sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Cortes na educação

O objectivo, ouço dizer por aí, é não chegar aos salários dos professores. Por isso, o Ministério da Educação parece estar a fazer como as famílias portuguesas. Primeiro deixam de viajar, depois de sair à noite, de comer fora, de ir ao cinema, de comprar livros, de comprar roupa e sapatos, passam a economizar na farmácia, na mercearia, na padaria...
Para já, a tutela ainda está melhor do que muitas famílias portuguesas por isso ainda só começou a cortar nos luxos:
1. ensino especializado da música? quem disse que o país precisa de uma orquestra em cada esquina? músicos? precisamos é de engenheiros e médicos!
2. ensino à distância para os filhos dos profissionais itinerantes? mas esses não têm já as suas vidinhas asseguradas nos circos e nas feiras? quem disse que devem ter aspirações a ser diferentes dos seus pais? ou que possam, um dia melhorar os negócios dos seus pais, graças à escola?
3. formação para os professores do 1.º ciclo em ciências? mas eles não aprenderam tudo na escola superior de educação (ESE) quando eram ainda aspirantes a professores? (neste caso irrita-me saber que estes docentes não foram devidamente preparados nas ESE, de onde são originários os mesmos professores que depois são formadores dos planos de acção para a Matemática, o Português e as Ciências - andamos a pagar a dobrar, embora a formação contínua seja necessária)
4. professores bibliotecários? bibliotecas nas escolas? que extravagância! os meninos não têm tudo nos portáteis? bibliotecas, jogos...
O problema é que são os pequenos luxos que nos fazem pessoas melhores, mais abertas, mais cultas, mais generosas, mais inteligentes, mais críticas.
BW
PS: O Governo arranjou não uma mas duas equipas para decidir o que cortar na Educação. Só esta medida parece-me uma despesa.

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