Do primeiro balcão é possível ver os lugares da plateia ocupados e as luzes que emanam dos ecrãs dos telefones. Será que ouviram a explicação?

Vemos os meninos e os pais nos restaurantes. Será assim em casa? Penso que sim.
Vemos os meninos dentro dos carros, com os ecrãs cravados nos bancos dos pais, como se não pudessem fazer uma viagem e ver a paisagem que os rodeia; como se não bastasse ouvir rádio ou um CD e cantarem todos juntos.
Vemos os adolescentes no pátio da escola. Estão todos juntos, mas estão nos telefones.
Vemos as pessoas nos transportes públicos. Não lêem um jornal, um livro, estão no telefone e não estão a comunicar, mas a jogar.
Alheados da realidade. Estamos alheados da realidade e esse não é o nosso futuro, mas o nosso presente. Por isso, não é difícil imaginarmos um mundo onde todos temos umas palas e não vemos passar o dono do mundo, ufano, feliz, milionário, a rir-se de todos nós, convencidos que estamos a ser muito modernos.
BW
Sem comentários:
Enviar um comentário