domingo, 31 de janeiro de 2010

O Novo Acordo Ortográfico

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa afigura-se como uma inevitabilidade nas nossas vidas. Pois é bom que nos vamos habituando às novas regras. Para facilitar esta tarefa, produzi um powerpoint que pretende ser uma síntese das principais alterações que o mesmo introduz na nossa língua. Este, ao jeito de resumo feito a partir do texto do Acordo, pretende não apenas apoiar pais e filhos em casa ou professores e alunos nas escolas mas, na verdade, visa ajudar qualquer utilizador da língua portuguesa nesta fase de adaptação. Por isso, passem palavra!






Comecemos por conhecer as regras. Em breve teremos de passar da teoria à prática!
Ana Soares

A gripe A e vacina: algumas respostas e esclarecimentos

"Não é factualmente possível dizer que a vacina da gripe pandémica é perigosa"

Muitas das nossas dúvidas quanto ao vírus da gripe H1N1 e respectiva vacina respondidas por Keiji Fukuda, o responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela gestão da pandemia de gripe A. Entrevista conduzida por Catarina Gomes, Público. Leia-a na íntegra aqui.

"Quase nove meses após a declaração da primeira pandemia do século XXI, o médico Keiji Fukuda, que esteve ontem em Lisboa a dar uma conferência, diz que, quando se fala "de surtos", já não se trata apenas da propagação de doenças e vírus, mas também de informações. Neste contexto, a OMS precisa de aprender a comunicar de forma diferente.

Como responde às críticas recentes do ex-presidente da comissão parlamentar de saúde do Conselho da Europa, o médico Wolfgang Wodarg, que aconselha as pessoas a não se vacinarem contra a gripe A (H1N1) por causa de supostos riscos, incluindo cancro?

Até agora foram vacinadas mais de 200 milhões de pessoas, o que quer dizer que há já uma extensa experiência prática e não vimos, em termos de segurança, provas de efeitos secundários diferentes dos da vacina sazonal. Neste momento não é factualmente possível dizer que a vacina é perigosa.

(...)

Outra surpresa foi, até agora, a pouca gravidade desta gripe. Uma das questões que agora se coloca é uma eventual mudança dos requisitos da OMS para declarar uma pandemia de gripe, para passar a incluir critérios de gravidade da doença?

Essa questão está a ser avaliada e não é possível dizer que vai passar a ser um critério. Fazer com que seja um requisito encerra perigos. Coloca-se a questão de saber se esperamos que muitas, muitas pessoas morram para percebermos qual o grau de gravidade. Aconselhar os países a esperar e não tomarem acções preventivas até a situação estar má seria um conselho difícil de dar. Nesse caso, só nos podíamos penalizar por não termos feito nada. E depois de quem é a responsabilidade?"

sábado, 30 de janeiro de 2010

Espólio de Fernando Pessoa on-line

Vale a pena passar por pela Biblioteca Nacional Digital e ler Pessoa na sua própria letra. Do espólio do poeta, podemos já consultar poemas de Caeiro, a obra Mensagem e os seus cadernos.
Ana Soares

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui

Os problemas de desigualdade, fome, orfandade já existiam no Haiti. O terramoto de há 15 dias veio agravar ainda mais a situação daquele país construído por escravos traficados de África.
Não há país, associação, igreja (até a Cientologia de Tom Cruise e John Travolta!) que não queira ajudar o Haiti. Faz parte do sermos humanos: a caridade, a solidariedade para com o nosso próximo. Mas onde é que estavamos todos antes do terramoto?
Ainda bem que estamos lá agora.
Ainda bem que os nosso filhos aprendem a partilhar, a ser solidários porque os pais falam sobre o assunto ao jantar, porque a escola lhes pede uma ajuda e eles são generosos! Agarram no dinheiro que estão a poupar para comprar a consola ou a bicicleta e dão uma parte ou a totalidade.
Estão a crescer solidários, orgulhamo-nos; mas é bom que também cresçam conscientes que há muitos Haitis, e que não estão todos concentrados na América do Sul ou em África; que continua a haver grandes desigualdades e que eles poderão sempre fazer qualquer coisa e não agir apenas em época de catástrofes.
BW


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Solidariedade à distância de um clique

Haiti - intermediários para a nossa solidariedade e generosidade
Nem sempre sabemos como ajudar, nem sabemos se podemos confiar nas instituições a quem pensamos dar nossa ajuda.

Veja como a AMI já está a actuar no terreno, leia mais aqui.

Aqui ficam alguns outros "intermediários" de confiança.
Organizações portuguesas que estão a aceitar donativos:


- Cáritas
Ajuda Haiti - NIB 003506970063000753053.
- Igreja Solidária - NIB 0007 0000 0073 8184 5512 3.
- Fundação Ajuda à Igreja que Sofre - pode fazer o seu donativo para o NIB 0032 0109 0020 0029 16073 ou através do site.
- Fundação Gonçalo da Silveira - pode fazer o seu donativo para o NIB 0033 0000 4527 0952 7420.5 (indicando "Emergência Haiti")
- A «Rosto Solidário», organização não governamental para o desenvolvimento inspirada na espiritualidade e objectivos dos Missionários Passionistas, lançou uma campanha de recolha de fundos destinada à reconstrução do Hospital de São Damião, no Haiti. - Os donativos para o «Fundo de Socorro ao Hospital no Haiti» poderão ser dirigidos para a conta com o NIB 0036 0095 9910 0051 697 71.
- Missionários Claretianos - pode fazer o seu donativo para o NIB 0018 0003 147 855 05020 08 indicando que o mesmo se destina ao "Fundo de Apoio ao Haiti"
Como ajudar? A InterAction, coligação internacional de organizações de assistência humanitária, deixa no seu site algumas orientações:
- Quem quiser ser voluntário no terreno tem que ter experiência anterior em cenários de calamidade ou possuir capacidades técnicas em carência no momento. Deve inscrever-se através de uma organização reconhecida de assistência humanitária.
- Não recolha mantimentos ou outros produtos para o Haiti, pois o país não dispõe das infra-estruturas para os distribuir.
- Opte por doar dinheiro a organizações de ajuda humanitária reconhecidas, permitindo aos profissionais obterem exactamente aquilo que é preciso.
Ana Soares

Os sete pecados musicais na Gulbenkian




Laurinda e os professores

A crónica de hoje de Laurinda Alves no i chama-se Professores em burnout e fala do sofrimento dos docentes por causa do mau comportamento dos estudantes.
"Os maus alunos não são apenas os marginais e os delinquentes filhos de famílias pobres ou disfuncionais; muito pelo contrário. São filhos de gente normal e até das "melhores famílias". Ser professor hoje em dia pode ser um calvário sem fim e até motivo de colapso emocional e psicológico."
O drama! E ser aluno também, acrescentaria eu. Nunca se pode ver as coisas só de um lado. Os professores sentem-se de facto a viver um calvário? Ou alguns professores não sabem o que fazer? Será que os que sofrem não são os não sabem definir regras na sua sala de aula? Os que querem ser amigos, camaradas dos alunos?
E em casa? O que é que os pais fazem? Pois se eles "são filhos de gente normal e até das melhores famílias"?
Esta manhã, conversei com uma psicóloga que me dizia que as crianças têm cada vez mais conhecimento, sabem mais, a sua inteligência é superior à da geração dos pais. Contudo a inteligência emocional, a maturidade é quase inexistente, só muito mais tarde a atingem.
O segredo para criar meninos saudáveis está nos pais, os seus primeiros educadores, defende. Pais que estabeleçam regras claras.
BW

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Atenção pais dos rapazes!

"Vem aí uma geração de rapazes frustrados", alerta o PÚBLICO na edição de hoje. São eles os mais penalizados pelo actual modelo de avaliação que promove as raparigas, dizem as estatísticas por toda a Europa. Elas têm melhores resultados escolares.
Eles não são mais estúpidos, são mais irrequietos, precisam de mais acção e a avaliação contínua onde conta o comportamento e valores acaba por penalizá-los. Entre os rapazes, aqueles que têm características semelhantes às raparigas são os que têm mais sucesso escolar.
As consequências imediatas são as más notas, o desinteresse pela escola, o abandono no final da escolaridade obrigatória; a longo prazo eles poderão ser "uma nova classe baixa", alertam os especialistas, já que terão os piores trabalhos.
Serão precisas quotas para os rapazes? Penso que não, é só preciso que os professores tenham em consideração o género do aluno.
BW

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Outra vez a gripe

Muitos pais estarão, neste momento, a vacinar os seus filhos contra a gripe. Basta ligar para o centro de saúde e marcar. Muitas dúvidas têm surgido a este respeito.

Ontem vimos o Presidente da Comissão da Saúde do Conselho Europeu fazer algumas declarações, no mínimo, polémicas. Nesse mesmo noticiário, assistimos a uma reflexão por parte de António Vaz Carneiro, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, que me pareceu desconcertante quando os pediatras recomendam a vacinação das crianças.
Com muitas dúvidas, tenho no entanto a certeza que prefiro que se tenha pecado por excesso de zelo.
Fica o convite para verem a entrevista do Jornal 2 - seleccionar o programa correspondente à seguinte data: 2010.01.25 (aos 23 minutos do programa).
Ana Soares

Fernando Pessoa apresentado aos mais novos

O meu primeiro Pessoa: é este o título de uma obra de Manuela Júdice e publicada pela D. Quixote que faz uma apresentação da vida e obra do poeta aos mais novos.
Intercalando a biografia com os textos do poeta e ainda com as ilustrações de Pedro Proença, este é um livro essencial à biblioteca dos jovens aspirantes a poetas e jovens leitores. Muitos dos textos da peça de teatro "Havia um menino chamado Pessoa" estão aqui. O livro torna-se, assim, uma forma de reviver o espectáculo.
Do "Mostrengo" aos textos escritos para as crianças, este volume apresenta uma selecção simples mas de qualidade para os mais novos. Deixo-vos como exemplo este texto que o tio Fernando escreveu para os seus sobrinhos (no espectáculo eu fui o 3 e o meu filho foi o 6; eu dei um belo meio espirro e ele penteou-se com um mini bolo-rei!).
Ana Soares

Poema Pial

Toda a gente que tem as mãos frias
Deve metê-las dentro das pias.
Pia número UM
Para quem mexe as orelhas em jejum.
Pia número DOIS,
Para quem bebe bifes de bois.
Pia número TRÊS,
Para quem espirra só meia vez.
Pia número QUATRO,
Para quem manda as ventas ao teatro.
Pia número CINCO,
Para quem come a chave do trinco.
Pia número SEIS,
Para quem se penteia com bolos-reis
Pia número SETE,
Para quem canta até que o telhado se derrete.
Pia número OITO,
Para quem parte nozes quando é afoito.
Pia número NOVE,
Para quem se parece com uma couve.
Pia número DEZ,
Para quem cola selos nas unhas dos pés.
E, como as mãos já não estão frias,
Tampa nas pias!

Fernando Pessoa

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"Havia um menino chamado Fernando Pessoa"

Uma reunião de trabalho do pai no sábado obrigou a família a ficar em Lisboa, foi este o motivo para uma ida ao teatro da mãe e filho. "Havia um menino chamado Fernando Pessoa" é uma proposta do Teatro da Trindade e foi este o espectáculo a que fomos assistir.

Numa sala que leva no máximo 40 pessoas e que cria um espaço onde o espectador se sente parte da história que está a ser contada, um único actor - o Pessoa criança, jovem e adulto - conta a história do poeta, declama e encena alguns dos seus mais conhecidos poemas ("Mostrengo", "O poeta é um fingidor", etc) e brinca com as crianças.
Com a ajuda de um baú cheio de objectos, a passagem da biografia do poeta à encenação dos seus poemas afigura-se natural. Uma experiência teatral diferente, um espectáculo interactivo e multimedia, mas simples, onde os espectadores são convidados a participar no espectáculo. O meu filho fez de navegador com uma colher de pau e enfrentou o Mostrengo, e ambos recriámos números do poema Pial.
A partir dos 6 anos e sem limite de idade!
Até 27 de Março, aos sábados das 15 às 16h, por 5 euros. Bilhetes à venda na Fnac, Worten, TicketLine e no teatro (tel. 213 420 000 / 92 798 28 34).
Para espreitar e ver um excerto da peça, clique aqui.


Ana Soares

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os nomes dos filhos

Porque têm apelidos comuns, um casal amigo, talvez inspirado pela época natalícia, pensou em "Nicolau" como nome para dar ao filho que vai nascer. De repente, os amigos e sobretudo as avós, começaram a fazer campanha, cheios de medo que possam levar a brincadeira por diante.
"Vicente", sugiro no dia em que se celebra o santo. "Tiago", propõe alguém com o mesmo nome.
O ano passado, "Rodrigo", "João" e "Afonso", por esta ordem, foram os nomes que os pais portugueses mais puseram aos seus filhos, noticia o DN. Para as meninas "Maria" continua no top, seguida de "Beatriz" e "Ana".
Há muitas maneiras de escolher o nome: porque se gosta, para homenagear algum familiar ("José" como o trisavô, o bisavô, o avô, o pai e o futuro filho) ou alguém que se admira ("Catarina Eufémia", é do que me lembro, assim de imediato!), ou pelo seu significado. Também há quem escolha na ambição de ascender de classe social ou de adoptar os nomes com que os ricos baptizam os seus filhos. Eu gosto de ler os significados dos nomes, foi assim que aprendi a gostar do meu!
BW
PS: Aqui fica uma entrevista a João de Pina Cabral, investigador em Antropologia Social, da Universidade de Lisboa, feita pela jornalista Céu Neves do DN, publicada há quatro anos (actualissima!), mas que pode ajudar os pais!
"O nome pode definir um percurso de vida?
Nenhuma coisa única, jamais poderá definir o percurso de vida de uma pessoa. Mas, ao mesmo tempo, muitos eventos e circunstâncias afectam a vida de cada um. Um nome, em si mesmo, não define um percurso de vida mas contribui grandemente para a constituição social da pessoa, para quem ela se vai tornar. Nesse sentido, os pais preocupam-se correctamente em escolher o nome dos filhos. Cada um de nós recebe um nome quando se torna um actor social e cada um de nós interpreta o nome que recebeu, reagindo ao nome que tem através de toda a nossa vida. Não são só os outros que, na interpretação que fazem do nosso nome, nos afectam; somos nós também que "trabalhamos" com o nosso nome. Nós o reinterpretamos, alteramos, adaptamos, etc. - tanto no nosso nome próprio (na relação entre um diminutivo carinhoso e o nome formal, por exemplo) como nos nossos sobrenomes (em que podemos escolher usar uns em vez de outros), como ainda nas alcunhas (o que os brasileiros chamam apelidos), na medida em que podemos aceitá-las, rejeitá-las, encorajá-las ou proibi-las.
Podemos falar em tendências da moda?
Um dos fenómenos interessantes da tradição ibérica de dar nomes às pessoas é que estes estão sujeitos a modas, isto é, a fluxos de frequência. Em Portugal, como há uma força muito grande de conformismo na nossa sociedade, isso é muito visível na escolha de nomes para grupos de idade. As "modas" nos nomes são reflexo dos valores que as pessoas têm num certo momento e da forma como reagem à sociedade que os rodeia.
Escolhe-se o nome para um filho por gosto ou para se ter um sinal de distinção?
Não é só o nome em si que é escolhido mas também o tipo de nome - os nomes não são todos do mesmo tipo e há várias formas de formar nomes. Por exemplo, houve uma altura em Portugal em que muitas mulheres tinham nomes que reflectiam a importância do culto mariano; depois deixou de acontecer. Houve uma época em que surgiram nomes que tinham a ver com a cultura clássica (César, Aristides, etc). Houve uma altura em que as pessoas gostavam de dar o nome dos avós à criança; essa prática, quando as pessoas vieram para a cidade, deixou de estar em vigor. No Brasil, as pessoas dão muita importância a ter nomes que diferenciam as pessoas; em Portugal, pelo contrário, as pessoas preferem dar nomes que muitas pessoas têm. A moda funciona de uma maneira interessante: quando eu dou um nome X ao meu filho, eu não sei que as outras pessoas estão todas a fazer a mesma coisa. Não se trata, por isso, de seguidismo, mas sim de todos termos os mesmos sentimentos mais ou mesmo ao mesmo tempo.
E o que é o "gosto"?
O "gosto" é a forma como a sensibilidade das pessoas reage às referências implícitas que as coisas transportam. Nenhum de nós sabe bem porque é que gosta mais de uma camisa com este tipo de colarinho do que com um tipo diferente. Não é nada no colarinho em si que o faz mais desejável. É a maneira como a forma desse colarinho se relaciona com a de outros colarinhos anteriores que o torna mais desejável - os "ecos" que as coisas encontram. O "gosto" dos nomes tem também esse factor de moda e, por trás dele, estão implicações. Os nossos gostos veiculam mensagens. Mas não se trata de mensagens explícitas (ou, pelo menos, só muito raramente explícitas): trata-se de mensagens largamente inconscientes, que têm mais a ver com as relações entre as coisas do que com as coisas em si mesmo."

A escola tem futuro?

Este fim-de-semana, a Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã organizou uma conferência para pensar o futuro da escola. Termina hoje com uma intervenção do Cardeal Patriarca D. José Policarpo a que num discurso de 16 páginas, tenta responder à pergunta "A escola tem futuro?", aliás o título que deu mote ao encontro.
Eis o penúltimo parágrafo:
"Na sua origem, na cultura clássica e mesmo bíblica, a escola define-se como relações de um mestre com os seus discípulos. A educação é uma aventura de diálogo humano, feita em comunidade, à descoberta da vida. É preciso revalorizar na função docente, mais pensada para a capacidade de ensinar e instruir, a dimensão do mestre que inspira e conduz, com a dimensão nova de o fazer, não isoladamente, mas em equipa educativa, que procura consensos e comunhão. E a maior parte dos profissionais das nossas escolas têm ainda o carisma e a paixão de serem, não apenas docentes, mas mestres de vida."
Oxalá todos os professores se sentissem verdadeiramente "mestres de vida"!
BW

sábado, 23 de janeiro de 2010

Instituições de ensino superior a mais

Diz um estudo de Vítor Crespo, ex-ministro da Educação, que Portugal tem instituições de ensino superior a mais. Existem 1,7 por cada cem mil habitantes, revela o estudo citado pelo Expresso. A sorte (ou o azar) é que vem aí a avaliação dos cursos que poderá fechar alguns e, de alguma maneira, reorganizar a rede de ensino superior, conforme noticia o PÚBLICO aqui e aqui . Mas o melhor mesmo é comprar o jornal pois as infografias (que não estão online) permitem ter uma ideia muito clara do que se fala, nomeadamente as áreas de estudo que produzem mais desempregados, útil para qualquer pai que se preocupe com o futuro e escolhas profissionais dos seus filhos.
BW

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Erros ortográficos e acentos

No exame nacional de Português, 12º ano, cada erro ortográfico dá direito a um ponto de penalização. Neste grupo, o dos erros, entram ainda os erros de acentuação. Não vivemos para os exames, mas eles existem e são importantes. E, no caso da ortografia, os exames são muitas vezes o argumento que temos de utilizar para ajudar os alunos (e alguns adultos) a valorizar a importância dos acentos e da ortografia de uma maneira geral.

Ana Soares

PS - Há ainda outros erros no exame que conferem o direito a "penalizações": impropriedade lexical (ou seja, a utilização, de palavras em contextos desadequados), erros de sintaxe e uso indevido de maiúsculas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mais tempo

Digo muitas vezes que gostava que os dias tivessem mais quatro horas: uma para acabar trabalhos que deixo pendentes de um dia para o outro, mais duas para estar em família e mais uma para dormir.
Hoje, a senhora ministra da Educação reconheceu "que os professores precisam de tempo para corrigir o trabalho dos alunos, considerando tratar-se de uma tarefa fundamental para a qualidade da aprendizagem.", conforme noticia o PÚBLICO.
Por exemplo, uma turma de testes de Português - Secundário toma cerca de 7/8 horas de correcção. Eu fiz este cálculo somando todos os bocadinhos que uso para este efeito (pois não tenho um dia livre para corrigir os testes de cada uma das turmas que tenho!): uma hora de manhã, mais trinta minutos à hora do almoço, mais uma hora ao final da tarde, etc. Pedi a outra colega que fizesse a "estatística". Os cálculos dela corresponderam aos meus.
Pois é, parece evidente, mas nem sempre este tempo é valorizado. Boas aulas exigem tempo de preparação, notas justas nos testes exigem tempo e calma para a sua correcção, boas ideias e estratégias adaptadas exigem tempo de pesquisa, leitura e preparação de materiais.
Falta-nos tempo!
Ana Soares
PS - Mas, então, como é que eu mantenho um blogue e dois filhos? Muita ginástica, trabalho cooperativo cá em casa e muito sono quando o despertador toca!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Promover a auto-estima: sim ou não?

"Research at New York City state schools shows that telling kids they're "smart" all the time makes them anxious and causes them to underperform. You can see the kids thinking: "If I'm so smart, how come I can't figure out the answer to this question?" which leads to anxiety, which leads to not trying.", ler mais aqui .
Os paradigmas estão sempre a mudar, depois de termos sido "esmagados" por pais e professores que não queriam saber da nossa auto-estima para nada, decidimos promover a auto-estima dos nossos filhos até ao topo, para lá do topo! Agora, vêm-nos dizer que não. E mais: Se calhar, o melhor, em determinadas culturas, é dar-lhes mesmo um tabefe!
E agora? Continuo a achar que educar é navegar à vista! Por mim, vou continuar a elogiá-los quando merecem, a chamar a atenção quando é preciso, a castigar quando tem que ser. Entretanto, vou lendo o que sai de novo e adequar-me (ou não)!
BW

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Gramáticas: da Tlebs ao DT

O novo ano lectivo voltou a trazer novidades quanto a gramáticas de Português. Começo por destacar a nova edição da excelente Gramática da Língua Portuguesa da Areal Editores com a supervisão científica de Mário Vilela.

Na sua anterior versão, de acordo com a Tlebs, já era óptima. Nesta, de acordo com o DT (Dicionário Terminológico actualmente em vigor), continua muito rigorosa, clara e explícita. Embora recomendada para o 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário, creio que esta, pela sobriedade que também a caracteriza, será uma escolha mais interessante para o secundário.


Ana Soares

domingo, 17 de janeiro de 2010

As crianças e a cozinha

Recebi um livro que há muito tempo "namorava". Um livro de receitas do Oliver. Sempre me impressionou a forma rápida, feliz e fácil como ele prepara pratos maravilhosos. Gostava de ser assim. Mas não sou... por isso o livro é uma esperança!
Falo-vos hoje dele pois o mesmo apresenta algumas receitas especificamente para serem realizadas com crianças (embora elas possam participar na confecção de quase todos os pratos, assumindo as tarefas mais simples e menos perigosas, claro!), mas sobretudo para vos trazer uma pequena citação da reflexão que ele apresenta sobre as crianças:

"A sério, tente fazer com que as crianças se envolvam em algumas decisões nas compras, porque elas só querem ser tratadas como adultos. Em vez de as fazer segui-lo enquanto enche o carinho, peça-lhes que escolham um ananás, cheirando-o para ver se está maduro, por exemplo. As crianças são esponjas e lembram-se de tudo. Por isso fale com elas, pergunte-lhes que peixe tem bom aspecto ou que carne comprar" (p.68)
Dias Felizes com Jamie Oliver, Civilização
Diz-me a minha própria experiência que o peixe que foi escolhido pela criança se torna muito mais apetitoso para ela quando o mesmo lhe aparece no prato e ela o reconhece (ou não!) como sendo aquele que escolheu. Também aquelas maçãs - a verde que a criança escolheu para o pai e a vermelha que pôs no saco para a mãe - se vão tornar muito mais doces ao jantar pelo simples facto de terem sido "escolhidas" e a refeição pode, assim, ganhar outro sabor!
Experimente!
Ana Soares

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sou a pior mãe do mundo!

Li as histórias das mães do I e não pude deixar de pensar que elas são uns "anjinhos"! Ainda bem que são mulheres normais, que saem, que bebem um copo, que chegam a casa cansadas, que nem sempre têm paciência para os miúdos e que têm consciência que podiam ser melhores. Mas só o simples facto de um pensarem já as faz melhores!
Há dois tipos de mães que me angustiam e me fazem temer pelas suas crias:
1. as mães superhipermega-galinhas: as que vivem para os meninos, as que os tentam proteger de tudo, as que procuram estar presentes em todos os momentos, que não os deixam cair, nem caminhar sozinhos, nem tomar uma decisão e os sufocam no seu amor.
2. as mães ausentes que, mesmo que vivam na mesma casa, não sabem o que se passa com os filhos, não querem saber e acreditam que eles têm capacidade para decidirem sozinhos; que se demitem do seu papel, que querem ser amigas, companheiras, mas não querem ser mães, nem educadoras.
Estas duas espécies são as piores mães do mundo, ambas marcam os filhos da pior maneira possível. E no fundo, acredito, só querem o melhor para eles, como nós!
BW

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Ano da Morte de Ricardo Reis

«Educado num colégio de jesuítas, é médico; vive no Brasil desde 1919.»


"O Dr. Ricardo Reis nasceu dentro da minha alma no dia 29 de Janeiro de 1914, pelas 11 horas da noite. Eu estivera ouvindo no dia anterior uma discussão extensa sobre os excessos, especialmente de realização, da arte moderna. Segundo o meu processo de sentir as coisas sem as sentir, fui-me deixando ir na onda dessa reacção momentânea. Quando reparei em que estava pensando, vi que tinha erguido uma teoria neoclássica, e que a ia desenvolvendo. Achei-a bela e calculei interessante se a desenvolvesse segundo princípios que não adopto nem aceito. Ocorreu-me a ideia de a tornar um neoclassicismo «científico» [...] reagir contra duas correntes — tanto contra o romantismo moderno, como contra o neoclassicismo à Maurras. [...]"


Fernando Pessoa, 1914?

Fernando Pessoa. Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. (Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1996. - 385.


Consultar os dactiloscritos do prémio Nobel, passear pelas páginas anotadas, conhecer os materiais que apoiaram a reconstituição d'O Ano da Morte de Ricardo Reis e deram nova vida a este heterónimo pessoano é um convite tentador.
Deixem-se tentar e espreitem aqui as anotações de José Saramago.
Ana Soares

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Dragão

O conto "O Dragão" foi um feliz acaso. Depois de algum tempo pelas prateleiras da Fnac sem me conseguir apaixonar por nenhum livro para oferecer ao meu filho, encontrei um volume amarelado, fininho e perdido no meio de outros. O ar envelhecido, confesso, atraiu-me. Depois o facto de só ter o preço em escudos (sim, em escudos!) e do mesmo ser irrisório (cento e quinze escudos) fez-me sentar e começar a lê-lo. Poucas páginas lidas e estava decidido. Ía levá-lo comigo. Depois ainda foi preciso descobrir o código do livro e o novo preço (perto de três euros!).
Já em casa, a história fez um sucesso. Uma criança, um dragão e uma aventura. Tudo isto numa escrita FABULOSA que, na minha perspectiva e como leitora assídua dos textos de Luísa Ducla Soares, posso classificar como sendo mais uma das grandes propostas da autora (já aqui vos falei da Fada Palavrinha, lembram-se?). Um universo apelativo num texto belíssimo.







Dois meses depois verifiquei que o livro fora reeditado, agora pela Civilização. Com mais cor e uma ilustração do Melo António muito apelativa. O meu filho pediu que lhe comprasse esta versão também.




Aqui ficam as primeiras linhas desta história:


"Ching-Ling era uma menina que acreditava em dragões.
O pai fazia dragões de loiça.
A mãe bordava dragões de seda.
O irmão dormia num berço com um dragão pintado.
E ela desenhava dragões nas aulas, brincava aos dragões nos recreios, lia até adormecer as antigas histórias de dragões."


Ana Soares

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Poema à mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Eugénio de Andrade

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vozes sobre o acordo

Professores, escritores, ex-ministros deram ao Público a sua opinião sobre o recente ocordo. Aqui fica o registo das suas opiniões.
Quanto a mim, avizinha-se o primeiro dia do resto da vida das nossas escolas. Vamos ao que interessa! Trabalhar, todos - pais, professores, sindicatos, administração, ME -, para um melhor sistema educativo, mais justo, mais rico, mais exigente. Vamos dar um melhor futuro aos nossos jovens.
Ana Soares

domingo, 10 de janeiro de 2010

entre mim e o meu silêncio há gritos de cores estrondosas



entre mim e o meu silêncio há gritos de cores estrondosas
e magias recortadas dos sonhos que acontecem naturalmente.
eu sou a cama onde me deito, todas as noites diferente,
eu sou o sorriso estridente dos pássaros no céu todo,
eu sou o mar, o oceano velho a abrir a boca numa
gruta que assusta as crianças e os homens que conhecem
o mundo. eu sou o que não devia ser e rio, rio,
rio, porque sou puro, porque sou um pouco de alegria,
porque mil mãos e dez mil dedos me percorrem o corpo
e me beijam. entre mim e o meu silêncio há uma
confusão de equívocos que não entendo e não admito.
sou arrogante, porque sou do país em que inventaram
a arrogância. sou miserável. que sei eu? sou um viajante
com destino traçado, como o fumo deste cigarro que
desaparece indeciso e já esqueceu de onde veio. e rio,
rio, rio, perdido e desalmado, de dentes sujos e quase
doente, porque minha é esta esperança e esta vontade
de nascer em cada manhã, em cada rosto, em cada
fósforo acesso, em cada estrela. rio, rio, rio, porque meu
é o amor e o luto e a fome e todas as coisas
que fazem esta vida que não entendo e persigo.
eu sou um homem vivo a sentir cada pedra,
eu sou um homem vivo a sentir cada montanha,
eu sou um homem vivo a sentir cada grão de areia.
desordenadamente, eu sou alguém que é eu sem o saber,
entre mim e o meu silêncio há um desentendimento
esculpido nas flores e nas nuves, rio, rio, rio,
eu sou a vida e o sol a iluminar-me.

José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas

sábado, 9 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A avaliação dos professores

Então como será a avaliação?

A mesma processar-se-á a partir de três elementos:

- relatório de auto-avaliação;

- observação de aulas (pelo menos duas; sempre a pedido do docente, condição para a classificação de Muito Bom e Excelente e para a progressão ao 3º e 5º escalão);

- ficha de avaliação global.


O processo de avaliação ficará dependente de uma Comissão. A mesma será constituída pelo Presidente do Conselho Pedagógico e três docentes do mesmo orgão. A avaliação competirá ao Júri. Este será consituído pelos membros da comissão e por um elemento variável pertencente ao departamento curricular do avaliado.

Para ler o acordo de princípios ontem obtido, clique aqui.

Ana Soares

Ano Novo. Paz nas Escolas.

Depois de quatro anos e uma última etapa de negociações que durou 14 horas, temos acordo na educação!
A Ministra alegrou-se com o "feito":
“Como ministra da Educação estou muito satisfeita e quero assegurar a todos os portugueses que este acordo é um bom acordo. Bom para a Educação, bom para as nossas escolas, bom para os professores e bom para o país”. (in Público)
Caiu a prova de ingresso para os “candidatos” que já tenham leccionado e sido avaliados e todos os professores com Bom poderão ascender ao topo da carreira no final de 40 anos.
Além disso, os lugares ocupados pelos professores com “Muito Bom” e “Excelente” não serão contabilizados para efeito do preenchimento de vagas. Deste modo, a progressão destes professores, que está garantida independentemente da existência ou não de vagas, não retirará lugares aos docentes classificados apenas com “Bom”.
Estas foram as últimas arestas a serem limadas. Sabemos que o perfil da Ministra contribuiu para este facto: serenidade, diálogo, reconhecimento do valor dos docentes.
Ano Novo. Paz nas escolas.
Ana Soares

Finalmente um acordo

Agora vamos esperar que os docentes se voltem a concentrar no que é realmente importante e que tal como disse a ministra Isabel Alçada a tranquilidade regresse à escola. Habemus acordo , gritou-se ao fim de 14 horas de negociações.
BW

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Negociações perto do fim

Ministério da Educação deixa cair a prova de accesso à carreira e a exigência de vagas para o acesso ao terceiro escalão. Afinal, será esta uma medida tão inesperada? É que já tinhamos ouvido a anterior senhora ministra, ainda que "en passant" numa entrevista, afirmar que este constrangimento, chamemos-lhe assim, seria temporário. Ainda assim, não há confirmação da posição dos sindicatos, pois, para os professores classificados com Bom, a progressão na carreira para o quinto e sétimo escalão continuará a ficar dependente da abertura de vagas.
Ao final da tarde não havia ainda consenso com os sindicatos - mas admitamos que muito caminho foi já percorrido. Do fecho e conclusões da reunião que às 20h ainda continuava, não temos ainda notícias.

Ana Soares

Última ronda negocial. Hoje.

"Governo e sindicatos realizam quinta-feira aquela que deverá ser a última ronda negocial para a revisão do estatuto da carreira e da avaliação docente, depois de terem falhado um acordo na semana passada. No centro da discórdia está, sobretudo, a progressão dos professores classificados com Bom. Segundo a proposta do ministério, nem todos aqueles que conseguirem esta nota poderão aceder ao topo da carreira, ficando dependentes da existência de vagas. "
Isabel Alçada afirmou que “em relação ao sistema de avaliação, o modelo está praticamente aceite”, mas no que respeita ao estatuto da carreira há “ainda algumas propostas a apresentar”.
Lusa/Jornal PÚBLICO

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Emigrantes portugueses com maus resultados escolares

Portugal tem a segunda taxa de abandono escolar precoce mais alta da UE. A culpa é do eduquês clamam alguns; dos sucessivos ministros e suas reformas, acrescentam os mesmos; dos pais que são os que já sofreram as influências do eduquês, que querem uma educação facilitista e facilitadora para os seus filhos, dos pais que não respeitam os professores.
E o que é que se passa no resto da Europa para que os filhos dos emigrantes portugueses tenham tão maus resultados e batam todos os outros no que diz respeito ao abandono escolar?
Os problemas no Luxemburgo, na Suiça ou na Alemanha são iguais aos portugueses? Também andam a experimentar curriculos e a implementar reformas de quatro em quatro anos? Os pais, emigrantes de 1.ª ou de 2.ª geração estudaram em Portugal ou já estudaram nesses países?
De imediato, não sei responder a nenhuma destas questões, mas sei dizer que estes três países põem, muitas vezes, os filhos dos emigrantes nas classes especiais, nas turmas dos meninos com necessidades educativas quando, normalmente, o único problema que têm é com a língua estrangeira. Esse será um aspecto que certamente desmotivará os mais interessados em prosseguir os estudos.
E depois, claro, a culpa é dos pais que não valorizam a educação - eles tiveram a coragem de sair, de começar uma vida nova, num país diferente, sem saber a língua, foram empreendedores e não precisaram dos estudos para nada, acreditam. A culpa é dos próprios miúdos que não gostam de estudar, que consideram a escola uma perda de tempo, e para quem o importante é entrar no mercado de trabalho, quanto mais depressa melhor, tal como fizeram os seus pais.
BW

Boas notícias para mães que decidem ter filhos mais tarde

Mães que decidiram ter filhos mais tarde - são cada vez mais! - deixem de se angustiar! Afinal podem viver mais tempo e continuar saudáveis! A receita serve a qualquer mãe, nova ou velha e está aqui .
BW

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Um filho homossexual

A homossexualidade não é nova, sempre existiu, mas continua a ser desconfortável para os pais lidar com a questão. São as piadas, o preconceito, o desdém, muitas vezes revelado à frente dos filhos.
Volta e meia, por culpa da actualidade, o tema vem à baila. O que é a homossexualidade?, perguntam os mais novos. Se falarmos com naturalidade das relações entre pessoas do mesmo sexo, como falamos das relações entre pessoas de sexo diferente, estaremos a fazê-los crescer na tolerância e no respeito pelos outros. Estamos a dizer-lhes que lá fora, na escola, no grupo de amigos, etc, podem encontrar outras pessoas que são diferentes e devem respeitá-las por isso. Estamos também a abrir-lhes as portas para que confiem em nós caso descubram que a sua orientação sexual é diferente da nossa. Em suma, estamos a transmitir-lhes que podem contar connosco.
Este domingo, na Notícias Magazine, o pediatra Mário Cordeiro escrevia sobre o tema e lembrava que se a adolescência já é complicada para os miúdos que fazem parte da maioria heterossexual, muito mais difícil será para os que descobrem ser homossexuais. E alerta que, por vezes, estes jovens podem ser «"empurrados para a clandestinidade", o que pode trazer um menor acesso a serviços, um maior desconhecimento de informação credível, e um aumento de problemas psicológicos e sociais, numa adolescência pontuada por dúvidas, angústias e "duelos" entre modelos de vida, de comportamentos, de relações e de concepções de sociedade
A não aceitação da homossexualidade pode levar à exclusão, ao assédio e pode ter repercussões no desenvolvimento, no sucesso escolar e na futura integração no mercado de trabalho, acrescenta o pediatra.
Certamente que nenhum pai quer que o seu filho passe por tudo isto sozinho.
BW

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ano novo, novo acordo ortográfico?

O Novo Acordo Ortográfico está ou não está em vigor? E nas escolas? A Ministra da Educação pede mais tempo para as escolas se prepararem. A Ministra de Cultura, por outro lado, defende a sua rápida entrada em vigor. Os linguístas e intelectuais dividem-se. Leia aqui a notícia do desacordo.
Ana Soares

domingo, 3 de janeiro de 2010

Inéditos de Fernando Pessoa

Inéditos de Fernando Pessoa no i-online. Vale a pena passar por lá e ler os comentários a estes 11 textos.

Ana Soares

sábado, 2 de janeiro de 2010

"Querer é obrigar os desejos a fazer ginástica."

E. Roda e G. Luís, O quê, que, quem, ed. eterogémeas