domingo, 31 de outubro de 2010

a escrita e a vida

Um livro escreve-se de trás para a frente e da frente para trás, um passo adiante, dois passos à retaguarda. Ou ao contrário. Na escrita e na vida.



Manuel Alegre, O miúdo que pregava pregos numa tábua, p. 109

Troca de livros na escola

Na escola da minha filha, para além da biblioteca da sala, com livros da escola, criam-se novas formas de "gerar" livros. Desta vez, fizeram-nos o convite para alargar a biblioteca. Cada menino leva um livro, que depois será devolvido no final do ano, e, entretanto, os mesmos vão circular pelas famílias. Assim, ao fim de semana, cada criança pode levar um livro "emprestado" para casa.

Esta semana ela trouxe A Sara tem um grande coração, da Presença. Um livro muito doce e a pedir que se converse sobre os afectos. Uma história muito pequena e simples de uma menina com um coração pesado e um menino com um coração leve.

Que bom é partilhar livros!

Ana Soares

sábado, 30 de outubro de 2010

Sexo... E então?!



Olhem para a cara do rapaz, está verdadeiramente incomodado com a exposição "Sexo... E então?!", no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
Eu tive mais sorte do que a jornalista da SIC porque no dia em que fui ver a exposição (motivos profissionais), um sábado à tarde, havia famílias com bebés, a divertirem-se à grande com todos os materiais interactivos que a exposição oferece.
Também vi a exposição com um olhar mais abrangente do que a camara da SIC, ou seja, vi para além da máquina de insuflar preservativos! Há uma máquina para escrever cartas de amor, há outra que mede a nossa pulsação amorosa através da música, há um jogo de flippers que permite compreender que a concepção é um verdadeiro milagre e há um karaoke (com o objectivo de percebermos as mudanças na voz dos rapazes)em que temos de cantar I will survive, da Gloria Gaynor.
A família pode juntar-se toda, junto à banheira e exorcizar os seus medos: "I will survive!". Sim, eles - os adolescentes a quem se destina a exposição, dos nove aos 14 anos - hão-de sobreviver à puberdade e à adolescência. E nós, pais, também (assim esperamos)!
A ver, se não tiver preconceitos quanto à educação sexual. Se tiver, o melhor é não ir.
BW
PS: Se quiser ler mais sobre esta exposição, compre o PÚBLICO de hoje e leia na Fugas, a revista de viagens que sai com o jornal, ao sábado!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os medos do João

Levámos os miúdos ao Teatro da Trindade para vermos As Aventuras do João sem Medo , adaptação do texto de José Gomes Ferreira. Mas... ela teve algum medo. Bem sei que a peça não é para a idade dela (é para maiores de 6 anos e no site dizem mesmo "final do 1º ciclo, 2º e 3º"), mas achei que seria uma versão "infantilizada" da peça. Pois não é. Assim, passado o susto inicial e de se ter habituado às personagens, aos vários actores que foram representando o João no palco (que podem ver no desenho) e espaço sombrio, acabou por gostar e se divertir. E valeu a pena. Claro está que a mensagem da obra ficou resumida à frase: quando temos medo, devemos cantar e rir (para espantar o medo).
Quanto a ele, gostou. A necessidade de escolher entre dois caminhos, o do bem (o das flores) e o do mal (o das pedras), tendo o João escolhido o segundo - para não perder a sua cabeça, que foi o que a criatura sem cabeça que podem ver no desenho lhe disse que aconteceria se escolhesse o do bem - foi meio caminho andado para ele ficar siderado.
Além disso, a peça está muito bem construída. É o teatro a acontecer à frente dos nossos olhos, sem nada escondido. Vemos as personagens a trocar de papéis e adereços, vêmo-los a tocar os instrumentos, a mexer nos sacos de plástico para imitar o som da chuva.
Para ele, a peça teve outra frase-síntese: quando vemos uma pedra a andar não nos assustamos, ficamos curiosos.
Quanto à mãe e pai, gostámos. A mensagem da obra não se digere facilmente, apesar das aventuras mirabolantes e non sense do João. Ficamos a pensar que tipo de João nós somos .

Recomendo, mas para os miúdos mais crescidos.

Ana Soares

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Estudo Acompanhado e Área Projecto...

... Vão acabar. Foram avaliadas? Não, mas o país tem que cortar despesas e certamente que se poupa em recursos humanos se se cortar nestas duas áreas disciplinares não curriculares. Quem fica a perder? Além dos professores que vão perder horas lectivas, alguns poderão tornar-se redundantes nas escolas; perdem os alunos, sobretudo os mais pobres - atenção: isto se as horas foram bem aproveitadas para de facto trabalhar.
Lembro-me quando foram discutidas com as escolas, quando entraram em funcionamento. A luta que foi, o encolher de ombros dos professores para essas áreas (e para Educação Cívica) que não faziam sentido nenhum. Uma perda de tempo.
Mas depois, porque há sempre excelentes profissionais, as horas foram aproveitadas para trabalhar com os alunos, para ensinar a estudar, a organizar um dossier, a fazer horários de estudo, a esclarecer dúvidas que ficaram das aulas. Porque nem todos t~em dinheiro para explicações. Quem é que mais beneficiou com isto? Os alunos que em casa não têm sequer um espaço onde estudar, os que os pais não sabem como ajudar, os que precisavam de facto, os mais pobres e os mais fracos.
BW

terça-feira, 26 de outubro de 2010

MEC e o segredo para um casamento feliz

Miguel Esteves Cardoso (MEC) enchia-nos as medidas quando éramos jovens estudantes de jornalismo e, quando crescessemos, queriamos ser como ele (excepto aquela parte da gaguez e dos tiques com a boca).
MEC escreve como ninguém. Diariamente, no PÚBLICO tem uma crónica de dois parágrafos, às vezes menos, pequenas e right to the point. Umas vezes lindíssimas de irmos às lágrimas, outras divertidas de chorarmos a rir. É esse o efeito que a escrita de MEC tem sobre mim!
Gosto das crónicas em que fala da sua vidinha, da saúde da sua mulher, Maria João Pinheiro, do que comeu ontem, coisas simples, de todos os dias, do esforço e da alegria que imprime no fazer Maria João feliz, como quando andou feito louco à procura de umas botas para ela, enviava-lhe fotos das botas enquanto a mulher estava internada. Este texto é um hino ao amor e aos casamentos felizes e lembra-nos algo que tendemos a esquecer: que o casamento é o primeiro filho do casal.
BW

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A menina bonita do boxe português

Para ler, porque estes miúdos são verdadeiros exemplos. Por vezes, a escola tende a desvalorizar os alunos que praticam desporto. Há aquele preconceito que quem faz desporto não é tão inteligente como o que toca um instrumento ou participa nas Olimpíadas da Matemática. São tipos de inteligência diferentes.
Há quem se insurja contra os estudantes que são atletas de alta competição e que entram no ensino superior com notas abaixo dos últimos classificados, esquecendo que esses rapazes e raparigas representam o país, ao longo de anos e anos, trazem medalhas e orgulham-se de ser portugueses. Esquecendo que estes cresceram com o sentido da responsabilidade, da ordem, do sacrifício, do esforço, da disciplina; que são miúdos saudáveis (a maioria) e ocupados (veja-se a Juliana que faz boxe, teatro e é uma católica activa e comprometida). Esquecem que o país não apoia estes jovens, à excepção se fizerem futebol ou outra modalidade que dê mais dinheiro em termos publicitários. Parabéns à Juliana e que dê o seu melhor no campeonato europeu de júniores!
BW

Bibliotecas 24h

Gosto de ir a bibliotecas municipais. Ver os espaços, olhar para o livros, sentir as pessoas. Gosto especialmente, defeito de quem é mãe, de ir espreitar a zona dos mais pequenos. Mas nem sempre isto é possível. No nosso último passeio ao Oeste, "encontrei" a Biblioteca Municipal da Batalha quando ia na rua: uma espécie de caixa multibanco original. Não tinha dinheiro, mas sim livros. Confesso que, apesar de preferir a biblioteca física, achei a ideia curiosa. Trata-se de uma espécie de quiosque automático que permite a devolução e requisição de livros fora da hora de expediente de uma biblioteca dita normal. Vale a ideia. E para pôr todos a ler, todas as ideias são boas. Esta até foi premiada pela Fundação Gulbenkian.

A foto que aqui coloquei é do site oficial da Biblioteca da Batalha . Espreitem aqui.
Ana Soares

domingo, 24 de outubro de 2010

O Elemento, de Ken Robinson




É de 2006 e já conhecia... Na verdade, andei à procura no blogue e não encontrei mas provavelmente já o partilhei aqui... Se sim, peço desculpa e... Revejam!
Lembrei-me deste video porque vi Ken Robinson em Portugal há uns anos e gostei. Voltei a encontrá-lo nas livrarias, desta vez em forma de livro. Foi lançado, pela Porto Editora, O Elemento que fala de educação, das escolas matarem a criatividade dos mais novos, dos diferentes tipos de inteligência, do futuro da educação e da necessidade de cada um de nós (sobretudo os filhos), descobrirmos "o elemento", o que adoramos fazer e a possibilidade de conseguirmos conciliar o que gostamos com o que fazemos!
Este video é um bom resumo dos primeiros capítulos do livro (que ainda estou a ler) e conta a história de Gillian Lynn, a menina que na década de 1930 não parava quieta na sala de aula, que a escola queria por numa turma para crianças com necessidades educativas especiais (o rótulo ainda não era conhecido) e cuja mãe a levou a um psiquiatra. O médico não diagnosticou hiperactividade, nem lhe deu ritalina (também ainda não tinham sido inventadas) mas aconselhou-a a pôr a menina numa escola de dança.
Gillian foi bailarina e criadora das coreografias de Cats ou do Fantasma da Ópera. Mas há outros exemplos como Mick Fleetwood, baterista e fundador da banda Fleetwood Mac, o prémio Nobel da Economia Paul Samuelson (quem não tem a sua bíblia em casa?) e muitos outros.
Não sei se fala de Michael Phelps, o nadador norte-americano mais medalhado em Pequim, mas ainda não me esqueci de uma das primeiras declarações que fez, pós-ganhar tantas medalhas, foi para lembrar a professora que lhe disse que ele nunca ia fazer nada na vida. De uma forma ou de outra, os professores marcam-nos para sempre!
Às vezes, os pais e a escola têm dificuldade em descobrir o que é que os filhos e alunos têm de melhor e potenciá-lo.
É preciso estarmos atentos. Até porque, aparentemente, a sociedade está a deixar de formar para o emprego seguro e duradouro, mas para o emprego criativo, para o próprio emprego!
BW

sábado, 23 de outubro de 2010

Os professores: ontem e hoje


Terá alguns aninhos este filme!

BW

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A crise e a ditadura

Encontrei um amigo, médico de profissão, que se queixa da crise e, no meio da conversa diz: "A culpa é do povo que gosta da democracia. Acham que é melhor viver em democracia!". Fui incapaz de reagir, tão confusa que fiquei, o que é que uma coisa tinha a ver com a outra? No tempo do Salazar é que era bom, mas meu amigo, nem eras nascido...
"Da democracia ou do mau uso da democracia?", ía perguntar quando finalmente começava a reagir, mas a confusão de um encontro no meio de uma rua movimentada acabou por nos fazer despedir num rápido adeus.
A culpa é da democracia e dos meios de comunicação social, só faltou acrescentar. Ontem, segundo o ranking dos Reporteres sem Fronteiras Portugal desceu mais uns lugares, encontra-se em 40.ª posição, atrás de Cabo Verde, Gana, Mali, Eslovénia...
BW

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eles, o facebook e a leitura

Diz um estudo promovido pelo projecto EU Kids Online que quase 60 por cento das crianças e jovens portugueses têm um perfil numa rede social e destes 25 por cento têm-no sem restrições de acesso.
Os meus filhos fazem parte dos 40 por cento... Já estão habituados! No outro dia comentava que a maior parte dos meninos da turma do primo, de sete anos, estava no facebook e eles não ficaram surpreendidos. A surpresa é eles (mais velhos) serem os únicos que não estão, diziam com aquele ar conformado de quem está sempre out. Eles entendem as nossas opções e sabem que não estão, de facto, a perder grande coisa.

As amizades devem ser trabalhadas ao vivo e a cores! Com gargalhadas de verdade, em vez de lols! Com partilhas segredadas ao ouvido, em vez de escrita de mensagens! Com toques, empurrões, abraços, beijos, em vez de palavras tecladas no computador ou no telemóvel.

E a leitura? Vem a própósito do recado de uma professora que me explicava por que razão os meninos lêem na sala de aula - para mim, uma perda de tempo, porque devem ler em casa e porque as aulas são para aprender coisas novas.
Lêem na escola, no tempo da aula de Português porque os pais "compraram-lhes consolas a mais" e eles não têm tempo para ler... E não estamos a falar dos pais dos tais 43 por cento dos meninos que recebem apoio social escolar, estamos a falar das elites lisboetas que nas reuniões com os professores pedem que os filhos leiam obras obrigatórias, de preferência na escola, onde não é preciso mandá-los para o quarto ler, porque no quarto está a televisão, a consola e o computador onde estão em contacto com o mundo, onde publicam fotos das férias, com os trajes próprios da praia, sem qualquer supervisão, em perfis que no caso de um quarto dos jovens portugueses são públicos, logo, visíveis pelos amigos, pelos amigos dos amigos e outros...
BW

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

É oficial: Não há concurso de professores

A ministra da Educação já o tinha dado a entender na entrevista que deu ao PÚBLICO no início do ano lectivo e veio hoje confirmá-lo, na Assembleia da República: não há concurso de professores extraordinário no próximo ano (como aliás já fazia antever o Orçamento de Estado). A boa notícia é que o Ministério das Finanças já deu luz verde para a contratação de 200 psicólogos para as escolas, mês e meio depois das aulas terem começado...
BW

Educação sexual na escola

Com voz pausada declara que é contra a lei da educação sexual e que por isso a associação que representa procurou um projecto de resposta à mesma. Descobriram-no na Colômbia, chama-se Protege o Teu Coração e vai ser adoptado por várias escolas do país. O lema do programa é "carácter forte, sexualidade inteligente". Portanto, o que se pretende é moldar o carácter dos adolescentes, propor-lhes o "auto-controle das emoções sexuais por anos, como a melhor escolha e como meio de desenvolvimento pessoal", diz a técnica - tradução: não começarem a sua vida sexual aos 12 mas mais tarde.
Óptimo.
"Que eles entendam o valor de esperar até encontrar um grande amor, para viver um amor verdadeiro e genuíno", continua. Os adolescentes vão aprender que "homens e mulheres são diferentes e complementares", que a educação sexual não é só informação mas também formação.
Certo.
Só começo a remexer-me na cadeira quando associado à homossexualidade, a senhora fala de "aberrações"; quando diz que "nós [os pais] não viviamos numa sociedade tão sexualizada" (já se sabe, antigamente é que era bom); quando diz que eles [os filhos] confundem amor com sexo (nem sempre, nem sempre...); quando diz [perante uma plateia com imensos divorciados] que os jovens não acreditam no amor e no casamento porque à sua volta só vêem "o divórcio" (do demo, acrescento eu); quando diz que "o "sexo seguro" não é tão seguro assim" (num dos panfletos que nos é dado fala em "regulação natural da fertilidade").
Quando me levanto, espreito: Por detrás da cadeira onde a técnica está sentada, no chão, encontra-se a sua mala, a pasta com o feitio do portátil e um saco de papel com as palavras La Perla gravadas a prateado.
Fico na dúvida, não sei se me hei-de preocupar com os filmes, as canções e as audições que os alunos farão nas sessões sobre educação sexual promovidas pela Associação Família e Sociedade, que não serão sobre educação sexual mas sobre educação do carácter... Confusa e na dúvida, concluo: "Tem bom gosto".
BW
PS: O folheto Boas Práticas é um bom folheto. Não é sobre educação sexual, mas sobre educação.

Novo look

Foi fruto de um acaso o novo aspecto do Educar em Português.

Foi um azar, que me fez acreditar por umas horas que tinhamos perdido todas as configurações do blogue e os nossos queridos seguidores, que esteve na génese do seu aspecto renovado e mais modernaço.
Com os nossos técnicos-maridos conseguimos resolver a questão e o grande susto: o eng. informático recuperou a maior parte das configurações; o marketeer convenceu-nos de que a mudança era oportuna, agora que já caminhamos para os dois anos de existência.

Espero que gostem!

Ana Soares

ps - esta semana editámos o milésimo post!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Assustador
Tradução: uma turma de PCA é de currículos alternativos, portanto, não estão no ensino geral como todos os outros mas numa turma especial. Neste caso de 5.º ano, quando saiu no 4.º, a antiga primária, deveria saber ler, escrever e contar.
BW

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

a morte e o casamento

O tema da morte vai andando nas cabeças dos meus filhos, a par do tema do casamento.

Ele resolveu dizer que gostava  era de viver e que não queria ir para o céu. Acrescentou ainda: "deve ser uma seca estar morto no céu de olhos fechados e não me poder mexer".

Lá lhe disse que, se calhar, podia mexer-se  e estar de olhos abertos... Que talvez encontrasse por lá alguns amigos. Enfim, a resposta possível a esta pergunta no meio do trânsito.

Noutro dia e já em casa, foi a vez dela voltar a falar do seu noivo. Agora já não era o pai, mas o primo mais crescido, que ela adora, e que é, para os dois, um herói real, pois, além de crescido e valente, brinca com eles! (Que responsabilidade!) O irmão lá tentou tirar-lhe a ideia da cabeça, apelando a números e contas que ela não percebeu. Eu, nem me meti na confusão.
Ana Soares

domingo, 17 de outubro de 2010

Portugal - dez séculos, dez histórias

Mais uma excelente colecção do Expresso feita a pensar nos mais jovens.
O Jorge faz dez anos e recebe do tio Zé uma colecção de livros que contam os dez séculos da história de Portugal. O primeiro volume é, naturalmente, sobre a fundação da nacionalidade. O último conta a história recente - chegou o euro. 
Num registo que agrada aos mais pequenos, com um CD com a história narrada pela Bárbara Guimarães e com uma música inédita de Inês Pupo e Gonçalo Prata, estes livros são uma boa forma de perceber os dez séculos da nossa história.


•16 de outubro - Séc. XII - 1º livro: nasce uma nação
•23 de outubro - Séc. XIII  -  2º livro: portugal total
•30 de outubro - Séc. XIV -  3º livro: em aljubarrota não há derrota!
•06 de novembro - Séc. XV  - 4º livro: não dêem cabo da esperança!
•13 de novembro - Séc. XVI  - 5º livro: que grande epopeia!
•20 de novembro - Séc. XVII  -  6º livro: restauração, enfim!
•27 de novembro - Séc. XVIII  - 7º livro: lisboa em ruínas
•04 de dezembro - Séc. XIX  - 8º livro: um rei, dois reinos
•11 de dezembro - Séc. XX  - 9º livro: viva a república!
•18 de dezembro - Séc. XXI  -  10º livro: chegou o euro
Ana Soares

sábado, 16 de outubro de 2010

A lembrar o dia mundial da alimentação

"cozinhar com os filhos não é fazer carinhas felizes na pizza ou fazer bolachas em forma de ouriço ou disfarçar a comida. Tem a ver com o cheirar, o tocar, o criar, o provar e o comer. (...). "

Dias Felizes com Jamie Oliver, Civilização


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os rankings, o IVA e o IRS

Os rankings: as desigualdades entre notas nos exames feitos pelas escolas públicas e pelas privadas aumentam, para mal de um país que se quer educado, culto e evoluído. As escolas públicas estão a fazer algo de errado? Aparentemente não, a culpa é da instabilidade constante, das regras que estão sempre a mudar, das burocracias, da falta de autonomia, dos alunos que chegam à escola sem comer, sem tomar banho, sem regras básicas e a escola tem que fazer tudo. Tudo. Sobrando pouco tempo para trabalhar para os exames.
O IRS: a previsão da sua subida e a desigualdade que se prevê e, desculpem a banalidade da reflexão, mas apetece-me usar esta frase - os ricos cada vez mais ricos - e lembrei-me mesmo agora de outra, pintada em murais (havia um lindíssimo nos muros do Técnico, quando eu era pequena, mas não me lembro se dizia esta frase, acho que não, parece-me que apelava à revolução) - os ricos que paguem a crise -.
O IVA: a ideia de se taxar a 23 por cento bens que para muitas famílias são essenciais (não na minha, mas eu sou solidária) como os leites achocolatados, aromatizados, vitaminados e enriquecidos, as bebidas e sobremesas lácteas, os sumos e néctares de frutos; para não falar das latas de grão, ervilhas, pêssego, ananás e salsichas, etc... (essas já entram em minha casa). E o vinho mantém-se nos 13 por cento. Sim, leite com chocolate e sumos naturais a 23, mas vinho a 13 porque, mais uma frase estafada, - dá de comer a muitos portugueses...
Hoje estou cansada (por culpa dos rankings) e irritada (por culpa da crise)!
BW

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Os rankings estão de volta.

Já foram anunciados. Amanhã temos os rankings 2010. Diz o DN: "Saiba ainda num especial quais são as 10 melhores e piores escolas, entre outras coisas.". Não são as melhores e as piores escolas que vão ser ordenadas nestes rankings; são, antes, as que conseguiram este ano melhores ou piores resultados. E isto é muito diferente... Repito o que já defendi em outras ocasiões: é interessante olhar para os números e, naturalmente, que eles dizem alguma coisa. Mas muito fica por dizer do esforço que foi feito nas escolas ditas "piores", dos recursos humanos e físicos que não são iguais entre regiões do país, dos contextos socio-económicos que distinguem escolas. Olhemos para os números, mas não nos esqueçamos disto.

Ana Soares

Visitar a Batalha de Aljubarrota

Foi num sábado que fomos visitar a zona oeste: Alcobaça, Batalha e Aljubarrota. Há muito tempo que não visitava alguns destes locais e, como sempre, foi óptimo reviver visitas de outros tempos. Desta vez a novidade e descoberta do passeio foi o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota - da Fundação Aljubarrota - que, ao contrário do que o nome indica, não fica em Aljubarrota, mas em São Jorge, ali perto. O centro vale a deslocação das famílias e/ou das escolas. Combina um espectáculo multimedia com imagens, uma exposição da época (que inclui ossos de vítimas da batalha analisados como na série Ossos ou CSI), um parque de engenhos medieval e um espaço exterior com imagens / textos que permitem aos visitantes reconstituir a cena da batalha. Sem dúvida, um sítio a visitar com os miúdos!

No site, cuja visita também recomendamos, a par com informação histórica, temos também actividades para os mais jovens, fotografias do espaço e até um jogo de xadrez em linha. 

Se não puder ir a São Jorge, visite o sítio.

Ana Soares

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tipologias de exercícios - novas designações

No site do GAVE é possível conhecer uma nova nomenclatura, agora quanto à tipologia dos exercícios dos testes intermédios e exames. Deste modo, os antigos itens de resposta aberta e fechada são substituídos pelas designações de itens de selecção ou construção. Na prática, nada muda. Só os nomes. Pode ler o esclarecimento aqui.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paula Rego e marido

Fomos à Casa das Histórias em Cascais. Um espaço magnífico! E foi uma bela experiência. Para além da exposição permanente, um clássico para os conhecedores da obra de Paula Rego, que nunca é de mais rever, está ainda patente no mesmo local uma exposição de Victor Willing, o marido, já falecido, da pintora. O meu filho preferiu o marido à Paula Rego. Os quadros, grandes e enigmáticos, são, como o próprio autor sugeria, um convite à criação de histórias. Talvez tenha sido isso que o fez ganhar a simpatia do meu filho. De caderno em punho, lá escolheu dois que resolveu desenhar. E aqui fica um - Callot: Fuzileiro, 1983.

A mãe, por seu lado, gostou de conhecer a obra desta autor que, juntamente com Paula Rego, trabalhou e pintou em Portugal, de 1957 a 1974, entre o Estoril e a Ericeira. Impressionou-me especialmente a última sala, cheia de retratos/cabeças e o texto sobre o último dos mesmos. Estas telas são francamente mais pequenas. Foram pintadas numa fase avançada da sua doença, esclerose múltipla. Não tendo perdido o desejo de trabalhar, adaptou-se. O último quadro/retrato que pintou é particularmente vivo e colorido. Consciente do seu fim, não quis terminar a sua obra com uma marca de amargura.
Ana Soares


sábado, 9 de outubro de 2010

Ciberescola da Língua Portuguesa

A Ciberescola da Língua Portuguesa, plataforma de recursos interactivos e cursos a distância de apoio ao ensino do português, já está em linha. O lançamento decorreu no passado dia 22 de Setembro, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa, no âmbito do certame Portugal Tecnológico 2010, a maior mostra nacional de tecnologia e inovação em Portugal.


O sítio, de iniciativa de Ciberdúvidas da Língua Portuguesa com o apoio da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (Portugal), disponibiliza o acesso gratuito a um conjunto estruturado de exercícios interactivos que regista o percurso/progresso de cada aprendente-utilizador. Para Português Língua Materna (PLM), os níveis contemplados vão do 5.º ao 12.º ano: oferece-se uma variedade alargada de actividades, da ordem da compreensão oral e escrita, gramática e produção escrita, em articulação com textos-suporte, dicas, explanações, ficheiros de imagem, som e vídeo.

Mas a Ciberescola tem também uma forte componente de Português Língua Não Materna (PLNM) para os níveis A2 e B1 (ver Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas), estando prevista a cobertura dos restantes níveis durante o corrente ano lectivo.

O seu público-alvo são alunos dos diferentes sistemas de ensino ou simplesmente pessoas que querem aprender português (não têm de estar inscritas em nenhum estabelecimento de ensino); mas também, obviamente, os professores, para quem se disponibilizam guiões de utilização dos exercícios nas aulas.
A Ciberescola da Língua Portuguesa, a par do Plano Tecnológico da Educação nas escolas portuguesas, é justamente o tema em foco nas emissões dos programas Língua de Todos (sexta-feira, 24 de Setembro, às 13h15*, na RDP África; com repetição no dia seguinte às 9h10*) e Páginas de Português (Antena 2, dia 26, 17h00*). Estes programas estão também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa


E o Nobel da Literatura foi para um sul americano... O peruano Mario Vargas Llosa foi o vencedor! Depois de já ter recebido o prémio Cervantes e o Principe das Astúrias, foi a vez do Nobel para o autor de ficção, teatro e ensaio. Parabéns.

Hora do conto - coisas de mãe professora

Fui ler uma história à sala da minha filha. Ela estava excitadíssima. Eu, que ontem à noite escolhi o livro que queria levar e o reli para me preparar, fiquei nervosa. A história era fantástica (já falei dela aqui), as imagens eram bonitas e até tinha feito com a minha filha dois fantoches com as personagens principais. Estava tudo preparado para um começo de manhã feliz. Chegámos à escola e olhei para aquelas 21 criaturinhas de 4 anos e pensei que queria contar-lhes a história, que se divertissem, mas dali tirassem também algum proveito. Sim, é verdade, nem sempre é preciso tirar proveito das histórias. No entanto, achei que os "convidados" especiais, como as mães, devem impressionar os amigos dos filhos com histórias e aprendizagens. Enfim. Não sei se isto faz muito sentido. Mas assim foi o meu raciocínio.
Naqueles minutos em que esperei que marcassem as presenças e se sentassem, pensei ainda como cada vez que tenho um grupo novo à frente, que não conheço, sejam eles do 12º ano, adultos ou crianças de 4 anos, sinto um certo nervosismo. Sem sentido, pensava eu, pois acabava por correr sempre tudo bem, é verdade. Bom. Lá fui ler a história. Parafraseei as palavras mais difíceis. Mostrei os desenhos. Fiz perguntas para criar expectativas. Rimo-nos e foi divertido. Correu lindamente. Quando me vim embora, e perdoem-me a imodéstia, pensei que é isto (também) que faz um bom professor: quando começa a falar com o seu "público", esquece-se dos ditos nervos e consegue, ao ritmo e em função da adesão do grupo, levar a actividade a bom porto. Pensei ainda: que sorte que eu tenho em ser professora.

Ana Soares

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Carros e educação

Não tenho um Jaguar, nem um Bentley, nem um Ferrari, nem um... sei lá! Eu não tenho nenhum dos carros que o meu filho reconhece à distância. Por mais bonito que seja o seu design, não me imagino a conduzi-lo. Também não tenho dinheiro para o ter e se tivesse, porque haveria de gastá-lo numa máquina?
E enquanto procuro acompanhar a sua excitação também lhe revelo a minha: "Olha aquele! Aquele!". "É um Volskwagen...", diz-me desinteressado. "Não estava a falar do carro mas do condutor, é um dos pais da constituição portuguesa.", revelo. Olha com mais atenção para o dono do automóvel e pergunta: "E não tem dinheiro para ter um carro melhor?". "E aquele, aquele?", interrompo, "é o director de uma grande estação de rádio". "E conduz um carro velho?".
O garoto está confuso mas a mensagem começa a entrar: "Sim à compra de uma máquina funcional, confortável e segura, que nos faça deslocar do ponto A para o ponto B sem acidentes! Não ao desperdício, ao novo riquismo, à ostentação! Sim ao consumo inteligente. Se tens dinheiro para comprar um carro com aquela potência porque não o investes em algo consistente, porque não compras uma casa, não abres um negócio, em vez de passeares num bólide? A aparência interessa, mas não é tudo."
E a mensagem fica e o ensinamento consegue ser aplicado noutras situações.
Ontem, na rua, recebeu um panfleto de publicidade da autarquia de Lisboa, impresso a cores, em papel de boa qualidade, com uma produção fotográfica por detrás. O tema do panfleto é: "Boa educação: Lisboa aposta no futuro" e o conteúdo, segundo o meu filho é mínimo: "Só 27 escolas? Só nove refeitórios renovados? Só seis recreios novos? Quanto custa fazer este papel? Não era melhor investir esse dinheiro em mais um recreio?". Ou em funcionários, com um salário justo, acrescento eu.
Há panfletos no chão, nos caixotes do lixo e espalhados nas carruagens do metropolitano. "Que desperdício", diz o miúdo.
À noite, nova lição. São distribuídas bandeiras comemorativas do centenário da República. "Para que é que isto serve? Alguém acha que vamos pendurar isto? Aonde? Nós não estamos em crise?", pergunta. Sim, mas esta é uma data importante, que devemos assinalar, começo, para ser interrompida: "Ainda se fossem canecas, sempre tinham alguma utilidade."

BW

PS: O panfleto é uma parceria câmara e Parque Escolar. Ficam os dois bem na fotografia, nós é que não, que vamos pagar mais impostos para publicidade e deslocações de ministros e secretários de Estado para inaugurarem uma centena de escolas, hoje, em todo o país. Tudo em nome dessa grande aposta que é a educação e da República!
Aqui está uma boa entrevista/análise para ler.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A educação na 1.ª República

O sonho dos republicanos era a instrução. "O homem vale sobretudo pela educação que possui", diziam.
Por isso, a 1.ª República apostou nas reformas no ensino criando a génese do pré-escolar, o ensino infantil dos quatro aos sete anos; e tornando o ensino primário obrigatório e gratuito, dos sete aos dez anos. Foram construídas novas escolas (liceus e escolas técnicas) e as universidades de Lisboa e do Porto.
Apesar de todo este esforço, em 1930 quase 70 por cento da população continuava mergulhada no analfabetismo. E continuamos a pagar a factura da falta de investimento, anterior e posterior, na educação e se a história tivesse sido escrita de maneira diferente, se durante a Monarquia a aposta na educação tivesse sido maior, hoje não haveria espaço para programas como o Novas Oportunidades, nem RVCC.
BW

A República na Web

"O sítio Web Roteiros Republicanos, integrado no programa de comemorações do Centenário da República, tem em vista a identificação e divulgação do património histórico e material da história da I República e do Republicanismo, nomeadamente à escala da história regional, sobretudo na sua dimensão urbana.
Os pontos de interesse georeferenciados contemplam toponímia associada às principais figuras e acontecimentos, património artístico, cultural e arquitectónico da I República, cujo legado inclui ainda museus, cinemas, teatros, coretos, fontes e jardins, edifícios públicos, equipamentos sociais, escolas, associações, empresas, lojas, restaurantes e cafés, a par de todo o património imaterial associado a este período."

Para conhecer algumas das actividades que vão acontecer amanhã e nos próximos dias, passe por aqui.

sábado, 2 de outubro de 2010

Metas de Aprendizagem

Até que enfim! Depois de tantas vezes prometidas, depois de terem sido ultrapassadas pelas Metas para o Sucesso ou o Educação 2015, aqui estão as Metas de Aprendizagem ou tudo o que os nossos filhos precisam de saber em cada disciplina.
A ver como serão aplicadas, já que são de caracter voluntário...
BW

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O 5 de Outubro e a Primeira República

Em ano de comemoração do centenário da República, a Caminho editou o livro 5 de Outubro e a Primeira República de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Procurei-o na secção infantil. Não encontrei. Lá pedi à senhora que me indicasse onde estava. Estava na secção de História. De facto, esta situação deve-se, na verdade, às características da obra - está escrita num registo que agrada a gregos e troianos, aos adultos e a jovens. Em pequenos capítulos, ilustrados com imagens, biografias, curiosidades e imagens, podemos com este livro viajar pela nossa história e (re)descobrir personagens.
Recomendado para pais e filhos!
Ana Soares