sexta-feira, 15 de julho de 2011

Exames nacionais: De quem é a culpa?

Dou uma volta pela blogosfera da educação e a culpa dos maus resultados nos exames nacionais pode ter uma de três causas (ou todas ao mesmo tempo!):
1. Os alunos - nunca chegaram tão mal preparados, não sabem nada, não há uma cultura de exigência, passam-nos... enfim, uns ignorantes, uns brutos, uns preguiçosos!
2. O Ministério da Educação - do modelo de avaliação dos professores, da falta de autonomia das escolas, do tempo que é exigido aos professores para estarem na escola, da falta de condições, dos exames que foram mais difíceis, da tutela que não pagou aos professores correctores...;
3. O Mundo - a sociedade já não é o que era, no meu tempo de liceu é que era bom, hoje chegam todos à escola, os filhos dos pais que não foram à escola, os que não gostaram da escola, os que têm fome, os pobres, os violentos, os ciganos, os filhos de pais divorciados, os filhos dos pais casados mas mais valia estarem divorciados, os filhinhos dos papás que lhes dão tudo menos educação...

E os professores?
Quem é que ensinou (ou não) os meninos? Quem é que os preparou (ou não) para responder aos exames? Quem é que esteve (ou não) durante um ano inteiro na sala de aula com os alunos? Perdão, um bloco de 90 minutos por semana, com os alunos na sala de aula?
Os estudantes estiveram sozinhos? Estiveram com o primeiro-ministro, com a ministra, com os secretários de Estado, com os senhores do Eduquês, com os pais?
Afinal, com quem estiveram os alunos o ano inteiro?

A culpa dos maus resultados dos exames é só dos professores? NÃO! Mas não pode ser de todos os actores educativos menos deles. Haja um bocadinho de bom senso e de reflexão no interior da classe.

BW
PS: A história da menina de quatro anos esquecida na carrinha também não foi culpa das educadoras, nem das auxiliares, foi da criança que adormeceu, foi dos pais que não estavam à porta do autocarro às 16h em ponto, porque os pais deixam os meninos nas escolas, esses armazéns de crianças...

20 comentários:

  1. Concordo sim senhora, mas é um bocadinho de tudo como referes! Ora, com uma posição tão forte, vais ter aqui um monte de discussões bloguistas? Vamos a ver!! ih ih ih Um beijinho desde os Açores.

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  2. "Afinal, com quem estiveram os alunos o ano inteiro?"

    Estiveram com os professores, com o currículo e as metodologias definidas pelo ministério, com a escola, com as vivências que trazem de casa, etc.

    Quanto menos autonomia se dá aos professores menos se pode afirmar que a responsabilidade é dos professores.

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  3. Dentro da sala de aula, o professor não tem autonomia?!!!

    Segue efectivamente «as metodologias definidas pelo ministério»?!!!!!!!!!!!

    Alguém pode provar isso?!!!!

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  4. Considero que uma grande parte da responsabilidade (melhor do que a "culpa") é dos professores, sim senhor. Sou professora de Português do ensino secundário e há dois anos fui professora correctora dos exames nacionais. O cenário que vi aquando das reuniões de ponderação (durante a correcção das provas) foi confrangedor. Há sempre excepções, mas havia quem não soubesse o que dizia, conhecendo (e mal)de Fernando Pessoa apenas os poemas que há anos lêem nos manuais! Este ano, os resultados pioraram não porque a prova fosse mais difícil, mas porque sem reuniões de ponderação (pelo menos serviam para partilhar algum bom senso) deve ter sido "chapa 5" relativamente aos critérios do GAVE. Vi professores correctores a desvalorizarem respostas apenas porque desconheciam grande parte da produção de FPessoa e achavam que os alunos estavam a "inventar"! Susana Gonçalves

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  5. Olá, Bárbara Wong!

    É evidente que ninguém está a culpar este ou aquele mas, uma coisa tenho a certeza: o meu trabalho, a minha preparação científica, a forma como o levei a sério e a forma como me dediquei aos meus alunos, reflectiu-se evidentemente no resultados dos mesmos: nos exames nacionais 1ª fase, duas turmas... só uma aluna ficou não aprovada (para surpresa minha!).
    Claro que apareceram 19s, 18s, 15s...10 e 11 valores mas, tenho a certeza absoluta que a "peça central", aqui, é o professor, quer dizer, o tipo de professor: há os que sabem ensinar mas agarrados aos manuais e pouco motivadores em sala de aula, os que sabem para si (ou pensam que sabem!) mas não sabem ensinar os alunos, os que sabem ensinar mas não sabem motivar, os que são professores sem vocação nenhuma nem gosto de trabalhar com jovens, os que estão de passagem e os que, apesar dos constrangimentos dos últimos anos, continuam dedicados aos alunos, ao SABER, ao CONHECIMENTO e à procura constante da sua satisfação profissional, deixando naturalmente transparecer a sua exigência e rigor mas, sobretudo, o gosto pelo que fazem e o apoio que dão aos seus alunos.
    Eles sabem isso e os seus pais também. Se sabem!!
    Mais uma vez, parabéns aos meus queridos alunos.
    Eles são, de facto, as minhas evidências. O resto é conversa.
    São a minha sementeira e o meu contributo para um mundo (e um país)melhor.

    Um abraço

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  6. Não quero crer que uma jornalista perspicaz e bem informada como a Bárbara Wong não esteja a perceber uma coisa tão simples:

    Se os exames são fáceis, as notas sobem. Se são mais difíceis, as classificações descem.

    Este ano, eram mais difíceis...

    Acrescento apenas que há muitas coisas que se podem e devem fazer para melhorar os resultados escolares. Uma que já se devia ter percebido que não resulta: continuar a culpar os professores pelas más opções da política educativa.

    E deixo uma proposta de investigação jornalística: porque é que os níveis de exigência dos exames variam de ano para ano? Uma pista: não são os professores que decidem estas coisas. É o GAVE...

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  7. Percebo muito bem o que dizes. Genericamente- porque há sempre execepções - o discurso do "grupo professores" é muito defensivo. A explicação para os maus resultados raramente inclui uma auto-reflexão sobre desempenho. E quando o faz, não é intrínseca, é por reflexo da "falta de condições".
    O que a mim mais me inquieta é a mensagem que passamos aos nossos alunos: a justificação está sempre fora de nós...

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  8. Seria importante que a Bárbara Wong blogger aprendesse com a Bárbara Wong jornalista a indicar as fontes em que se baseia, para que os leitores pudessem confirmar alguns dos dislates que aponta à “blogosfera da educação” sobre os resultados dos exames.

    É evidente que, diante das diferenças de resultados, é muito importante reflectir e é claro que não devemos excluir nenhuma hipótese, incluindo a possibilidade de os professores terem tido muitas, poucas ou nenhumas responsabilidades. No entanto, quando os resultados sofrem alterações tão grandes em pouco tempo, é preciso desconfiar e fazer algumas perguntas simples (e ser jornalista ou investigador é sobretudo saber fazer perguntas), como, por exemplo, esta, especialmente a propósito do exame de Português de 12º: será que, de um ano para o outro, os professores ou os alunos pioraram tanto que se tornasse inevitável o descalabro que se verificou?

    É claro que a blogger Bárbara Wong prefere indignar-se com a putativa falta de reflexão de uma classe docente que anda há anos a alertar para a excessiva variação dos exames ou para o facilitismo ou para o empobrecimento curricular, entre muitos outros problemas que prejudicam os jovens. A jornalista Bárbara Wong, por outro lado, não deve ter tempo para fazer as perguntas necessárias e investigar.

    Entretanto, e no que se refere ao Português, há, pelo menos, uma correcção a fazer: trata-se de uma disciplina com dois blocos semanais de 90 minutos e não apenas um.

    Finalmente, e combatendo a ironia com ironia e respondendo ao mau gosto com mau gosto, calculo que a “blogosfera da educação” tenha mesmo atribuído culpas à menina esquecida, que não tinha nada que adormecer, pois claro.

    http://osdiasdopisco.wordpress.com/2011/07/17/exames-nacionais-de-quem-e-a-culpa/

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  9. Já li o seu comentário aqui e no seu blog (é igual) e nao compreendo "a menina esquecida". Neste momento, a Barbara Wong jornalista nao escreve (ou escreve menos) porque edita, que é o mesmo que dizer que pede aos outros para escrever, lê os textos dos outros, etc... E foi num desses momentos de edição que juntei um conjunto de textos de blogs, publicados no P2 de dia 15, na pagina 2, onde poderão ser lidos os comentários de quatro blogs (havia mais, como calcula, mas é um espaço finito e é preciso fazer uma selecção e foi nessa que reflecti o que escrevi aqui). Note que eu nao digo que a culpa é dos professores! BW

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  10. Apesar de admirar a profissão de professor, e de ainda acreditar que é antes de ser uma profissão uma vocação. Nunca percebi, qual a dificuldade que esta classe tem em ser avaliada, analisada, referida, responsabilizada e um outro sem fim de adjectivos que nos permitem melhorar e evoluir em cada profissão. Todas as profissões são analisadas, todas são responsabilizadas, no final e sempre pelo resultado gerado, no caso dos professores esse resultado é o sucesso dos seus alunos. Claro que os alunos, não são produtos, parados, estanques, sem interacções ou outras ligações, mas é aí que entra a parte da vocação para esta profissão, é esse o desafio, é apesar de cada criança ser única, e ter uma envolvente, ela quer chegar ao máximo das suas possibilidades e o professor pode e deve ser o seu potenciador.
    Continuo sem perceber o medo dos professor, é que responsabilidades existem em todas as profissões, todas elas com conjecturas diferentes, todas elas com mais ou menos facilidades e todas elas com a incerteza se teremos emprego amanhã, nada disso deve servir para sermos maus profissionais.

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  11. ACABEM COM AS ESCOLAS E COM OS EXAMES NACIONAIS!

    ADEUS ESCOLA!!!!!

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  12. Que os exames, por si e sobretudo pelos critérios de correcção, fazem subir ou descer os resultados é um facto em que os jornais pouco pegam (só contam os erros em Física, p. ex, e eles já ocorreram em História, e na altura bem tentei alertar vários jornalistas para isso, sem sucesso).
    Agora que a incompetência científica também existe entre os professores, é escusado tentar tapá-lo com uma peneira, quem anda nas escolas bem o sabe.
    Ainda este ano descobri, deslumbrado, uma professora de português que não consegue ler Saramago, e bem lhe pode calhar um dia destes ter de o leccionar.
    Bastaria inquirir quantos professores lêem jornais, ou livros de Paulo Coelho para cima, isto só na área das letras, para se perceber que o problema existe, muito agravado pela falta de oferta formativa na área da actualização científica, onde agora é tudo TIC's e Educação Sexual.
    E essa é a maior anedota da ADD: conheço gente com Muito Bom que não sabe mais nada além do que vem nos (míseros) manuais escolares. Ou citando o Paulo Guinote, e na minha área, compraram a História de Portugal do Círculo de Leitores para enfeitar a estante, achando que nem vale a pena, afinal a Hist. de Portugal quase que desapareceu do programa... Uma avaliação à actualização científica dos professores teria um resultado muito abaixo de todos estes exames. Aposto.

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  13. «A culpa dos maus resultados dos exames é só dos professores? NÃO! Mas não pode ser de todos os actores educativos menos deles. Haja um bocadinho de bom senso e de reflexão no interior da classe.»

    O bom senso e reflexão levou-me a estabelecer o seguinte raciocínio :«Portugal é um país com amplos fluxos migratórios nos dois sentidos, uma boa maneira de aferirmos a responsabilidade do sistema educativo (ME + profs) vs «matéria prima» ( Alunos + «Mundo») seria analisar o desempenho dos alunos portugueses lá fora; no caso do 1º efeito ser mais determinante que o segundo verificaremos um padrão de desempenho muito diferente do verificado nos últimos exames nacionais. Dando um pouco de corda ao Google devemos encontrar qualquer coisa:
    «O secretário de Estado português das Comunidades, António Braga, reúne-se esta manhã com a ministra luxemburguesa da Educação e Formação Profissional para abordar o elevado insucesso escolar dos alunos portugueses naquele país.» (Público 28.11.2006 - 10:249)

    «Os jovens portugueses, na maioria filhos de emigrantes [na Suíça], são a maior percentagem de estudantes estrangeiros naquele país a frequentarem o ensino especial. Os 2500 alunos correspondem a dez por cento do total de jovens do ensino secundário.» (CM 8/07/07)

    « A outra face da mesma moeda: dados recentes mostram que, nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha e Suíça, os filhos dos emigrantes portugueses estão também entre os que obtêm resultados escolares mais baixos entre as comunidades estrangeiras. Para Hermano Sanches Ruivo, responsável pela primeira associação de luso-descendentes criada na Europa, a Cap Magellan, a reprodução desta situação deve-se em grande parte ao facto de muitas famílias continuarem a não valorizar o papel da educação. "Para muitos, educação é os filhos fazerem o que eles fizeram", comenta ao PÚBLICO. "Não têm tempo para acompanhar os filhos, não gastam dinheiros em aulas suplementares para compensar atrasos. Os jovens, por seu lado, têm como preocupação começarem a trabalhar o mais rapidamente possível."») (Público 5/01/2010)? »

    Os professores, ou o ME, ou a ADD, ou a falta de autonomia, ou as aulas de substituição ou Mário Nogueira, têm culpa dos maus resultados dos alunos em TODOS estes sistemas?
    Será que os alunos descendentes de chineses ou ucranianos (mesmo aqueles que fizeram a maioria do seu percurso escolar em Portugal) também obtiveram média negativa nos exames de Matemática? (infelizmente, neste caso, fui incapaz de encontrar resultados sólidos)
    Penso que estes artigos, não excluindo nada, servem pelo menos para estabelecer uma hierarquia das causas dos maus resultados que apontou.

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  14. Penso que uma verdadeira análise das causas de insucesso do ensino português deveria partir de um estudo quantitativo deste tipo - Submeter a provas comuns : alunos portugueses, descendentes de portugueses no estrangeiro, outros alunos destes países de acolhimento, alunos de origem não portuguesa a frequentar o nosso sistema e alunos a frequentar o sistema dos países de partida (Isto falando grosseiramente, sem entrar em pormenores). Até poderia ser o PISA desde que os aplicadores tivessem instruções no sentido de sinalizar estes universos de alunos
    Posteriormente analisar os resultados utilizando uma regressão multilinear ou outro método semelhante. Tudo o resto é inutilmente especulativo e gratuito…

    Cumprimentos

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  15. Nao se pode comparar os alunos portugueses em Portugal e os descendentes de portugueses na Europa. No Luxemburgo sabemos que os nossos alunos sao metidos em salas com crianças com necessidades educativas, por exemplo.... Também me parece perigoso separarmos os alunos por etnias. Écerto que há povos que dão mais atenção à educação e ao ensino do que o nosso, mas isso nao pode fazer com que os professores, uma das partes desta equação, sacudam a água do capote e digam: nada a fazer a matéria prima é fraca, se fossem todos ucranianos ou chineses é que era bom! É o que temos... BW

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  16. Bw o último artigo, a acreditar no seu jornal, compara os resultados portugueses com o de outras comunidades estrangeiras, muitas das quais debatendo-se possivelmente com os mesmo constrangimentos que os portugueses…
    « que os professores, uma das partes desta equação, sacudam a água do capote e digam: nada a fazer a matéria prima é fraca, se fossem todos ucranianos ou chineses é que era bom! »
    Isto não foi escrito em lado algum (nem nada de vagamente parecido); de qualquer forma, para esclarecer algum mal entendido, o que eu quis dizer foi: « Portugal tem acumulado um enorme atraso em relação outros países (repare: «During the early twentieth century, literacyincreased throughout Europe, with few
    changes in the ranking of countries. By midcentury,central and northern Europe were
    reported to have achieved over 95% literacy;western Europe, over 80%; Austria and Hungary,
    over 70%; and Italy, Poland and Spain, over 50%literacy. In Portugal and the Eastern Orthodox
    countries, adult literacy rates were not above25%; only after 1945 did the ability to use writtenlanguages extend to the masses (Johansson,cited in Graff, 1987b; Vincent, 2000).)
    o que evidentemente tem reflexos por muitas décadas. »
    Nada disto exclui o dever do professor de utilizar toda a sua energia para melhorar o desempenho dos seus alunos, mas a retórica da «culpa» merece ser utilizada com alguma cautela….
    Acha que os jornalistas portugueses são grandemente «culpados» dos baixos índices de leitura de jornais (em papel pelo menos) em Portugal? Eu não acho! Se a BW concordar comigo isso significa que « está a sacudir água do Capote » e a dizer « se fossem todos Britânicos ou Franceses é que era bom»

    Quanto à comparação de etnias, de facto é um terreno muito pantanoso, mas também é uma variável utilizada na maioria dos estudos( em educação ou mercado de trabalho, por exemplo) deste tipo que eu conheço desenvolvidos por investigadores norte-americanos.

    Cumprimentos

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  17. De acordo! A culpa da pouca venda dos jornais é também da matéria prima que temos. Mas falamos da pouca venda do papel de referencia porque o correio da manha continua a crescer e nas revistas semanais a sábado suplanta a visão. Porquê? Porque estes campeões de vendas escrevem de maneira simples, nao aprofundam, etc, etc... É o que temos! Reflectir é chato, aprofundar também! BW

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  18. O facto da Bárbara Wong estar fartinha, até porque acompanha de perto todo o loooongo longuíssimo campanha dos professores contra as inumeráveis injustiças a que foram submetidos - a única classe do funcionalismo público que antes de serem congeladas as progressões da função pública já haviam atravessado dois anos e meio de congelamento - dizia, o facto de estar exausta de ouvir as mesmas, repetidas, quase insuportáveis justificações dos professores, uma cassete, um loop, uma argumentação recorrente, etc etc etc, não a deve fazer esquecer que, tal como não é verdade que quando se repete uma mentira ela não se torna numa verdade, o facto de se repetir insuportavelmente uma verdade ela não se transforma numa mentira. As escolas são, sim senhor, um armazem de crianças. E sim, o que distingue um professor de um jornalista, ou de um blogger é que um professor não pode esquecer-se de nenhuma criança. Por isso pedem a sua demissão. Ao contrário das jornalistas que agem e escrevem de forma simplista, com argumentos de grosseira rusticidade, convencida que os professores - esses malandros que são todos iguais - pensam de uma maneira. Uma só.

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  19. O Rui Correia está a por palavras na minha boca que eu nao disse. A única coisa que disse é o que está no post. Já agora,é mais facil pedir e obter a demissão de um jornalista do que de um professor. Nós somos responsaveis e responsabilizados pelo que escrevemos, dizemos, etc, e trabalhamos em empresas privadas (excepto lusa, RTP, rdp...) Da função publica nao tenho visto muitos jornalistas ou professores a ser demitidos. As educadoras que se esqueceram da crianca no autocarro sao do privado, essas podem ser despedidas, porque podem ser responsabilizadas pelos seus actos. As escolas nao sao armazéns de crianças sao, alem de espaços de ensino/aprendizagem, um apoio social para a maioria dos pais que tem horários de trabalho de oito horas, que nem sempre trabalham na mesma terra onde a crianca estuda, que nao têm apoio familiar ou uma empregada para estar às quatro da tarde à porta da escola. Se os pais portugueses tivessem mais apoios poderiam ter mais filhos. As nordicas estao dois anos em casa, as americanas trabalham em part time... Este apoio social deve ser prestado pelos professores? Nao. Mas pode, como acontece, ser feito na escola.

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  20. Cara Bárbara. Não lhe ocorre pensar que eu defenda que as escolas sejam armazéns de crianças, pois não? O exercício é esse mesmo. O que digo é que esperamos de si uma maior sensibilidade para as complexidades deste tema. Reduzir o assunto a culpas deste ou daquele não conduz a quase nada de construtor. Acredite, se era esse o propósito da sua prosa inicial, que os professores bem sentem - sentem sempre - como suas responsabilidades que nem sempre suas são. Procurar diminuir a responsabilidade de uma classe porque este e aquele são incompetentes, obriga a que todos possam considerar a Bárbara tão incompetente e pusilânime como aquele seu colega, que a Bárbara conhece e eu não, que não passa de um palerma inculto e mandrião que a única coisa que partilha consigo é a alcatifa que ambos pisam. Sinta suas as dores que provoca em quem faz das tripas coração para sobreviver no meio de tanto disparate. Veja a polémica sobre o novo estatuto editorial do Expresso, as murdochices da berra para perceber onde anda, andamos todos metidos. Sempre que tomar o todo pelas partes sujeita-se a pisar os calos de quem não merece.

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