segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Barrigas de aluguer

No sábado, o PÚBLICO trazia um trabalho sobre a maternidade de substituição, mais conhecido por barrigas de aluguer. Ou seja, a possibilidade de um casal pedir a alguém que, durante nove meses, carregue o seu filho numa barriga que não é a da mãe.
Na rua, junto ao quiosque dos jornais, há uma senhora que, depois de ler a primeira página do jornal, me interpela: "Tantas crianças por adoptar... Porque é que é tão importante ter um filho biológico?".
Porque sim, é a resposta imediata. Será uma resposta egoista? Não somos egoistas quando temos um filho? Não nos deleitamos com os seus pequenos feitos? Não os adoramos por serem iguais a nós? Não ficamos orgulhosos quando nos dizem que eles são iguais a nós (mesmo que nós sejamos os mais horrorosos à face da terra e eles, sim, aos nossos olhos, são lindos de morrer)? O ser humano é assim, egoista, narcisista e "umbiguista".
Mas há excepções, há quem se resigne com as incapacidades do seu corpo e decida adoptar. Há quem consiga ver naquele filho que não gerou os mesmos trejeitos do pai ou o olhar da mãe, dos que adoptaram, não dos biológicos. E também se orgulham quando lhes dizem: "É mesmo igual ao pai!" e, tal como os que têm filhos biológicos, também ouvem: "É mesmo bonito!"
E isso, sim, é de facto amor!
BW

1 comentário:

  1. Boa tarde, ao ler o seu post creio que deixou uma ideia enviesada sobre a adopção quando refere que "há quem se resigne com as incapacidades do seu corpo". Gostaria de explicitar que há várias razões para uma pessoa querer adoptar. E há pessoas que têm filhos biológicos e adoptados. E outras que, mesmo tendo condições biológicas para ter um filho, optam pela via da adopção. Anabela Lopes

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