- Na escola dos teus filhos existem provas de superação? pergunta um amigo, pai e professor.
- Não sei... De recuperação, sei que existem.
A partir daqui, ouço-o lamentar-se porque os professores, seus colegas de trabalho, só têm preocupações com os alunos que estão em risco de chumbar, que é com os que têm mais dificuldades que trabalham, esquecendo os outros, os medianos e os que se podem superar. Cada turma pode ter, pelo menos, três níveis e os professores trabalham para a mediania ou para a mediocridade.
Nós, os pais nunca estamos satisfeitos, seja em que patamar estejam os nossos filhos. Se eles estão em risco de chumbar, queremos lá saber se o professor trabalha ou não com os outros! Queremos é que o professor trabalhe com o nosso e o prepare para conseguir superar os obstáculos. Os outros estão bem, o nosso é que não!
Se o nosso filho pode fazer melhor, queremos que o professor trabalhe com ele e reconheça as suas capacidades e ambições, que o ensine a superar-se, a ser melhor.
Contudo, o que nos parece, é que os professores não fazem nem uma coisa, nem outra. Mas isso somos nós, do lado de cá do muro, que não temos acesso a tudo. Assustador é ouvir um pai/professor fazer essa análise, frustrado com os conselhos de turma que levam horas a discutir a passagem de um 2 para 3 (numa escala se 1 a 5), mas que não querem saber dos que poderiam ter um 5 em vez do 4.
BW
Percebo a preocupação. A verdade é que o sistema pede justificações aos professores pelos níveis 2 que são atribuídos, sobretudo quando isso implica retenções de ano.
ResponderEliminarOs alunos que mantêm consistentemente o nível 5 na maioria das disciplinas durante o seu percurso escolar são uma pequena minoria. São alunos inteligentes, aplicados e organizados, que gostam de aprender e não limitam a sua sede de conhecimento às matérias escolares.
Quanto ao aluno de 4 que poderia ter 5, é geralmente aquele que alcançou um nível em que a melhoria de resultados depende mais dele próprio do que daquilo que o professor possa fazer por ele. E do apoio familiar, que nestas situações é crucial.
Há situações em que estes alunos, em turmas mais pequenas ou com condições mais propícias, com mais esforço e motivação, com mais investimento da parte do professor, conseguem efectivamente chegar ao 5. Mas o que geralmente se verifica mais tarde é que, mudando o professor, ou a complexidade das matérias, ou aumentando o nº de disciplinas ou até como reflexo das perturbações e mudanças próprias da adolescência, o nível 5 rapidamente volta ao 4.
Ou seja, o mais difícil não é chegar ao 5, é manter esse nível, de forma consistente, ao longo da escolaridade básica...