sábado, 15 de outubro de 2011

Rankings II - Depois de olhar para os resultados

Depois de olhar para os resultados, retomo "velhas" questões. O que revelam os rankings das escolas, do esforço e trabalho que fazem (ou não) por melhorar os resultados?
Que consequências têm nas práticas dos professores?

Este ano, as novas questões que me surgem são as seguintes:
O que está a acontecer ao ensino do Português?
O que explica os resultados paupérrimos, abaixo até da Matemática, habitualmente considerada a disciplina "papão" em exame?

No Público gostei particularmente de ler a entrevista a Gert Biesta, professor no Reino Unido e autor do livro Good Education in an Age of Measurement, e a sua "leitura" dos efeitos dos rankings.
Do referido texto destaco o seguinte excerto:
"(..) o mais grave nos rankings é que são uma simplifcação do que é uma boa escola ou do que é a educação"
"Em vez de simplificar o conceito de uma boa escola, através dos rankings, os jornais deviam ajudar os pais e o público em geral a compreender que uma boa educação é uma questão demasiado complexa - são os exames, as questões de cidadania, os valores morais, a formação da pessoa, tudo isto deve ser tomado em conta."

No Expresso, gostei de ler uma outra entrevista, esta Cláudia Sarrico, avaliadora externa da IGE.
A este propósito, pode ler-se o seguinte no semanário, antecipando o que será a avaliação externa a partir deste ano letivo:
"Até agora, o contexto socioeconómico de cada escola não era tido como fator de ponderação na avaliação externa levada a cabo pela IGE. Mas isso vai mudar. «A IGE vai começar um novo ciclo de avaliação este ano letivo, com uma novidade: o cálculo dos resultados esperados para cada escola e para cada ano em que há provas nacionais (4º, 6º, 9º 11º e 12º) face a variáveis que a escola não controla», como a habilitação dos pais ou a percentagem de alunos apoiados com Ação Social. O que quer dizer que, quanto às notas, as escolas não serão avaliadas apenas com base nos resultados que os alunos tiveram nos exames, mas tendo em consideração o que seria expectável terem tido."

Ana Soares

1 comentário:

  1. Seria importante que acrescentassem à informação dos resultados do ranking o número de alunos que frequentaram o ano de exame e os que a respectiva escola levou a exame. O ME deveria procurar que essa informação fosse revelada, para que os portugueses percebam quantos alunos, todos os anos, na escola pública, ficam pelo caminho.

    Renata Campos

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