sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os alunos das escolas católicas são melhores?

Encontrei, completamente por acaso, este blog e achei curiosa a reflexão, feita com base nesta notícia.
Eu não sei se, por cá, se pode dizer que os alunos das escolas católicas são melhores. Com base nos rankings do secundário em que, por vezes, fazemos aqueles títulos - escolas católicas no topo do ranking -, parece que sim... Mas não ponho as minhas mãos no fogo porque são escolas que trabalham com os alunos que querem e como querem. E quando não querem, acenam-lhes com o ideário e mandam-nos (aos alunos e aos pais) pregar para outra freguesia!

A verdade é que há coisas nas escolas católicas que as públicas podiam aprender e aplicar. Por exemplo, o simples facto de os alunos se levantarem quando entra um adulto pode fazer toda a diferença no modo como a criança ou jovem olha para o adulto. Olha-o com mais respeito.
No outro dia, estive numa escola católica, entrei numa sala de aula e os alunos levantaram-se todos e eu fiz aquele ar de "Então? Não é preciso estarem a incomodar-se, vá lá, sou só uma jornalista, não sou a directora, nem o PR...", mas depois pensei o que escrevi no parágrafo anterior, endireitei as costas e pus um ar mais sério, mais circunspecto, de "respeitinho é muito bonito".
Quando me preparava para sair, a aluna sentada na carteira mais perto da porta, levantou-se, abriu-a e o meu ar de pessoa adulta desmanchou-se no sorriso mais amoroso que consegui e na bonita expressão: "Muito obrigada, minha querida", porque fiquei de facto agradecida com o gesto!
BW

5 comentários:

  1. Se nas pequenas coisas se faz a diferença, nas grandes - p.exº, o acompanhamento a cada aluno também é diferente. Nem todas as católicas o farão. Claro, mas provavelmente quase todas elas o fazem. Dou um exemplo, quando a minha filha por motivos de doença se viu afastada das aulas, os professores para além de enviarem resumos/textos das matérias leccionadas por mail e telefone, acrescentavam sempre uma palavra de encorajamento e de melhoras. Quantos directores de turma de escolas públicas dão o seu número de telemóvel ao pais/encarregados de educação? São os pequenos gestos que marcam as grandes diferenças. São melhores alunos a matemática ou a língua portuguesa ? Não sei, provavelmente não. Mas serão, seguramente melhores Pessoas.

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  2. O meu filho frequenta uma escola pública e quando esteve doente o professor foi lá a casa levar-lhe as fichas para acompanhar a turma, Quem marca a diferença é cada um de nós e cada educador é cada professor, independentemente do onde esteja enquadrado.

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  3. Um bom professor/escola é-o independentemente da sua religião (ou da ausência de uma), espera-se. Tenho 22 anos e fiz os primeiros 2 ciclos numa escola de freiras, da qual não guardo as melhores recordações. Aí fui uma criança reprimida e várias vezes castigada por pensar e dizer diferente da maioria. A diferença, a autonomia, a criatividade, não constituíram aí nenhum estímulo à aprendizagem. A minha caligrafia podia ser perfeita mas não me senti aos 7, 8 anos... valorizada enquanto criança nem tão pouco o meu "conhecimento infantil" do mundo foi respeitado. Pelo contrário, eramos inferiorizadas em relação aos adultos e tidas por eles como receptáculos obedientes do seu conhecimento. O que nós diziamos não era considerado importante mas antes como uma "ameaça". Fazíamos e trabalhavamos por medo não por motivação. Uma escola assim, pode ter um coro perfeito e crianças aprumadas, tal qual mini-adultos, mas não é seguramente uma escola feliz (do ponto de vista das crianças e de muitos adultos, felizmente).

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  4. Fernando Adão da Fonseca1 de março de 2011 às 22:34

    Viva a concorrência. Deixem as escolas concorrer entre si e logo verão TODAS a melhorar. É essa a experiência em todos os países onde foi introduzida a liberdade de escolha da escola entre as que prestam o Serviço Público de Educação, quer sejam privadas ou estatais. Mas estas escolas não podem escolher os alunos!

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