segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cavaco e o ensino privado

Confesso que estive desatenta à actualidade de domingo. Era domingo, dia de descanso!
Por isso, esta manhã fui surpreendida com as declarações de Cavaco Silva, durante a inauguração de um colégio que começou a funcionar este ano lectivo, o Pedro Arrupe, no Parque das Nações, um projecto do grupo de construção civil Alves Ribeiro e dos jesuitas.
O Presidente da República diz: a missão de educar "deve contar com as instituições privadas".
"Não podemos prescindir, bem pelo contrário, da competição que estabelecem entre si e com o sector público. Deve haver multiplicação e diversificação na escolha e nas oportunidades, sem o que é a própria liberdade de ensinar e aprender que fica comprometida."
Cavaco Silva pede mais ensino privado: "Diversidade, competitividade e capacidade de livre escolha implicam que se alargue e multiplique a oferta e se deixe que cada um se afirme na sua capacidade de ter êxito".
O Presidente critica ainda a actuação do Ministério da Educação: "Espera[-se] e exige[-se] que a acção política, no seu relacionamento com a sociedade civil, assente na transparência e na abertura ao diálogo. Perante as dificuldades e incertezas que o País atravessa, essa actuação tem que pautar-se, mais do que nunca, por critérios de previsibilidade e estabilidade".
Cavaco Silva deixou o ensino particular e cooperativo satisfeito. Estará em pré-campanha?
BW

5 comentários:

  1. Curioso o mesmo presidente que não abre a boca quando se encerram/fundem escolas públicas e se constituem mega-agrupamentos, nestes casos a tal "liberdade de escolha" já não se aplica.

    ResponderEliminar
  2. Concordo com Cavaco.
    O ensino privado cria um padrão de competitividade que obriga (ou devia obrigar) as escolas oficiais a melhorarem os seus resultados. Mas não só os resultados, melhorar os alunos para que estes tenham melhores resultados (ou seja, melhorar os resultados melhorando os conhecimentos e não só a pauta).

    ResponderEliminar
  3. Estará concerteza.
    Mas não me parece que tenha manifestado uma opinião nova ou diferente por causa disso. Esta concepção de "Rede Pública de Educação", com estatal, privado e cooperativo, é uma visão que lhe conheço. Não te parece?

    ResponderEliminar
  4. Sem dúvida! E o PR não diz nada de novo, mas traz um novo alento ao privado que, nas últimas semanas, tem-se sentido tão atacado pelo Governo. As palavras de Cavaco servirão de alguma coisa? BW

    ResponderEliminar
  5. Dentro do Ensino chamado Privado, há muitas escolas, cerca de 90, que fazem serviço público de educação mediante Contrato de Associação com o Ministério da Educação. Algumas delas começaram a fazê-lo ainda no tempo de Veiga Simão. Os nossos governantes têm andado a investir onde não era necessário e, agora, a pretexto da crise, correm o risco de destruir milhares de postos de trabalho e de eliminar a pouca possibilidade que os mais pobres têm, neste país, de aceder a projectos educativos que respeitem os seus valores.
    Caminhamos, se esta decisão for concretizada, para a Escola Única típica dos governos de Ditadura, que não reconhecem aos cidadãos o direito de ter ideias e projectos diferentes dos oficialmente aceites. Não será isso, provavelmente, que queremos para o nosso país ...mas que se está a caminhar para o pensamento único, para o cidadão unidimensional reduzido a sujeito de consumo lá isso estamos.

    ResponderEliminar