Ao contrário das orientações do Gave, muitas escolas utilizam os resultados dos Testes Intermédios como um elemento de avaliação dos alunos, naquela lógica de: são precisos dois momentos de avaliação escrita, logo, este pode servir porque não vai haver tempo para fazer um terceiro teste.
Escolas: sigam as orientações do Gave e NÃO utilizem o resultado do intermédio como elemento de avaliação dos alunos mas como forma de identificar os principais pontos fortes e fracos de cada um deles e de trabalhar essas fraquezas para melhor os preparar para a disciplina, seja ela Matemática, Física-Química, Inglês ou Português!
domingo, 13 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Recomendações para a praia
Não esquecer o protector sol e os...
terça-feira, 8 de maio de 2012
Guia prático sobre as provas de aferição
Um excelente guia do jornal Público sobre as provas de aferição do 4º ano.
Encontre aqui as respostas às suas dúvidas sobre as provas que se realizam amanhã (Língua Portuguesa) e sexta-feita (Matemática).
Encontre aqui as respostas às suas dúvidas sobre as provas que se realizam amanhã (Língua Portuguesa) e sexta-feita (Matemática).
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Quando não se quer experimentar a maternidade
Algumas experiências podem ser lidas aqui
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casos
domingo, 6 de maio de 2012
Feliz dia da mãe!
Esta é a mensagem que nenhuma mãe quer ouvir de um filho; mas eu adoro o dramatismo, o cinismo e a ironia dos Queen!
sábado, 5 de maio de 2012
As mães são como lugares de onde deus chega
Ana Soares
Ao contrário do livro anterior que li do mesmo autor, A máquina de fazer espanhóis, este, O remorso de baltasar serapião, não me encheu as medidas. Bem sei que recebeu prémios, mas a violência narrativa e linguística que domina todo o livro não me permite colocá-lo na minha lista de preferência. No entanto, a escrita é fluída, original e merecedora de elogios.
Aqui fica esta belíssima frase a celebrar o dia da mãe.Ana Soares
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Aquela senhora vai bater-te...
Cinco anos, entra na sala da biblioteca como quem entra no parque infantil. Cheio de energia, a falar alto, a rir com vontade. A avó faz-lhe "shiu", ele olha-a de lado, com cara de malandro e mantém a postura e o comportamento, ri alto, senta-se numa cadeira e bate, ritmadamente, com os pés no chão.
Olho-o com cara de poucos amigos. Tenho o computador à frente, estou numa biblioteca e preciso de silêncio para me concentrar. Cruzamos o olhar e ao contrário de outras pessoas, à minha volta, não sorrio para aquela criança, mantenho o rosto fechado.
O rapaz procura um livro, pendura-se na estante. "Este? Este? Este não! Não gosto! Este? Sim! É este!", grita. A avó senta-se e diz-lhe baixo: "Estás a incomodar as senhoras. Estás a ser mau..."
"Eu sou mau! Eu gosto de ser mau!", responde alto, ao mesmo tempo que atira com o livro de capa dura para cima da mesa e se senta, com dificuldade, na cadeira, alta para o seu tamanho. Volta a olhar-me, em desafio, meio sorriso, à espera que eu retribua. Mas o meu olhar não se comove, permanece duro. A avó olha-me também e troco olhares com os dois, com o mesmo rosto fechado e cara de poucos amigos.
Ele já não "lê", brinca com as mãos, batendo, ora na mesa de madeira, ora na cadeira. "Shiu! Não vês que a senhora está a estudar? Daqui a pouco vem aqui dar-te duas palmadas!", diz a avó, olhando para mim, à espera da minha cumplicidade.
"Eu? Eu é que vou dar duas palmadas? Ele é que vai dar-lhe tantas palmadas, a si, ao seu filho, à sua nora, ao longo da vossa vida... Cinco anos e sem rédeas....", resmungo entre dentes, à procura de concentração para continuar a escrever.
Decido ignorá-los, aos dois, e, pouco depois, já o garoto está mais calmo. A hora do espectáculo acabou, já não é o centro das atenções, já pode "ler". Até que chega mais uma criança com a qual ele vai meter-se, vai fazer chorar e vai voltar a dizer feliz: "Eu sou mau!" Volta a olhar-me e eu nada.
"Vem para a aqui...", pede a avó, uma mulher que lê em francês. Ele finge não ouvir. Ela não insiste e continua o romance.
No meu lugar, estou a escrever sobre professores e imagino aquele menino no jardim-de-infância, na sala do 1.º ano, do 7.º, do 9.º... a desafiar os professores, a maltratar os colegas, a pedirem-lhe para parar e ele a ignorar, a fingir que não ouve porque é "mau", porque permitiram-lhe que fosse mau. Pobre menino.
BW
Olho-o com cara de poucos amigos. Tenho o computador à frente, estou numa biblioteca e preciso de silêncio para me concentrar. Cruzamos o olhar e ao contrário de outras pessoas, à minha volta, não sorrio para aquela criança, mantenho o rosto fechado.
O rapaz procura um livro, pendura-se na estante. "Este? Este? Este não! Não gosto! Este? Sim! É este!", grita. A avó senta-se e diz-lhe baixo: "Estás a incomodar as senhoras. Estás a ser mau..."
"Eu sou mau! Eu gosto de ser mau!", responde alto, ao mesmo tempo que atira com o livro de capa dura para cima da mesa e se senta, com dificuldade, na cadeira, alta para o seu tamanho. Volta a olhar-me, em desafio, meio sorriso, à espera que eu retribua. Mas o meu olhar não se comove, permanece duro. A avó olha-me também e troco olhares com os dois, com o mesmo rosto fechado e cara de poucos amigos.
Ele já não "lê", brinca com as mãos, batendo, ora na mesa de madeira, ora na cadeira. "Shiu! Não vês que a senhora está a estudar? Daqui a pouco vem aqui dar-te duas palmadas!", diz a avó, olhando para mim, à espera da minha cumplicidade.
"Eu? Eu é que vou dar duas palmadas? Ele é que vai dar-lhe tantas palmadas, a si, ao seu filho, à sua nora, ao longo da vossa vida... Cinco anos e sem rédeas....", resmungo entre dentes, à procura de concentração para continuar a escrever.
Decido ignorá-los, aos dois, e, pouco depois, já o garoto está mais calmo. A hora do espectáculo acabou, já não é o centro das atenções, já pode "ler". Até que chega mais uma criança com a qual ele vai meter-se, vai fazer chorar e vai voltar a dizer feliz: "Eu sou mau!" Volta a olhar-me e eu nada.
"Vem para a aqui...", pede a avó, uma mulher que lê em francês. Ele finge não ouvir. Ela não insiste e continua o romance.
No meu lugar, estou a escrever sobre professores e imagino aquele menino no jardim-de-infância, na sala do 1.º ano, do 7.º, do 9.º... a desafiar os professores, a maltratar os colegas, a pedirem-lhe para parar e ele a ignorar, a fingir que não ouve porque é "mau", porque permitiram-lhe que fosse mau. Pobre menino.
BW
quinta-feira, 3 de maio de 2012
O livro perdido e achado
Bem sei que é em maioritariamente em castelhano, mas conta a história de como o original de Claraboia reapareceu. Tem belas e poéticas imagens da nossa Lisboa.
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Saramago
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Uma Claraboia sobre Portugal
Estes últimos dias fui oferecendo aos nossos leitores indícios sobre qual o último livro que li: Claraboia. Confesso que foi a medo que peguei no livro que ia chamando por mim lá da pilha dos meus livros. Fui adiando, com receio de não encontrar o autor que tanto me fez amar a literatura e acreditar no papel de intervenção da literatura no mundo e no homem. Mas os meus alunos iam ler nas férias da Páscoa o Memorial. E achei que seria bom estar "unida" a eles, lendo Saramago.
Página a página, fui descobrindo uma Lisboa que não é a do meu tempo, mas que conheço da história ainda recente e fresca na memória de tantos. Fui encontrando as sementes das grandes obras saramaguianas, sobretudo da década de 80. E terminei rendida. Não, esta não me parece a primeira obra de Saramago. E parece-me a obra ideal para encerrar as suas publicações, pois vive de uma serenidade absolutamente inquietante, a serenidade (mas não conformismo!) que encontramos no Saramago dos últimos anos.
Sem dúvida, uma leitura que recomendo.
Página a página, fui descobrindo uma Lisboa que não é a do meu tempo, mas que conheço da história ainda recente e fresca na memória de tantos. Fui encontrando as sementes das grandes obras saramaguianas, sobretudo da década de 80. E terminei rendida. Não, esta não me parece a primeira obra de Saramago. E parece-me a obra ideal para encerrar as suas publicações, pois vive de uma serenidade absolutamente inquietante, a serenidade (mas não conformismo!) que encontramos no Saramago dos últimos anos.
Sem dúvida, uma leitura que recomendo.
O desemprego tem rosto
... é um projecto do fotógrafo premiado Daniel Rocha, para acompanhar, durante um ano aqui
BW
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terça-feira, 1 de maio de 2012
O dilema Pingo Doce
Dizem os sindicatos que os trabalhadores da Auchan, Continente e da Jerónimo Martins foram pressionados para trabalhar hoje, dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador.
O meu avô sempre disse, num misto de ironia e de amargura, que este era um dia que, por natureza, os trabalhadores deviam trabalhar, pois se era o seu dia. Eu dizia que não, que tinham de comemorar as conquistas feitas, os direitos adquiridos.
Hoje, o Pingo Doce tem uma promoção irrecusável: nas compras a partir de 100 euros, o cliente paga metade do que gastar. Não é dinheiro guardado num cartão para gastar na semana seguinte, como no Continente, que nos deixa presos a consumir só ali.
De manhã ligam-me a dar conta da fila no Pingo Doce de Telheiras, gente à porta desde as quatro da manhã, disposta a gastar 800 euros para trazer 1600 de compras; no Pingo Doce de Loures, a fila do peixe tinha 180 números à espera. À minha porta, no pequeno Pingo Doce do bairro há famílias inteiras com carrinhos cheios de fraldas, papel higiénico e leite. Gente feliz, sorridente.
O meu filho está verdadeiramente zangado comigo porque não estamos dentro de um supermercado a encher carrinhos de compras. "Pois não, nós estamos já a perder direitos e salário, o desemprego passa dos dois digitos. Neste dia não compramos. Eu quero que, quando chegares ao mercado de trabalho, tenhas direitos. Não quero que regressemos ao século XIX."
Ele não percebe como é que estou a deixar passar uma promoção destas e "os trabalhadores vão ganhar mais porque trabalham no feriado, não percebes? É bom para eles.", reage.
"Percebo que vivemos uma grave crise económica que é também de valores, que vale tudo para continuarmos a consumir; que os hipermercados são os grandes responsáveis pelas importações, pelo desequilibrio da balança comercial; que criam muitos postos de trabalho com salários baixos e horários que impossibilitam às mulheres serem mães; que não produzem verdadeira riqueza como uma fábrica que exporte; que são responsáveis pela falência de pequenas empresas de produtores e distribuidores porque demoram demasiado tempo a pagar-lhes. Portanto, eu não vou ao supermercado no dia do trabalhador."
"Estás a tornar-te numa 'comuna'...", diz-me num insulto velado. Aprendeu a palavra 'comuna' com a sua avó, a minha mãe, filha do meu avô.
"Essa palavra não existe! Já nem os velhos a usam... Estou somente preocupada com o vosso futuro."
"Então vai às compras, para termos dinheiro para gastar noutras coisas!", responde.
"Não vamos retomar esta conversa!"
"Porque não tens argumentos válidos!"
"Porque precisas de ir estudar."
"Então, não é o dia do trabalhador? Os trabalhadores devem comemorar os seus direitors, etc, etc..."; desafia-me.
"Exactamente, não é o dia do estudante! Vai estudar!"
BW
O meu avô sempre disse, num misto de ironia e de amargura, que este era um dia que, por natureza, os trabalhadores deviam trabalhar, pois se era o seu dia. Eu dizia que não, que tinham de comemorar as conquistas feitas, os direitos adquiridos.
Hoje, o Pingo Doce tem uma promoção irrecusável: nas compras a partir de 100 euros, o cliente paga metade do que gastar. Não é dinheiro guardado num cartão para gastar na semana seguinte, como no Continente, que nos deixa presos a consumir só ali.
De manhã ligam-me a dar conta da fila no Pingo Doce de Telheiras, gente à porta desde as quatro da manhã, disposta a gastar 800 euros para trazer 1600 de compras; no Pingo Doce de Loures, a fila do peixe tinha 180 números à espera. À minha porta, no pequeno Pingo Doce do bairro há famílias inteiras com carrinhos cheios de fraldas, papel higiénico e leite. Gente feliz, sorridente.
O meu filho está verdadeiramente zangado comigo porque não estamos dentro de um supermercado a encher carrinhos de compras. "Pois não, nós estamos já a perder direitos e salário, o desemprego passa dos dois digitos. Neste dia não compramos. Eu quero que, quando chegares ao mercado de trabalho, tenhas direitos. Não quero que regressemos ao século XIX."
Ele não percebe como é que estou a deixar passar uma promoção destas e "os trabalhadores vão ganhar mais porque trabalham no feriado, não percebes? É bom para eles.", reage.
"Percebo que vivemos uma grave crise económica que é também de valores, que vale tudo para continuarmos a consumir; que os hipermercados são os grandes responsáveis pelas importações, pelo desequilibrio da balança comercial; que criam muitos postos de trabalho com salários baixos e horários que impossibilitam às mulheres serem mães; que não produzem verdadeira riqueza como uma fábrica que exporte; que são responsáveis pela falência de pequenas empresas de produtores e distribuidores porque demoram demasiado tempo a pagar-lhes. Portanto, eu não vou ao supermercado no dia do trabalhador."
"Estás a tornar-te numa 'comuna'...", diz-me num insulto velado. Aprendeu a palavra 'comuna' com a sua avó, a minha mãe, filha do meu avô.
"Essa palavra não existe! Já nem os velhos a usam... Estou somente preocupada com o vosso futuro."
"Então vai às compras, para termos dinheiro para gastar noutras coisas!", responde.
"Não vamos retomar esta conversa!"
"Porque não tens argumentos válidos!"
"Porque precisas de ir estudar."
"Então, não é o dia do trabalhador? Os trabalhadores devem comemorar os seus direitors, etc, etc..."; desafia-me.
"Exactamente, não é o dia do estudante! Vai estudar!"
BW
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