sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O amor que merecemos

É domingo de Carnaval, aparecem em bando, terão entre os 15 e os 18 anos, rapazes e raparigas, mascarados de zombies, fantasmas, colegiais, coelhinhas. Não há bem um tema, são só miúdos a brincar ao Carnaval. Para trás fica um casalinho que vem abraçado.
Até que ele, não percebo porquê, larga-a e atira-a contra a parede de um prédio, entre duas montras. Ela magoa-se no braço que embate contra a parede, faz uma careta e massaja-o. Mas quando olha para ele, sorri-lhe e assim que se aproxima dá-lhe uma bofetada. Amor com amor se paga.
Atrás de mim apitam e eu tenho de arrancar com o carro. E se estivesse no meio da rua, faria alguma coisa? Diria a ambos que aquilo não se faz, que amar não é desrespeitar, não é maltratar... É aquilo que vêem em casa? Reproduzem comportamentos vistos nos filmes e nos jogos? Acreditam que aquilo é amor?

Em The Perks of Being a Wallflower, um filme adolescente, uma das personagens diz: "Aceitamos o amor que achamos que merecemos."
E é isso que nos faz, quando temos baixa auto-estima, insegurança (e não só), aceitarmos pessoas que não nos merecem ou aceitarmos porque achamos que não merecemos mais do que aquilo...
Por isso, temos de ensinar os nossos filhos a amar e a respeitar o outro, mas também a amar-se e a respeitar-se. E ensiná-los a identificar as relações doentias, de domínio, de maus tratos, para que não caiam nelas, para que não façam parte do grupo que acha normal a violência no namoro e, por consequência, a violência doméstica.
BW




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