segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Vai ser assim o nosso futuro?

Os alunos de escolas de vários pontos do país entram no teatro. Vão assistir a um bailado. Antes de a peça começar e porque não estão familiarizados com este tipo de espectáculo, é-lhes feita uma explicação. Os meninos permanecem calados. Estão a ouvir? Não, estão nos telemóveis.
Do primeiro balcão é possível ver os lugares da plateia ocupados e as luzes que emanam dos ecrãs dos telefones. Será que ouviram a explicação?

Lembrei-me desta história que se passou há uma semana, num teatro em Lisboa, quando vi esta imagem de Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, durante uma apresentação da Samsung, este fim-de-semana. Os tipos com os óculos de realidade virtual são jornalistas que estão a assistir à conferência de imprensa. E as perguntas correm a Internet: este vai ser o nosso futuro?
Vemos os meninos e os pais nos restaurantes. Será assim em casa? Penso que sim.
Vemos os meninos dentro dos carros, com os ecrãs cravados nos bancos dos pais, como se não pudessem fazer uma viagem e ver a paisagem que os rodeia; como se não bastasse ouvir rádio ou um CD e cantarem todos juntos.
Vemos os adolescentes no pátio da escola. Estão todos juntos, mas estão nos telefones.
Vemos as pessoas nos transportes públicos. Não lêem um jornal, um livro, estão no telefone e não estão a comunicar, mas a jogar.
Alheados da realidade. Estamos alheados da realidade e esse não é o nosso futuro, mas o nosso presente. Por isso, não é difícil imaginarmos um mundo onde todos temos umas palas e não vemos passar o dono do mundo, ufano, feliz, milionário, a rir-se de todos nós, convencidos que estamos a ser muito modernos.
BW

Sem comentários:

Enviar um comentário