Fomos à Casa das Histórias em Cascais. Um espaço magnífico! E foi uma bela experiência. Para além da exposição permanente, um clássico para os conhecedores da obra de Paula Rego, que nunca é de mais rever, está ainda patente no mesmo local uma exposição de Victor Willing, o marido, já falecido, da pintora. O meu filho preferiu o marido à Paula Rego. Os quadros, grandes e enigmáticos, são, como o próprio autor sugeria, um convite à criação de histórias. Talvez tenha sido isso que o fez ganhar a simpatia do meu filho. De caderno em punho, lá escolheu dois que resolveu desenhar. E aqui fica um - Callot: Fuzileiro, 1983.
A mãe, por seu lado, gostou de conhecer a obra desta autor que, juntamente com Paula Rego, trabalhou e pintou em Portugal, de 1957 a 1974, entre o Estoril e a Ericeira. Impressionou-me especialmente a última sala, cheia de retratos/cabeças e o texto sobre o último dos mesmos. Estas telas são francamente mais pequenas. Foram pintadas numa fase avançada da sua doença, esclerose múltipla. Não tendo perdido o desejo de trabalhar, adaptou-se. O último quadro/retrato que pintou é particularmente vivo e colorido. Consciente do seu fim, não quis terminar a sua obra com uma marca de amargura.
Ana Soares
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