Acho saudável conseguirmos rir de nós próprios e das nossas "happy busy lifes", como diz uma amiga minha.
No que diz respeito ao meu papel de mãe e à vida e rotinas familiares, encontrei a solução ideal para soltar esse riso e pôr todos, pai, mãe e filhos a rir do quotidiano das personagens, que é também o nosso. Trata-se da série cómica francesa "Fait pas ci, fait pas ça" (traduzida para "Pais desesperados"), que tem a vantagem de ser um programa passível de ser feito com os mais novos cá de casa.
Hoje dei comigo a pensar se me identificaria mais com a família Lepic, estranhamente conservadora, ou Bouley, moderna e "cool" e se os meus filhos me veriam mais como a mãe Fabianne ou como a Valérie. Apesar de não lhes ter feito esta pergunta, cheguei à conclusão que me revejo em ambas. Na primeira, no desejo de "ser" super mãe (no caso dela de quatro filhos), de dar conta de tudo e, por isso, muitas vezes, desesperar. Resultado: mau humor e stress salpicados por alguma gritaria pela casa fora. Por outro lado, acho que também me identifico com a Valérie, uma mãe mais moderna, mas com imensa dificuldade em assumir que gosta de mandar, que adora a sua profissão e que não percebeu, ainda, que os anos passaram (e que... já vai ser avó).
A vida em família nem sempre é um mar de rosas, todos sabemos. Passamos a vida a dizer aos miúdos "Fait pas ci, fait pas ça", como a música do genérico, que dá título à série, repete insistentemente (vale a pena ouvir!). Mas, mesmo assim, somos todos felizes. Acho que os meus filhos se divertem, mas sobretudo creio que a série lhes permite perceber que as suas vidas atarefadas, que as rabugices, regras, zangas fazem parte da dinâmica (saudável) de uma família. E que, no fim, todos nos aceitamos e amamos assim. Saibamos rir mais das nossas rotinas. Acredito que será mais fácil viver com elas, mesmo quando o despertador toca cedo e parece que ainda não recuperámos do dia anterior.
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